DESDE O JARDIM DAS DELÍCIAS…
…Salmoura vem, qual humilde lagartixa (com pretensões comprovadamente irrealizáveis de chegar a jacaré) desejar um ano melhor que o de 2003 a todos os jacarés da blogosfera, mesmo àqueles em metamorfose paradoxal para lagartixa.
Um Bom Ano! especialmente ao
Jacaré-mor
quarta-feira, dezembro 31, 2003
UMA AUTÊNTICA LOUCURA
Agradeço e roubo a Murmúrios do Silêncio o link que se segue pois não resisto a pedir àqueles que me lêm nos Estados Unidos que dêm um salto aqui e meditem para onde vai o dinheiro dos seus impostos.
Agradeço e roubo a Murmúrios do Silêncio o link que se segue pois não resisto a pedir àqueles que me lêm nos Estados Unidos que dêm um salto aqui e meditem para onde vai o dinheiro dos seus impostos.
ANO NOVO MÁXIMA NOVA
Substitui-se hoje, último dia do ano, a máxima que abre este blogue. Como sinal do desejo de que não haja aqui cristalização de ideias. Sem, contudo, garantia alguma de que assim será. No fim do próximo ano logo se verá.
Nota: hoje, dia 01/01/04, contrariando o desejo acima expresso, decidi, para já, a cristalização da máxima com que o blogue foi criado. Um acto de algum conservadorismo e reaccionarismo - não consegui suportar a mudança -. Estou a ficar velho. Definitivamente.
Substitui-se hoje, último dia do ano, a máxima que abre este blogue. Como sinal do desejo de que não haja aqui cristalização de ideias. Sem, contudo, garantia alguma de que assim será. No fim do próximo ano logo se verá.
Nota: hoje, dia 01/01/04, contrariando o desejo acima expresso, decidi, para já, a cristalização da máxima com que o blogue foi criado. Um acto de algum conservadorismo e reaccionarismo - não consegui suportar a mudança -. Estou a ficar velho. Definitivamente.
terça-feira, dezembro 30, 2003
DEZ ESPANTOSOS FEITOS DO PSD EM 2003
1. Tratamento dos resíduos sólidos poluentes – como prometido o Governo resolveu o problema sem necessitar da nefasta co-incineração.
2. Jovens já moram na Baixa de Lisboa – como prometera Santana Lopes em cartazes monumentais de campanha eleitoral, esta é uma realidade indesmentível.
3. Acabaram-se os carros estacionados em segunda fila na Av. Almirante Reis, em Lisboa – como também prometera o mesmo Santana, em declarações enfáticas de campanha eleitoral, os carros evaporaram-se.
4. Todas as criancinhas em listas de espera cirúrgicas já foram operadas – por isso o aeroporto da Ota e o TGV vão avançar. É que aquela condição fora autoritariamente imposta por Durão, em campanha eleitoral, qual "grande timoneiro" (Mao Tse Tung) de boa memória, para que estas obras pudessem ser iniciadas.
5. O IRS baixou significativamente – como, aliás, o candidato Durão prometera através da antena da TSF.
6. Nunca o Imposto Automóvel esteve tão baixo em Portugal – isso prova que Durão quando promete cumpre.
7. Portugal ganhou sempre nas negociações na União Europeia – mesmo quando perdeu (e foi em quase todas) – graças ao malabarismo verbal indígena em que o português é mestre imbatível e o PSD o Super Master.
8. O Governo PSD e a Câmara Municipal de Lisboa (do PSD) não ajudaram minimamente o Benfica a resolver as suas dívidas fiscais e a construção de um novo estádio de futebol.
9. Como anunciado solenemente por Sarmi, o químico, O Canal 2 da RTP foi extinto e com isso o Estado poupou milhões de euros aos contribuintes.
10. O Dr. Portas, chefe político da coligação no Governo, revelou-se uma legenda viva de Honestidade, Rigor e Coerência, desde que integrou o exucutivo.
1. Tratamento dos resíduos sólidos poluentes – como prometido o Governo resolveu o problema sem necessitar da nefasta co-incineração.
2. Jovens já moram na Baixa de Lisboa – como prometera Santana Lopes em cartazes monumentais de campanha eleitoral, esta é uma realidade indesmentível.
3. Acabaram-se os carros estacionados em segunda fila na Av. Almirante Reis, em Lisboa – como também prometera o mesmo Santana, em declarações enfáticas de campanha eleitoral, os carros evaporaram-se.
4. Todas as criancinhas em listas de espera cirúrgicas já foram operadas – por isso o aeroporto da Ota e o TGV vão avançar. É que aquela condição fora autoritariamente imposta por Durão, em campanha eleitoral, qual "grande timoneiro" (Mao Tse Tung) de boa memória, para que estas obras pudessem ser iniciadas.
5. O IRS baixou significativamente – como, aliás, o candidato Durão prometera através da antena da TSF.
6. Nunca o Imposto Automóvel esteve tão baixo em Portugal – isso prova que Durão quando promete cumpre.
7. Portugal ganhou sempre nas negociações na União Europeia – mesmo quando perdeu (e foi em quase todas) – graças ao malabarismo verbal indígena em que o português é mestre imbatível e o PSD o Super Master.
8. O Governo PSD e a Câmara Municipal de Lisboa (do PSD) não ajudaram minimamente o Benfica a resolver as suas dívidas fiscais e a construção de um novo estádio de futebol.
9. Como anunciado solenemente por Sarmi, o químico, O Canal 2 da RTP foi extinto e com isso o Estado poupou milhões de euros aos contribuintes.
10. O Dr. Portas, chefe político da coligação no Governo, revelou-se uma legenda viva de Honestidade, Rigor e Coerência, desde que integrou o exucutivo.
domingo, dezembro 28, 2003
A DIREITA CADA VEZ MAIS SÓ
Frei Bento Domingues, tal como o bispo do Porto, está a tornar-se um perigoso esquerdista e um abominável anti-americano. O bispo veio a terreiro, há dias, defender a descriminalização do aborto; frei Bento vem hoje, nas páginas do Público, desassossegar as almas católicas ao passar um verdadeiro atestado de insensibilidade, leviandade e fatalismo aos senhores que nos governam e aos políticos e opinion makers da direita que suportam o status quo infecto e pantanoso em que o país vive.
Sobre Portugal frei Bento diz isto:
«Se, como se diz, o país está deprimido, talvez tenha algumas razões para isso. Levaram-no à convicção de que não pode fazer nada para alterar o seu presente nem vale a pena configurar o futuro a partir da resposta às dificuldades dos mais carenciados. Como um destino, depende apenas da conjuntura internacional e do estado do crescimento económico europeu. É como se ao Governo e à maioria parlamentar lhes bastasse existir e aparecer nas televisões ao lado da política de G.W. Bush e a cumprir ordens de Bruxelas para exibir uma respeitabilidade que, ao fim e ao cabo, se revelou muito pouco gloriosa».
Sobre o Iraque… aí frei Bento não resistiu e escreveu à la Salmoura:
«Esta guerra encobre várias outras. Saddam deve ter agora - passadas quase duas décadas - muito que conversar com Donald Rumsfeld. Nos anos 80 do século passado, este enviado do Presidente Ronald Reagan selou com o sanguinário ditador um acordo de cooperação militar para impedir uma derrota de Bagdad na guerra contra o Irão. Os norte-americanos gastaram milhões de dólares em crédito, equipamentos militares, armas químicas e biológicas, informação permanente sobre as movimentações das tropas iranianas».
Pode ler o artigo na íntegra aqui
Frei Bento Domingues, tal como o bispo do Porto, está a tornar-se um perigoso esquerdista e um abominável anti-americano. O bispo veio a terreiro, há dias, defender a descriminalização do aborto; frei Bento vem hoje, nas páginas do Público, desassossegar as almas católicas ao passar um verdadeiro atestado de insensibilidade, leviandade e fatalismo aos senhores que nos governam e aos políticos e opinion makers da direita que suportam o status quo infecto e pantanoso em que o país vive.
Sobre Portugal frei Bento diz isto:
«Se, como se diz, o país está deprimido, talvez tenha algumas razões para isso. Levaram-no à convicção de que não pode fazer nada para alterar o seu presente nem vale a pena configurar o futuro a partir da resposta às dificuldades dos mais carenciados. Como um destino, depende apenas da conjuntura internacional e do estado do crescimento económico europeu. É como se ao Governo e à maioria parlamentar lhes bastasse existir e aparecer nas televisões ao lado da política de G.W. Bush e a cumprir ordens de Bruxelas para exibir uma respeitabilidade que, ao fim e ao cabo, se revelou muito pouco gloriosa».
Sobre o Iraque… aí frei Bento não resistiu e escreveu à la Salmoura:
«Esta guerra encobre várias outras. Saddam deve ter agora - passadas quase duas décadas - muito que conversar com Donald Rumsfeld. Nos anos 80 do século passado, este enviado do Presidente Ronald Reagan selou com o sanguinário ditador um acordo de cooperação militar para impedir uma derrota de Bagdad na guerra contra o Irão. Os norte-americanos gastaram milhões de dólares em crédito, equipamentos militares, armas químicas e biológicas, informação permanente sobre as movimentações das tropas iranianas».
Pode ler o artigo na íntegra aqui
sábado, dezembro 27, 2003
sexta-feira, dezembro 26, 2003
A MELHOR NOTÍCIA DESTE NATAL
O Público acaba de ganhar o prémio A melhor Notícia Deste Natal com o seguinte título (bastou-lhe o título, veja-se bem):
«Ministério da Defesa Iniciou o Processo e Administração Interna Concluiu-o. Militares Portugueses com Imunidade Garantida para Disparar a Matar» (no Iraque).
Consta que no quartel general da Resistência Iraquiana houve um briefing sobre o assunto e saiu dele uma ordem de serviço aos resistentes iraquianos rezando isto: «associando-nos ao "espírito natalício" ocidental determinamos que os nossos soldados, em nome de Alá, matem o maior número possível de soldados portugueses em "missão"(?) na nossa sagrada terra».
O Público acaba de ganhar o prémio A melhor Notícia Deste Natal com o seguinte título (bastou-lhe o título, veja-se bem):
«Ministério da Defesa Iniciou o Processo e Administração Interna Concluiu-o. Militares Portugueses com Imunidade Garantida para Disparar a Matar» (no Iraque).
Consta que no quartel general da Resistência Iraquiana houve um briefing sobre o assunto e saiu dele uma ordem de serviço aos resistentes iraquianos rezando isto: «associando-nos ao "espírito natalício" ocidental determinamos que os nossos soldados, em nome de Alá, matem o maior número possível de soldados portugueses em "missão"(?) na nossa sagrada terra».
quinta-feira, dezembro 25, 2003
domingo, dezembro 21, 2003
SAFARI NO JARDIM ZOOLÓGICO
Escrever sobre a captura de Saddam já está a ficar enjoativo mas há coisas que se não forem ditas nos ficarão a pesar como pecados cometidos por omissão cujos significariam para nós, em termos pessoais, uma como que demissão neste dirimir de armas (argumentos) entre falcões e pombas, direita e esquerda, fachos e comunistas, e mais outros conjuntos bipolares do género que possamos conceber.
Com grande euforia e algum alívio (não se encontraram ainda as famosas WMD mas ter Saddam já é importante) a direita apresenta a captura de Saddam como uma vitória na luta contra o terrorismo, desencadeada depois dos acontecimentos do 11 de Setembro, e baralha um pouco o jogo acusando profusamente a esquerda, através de vários dos seus (da direita) arautos, de estar a ser hipócrita nas suas (da esquerda) reacções «rituais» (JPP dixit) de aprovação a respeito da captura de Saddam.
Ora, compete-nos, apesar de o assunto já enjoar um pouco, não desfalecer na contra-argumentação a esta enorme falácia que é querer fazer crer ao mundo que a invasão e ocupação do Iraque se insere na luta contra o terrorismo. Porque nunca o foi, não o é, e não podemos permitir que a campanha da direita possa fazer vingar essa tese e se sirva dela para disfarçar o fracasso da verdadeira luta contra o terrorismo que é não terem ainda apanhado Bin Ladem e desmantelado a Al-Qaeda, e terem praticamente abandonado o palco dessa luta: o Afeganistão. Não podemos permitir que essa campanha possa encobrir os verdadeiros propósitos (o domínio de vastas áreas do globo ricas em petróleo) que levaram americanos e ingleses a invadirem e ocuparem o Iraque para terem na mão o controlo de grande parte das reservas energéticas do planeta.
Não nos esqueçamos que, até hoje, não se forneceu a mínima prova de que o Iraque tenha alguma coisa a ver com o 11 de Setembro de Bin Ladem ou com o terrorismo internacional. E que se há hoje, no Iraque, acções terroristas misturadas com acções de guerrilha, quem contribuiu para isso foram os invasores ocupantes que destruíram toda a administração pública do Iraque e não foram ainda capazes de dotar aquele país de uma nova administração, como aliás lhes impõem as leis internacionais perante as quais os ocupantes estão em flagrante falta.
Depois de Bin Ladem ter entrado em Nova Iorque e ter cometido o acto terrorista bárbaro (cá estou eu a fazer uma proclamação «ritual») de destruir as Torres Gémeas matando milhares de inocentes – depois disso – Bush, Rumsfeld e companhia saíram em direcção ao Afeganistão para um safari de caça a Bin Ladem. E vários meses depois de terem "lavrado e semeado" o deserto afegão com largas toneladas de bombas, mísseis e armas várias, sem nunca encontrarem a caça grossa que "fanfarronicamente" se propuseram to hunt (perseguir e caçar), sem nunca terem conseguido esse objectivo, voltaram então para o Iraque e para Saddam inventando as célebres armas de destruição massiva (WMD) e as nunca provadas ligações do Iraque ao terrorismo internacional.
A América saiu para um safari em busca de um leão. E não tendo conseguido caçar o animal no inóspito deserto afegão. Resolveu invadir o jardim zoológico do Iraque onde matou um rato que tem debaixo da pata fazendo-se fotografar como grande caçador de feras e proprietário das maiores bombas de gasolina do mundo.
Escrever sobre a captura de Saddam já está a ficar enjoativo mas há coisas que se não forem ditas nos ficarão a pesar como pecados cometidos por omissão cujos significariam para nós, em termos pessoais, uma como que demissão neste dirimir de armas (argumentos) entre falcões e pombas, direita e esquerda, fachos e comunistas, e mais outros conjuntos bipolares do género que possamos conceber.
Com grande euforia e algum alívio (não se encontraram ainda as famosas WMD mas ter Saddam já é importante) a direita apresenta a captura de Saddam como uma vitória na luta contra o terrorismo, desencadeada depois dos acontecimentos do 11 de Setembro, e baralha um pouco o jogo acusando profusamente a esquerda, através de vários dos seus (da direita) arautos, de estar a ser hipócrita nas suas (da esquerda) reacções «rituais» (JPP dixit) de aprovação a respeito da captura de Saddam.
Ora, compete-nos, apesar de o assunto já enjoar um pouco, não desfalecer na contra-argumentação a esta enorme falácia que é querer fazer crer ao mundo que a invasão e ocupação do Iraque se insere na luta contra o terrorismo. Porque nunca o foi, não o é, e não podemos permitir que a campanha da direita possa fazer vingar essa tese e se sirva dela para disfarçar o fracasso da verdadeira luta contra o terrorismo que é não terem ainda apanhado Bin Ladem e desmantelado a Al-Qaeda, e terem praticamente abandonado o palco dessa luta: o Afeganistão. Não podemos permitir que essa campanha possa encobrir os verdadeiros propósitos (o domínio de vastas áreas do globo ricas em petróleo) que levaram americanos e ingleses a invadirem e ocuparem o Iraque para terem na mão o controlo de grande parte das reservas energéticas do planeta.
Não nos esqueçamos que, até hoje, não se forneceu a mínima prova de que o Iraque tenha alguma coisa a ver com o 11 de Setembro de Bin Ladem ou com o terrorismo internacional. E que se há hoje, no Iraque, acções terroristas misturadas com acções de guerrilha, quem contribuiu para isso foram os invasores ocupantes que destruíram toda a administração pública do Iraque e não foram ainda capazes de dotar aquele país de uma nova administração, como aliás lhes impõem as leis internacionais perante as quais os ocupantes estão em flagrante falta.
Depois de Bin Ladem ter entrado em Nova Iorque e ter cometido o acto terrorista bárbaro (cá estou eu a fazer uma proclamação «ritual») de destruir as Torres Gémeas matando milhares de inocentes – depois disso – Bush, Rumsfeld e companhia saíram em direcção ao Afeganistão para um safari de caça a Bin Ladem. E vários meses depois de terem "lavrado e semeado" o deserto afegão com largas toneladas de bombas, mísseis e armas várias, sem nunca encontrarem a caça grossa que "fanfarronicamente" se propuseram to hunt (perseguir e caçar), sem nunca terem conseguido esse objectivo, voltaram então para o Iraque e para Saddam inventando as célebres armas de destruição massiva (WMD) e as nunca provadas ligações do Iraque ao terrorismo internacional.
A América saiu para um safari em busca de um leão. E não tendo conseguido caçar o animal no inóspito deserto afegão. Resolveu invadir o jardim zoológico do Iraque onde matou um rato que tem debaixo da pata fazendo-se fotografar como grande caçador de feras e proprietário das maiores bombas de gasolina do mundo.
quinta-feira, dezembro 18, 2003
JABOR REINCIDE PARA NOSSO PURO GOZO
Arnaldo Jabor publicou há dois dias, no jornal O Globo do Rio de Janeiro, este artigo suculento, um retrato inteligente e cru da realidade social dos nossos dias embrulhado em finíssimo papel celofane da marca desencanto com humor sobre a sociedade globalizada.
Arnaldo Jabor publicou há dois dias, no jornal O Globo do Rio de Janeiro, este artigo suculento, um retrato inteligente e cru da realidade social dos nossos dias embrulhado em finíssimo papel celofane da marca desencanto com humor sobre a sociedade globalizada.
SERÁ PRECISO SER ZAROLHO MENTAL?
No Público de hoje JPP escreve um artigo que condena todos os «muitos articulistas, bloguistas, comentaristas» que, no entender de JPP, escrevem sobre o Iraque «motivados pela agenda do antiamericanismo, ou antibushismo, do que pela vontade de que venha a existir um regime mais moderado, pluralista e democrático no Iraque».
Ferreteando assim esses desalmados, JPP acrescenta: «Percebe-se isso, com toda a clareza, quando, num texto ou numa frase, ditas as proclamações rituais contra o ditador sanguinário, se passa de imediato para tirar conclusões que ou contenham uma nova linha de ataque contra os EUA, ou uma nova versão menorizadora do que aconteceu ».
Ora bem, Salmoura, que se congratulou com a captura de Saddam e escreveu, aqui, a 14 de Dezembro, que não poderia haver melhor epílogo para toda a história que tem a ver com a invasão e ocupação do Iraque por americanos e ingleses do que o reencontro da criatura (Saddam) com o seu criador (Estados Unidos), pede encarecidamente licença a JPP para abrir «uma nova linha de ataque contra os EUA» lembrando a JPP que no "cadastro" de Saddam há uns crimezinhos cometidos no passado contra o Irão, crimezinhos esses que Saddam deverá confessar agora em tribunal lembrando ao mundo que só foram possíveis porque na guerra contra o Irão fora fortemente armado pelo seu amigo americano de então que inclusive lhe fornecera cumplicemente informações obtidas por satélite sobre as tropas do Irão e lhe facultara o know how necessário para o fabrico de armas químicas que o Iraque usou nessa guerra então justa e mais tarde contra os curdos.
Havendo memória das coisas, como é possível satisfazer o desejo de JPP ficando-nos todos apenas pela condenação de Saddam e a fazer salamaleques aos americanos?
Será que para abordar a questão da invasão e ocupação do Iraque por americanos e ingleses teremos que usar agora apenas metade dos nossos neurónios como quisera Pires de Lima ter feito JPP quando este emitiu umas opiniões que não agradaram ao CDS? Será preciso ou obrigatório ser-se zarolho mental nesta questão da ocupação do Iraque?
No Público de hoje JPP escreve um artigo que condena todos os «muitos articulistas, bloguistas, comentaristas» que, no entender de JPP, escrevem sobre o Iraque «motivados pela agenda do antiamericanismo, ou antibushismo, do que pela vontade de que venha a existir um regime mais moderado, pluralista e democrático no Iraque».
Ferreteando assim esses desalmados, JPP acrescenta: «Percebe-se isso, com toda a clareza, quando, num texto ou numa frase, ditas as proclamações rituais contra o ditador sanguinário, se passa de imediato para tirar conclusões que ou contenham uma nova linha de ataque contra os EUA, ou uma nova versão menorizadora do que aconteceu ».
Ora bem, Salmoura, que se congratulou com a captura de Saddam e escreveu, aqui, a 14 de Dezembro, que não poderia haver melhor epílogo para toda a história que tem a ver com a invasão e ocupação do Iraque por americanos e ingleses do que o reencontro da criatura (Saddam) com o seu criador (Estados Unidos), pede encarecidamente licença a JPP para abrir «uma nova linha de ataque contra os EUA» lembrando a JPP que no "cadastro" de Saddam há uns crimezinhos cometidos no passado contra o Irão, crimezinhos esses que Saddam deverá confessar agora em tribunal lembrando ao mundo que só foram possíveis porque na guerra contra o Irão fora fortemente armado pelo seu amigo americano de então que inclusive lhe fornecera cumplicemente informações obtidas por satélite sobre as tropas do Irão e lhe facultara o know how necessário para o fabrico de armas químicas que o Iraque usou nessa guerra então justa e mais tarde contra os curdos.
Havendo memória das coisas, como é possível satisfazer o desejo de JPP ficando-nos todos apenas pela condenação de Saddam e a fazer salamaleques aos americanos?
Será que para abordar a questão da invasão e ocupação do Iraque por americanos e ingleses teremos que usar agora apenas metade dos nossos neurónios como quisera Pires de Lima ter feito JPP quando este emitiu umas opiniões que não agradaram ao CDS? Será preciso ou obrigatório ser-se zarolho mental nesta questão da ocupação do Iraque?
terça-feira, dezembro 16, 2003
É SÓ SAÚDE
Postou a TSF on-line:
A DECO denuncia, esta terça-feira, que os seguros de saúde têm «muitas exclusões, períodos de carência alargados e contratos com renovações anuais».
Fora do âmbito dos seguros estão geralmente as «despesas com doenças psiquiátricas ou epidémicas de declaração obrigatória (como a tuberculose e hepatite), acidentes ou doenças motivados por calamidades naturais (como inundações e sismos) ou guerra, hemodiálise, transplante de órgãos, sida e suas consequências, exames gerais (check-up) e hérnias», revela a DECO.
A duração dos seguros também não leva nota positiva. Como são anuais «a qualquer altura, e a partir do momento em que o cliente começa a dar muita despesa (por exemplo devido a doença prolongada), a seguradora pode pôr fim ao contrato», denúncia a associação.
TERLIN-TIN-TIM... TERLIN-TIN-TIM... TERLIN-TIN-TIM...
Ainda vai morrer gente!!!
Postou a TSF on-line:
A DECO denuncia, esta terça-feira, que os seguros de saúde têm «muitas exclusões, períodos de carência alargados e contratos com renovações anuais».
Fora do âmbito dos seguros estão geralmente as «despesas com doenças psiquiátricas ou epidémicas de declaração obrigatória (como a tuberculose e hepatite), acidentes ou doenças motivados por calamidades naturais (como inundações e sismos) ou guerra, hemodiálise, transplante de órgãos, sida e suas consequências, exames gerais (check-up) e hérnias», revela a DECO.
A duração dos seguros também não leva nota positiva. Como são anuais «a qualquer altura, e a partir do momento em que o cliente começa a dar muita despesa (por exemplo devido a doença prolongada), a seguradora pode pôr fim ao contrato», denúncia a associação.
TERLIN-TIN-TIM... TERLIN-TIN-TIM... TERLIN-TIN-TIM...
Ainda vai morrer gente!!!
domingo, dezembro 14, 2003
VICISSITUDES DA CRIAÇÃO
Sobre a captura de Saddam Hussein, disse um psicólogo entrevistado pela CNN: «Saddam teve muito tempo para se suicidar, mas não teve coragem para cometer esse acto». Salmoura acrescenta: nem perante si próprio Saddam conseguiu ser digno cometendo o único acto cuja prática ainda lhe era generosamente concedida por todos: o suicídio.
A coragem, quando existe, é uma característica de pessoas íntegras e bem formadas - não era o caso de Saddam, obviamente. Com a coragem costuma confundir-se o espírito aventureiro, a crueldade, o sadismo e o masoquismo - às vezes a pura inconsciência, até - mas a coragem nada tem a ver com isso. A coragem é a resistência ao medo; é o domínio do medo, e não a ignorância do medo. A coragem pressupõe identificação do medo, resistência e luta.
A rendição sem condições e sem perspectivas de luta é o contrário de coragem: é cobardia.
Tendo-se deixado dominar pelo instinto de sobrevivência, até ao limite de ter sido capturado (com cara de rato) como um rato numa toca imunda, Saddam Hussein deu ao mundo a verdadeira imagem dos ditadores: cruéis, fanfarrões, indignos e cobardes.
Saddam teve um fim mais que merecido, talvez até, o fim mais merecido: ser confrontado, no Iraque, perante um tribunal iraquiano, com todo o rol de crimes cometidos pelo regime por si incarnado ao longo de duas décadas, sendo entregue a esse tribunal pelos seus ex-queridos amigos americanos que o amaram e armaram no passado, a quem ele pode agora, de viva voz, acusar como cúmplices dos crimes por si praticados na guerra contra o Irão.
Esse poderá ser o epílogo mais coerente de toda esta história que culminou com a invasão do Iraque por americanos e ingleses: o reencontro da criatura com o criador a quem se escapara.
Sobre a captura de Saddam Hussein, disse um psicólogo entrevistado pela CNN: «Saddam teve muito tempo para se suicidar, mas não teve coragem para cometer esse acto». Salmoura acrescenta: nem perante si próprio Saddam conseguiu ser digno cometendo o único acto cuja prática ainda lhe era generosamente concedida por todos: o suicídio.
A coragem, quando existe, é uma característica de pessoas íntegras e bem formadas - não era o caso de Saddam, obviamente. Com a coragem costuma confundir-se o espírito aventureiro, a crueldade, o sadismo e o masoquismo - às vezes a pura inconsciência, até - mas a coragem nada tem a ver com isso. A coragem é a resistência ao medo; é o domínio do medo, e não a ignorância do medo. A coragem pressupõe identificação do medo, resistência e luta.
A rendição sem condições e sem perspectivas de luta é o contrário de coragem: é cobardia.
Tendo-se deixado dominar pelo instinto de sobrevivência, até ao limite de ter sido capturado (com cara de rato) como um rato numa toca imunda, Saddam Hussein deu ao mundo a verdadeira imagem dos ditadores: cruéis, fanfarrões, indignos e cobardes.
Saddam teve um fim mais que merecido, talvez até, o fim mais merecido: ser confrontado, no Iraque, perante um tribunal iraquiano, com todo o rol de crimes cometidos pelo regime por si incarnado ao longo de duas décadas, sendo entregue a esse tribunal pelos seus ex-queridos amigos americanos que o amaram e armaram no passado, a quem ele pode agora, de viva voz, acusar como cúmplices dos crimes por si praticados na guerra contra o Irão.
Esse poderá ser o epílogo mais coerente de toda esta história que culminou com a invasão do Iraque por americanos e ingleses: o reencontro da criatura com o criador a quem se escapara.
quarta-feira, dezembro 10, 2003
O ENIGMA DA BURKA PRETA
Adivinhe quem são os fotografados:
a) Bin Laden passeando Bush na cadeirinha
b) JPP passeando Marques Mendes em Bruxelas
c) Miguel Sousa Tavares de burka vigiando Siza Vieira
d) Correio expresso da Casa Pia
e) Ministro da Saúde a caminho de uma urgência pediátrica
Resposta a publicar brevemente.
Adivinhe quem são os fotografados:
a) Bin Laden passeando Bush na cadeirinha
b) JPP passeando Marques Mendes em Bruxelas
c) Miguel Sousa Tavares de burka vigiando Siza Vieira
d) Correio expresso da Casa Pia
e) Ministro da Saúde a caminho de uma urgência pediátrica
Resposta a publicar brevemente.
terça-feira, dezembro 09, 2003
CAMÕES POETA E PALHAÇO
Quem terá tido a ideia peregrina de apresentar na inauguração, ontem, de uma biblioteca em Sintra, com a presença do primeiro-ministro, dois actores vestidos a preceito (um imitando Camões e outro imitando outro escritor que não identifiquei) ambos interagindo com os convidados através de caretas e palhaçadas várias?
Quem, raio, é que detém o pelouro da cultura na Câmara de Sintra?
Será alguém do Circo Cardinalli?
Quem terá tido a ideia peregrina de apresentar na inauguração, ontem, de uma biblioteca em Sintra, com a presença do primeiro-ministro, dois actores vestidos a preceito (um imitando Camões e outro imitando outro escritor que não identifiquei) ambos interagindo com os convidados através de caretas e palhaçadas várias?
Quem, raio, é que detém o pelouro da cultura na Câmara de Sintra?
Será alguém do Circo Cardinalli?
domingo, dezembro 07, 2003
O DEDO NA FERIDA
António Barreto põe hoje o dedo na ferida e acerta completamente no diagnóstico da penosa situação portuguesa no que a aspectos fundamentais da governação diz respeito.
Ele escreveu e vamos citá-lo:
«O défice e o endividamento têm outros resultados e outras causas: a demagogia e o facilitismo. Com o défice, consola-se a sofreguidão das corporações, administram-se privilégios, fazem-se favores, recrutam-se amigos. Com o défice, espera-se, em vão, afastar as greves, os conflitos e os protestos. Com o défice, transforma-se a irresponsabilidade em filosofia política e orientação estratégica. Com o défice, evita-se a dificuldade. Com o défice, substituem-se as reformas, isto é, não se fazem. Professores que não ensinam, funcionários destacados para nada fazer, médicos que não operam, advogados que faltam, juízes que adiam, funcionários que não atendem, técnicos que não resolvem, serviços que não servem, polícias que não vigiam, gestores que se governam, trabalhadores que metem baixas, empresas que não pagam impostos, empregados que chegam tarde, empresários que não investem, todos poderão ser contentados com o défice, todos poderão, com o défice, manter-se nas suas vidinhas irresponsáveis, improdutivas e parasitárias. Com o défice, poder-se-á gastar em festas e comemorações, em obra de fachada e subsídio, estádios de futebol e viagens. Mas não tenhamos dúvidas: apesar da volúpia fácil, com o défice, cava-se a sepultura.» Fim de citação. (os destaques no texto são da responsabilidade de Salmoura).
Agora é Salmoura que assume a responsabilidade de dizer que mesmo combatendo o défice, tudo o que está escrito no texto de A. Barreto acontece e tem tendência para continuar a acontecer.
E nisto reside a tragédia:
É na qualidade profissional; no tipo; nas origens profissionais; na dependência pessoal face a grupos económicos e políticos das pessoas que são escolhidas para os diversos cargos da administração da coisa pública - é nisso tudo que reside a tragédia. Assim sendo, não será com mais do mesmo que lá iremos.
É que um país pobre como Portugal não pode dar-se ao luxo de distribuir os dinheiros dos impostos (pagos pelos poucos portugueses que não podem fugir a esse pagamento) por beneficiários ilegítimos, parasitas sociais e outros previamente beneficiados pela fuga ao pagamento desses mesmos impostos.
Todo o artigo de António Barreto pode ser lido aqui
António Barreto põe hoje o dedo na ferida e acerta completamente no diagnóstico da penosa situação portuguesa no que a aspectos fundamentais da governação diz respeito.
Ele escreveu e vamos citá-lo:
«O défice e o endividamento têm outros resultados e outras causas: a demagogia e o facilitismo. Com o défice, consola-se a sofreguidão das corporações, administram-se privilégios, fazem-se favores, recrutam-se amigos. Com o défice, espera-se, em vão, afastar as greves, os conflitos e os protestos. Com o défice, transforma-se a irresponsabilidade em filosofia política e orientação estratégica. Com o défice, evita-se a dificuldade. Com o défice, substituem-se as reformas, isto é, não se fazem. Professores que não ensinam, funcionários destacados para nada fazer, médicos que não operam, advogados que faltam, juízes que adiam, funcionários que não atendem, técnicos que não resolvem, serviços que não servem, polícias que não vigiam, gestores que se governam, trabalhadores que metem baixas, empresas que não pagam impostos, empregados que chegam tarde, empresários que não investem, todos poderão ser contentados com o défice, todos poderão, com o défice, manter-se nas suas vidinhas irresponsáveis, improdutivas e parasitárias. Com o défice, poder-se-á gastar em festas e comemorações, em obra de fachada e subsídio, estádios de futebol e viagens. Mas não tenhamos dúvidas: apesar da volúpia fácil, com o défice, cava-se a sepultura.» Fim de citação. (os destaques no texto são da responsabilidade de Salmoura).
Agora é Salmoura que assume a responsabilidade de dizer que mesmo combatendo o défice, tudo o que está escrito no texto de A. Barreto acontece e tem tendência para continuar a acontecer.
E nisto reside a tragédia:
É na qualidade profissional; no tipo; nas origens profissionais; na dependência pessoal face a grupos económicos e políticos das pessoas que são escolhidas para os diversos cargos da administração da coisa pública - é nisso tudo que reside a tragédia. Assim sendo, não será com mais do mesmo que lá iremos.
É que um país pobre como Portugal não pode dar-se ao luxo de distribuir os dinheiros dos impostos (pagos pelos poucos portugueses que não podem fugir a esse pagamento) por beneficiários ilegítimos, parasitas sociais e outros previamente beneficiados pela fuga ao pagamento desses mesmos impostos.
Todo o artigo de António Barreto pode ser lido aqui
sábado, dezembro 06, 2003
MAIS DEPRESSA DO QUE SE PREVIA
(Já não se pode ignorar o caos na Saúde)
A realidade já está a ficar tão preta que começa a ser difícil ignorar por mais tempo o caos que ameaça instalar-se na prestação de cuidados de saúde à população portuguesa.
Aos poucos os média já vão pegando no tema, sobretudo desde há uma semana, pois, os estados maiores das televisões e dos jornais estão a ver que não podem ficar por mais tempo calados dando protecção ao Governo e aos grupos económicos que querem apossar-se dos hospitais e do próprio sistema de cuidados de saúde do país, e por isso já vamos assistindo a quebras da solidariedade absurda que esses meios de comunicação vinham mantendo para com o poder político vigente e o faminto e voraz poder económico instalado.
Assim, têm já aparecido algumas manchetes sobre rupturas em certas urgências hospitalares e o ministro da Saúde já teve necessidade de vir justificar-se perante as câmaras de televisão, com alguma demagogia pois não encontrou razões que defendessem, tanto a ele como a ministros anteriores, da culpa que têm no cartório sucessivos governos dos últimos 15 anos (mas sobretudo este Governo privatizador e desmantelador do Serviço Nacional de Saúde), por esses governos terem passado a encarar os hospitais inseridos no Serviço Nacional de Saúde como se encaram fábricas de salsichas ou de parafusos, isto é, segundo a filosofia do menor gasto com pessoal, com instalações e equipamentos, não importando se as ditas "fábricas" produzem salsichas de plástico ou parafusos de madeira, interessando apenas dizer que produzem o que devem produzir, pondo à frente dessas "fábricas" administradores impreparados para a sua gestão, boys preocupados apenas com estatísticas, números e dividendos (para os seus partidos e para os grupos económicos que os sustentam).
Abalançamo-nos a vaticinar: este Governo vai cair essencialmente por causa da Saúde. Por causa do caos que está a instalar no Serviço Nacional de Saúde.
Porque está à vista de todos que já não tem condições para resolver o problema. Desde logo porque se comprometeu a atingir objectivos impróprios no campo da Saúde, tem a máquina em movimento acelerado e já, mesmo que quisesse, não conseguiria fazê-la parar.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
(Já não se pode ignorar o caos na Saúde)
A realidade já está a ficar tão preta que começa a ser difícil ignorar por mais tempo o caos que ameaça instalar-se na prestação de cuidados de saúde à população portuguesa.
Aos poucos os média já vão pegando no tema, sobretudo desde há uma semana, pois, os estados maiores das televisões e dos jornais estão a ver que não podem ficar por mais tempo calados dando protecção ao Governo e aos grupos económicos que querem apossar-se dos hospitais e do próprio sistema de cuidados de saúde do país, e por isso já vamos assistindo a quebras da solidariedade absurda que esses meios de comunicação vinham mantendo para com o poder político vigente e o faminto e voraz poder económico instalado.
Assim, têm já aparecido algumas manchetes sobre rupturas em certas urgências hospitalares e o ministro da Saúde já teve necessidade de vir justificar-se perante as câmaras de televisão, com alguma demagogia pois não encontrou razões que defendessem, tanto a ele como a ministros anteriores, da culpa que têm no cartório sucessivos governos dos últimos 15 anos (mas sobretudo este Governo privatizador e desmantelador do Serviço Nacional de Saúde), por esses governos terem passado a encarar os hospitais inseridos no Serviço Nacional de Saúde como se encaram fábricas de salsichas ou de parafusos, isto é, segundo a filosofia do menor gasto com pessoal, com instalações e equipamentos, não importando se as ditas "fábricas" produzem salsichas de plástico ou parafusos de madeira, interessando apenas dizer que produzem o que devem produzir, pondo à frente dessas "fábricas" administradores impreparados para a sua gestão, boys preocupados apenas com estatísticas, números e dividendos (para os seus partidos e para os grupos económicos que os sustentam).
Abalançamo-nos a vaticinar: este Governo vai cair essencialmente por causa da Saúde. Por causa do caos que está a instalar no Serviço Nacional de Saúde.
Porque está à vista de todos que já não tem condições para resolver o problema. Desde logo porque se comprometeu a atingir objectivos impróprios no campo da Saúde, tem a máquina em movimento acelerado e já, mesmo que quisesse, não conseguiria fazê-la parar.
Aguardemos as cenas dos próximos capítulos.
sexta-feira, dezembro 05, 2003
NEM SEQUER UM ossito DERAM AO SABUJO!
(Na Cimeira da Verdade)
Acaba de ser noticiado que numa reunião entre representantes de vários países e a administração provisória do Iraque, «Portugal não foi contemplado com garantias de negócios no Iraque». Entre os países contemplados com essas garantias (a certeza de que o que exportarem para o Iraque lhes será pago) encontram-se os Estados Unidos, o Japão, o Reino Unido e a Alemanha, entre outros.
Isto significa, tão somente o seguinte:
a) que a Alemanha, apesar de se ter oposto à invasão do Iraque, está já sentada à mesa do orçamento da "reconstrução" daquele país;
b) que Portugal, que apoiou caninamente a invasão, e nisso tomou uma posição contrária à da Alemanha e da França, foi, para já, excluído dos negócios relacionados com a "reconstrução" do Iraque.
Ao que parece os "benefícios" que Portugal vai colher de ter apoiado os Estados Unidos, desalinhando assim da posição maioritária dos seus parceiros europeus (Alemanha, França e outros mais), são, entre outros que hão-de vir, o desprezo americano e a indiferença alemã. Falta ainda saber o que a França nos dirá mais tarde quando precisarmos do seu apoio.
(Na Cimeira da Verdade)
Acaba de ser noticiado que numa reunião entre representantes de vários países e a administração provisória do Iraque, «Portugal não foi contemplado com garantias de negócios no Iraque». Entre os países contemplados com essas garantias (a certeza de que o que exportarem para o Iraque lhes será pago) encontram-se os Estados Unidos, o Japão, o Reino Unido e a Alemanha, entre outros.
Isto significa, tão somente o seguinte:
a) que a Alemanha, apesar de se ter oposto à invasão do Iraque, está já sentada à mesa do orçamento da "reconstrução" daquele país;
b) que Portugal, que apoiou caninamente a invasão, e nisso tomou uma posição contrária à da Alemanha e da França, foi, para já, excluído dos negócios relacionados com a "reconstrução" do Iraque.
Ao que parece os "benefícios" que Portugal vai colher de ter apoiado os Estados Unidos, desalinhando assim da posição maioritária dos seus parceiros europeus (Alemanha, França e outros mais), são, entre outros que hão-de vir, o desprezo americano e a indiferença alemã. Falta ainda saber o que a França nos dirá mais tarde quando precisarmos do seu apoio.
IGNORÂNCIA DOLOROSA (A MINHA)
Há alturas em que a minha ignorância de certos conhecimentos me causa um estado doloroso. Acontece agora o caso de, por desconhecer quase em absoluto o que é a arquitectura, não poder, por isso mesmo, explicar a certos senhores que esse cu parece nada ter a ver com as calças da ideologia.
Pergunto-me perplexo e confuso se acaso as tais belíssimas torres que vi e cuja beleza apreciei em Hong Kong representariam algo de comunismo, fascismo, maoísmo, marxismo, budismo, ou outra ideologia qualquer que o meu desconhecimento das coisas me impediu de saber ver que lá estavam nesta ou naquela torre (ou mais naquela que naqueloutra) para as ter podido apreciar com maior profundidade e sageza.
E como não sei qual a resposta, fico à espera que os entendidos me venham explicar como é que posso conseguir ver o comunismo de Siza Vieira nos seus projectos arquitectónicos e nas obras deles saídas.
Há alturas em que a minha ignorância de certos conhecimentos me causa um estado doloroso. Acontece agora o caso de, por desconhecer quase em absoluto o que é a arquitectura, não poder, por isso mesmo, explicar a certos senhores que esse cu parece nada ter a ver com as calças da ideologia.
Pergunto-me perplexo e confuso se acaso as tais belíssimas torres que vi e cuja beleza apreciei em Hong Kong representariam algo de comunismo, fascismo, maoísmo, marxismo, budismo, ou outra ideologia qualquer que o meu desconhecimento das coisas me impediu de saber ver que lá estavam nesta ou naquela torre (ou mais naquela que naqueloutra) para as ter podido apreciar com maior profundidade e sageza.
E como não sei qual a resposta, fico à espera que os entendidos me venham explicar como é que posso conseguir ver o comunismo de Siza Vieira nos seus projectos arquitectónicos e nas obras deles saídas.
terça-feira, dezembro 02, 2003
CHAPEAU A PEDRO OLIVEIRA, DO BARNABÉ
Com a sua proposta de retirar a palavra anti-colonialismo da Constituição Portuguesa, dizendo provocatoriamente que «os angolanos, os moçambicanos e os timorenses nunca sentiram o racismo que houve noutros impérios», Paulo Portas pretende colocar na agenda da esquerda um assunto que já fez o seu caminho e está esclarecido em dezenas de livros e em milhares de documentos, e não é susceptível de qualquer processo de reescrita que possa ser aceite quer pelos portugueses (que têm a posse da maioria desses documentos), quer pelos africanos das ex-colónias que, ou tomaram conhecimento da história através daquilo a que alguns chamam a oratura popular (a cultura transmitida oralmente através de lendas, histórias e lembranças de acontecimentos) ou além disso viveram ainda parte da opressão colonial. Opressão que existiu, sim senhor.
Salmoura já referiu algures que em plenos anos sessenta, em Cabo Verde, por exemplo, era proibido, em espaços públicos, formar grupos de mais de duas pessoas. Mal se aproximasse uma terceira pessoa, logo vinha a polícia que dava ordem de «dispersar, dispersar»; e muitas vezes, mesmo havendo apenas duas pessoas a falar em local público, a polícia, não mandando dispersar, ordenava «toca a andar, toca andar». Não sabemos porquê mas a ordem era sempre repetida; ouvimo-la vezes sem conta, em S. Vicente, quando andávamos no liceu.
Manda a verdade que se diga também que essas ordens de «dispersar» e de «toca a andar» eram dadas sobretudo a estudantes dos últimos anos do liceu e a adultos que pelo conhecimento que deles tinham as polícias (isso era fácil num meio tão pequeno) poderiam trocar informações consideradas subversivas ou criar laços de união através da comunhão de ideias e de aspirações.
É mais que sabido - é ponto assente - que houve Império Português. E que, nas colónias portuguesas (incluindo Cabo Verde onde tudo foi sempre mitigado - há que dizer a verdade), houve colonialismo; houve escravatura; houve discriminação racial; houve tudo o que essas realidades implicavam e implicaram: opressão, assassinatos, deportações, prisões arbitrárias - o sem-fim de processos e de práticas historicamente associados aos impérios e ao colonialismo. Houve tudo isso.
Mas, felizmente, com o reconhecimento dos erros, a acção do tempo e a adopção de novas regras de convivência entre os povos, a normalidade tem-se instalado e não é um qualquer Paulo Portas da Moderna que tem categoria e peso político e intelectual bastantes para trazer este assunto à mesa da discussão. Ele quer é uma espécie de Magiolo Gouveia II para entreter o pagode.
Por isso concordo plenamente com a posta de Pedro Oliveira, Armadilha para tolos, pois é precisamente disso que se trata: uma armadilha para desviar as atenções de tudo que de mau está a fazer este Governo e dos enormes problemas que ele criou: recessão, penúria nacional, caos nos Serviços de Saúde, etc.; e outros nos quais se meteu: o Iraque, para não irmos mais longe.
Também faço votos para que a oposição não dê troco a esse "mãozinhas" e olhe apenas para a realidade quotidiana deste povo enganado com vários "Carnavais" e míticas "cenouras" que o têm conduzido rumo ao abismo económico e social.
Com a sua proposta de retirar a palavra anti-colonialismo da Constituição Portuguesa, dizendo provocatoriamente que «os angolanos, os moçambicanos e os timorenses nunca sentiram o racismo que houve noutros impérios», Paulo Portas pretende colocar na agenda da esquerda um assunto que já fez o seu caminho e está esclarecido em dezenas de livros e em milhares de documentos, e não é susceptível de qualquer processo de reescrita que possa ser aceite quer pelos portugueses (que têm a posse da maioria desses documentos), quer pelos africanos das ex-colónias que, ou tomaram conhecimento da história através daquilo a que alguns chamam a oratura popular (a cultura transmitida oralmente através de lendas, histórias e lembranças de acontecimentos) ou além disso viveram ainda parte da opressão colonial. Opressão que existiu, sim senhor.
Salmoura já referiu algures que em plenos anos sessenta, em Cabo Verde, por exemplo, era proibido, em espaços públicos, formar grupos de mais de duas pessoas. Mal se aproximasse uma terceira pessoa, logo vinha a polícia que dava ordem de «dispersar, dispersar»; e muitas vezes, mesmo havendo apenas duas pessoas a falar em local público, a polícia, não mandando dispersar, ordenava «toca a andar, toca andar». Não sabemos porquê mas a ordem era sempre repetida; ouvimo-la vezes sem conta, em S. Vicente, quando andávamos no liceu.
Manda a verdade que se diga também que essas ordens de «dispersar» e de «toca a andar» eram dadas sobretudo a estudantes dos últimos anos do liceu e a adultos que pelo conhecimento que deles tinham as polícias (isso era fácil num meio tão pequeno) poderiam trocar informações consideradas subversivas ou criar laços de união através da comunhão de ideias e de aspirações.
É mais que sabido - é ponto assente - que houve Império Português. E que, nas colónias portuguesas (incluindo Cabo Verde onde tudo foi sempre mitigado - há que dizer a verdade), houve colonialismo; houve escravatura; houve discriminação racial; houve tudo o que essas realidades implicavam e implicaram: opressão, assassinatos, deportações, prisões arbitrárias - o sem-fim de processos e de práticas historicamente associados aos impérios e ao colonialismo. Houve tudo isso.
Mas, felizmente, com o reconhecimento dos erros, a acção do tempo e a adopção de novas regras de convivência entre os povos, a normalidade tem-se instalado e não é um qualquer Paulo Portas da Moderna que tem categoria e peso político e intelectual bastantes para trazer este assunto à mesa da discussão. Ele quer é uma espécie de Magiolo Gouveia II para entreter o pagode.
Por isso concordo plenamente com a posta de Pedro Oliveira, Armadilha para tolos, pois é precisamente disso que se trata: uma armadilha para desviar as atenções de tudo que de mau está a fazer este Governo e dos enormes problemas que ele criou: recessão, penúria nacional, caos nos Serviços de Saúde, etc.; e outros nos quais se meteu: o Iraque, para não irmos mais longe.
Também faço votos para que a oposição não dê troco a esse "mãozinhas" e olhe apenas para a realidade quotidiana deste povo enganado com vários "Carnavais" e míticas "cenouras" que o têm conduzido rumo ao abismo económico e social.
segunda-feira, dezembro 01, 2003
AS TORRES DO SIZA
Estamos a ver que acontece com a arquitectura o mesmo que acontece relativamente à medicina: embora nada percebendo do assunto, mesmo assim lá vamos tendo as nossas opiniões médicas e arquitectónicas não nos coibindo sequer de condenar o trabalho dos profissionais dessas áreas.
Miguel Sousa Tavares escreveu, há dias, no Público, contra as famosas Torres do Siza (projectadas ou a projectar) para a zona de Alcântara, as quais, por sua vez merecem, justa e sensatamente, o benefício da dúvida por parte dos especialistas de Epiderme, na posta intitulada "As Torres".
Pois bem, agora chegou a vez de sermos nós a dar opinião, não propriamente sobre as Torres do Siza, mas, sobre "construção em altura". Ela aqui vai:
Hong Kong, situada na Ilha Vitória, é uma cidade upa-upa, constituída por inúmeras torres altíssimas "colocadas" quer na zona litoral baixa, quer nas encostas escarpadas que sobem até ao famoso pick dotado de teleférico.
Hong Kong
Foto by Salmoura
Hong Kong é das cidades mais lindas do mundo (esta opinião é generalizada). E é também a opinião que os pobres sentidos de Salmoura lhe transmitiram de todas as mais de cinco dezenas de vez que visitou HK por puro prazer de lá estar, andar, ouvir, sentir a presença das multidões e olhar para ver a beleza física da cidade (as torres, pois, as belíssimas torres).
Hong Kong
Foto by Salmoura
Caímos aqui, uma vez mais, na mais lapaliciana das verdades: as coisas não são boas ou más em si mesmas; isso depende do uso que fizermos delas.
Qual o "uso" que Siza pretende fazer das suas Torres em Alcântara? Já se sabe? Não é melhor esperar pelo projecto e que os especialistas se pronunciem primeiro?
Estamos a ver que acontece com a arquitectura o mesmo que acontece relativamente à medicina: embora nada percebendo do assunto, mesmo assim lá vamos tendo as nossas opiniões médicas e arquitectónicas não nos coibindo sequer de condenar o trabalho dos profissionais dessas áreas.
Miguel Sousa Tavares escreveu, há dias, no Público, contra as famosas Torres do Siza (projectadas ou a projectar) para a zona de Alcântara, as quais, por sua vez merecem, justa e sensatamente, o benefício da dúvida por parte dos especialistas de Epiderme, na posta intitulada "As Torres".
Pois bem, agora chegou a vez de sermos nós a dar opinião, não propriamente sobre as Torres do Siza, mas, sobre "construção em altura". Ela aqui vai:
Hong Kong, situada na Ilha Vitória, é uma cidade upa-upa, constituída por inúmeras torres altíssimas "colocadas" quer na zona litoral baixa, quer nas encostas escarpadas que sobem até ao famoso pick dotado de teleférico.
Hong Kong
Foto by Salmoura
Hong Kong é das cidades mais lindas do mundo (esta opinião é generalizada). E é também a opinião que os pobres sentidos de Salmoura lhe transmitiram de todas as mais de cinco dezenas de vez que visitou HK por puro prazer de lá estar, andar, ouvir, sentir a presença das multidões e olhar para ver a beleza física da cidade (as torres, pois, as belíssimas torres).
Hong Kong
Foto by Salmoura
Caímos aqui, uma vez mais, na mais lapaliciana das verdades: as coisas não são boas ou más em si mesmas; isso depende do uso que fizermos delas.
Qual o "uso" que Siza pretende fazer das suas Torres em Alcântara? Já se sabe? Não é melhor esperar pelo projecto e que os especialistas se pronunciem primeiro?
O NOME DELA É TATIANA
O Pedro Mexia escusava de publicar, no Dicionário, a fotografia da Tatiana sem a identificar. Não fosse aqui o Salmoura, e os leitores de Mexia iriam ficar dez dias sem saberem como se chama a menina.
O Pedro Mexia escusava de publicar, no Dicionário, a fotografia da Tatiana sem a identificar. Não fosse aqui o Salmoura, e os leitores de Mexia iriam ficar dez dias sem saberem como se chama a menina.
CONTE COMIGO, CONTE COMIGO
Tomei em devida conta esta proposta veiculada pelo Barnabé. Confesso que nesta altura (depois de beber meia garrafa de uma zurrapa qualquer que me ofereceram ontem) não estou em condições de fazer o balancete da minha empresa unipessoal para saber se gozo de alguma folga orçamental que me permita candidatar a accionista do putativo tablóide.
Talvez amanhã conversemos melhor sobre o assunto.
Mas quer-me parecer que o Pedro Oliveira não deveria estar em melhor estado que estou agora quando deu à estampa dita posta.
Terá sonhado com algum telefonema do mulah Omar? Ou será que Belmiro, em oposição aos Mello, resolveu inscrever-se na Al-Qaeda?
Tomei em devida conta esta proposta veiculada pelo Barnabé. Confesso que nesta altura (depois de beber meia garrafa de uma zurrapa qualquer que me ofereceram ontem) não estou em condições de fazer o balancete da minha empresa unipessoal para saber se gozo de alguma folga orçamental que me permita candidatar a accionista do putativo tablóide.
Talvez amanhã conversemos melhor sobre o assunto.
Mas quer-me parecer que o Pedro Oliveira não deveria estar em melhor estado que estou agora quando deu à estampa dita posta.
Terá sonhado com algum telefonema do mulah Omar? Ou será que Belmiro, em oposição aos Mello, resolveu inscrever-se na Al-Qaeda?
domingo, novembro 30, 2003
VÁ DE RETRO SATANÁS
Escrevi agora este texto só para atirar com o Bush mais para baixo e assim fazer com que ele deixe de desviar as atenções dos leitores do quadro em cima à direita. Este texto não vai ser, contudo, muito extenso pois não quero atirar com o George para o fundo do poço e privar o senhor Luís Delgado do imenso prazer de continuar a contemplar a fotografia da sua querida musa inspiradora.
Escrevi agora este texto só para atirar com o Bush mais para baixo e assim fazer com que ele deixe de desviar as atenções dos leitores do quadro em cima à direita. Este texto não vai ser, contudo, muito extenso pois não quero atirar com o George para o fundo do poço e privar o senhor Luís Delgado do imenso prazer de continuar a contemplar a fotografia da sua querida musa inspiradora.
sábado, novembro 29, 2003
UM LUNÁTICO NA INTERNET
Este é o texto mais lunático que até hoje li em qualquer suporte (blog, jornal, livro, revista ou parede de WC público).
Felizmente que a mulher do autor é psiquiatra.
Este é o texto mais lunático que até hoje li em qualquer suporte (blog, jornal, livro, revista ou parede de WC público).
Felizmente que a mulher do autor é psiquiatra.
POR FAVOR SENHORES JORNALISTAS
Salmoura tem vindo a alertar a blogosfera para os malefícios evidentes da privatização da Saúde em Portugal. E tem dito que quem se vai tramar com isso tudo são os pobres (os jornalistas pobres, os professores pobres, os médicos pobres, os políticos pobres e os pobres pobres).
Salmoura tem pedido insistentemente aos jornalistas que não se acobardem e investiguem e divulguem as negociatas que vão havendo à volta da Saúde e do Serviço Nacional de Saúde, em Portugal.
O silêncio sobre esse assunto tem sido quase total, destacando-se apenas o Senhor Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, como a única entidade preocupada com as sombrias perspectivas futuras a resultar das privatizações em curso e, sobretudo, das privatizações previstas para médio/longo prazo.
Contudo, desde há duas semanas, já começaram, algo surpreendentemente, a aparecer nos média, tenuemente, pequenas notícias sobre o problema da privatização da Saúde em Portugal. O mérito disso não é, seguramente, das denúncias de Salmoura - sabemos isso - o mérito parece vir, surpreendentemente, do campo de certos grupos privados que já estão a sentir-se afastados da "panela da Saúde" e agora armam-se em patriotas defensores do interesse público, contra eventuais "panelinhas" arranjadas à pressa por certos grupos privados representados no Governo.
Assim, o semanário Expresso diz hoje:
«O Grupo Espírito Santo e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) estão furiosos com o Governo por considerarem que o concurso para o hospital público universitário em Sintra é "feito à medida" do consórcio Mello-Católica». Por isso «Pretendem alertar o primeiro-ministro, Durão Barroso, e a ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, para o facto de "não estarem a ser garantidos os interesses do Estado" quando se faz um concurso a que provavelmente concorrerá apenas um único candidato».
Quem lê isso fica a pensar: afinal os governantes não estão no Governo para acautelarem os interesses do Estado. Os governantes estão no Governo é para acautelarem os interesses dos privados. De certos privados.
E o que acontece é que talvez os governantes estejam mesmo a acautelar apenas os interesses do certos privados, neste caso os interesses do Grupo Mello (grupo que, segundo dizem as más línguas, conta com os favores do actual ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira; grupo que, segundo também dizem as más línguas , contava com os favores do ex-ministro da Saúde do PS, Correia de Campos).
E será por isso que outros privados (Banco Espírito Santo e CGD) estão agora a gritar por socorro?
Salmoura já o disse e vai repetir: se os portugueses não acordarem já e não se opuserem firmemente a esta política de privatização da Saúde, é o direito à saúde que estará em causa daqui a algum tempo. Porque, a vingar a actual política, de futuro só quem tiver dinheiro terá bons cuidados de saúde e quem não tiver dinheiro, se tiver que morrer (porque não terá boa assitência médica) morrerá.
Salmoura volta a pedir: senhores jornalistas, investiguem o assunto e tragam-nos notícias. Vençam os vossos fantasmas e receios; sejam corajosos os que ainda não revelaram sê-lo. Vejam que agora até têm aliados de peso (grupos privados que se sentem lesados). Aproveitem a maré que a gente agradece.
Salmoura tem vindo a alertar a blogosfera para os malefícios evidentes da privatização da Saúde em Portugal. E tem dito que quem se vai tramar com isso tudo são os pobres (os jornalistas pobres, os professores pobres, os médicos pobres, os políticos pobres e os pobres pobres).
Salmoura tem pedido insistentemente aos jornalistas que não se acobardem e investiguem e divulguem as negociatas que vão havendo à volta da Saúde e do Serviço Nacional de Saúde, em Portugal.
O silêncio sobre esse assunto tem sido quase total, destacando-se apenas o Senhor Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, como a única entidade preocupada com as sombrias perspectivas futuras a resultar das privatizações em curso e, sobretudo, das privatizações previstas para médio/longo prazo.
Contudo, desde há duas semanas, já começaram, algo surpreendentemente, a aparecer nos média, tenuemente, pequenas notícias sobre o problema da privatização da Saúde em Portugal. O mérito disso não é, seguramente, das denúncias de Salmoura - sabemos isso - o mérito parece vir, surpreendentemente, do campo de certos grupos privados que já estão a sentir-se afastados da "panela da Saúde" e agora armam-se em patriotas defensores do interesse público, contra eventuais "panelinhas" arranjadas à pressa por certos grupos privados representados no Governo.
Assim, o semanário Expresso diz hoje:
«O Grupo Espírito Santo e a Caixa Geral de Depósitos (CGD) estão furiosos com o Governo por considerarem que o concurso para o hospital público universitário em Sintra é "feito à medida" do consórcio Mello-Católica». Por isso «Pretendem alertar o primeiro-ministro, Durão Barroso, e a ministra das Finanças, Manuela Ferreira Leite, para o facto de "não estarem a ser garantidos os interesses do Estado" quando se faz um concurso a que provavelmente concorrerá apenas um único candidato».
Quem lê isso fica a pensar: afinal os governantes não estão no Governo para acautelarem os interesses do Estado. Os governantes estão no Governo é para acautelarem os interesses dos privados. De certos privados.
E o que acontece é que talvez os governantes estejam mesmo a acautelar apenas os interesses do certos privados, neste caso os interesses do Grupo Mello (grupo que, segundo dizem as más línguas, conta com os favores do actual ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira; grupo que, segundo também dizem as más línguas , contava com os favores do ex-ministro da Saúde do PS, Correia de Campos).
E será por isso que outros privados (Banco Espírito Santo e CGD) estão agora a gritar por socorro?
Salmoura já o disse e vai repetir: se os portugueses não acordarem já e não se opuserem firmemente a esta política de privatização da Saúde, é o direito à saúde que estará em causa daqui a algum tempo. Porque, a vingar a actual política, de futuro só quem tiver dinheiro terá bons cuidados de saúde e quem não tiver dinheiro, se tiver que morrer (porque não terá boa assitência médica) morrerá.
Salmoura volta a pedir: senhores jornalistas, investiguem o assunto e tragam-nos notícias. Vençam os vossos fantasmas e receios; sejam corajosos os que ainda não revelaram sê-lo. Vejam que agora até têm aliados de peso (grupos privados que se sentem lesados). Aproveitem a maré que a gente agradece.
TERRORISMO OU GUERRA?
O Iraque era, há um ano atrás, um país soberano.
Foi invadido e agora está ocupado por americanos e britânicos.
Hoje, sete agentes secretos espanhóis foram emboscados e mortos no Iraque.
Ao que se sabe esses agentes secretos não tinham os necessários vistos nos respectivos passaportes para entrarem no Iraque. E muito menos tinham permissão para exercerem a actividade secreta naquele país.
À luz destes factos, será que essa emboscada e morte dos agentes secretos espanhóis, por parte da resistência iraquiana, é um acto terrorista?
Os especialistas que respondam.
Eu acho que não.
O Iraque era, há um ano atrás, um país soberano.
Foi invadido e agora está ocupado por americanos e britânicos.
Hoje, sete agentes secretos espanhóis foram emboscados e mortos no Iraque.
Ao que se sabe esses agentes secretos não tinham os necessários vistos nos respectivos passaportes para entrarem no Iraque. E muito menos tinham permissão para exercerem a actividade secreta naquele país.
À luz destes factos, será que essa emboscada e morte dos agentes secretos espanhóis, por parte da resistência iraquiana, é um acto terrorista?
Os especialistas que respondam.
Eu acho que não.
sexta-feira, novembro 28, 2003
PASSE A IMODÉSTIA
Escrever por que em vez de escrever porque tornou-se moda desde há já algum tempo, e, ou se faz alguma coisa ou ainda vamos assistir a uma epidemia de por que.
Não estou a falar dos livros, mas sim das revistas e dos jornais que se publicam em Portugal. É nestes dois meios de comunicação que a moda começou e tem grassado galopantemente.
E, como não podia deixar de ser, já se estreou nos blogues com tanta força que o próprio JPP (que Salmoura julgava mais cauteloso no uso da Língua) brinda-nos hoje no Abrupto, na posta intitulada "O ESCRITOR COMO FUNCIONÁRIO PÚBLICO" com um exemplo cabal. Diz JPP: «quantas páginas únicas da nossa literatura são perdidas por que o estado não as subsidiou?».
Ora bem,
o termo por que (composto pela preposição por e pelo pronome relativo que) introduz frases relativas com o verbo no modo indicativo ou no modo conjuntivo, ou introduz frases interrogativas com o verbo no modo indicativo (sendo parafraseável por «pelo qual», «pela qual» e seus plurais; e «através do qual», «através da qual» e seus plurais). Exemplo: os livros por que eu estudo (os livros pelos quais eu estudo); ou o caminho por que foi a casa (o caminho pelo qual, através do qual, foi a casa), etc.;
já o termo porque, quer como advérbio de interrogação (em que é parafraseável por «por que motivo», «por que razão», «com que fim», «com que intenção»), quer como conjunção (em que é parafraseável por «visto que», «dado que», «visto como»), tem valor semântico causativo (relaciona-se com uma causa). Exemplos: Porque votaste PSD? (por que motivo votaste PSD?); porque os americanos invadiram o Iraque? (com que fim os americanos invadiram o Iraque?); ou então: votei PSD porque sou parvo (votei PSD visto que sou parvo), etc.;
Os dois termos não têm, portanto, o mesmo valor semântico, não podendo, por isso, ser permutáveis numa mesma frase.
Eis porque (por que razão) a frase por que (através da qual) JPP se exprimiu está incorrectamente escrita.
Em bom rigor, JPP ao perguntar «quantas páginas únicas da nossa literatura são perdidas por que o estado não as subsidiou?» pergunta o seguinte: "quantas páginas únicas da nossa literatura são perdidas pelas quais o estado não as subsidiou?"
Faz isso algum sentido?
Não, não faz porque o por que de JPP não serve para fazer interrogação.
A forma correcta de escrever a frase é: "quantas páginas únicas da nossa literatura são perdidas porque o estado não as subsidiou?"
Salmoura admite que algum corrector ortográfico possa estar na origem de tanto por que em vez de porque.
Mas porque será que Vasco Graça Moura, António Mega Ferreira ou Clara Ferreira Alves, por exemplo, nunca cometem esse erro? Usarão o mesmo corrector que Salmoura usa? Ou será porque são "funcionários públicos"?
Escrever por que em vez de escrever porque tornou-se moda desde há já algum tempo, e, ou se faz alguma coisa ou ainda vamos assistir a uma epidemia de por que.
Não estou a falar dos livros, mas sim das revistas e dos jornais que se publicam em Portugal. É nestes dois meios de comunicação que a moda começou e tem grassado galopantemente.
E, como não podia deixar de ser, já se estreou nos blogues com tanta força que o próprio JPP (que Salmoura julgava mais cauteloso no uso da Língua) brinda-nos hoje no Abrupto, na posta intitulada "O ESCRITOR COMO FUNCIONÁRIO PÚBLICO" com um exemplo cabal. Diz JPP: «quantas páginas únicas da nossa literatura são perdidas por que o estado não as subsidiou?».
Ora bem,
o termo por que (composto pela preposição por e pelo pronome relativo que) introduz frases relativas com o verbo no modo indicativo ou no modo conjuntivo, ou introduz frases interrogativas com o verbo no modo indicativo (sendo parafraseável por «pelo qual», «pela qual» e seus plurais; e «através do qual», «através da qual» e seus plurais). Exemplo: os livros por que eu estudo (os livros pelos quais eu estudo); ou o caminho por que foi a casa (o caminho pelo qual, através do qual, foi a casa), etc.;
já o termo porque, quer como advérbio de interrogação (em que é parafraseável por «por que motivo», «por que razão», «com que fim», «com que intenção»), quer como conjunção (em que é parafraseável por «visto que», «dado que», «visto como»), tem valor semântico causativo (relaciona-se com uma causa). Exemplos: Porque votaste PSD? (por que motivo votaste PSD?); porque os americanos invadiram o Iraque? (com que fim os americanos invadiram o Iraque?); ou então: votei PSD porque sou parvo (votei PSD visto que sou parvo), etc.;
Os dois termos não têm, portanto, o mesmo valor semântico, não podendo, por isso, ser permutáveis numa mesma frase.
Eis porque (por que razão) a frase por que (através da qual) JPP se exprimiu está incorrectamente escrita.
Em bom rigor, JPP ao perguntar «quantas páginas únicas da nossa literatura são perdidas por que o estado não as subsidiou?» pergunta o seguinte: "quantas páginas únicas da nossa literatura são perdidas pelas quais o estado não as subsidiou?"
Faz isso algum sentido?
Não, não faz porque o por que de JPP não serve para fazer interrogação.
A forma correcta de escrever a frase é: "quantas páginas únicas da nossa literatura são perdidas porque o estado não as subsidiou?"
Salmoura admite que algum corrector ortográfico possa estar na origem de tanto por que em vez de porque.
Mas porque será que Vasco Graça Moura, António Mega Ferreira ou Clara Ferreira Alves, por exemplo, nunca cometem esse erro? Usarão o mesmo corrector que Salmoura usa? Ou será porque são "funcionários públicos"?
quinta-feira, novembro 27, 2003
QUEM TEM CU TEM MEDO
(ou o cowboy com o rabo entre as pernas)
Jorge W. Bush, presidente dos Estados Unidos da América, almoçou, hoje, em Bagdad, neste dia de acção de graças (o feriado americano mais importante para a família), tendo a sua presença no Iraque sido noticiada só depois de o avião que o transportou ter levantado voo de Bagdad de regresso aos Estados Unidos.
Este é o pior sinal que o presidente dos Estados Unidos poderia ter dado aos seus aliados e à economnia americana na altura em que há grandes dúvidas sobre a capacidade dos americanos e britânicos para vencerem a empresa em que se meteram com toda a fanfarronice e algum desprezo pelo inimigo.
(ou o cowboy com o rabo entre as pernas)
Jorge W. Bush, presidente dos Estados Unidos da América, almoçou, hoje, em Bagdad, neste dia de acção de graças (o feriado americano mais importante para a família), tendo a sua presença no Iraque sido noticiada só depois de o avião que o transportou ter levantado voo de Bagdad de regresso aos Estados Unidos.
Este é o pior sinal que o presidente dos Estados Unidos poderia ter dado aos seus aliados e à economnia americana na altura em que há grandes dúvidas sobre a capacidade dos americanos e britânicos para vencerem a empresa em que se meteram com toda a fanfarronice e algum desprezo pelo inimigo.
SEM COMENTÁRIOS
Sousa Lara, o ex-secretário de Estado que censurou o livro de José Saramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, impedindo que o mesmo figurasse num concurso literário europeu, alegando razões morais e religiosas para o acto censório, foi hoje condenado em tribunal a dois anos e meio de prisão por crimes dados como provados no julgamento do chamado Caso Moderna.
Sousa Lara, o ex-secretário de Estado que censurou o livro de José Saramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, impedindo que o mesmo figurasse num concurso literário europeu, alegando razões morais e religiosas para o acto censório, foi hoje condenado em tribunal a dois anos e meio de prisão por crimes dados como provados no julgamento do chamado Caso Moderna.
terça-feira, novembro 25, 2003
AGORA COMPREENDI A ACÇÃO DE DEUS
António Lobo Antunes costuma dizer que aprendeu algo muito importante quando um dia um doente psiquiátrico o abordou e lhe disse isto: «sabe, o mundo foi feito por trás».
Pois bem, SEPSIA, apesar da sua juventude, pesquisou e descobriu a verdade escondida na frase do doente psiquiátrico. Está na posta Diógenes e a penitente .
Eu já deconfiava que Deus estaria metido no assunto. Mas não sabia era bem como. Agora descobri. Só falta você fazer o mesmo.
António Lobo Antunes costuma dizer que aprendeu algo muito importante quando um dia um doente psiquiátrico o abordou e lhe disse isto: «sabe, o mundo foi feito por trás».
Pois bem, SEPSIA, apesar da sua juventude, pesquisou e descobriu a verdade escondida na frase do doente psiquiátrico. Está na posta Diógenes e a penitente .
Eu já deconfiava que Deus estaria metido no assunto. Mas não sabia era bem como. Agora descobri. Só falta você fazer o mesmo.
O BARNABÉ TEM:
O Barnabé tem a invejável faculdade (e eu sinceramente invejo-lha) de descobrir certas "fragilidades" legais (e de outras naturezas) que os possidentes do regime vão criando, aqui e ali, como quem não quer a coisa, para benefício próprio e dos seus amigos.
Confesso que acho que esta descoberta é um achado importantíssimo realizado pelo Barnabé. Certamente num dia de feliz actividade arqueológica. É que o Barnabé encontrou um verdadeiro fóssil - tanto é o tempo que o objecto encontrado dormiu antes de ser descoberto.
O Barnabé tem a invejável faculdade (e eu sinceramente invejo-lha) de descobrir certas "fragilidades" legais (e de outras naturezas) que os possidentes do regime vão criando, aqui e ali, como quem não quer a coisa, para benefício próprio e dos seus amigos.
Confesso que acho que esta descoberta é um achado importantíssimo realizado pelo Barnabé. Certamente num dia de feliz actividade arqueológica. É que o Barnabé encontrou um verdadeiro fóssil - tanto é o tempo que o objecto encontrado dormiu antes de ser descoberto.
domingo, novembro 23, 2003
NÃO SERÁ TRUQUE MAS RESULTA COMO SE FOSSE
Qualquer insignificância serve para actualizarmos um blogue e colocá-lo nas primeiras linhas da lista de "frescos". O Abrupto costuma fazer isso com duas ou três linhas (como há pouco, às 23:44 de ontem, 22/11/2003); às vezes fá-lo apenas com um "republish" para dar milho aos pombinhos para que estes não se desabituem de ir comer ao mesmo local. Resulta como um truque que nos obriga a dar um salto até lá à procura de alguma novidade accionando assim o estafado contador pela enésima vez num mesmo dia. Só da minha parte e por causa disso o contador do Abrupto já deve ter dado alguns milhares de saltos sem que eu de lá tivesse trazido algo de novo.
Esses truques menores devem ser deixados para os blogues compendiais aciganados, como o Salmoura, por exemplo. Nunca deveriam ser praticados por blogues enciclopédicos. Nestes é coisa feia.
Qualquer insignificância serve para actualizarmos um blogue e colocá-lo nas primeiras linhas da lista de "frescos". O Abrupto costuma fazer isso com duas ou três linhas (como há pouco, às 23:44 de ontem, 22/11/2003); às vezes fá-lo apenas com um "republish" para dar milho aos pombinhos para que estes não se desabituem de ir comer ao mesmo local. Resulta como um truque que nos obriga a dar um salto até lá à procura de alguma novidade accionando assim o estafado contador pela enésima vez num mesmo dia. Só da minha parte e por causa disso o contador do Abrupto já deve ter dado alguns milhares de saltos sem que eu de lá tivesse trazido algo de novo.
Esses truques menores devem ser deixados para os blogues compendiais aciganados, como o Salmoura, por exemplo. Nunca deveriam ser praticados por blogues enciclopédicos. Nestes é coisa feia.
SANTA INGENUIDADE
Com os portugueses é sempre tudo muito diferente. As televisões mostraram e ouvimos o repórter dizer que a população de Nassyria recebeu-os muito bem e só é pena os soldados da GNR ainda não saberem falar árabe para se entenderem com as criancinhas que correm e vêm falar com eles a cada momento.
Primeiro revela-se a ingenuidade; depois, quando as coisas acontecem, invoca-se o azar, o puro azar.
Eu também já desconfiava que D. Sebastião não morreu em Alcácer Quibir, em 1578. Foi adoptado por uma família árabe que o tratou como um rei até aos noventa anos.
Oxalá nenhuma família árabe se perca de amores e resolva adoptar algum dos soldados da GNR.
Com os portugueses é sempre tudo muito diferente. As televisões mostraram e ouvimos o repórter dizer que a população de Nassyria recebeu-os muito bem e só é pena os soldados da GNR ainda não saberem falar árabe para se entenderem com as criancinhas que correm e vêm falar com eles a cada momento.
Primeiro revela-se a ingenuidade; depois, quando as coisas acontecem, invoca-se o azar, o puro azar.
Eu também já desconfiava que D. Sebastião não morreu em Alcácer Quibir, em 1578. Foi adoptado por uma família árabe que o tratou como um rei até aos noventa anos.
Oxalá nenhuma família árabe se perca de amores e resolva adoptar algum dos soldados da GNR.
sábado, novembro 22, 2003
QUE PENA!
Por estar a trabalhar na altura, não me foi possível ontem ver O Expresso da Meia Noite na SIC.
E o Barnabé, com esta posta, deixou-me pesaroso de não ter assistido a tão lauto festim participado pela nata da intelligentsia dextra da nossa praça mediática.
É que me comove até às lágrimas deglutir argumentos tão sólidos, evidentes e irrebatíveis como os que o Barnabé transcreve.
E eu gosto de chorar.
Quando rio.
Por estar a trabalhar na altura, não me foi possível ontem ver O Expresso da Meia Noite na SIC.
E o Barnabé, com esta posta, deixou-me pesaroso de não ter assistido a tão lauto festim participado pela nata da intelligentsia dextra da nossa praça mediática.
É que me comove até às lágrimas deglutir argumentos tão sólidos, evidentes e irrebatíveis como os que o Barnabé transcreve.
E eu gosto de chorar.
Quando rio.
CUIDADO, O ESPÍRITO DO NATAL ANDA À SOLTA
Quem gosta de electrónica e de informática, e sabe mexer em hardware de computador, vai-me entender.
Comprei a revista Exame Informática numa altura que tenho avariado um dos três computadores cá de casa (há ainda um velho portátil dormindo o sono das sucatas). Da leitura da revista sucedeu-me o seguinte:
1) Apeteceu-me construir um "Mini PC" multimédia montado numa "Barebone". Fiz as contas do material que me falta para isso pois pensei em utilizar algum do material já existente neste PC que ora uso (empregando o restante material na recuperação do computador avariado). Custo: € 1.300 (mil e trezentos euros);
2) Sendo fotógrafo amador, achei que já não era sem tempo substituir a minha impressora HP de qualidade fotográfica (boa) por uma impressora moderna da mesma marca. Custo: € 429 (quatrocentos e vinte e nove euros);
3) Achei engraçado um sintonizador externo de TV que ligado a qualquer monitor VGA (dispensando a existência de um PC) permite ver todos os canais de televisão a que tenho acesso por cabo. Uma óptima solução para ver televisão no monitor obsoleto que tenho arrumado na arrecadação. Custo: € 129 (cento e vinte e nove euros);
4) Apesar de ter dois backups em DVD dos dados deste computador que ora uso, achei que talvez fosse mais prático comprar para o mesmo efeito um disco rígido externo de 250 GB, da Iomega, por € 429 (quatrocentos e vinte e nove euros);
5) Sem ter a ver com a leitura de revistas, já fui sensibilizado para a compra de um aspirador «fantástico», com um poder tal que é capaz até de aspirar não só os tapetes cá de casa mas também os dos vizinhos dos andares de baixo, inclusive os móveis e os próprios vizinhos, quiçá até a crusta terrestre. Custo: € 1.830 (por pouco também este preço acabava em 29).
Não contando com as habituais prendas para os familiares e amigos; com o abastecimento do bar; da garrafeira (disso já se encarregou a Enoteca Unibanco que me enche a casa de garrafas de bom vinho e boas aguardentes, diga-se a verdade); e não contando com as despesas da festa do fim-de-ano,
o orçamento destas pequenas manigâncias já vai em € 4.117 (Quatro mil cento e dezassete euros).
Depois de pensar um bom bocado cheguei à conclusão que a minha vida continuaria a ter a mesmíssima qualidade que tem hoje caso eu decidisse gastar esse dinheiro todo na compra das superfluidades acima descritas.
É que não preciso de nenhuma delas.
Basta-me comprar um processador Pentium II da Intel (por menos de € 100) para resolver o único verdadeiro problema que me surgiu por aqui. Ponho o computador avariado a funcionar e continuo a ter a casa de perfeita saúde e bem agradável de ser habitada.
Ela há cada tentação que se a gente não tem cuidado ainda terá que roubar para comprar comida.
P.S. No ano passado o meu banco mandou-me um cheque à ordem no valor de € 12.250 (dois mil e quinhentos contos antigos) para eu gastar como bem entendesse pelo Natal.
Depois teria que pagar o empréstimo. Com juros, claro!
Quem gosta de electrónica e de informática, e sabe mexer em hardware de computador, vai-me entender.
Comprei a revista Exame Informática numa altura que tenho avariado um dos três computadores cá de casa (há ainda um velho portátil dormindo o sono das sucatas). Da leitura da revista sucedeu-me o seguinte:
1) Apeteceu-me construir um "Mini PC" multimédia montado numa "Barebone". Fiz as contas do material que me falta para isso pois pensei em utilizar algum do material já existente neste PC que ora uso (empregando o restante material na recuperação do computador avariado). Custo: € 1.300 (mil e trezentos euros);
2) Sendo fotógrafo amador, achei que já não era sem tempo substituir a minha impressora HP de qualidade fotográfica (boa) por uma impressora moderna da mesma marca. Custo: € 429 (quatrocentos e vinte e nove euros);
3) Achei engraçado um sintonizador externo de TV que ligado a qualquer monitor VGA (dispensando a existência de um PC) permite ver todos os canais de televisão a que tenho acesso por cabo. Uma óptima solução para ver televisão no monitor obsoleto que tenho arrumado na arrecadação. Custo: € 129 (cento e vinte e nove euros);
4) Apesar de ter dois backups em DVD dos dados deste computador que ora uso, achei que talvez fosse mais prático comprar para o mesmo efeito um disco rígido externo de 250 GB, da Iomega, por € 429 (quatrocentos e vinte e nove euros);
5) Sem ter a ver com a leitura de revistas, já fui sensibilizado para a compra de um aspirador «fantástico», com um poder tal que é capaz até de aspirar não só os tapetes cá de casa mas também os dos vizinhos dos andares de baixo, inclusive os móveis e os próprios vizinhos, quiçá até a crusta terrestre. Custo: € 1.830 (por pouco também este preço acabava em 29).
Não contando com as habituais prendas para os familiares e amigos; com o abastecimento do bar; da garrafeira (disso já se encarregou a Enoteca Unibanco que me enche a casa de garrafas de bom vinho e boas aguardentes, diga-se a verdade); e não contando com as despesas da festa do fim-de-ano,
o orçamento destas pequenas manigâncias já vai em € 4.117 (Quatro mil cento e dezassete euros).
Depois de pensar um bom bocado cheguei à conclusão que a minha vida continuaria a ter a mesmíssima qualidade que tem hoje caso eu decidisse gastar esse dinheiro todo na compra das superfluidades acima descritas.
É que não preciso de nenhuma delas.
Basta-me comprar um processador Pentium II da Intel (por menos de € 100) para resolver o único verdadeiro problema que me surgiu por aqui. Ponho o computador avariado a funcionar e continuo a ter a casa de perfeita saúde e bem agradável de ser habitada.
Ela há cada tentação que se a gente não tem cuidado ainda terá que roubar para comprar comida.
P.S. No ano passado o meu banco mandou-me um cheque à ordem no valor de € 12.250 (dois mil e quinhentos contos antigos) para eu gastar como bem entendesse pelo Natal.
Depois teria que pagar o empréstimo. Com juros, claro!
quarta-feira, novembro 19, 2003
ESCLARECIMENTO
Manda a verdade e a boa educação dizer já que, após um e-mail a oficiar o Vincent sobre a posta logo aqui em baixo, este respondeu-me reiterando que (e espero não estar a violar nenhuma regra de boa conduta citando apenas isto do e-mail do Vincent) «a história cartilaginosa foi para o blog e nunca poderia ser para a pessoa».
Concluo daí que talvez eu tenha sido excessivo na interpretação que fiz desse pequeno "acontecimento". Por isso me penitencio publicamente pedindo desculpas a ambos (Vincent e Pedro Mexia).
Manda a verdade e a boa educação dizer já que, após um e-mail a oficiar o Vincent sobre a posta logo aqui em baixo, este respondeu-me reiterando que (e espero não estar a violar nenhuma regra de boa conduta citando apenas isto do e-mail do Vincent) «a história cartilaginosa foi para o blog e nunca poderia ser para a pessoa».
Concluo daí que talvez eu tenha sido excessivo na interpretação que fiz desse pequeno "acontecimento". Por isso me penitencio publicamente pedindo desculpas a ambos (Vincent e Pedro Mexia).
terça-feira, novembro 18, 2003
AI O VINCENT, ESSE SÁDICO-GRANÍTICO!
O Vincent, quando quer, sabe ser cruel e gozão ao mesmo tempo; um autêntico sádico, em suma.
Chamar cartilagem a Pedro Mexia é mesmo isso: ser cruel, gozão, sádico.
E chamar-lhe «cartilaginoso-dondoca» é suprema crueldade.
A cartilagem é um tecido deformável, capaz de absorver choques sem que as deformações causadas pelos choques tenham carácter permanente; a cartilagem sofre os choques, deforma-se e depois volta à forma inicial
(os esqueletos tenrinhos dos embriões dos mamíferos, por exemplo, são totalmente constituídos por cartilagem).
Mexia acusou (e de que maneira) o toque de Vincent. E Vincent veio desculpar-se dizendo que não foi a Mexia mas sim ao blogue dele, o Dicionário, que apelidou de cartilaginoso-dondoca.
Ora, sendo um blogue o cartão de identidade do seu progenitor, foi a Mexia, por interposto blogue, que Vincent apelidou de cartilagem dondoca.
Sendo assim, Vincent terá ofendido Mexia.
A não ser que Mexia não consiga provar nas próximas postas que não é um indivíduo (poeta, jornalista, escritor, sei lá) afectiva e sexualmente imaturo (cartilaginoso) como alguns (Vincent incluído?) pensam que é.
O Vincent, quando quer, sabe ser cruel e gozão ao mesmo tempo; um autêntico sádico, em suma.
Chamar cartilagem a Pedro Mexia é mesmo isso: ser cruel, gozão, sádico.
E chamar-lhe «cartilaginoso-dondoca» é suprema crueldade.
A cartilagem é um tecido deformável, capaz de absorver choques sem que as deformações causadas pelos choques tenham carácter permanente; a cartilagem sofre os choques, deforma-se e depois volta à forma inicial
(os esqueletos tenrinhos dos embriões dos mamíferos, por exemplo, são totalmente constituídos por cartilagem).
Mexia acusou (e de que maneira) o toque de Vincent. E Vincent veio desculpar-se dizendo que não foi a Mexia mas sim ao blogue dele, o Dicionário, que apelidou de cartilaginoso-dondoca.
Ora, sendo um blogue o cartão de identidade do seu progenitor, foi a Mexia, por interposto blogue, que Vincent apelidou de cartilagem dondoca.
Sendo assim, Vincent terá ofendido Mexia.
A não ser que Mexia não consiga provar nas próximas postas que não é um indivíduo (poeta, jornalista, escritor, sei lá) afectiva e sexualmente imaturo (cartilaginoso) como alguns (Vincent incluído?) pensam que é.
SUPREMA HONRA
Ao estudar o pequeno universo dos seus leitores Salmoura descobriu que é lido a partir de um computador registado no domínio do Ministério da Saúde. É uma grande honra. E é óptimo que as opiniões e preocupações aqui expressas sobre a problemática da Saúde sejam lidas lá onde os planos sobre a Saúde devem ser traçados e as decisões precedentes aos mesmos devem ser tomadas.
Salmoura espera, até, que seja o ministro, ele próprio, a ler o que aqui se posta sobre a Saúde.
Se for esse o caso,
oh senhor ministro, não se faça rogado nem se acanhe; convide Salmoura para um almoço em que possamos fazer uma troca de opiniões. Olhe que lhe ficaria muito mais barato do que vários dos estudos dos seus assessores e respectivos gabinetes de apoio.
Para além de barato Salmoura garante-lhe que ficaria a ter muita informação interessante, em primeiríssima mão, sem as distorções que os dados sempre sofrem obrigatoriamente quando transitam pela cadeia hierárquica, pois que, por esse caminho a pílula deve sempre ser dourada, não é? e por vezes há interesses ocultos que determinam entorses discretas mas suficientemente perturbadoras para alterarem significativamente os dados condicionando perversamente a interpretação da realidade que pretendem reflectir.
E pode crer o senhor ministro que Salmoura, que se considera informado (mas também destemido), há-de lhe dar algumas sugestões bem úteis para o aumento da produtividade (é uma obsessão do Governo a que Salmoura promete não fugir); para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde; e algumas indicações preciosas sobre onde deve cortar nas despesas e onde deve investir, nos hospitais, para que a maioria dos portugueses seja beneficiada.
Atenciosamente Salmoura aguarda o contacto.
Ao estudar o pequeno universo dos seus leitores Salmoura descobriu que é lido a partir de um computador registado no domínio do Ministério da Saúde. É uma grande honra. E é óptimo que as opiniões e preocupações aqui expressas sobre a problemática da Saúde sejam lidas lá onde os planos sobre a Saúde devem ser traçados e as decisões precedentes aos mesmos devem ser tomadas.
Salmoura espera, até, que seja o ministro, ele próprio, a ler o que aqui se posta sobre a Saúde.
Se for esse o caso,
oh senhor ministro, não se faça rogado nem se acanhe; convide Salmoura para um almoço em que possamos fazer uma troca de opiniões. Olhe que lhe ficaria muito mais barato do que vários dos estudos dos seus assessores e respectivos gabinetes de apoio.
Para além de barato Salmoura garante-lhe que ficaria a ter muita informação interessante, em primeiríssima mão, sem as distorções que os dados sempre sofrem obrigatoriamente quando transitam pela cadeia hierárquica, pois que, por esse caminho a pílula deve sempre ser dourada, não é? e por vezes há interesses ocultos que determinam entorses discretas mas suficientemente perturbadoras para alterarem significativamente os dados condicionando perversamente a interpretação da realidade que pretendem reflectir.
E pode crer o senhor ministro que Salmoura, que se considera informado (mas também destemido), há-de lhe dar algumas sugestões bem úteis para o aumento da produtividade (é uma obsessão do Governo a que Salmoura promete não fugir); para a melhoria da qualidade dos cuidados de saúde; e algumas indicações preciosas sobre onde deve cortar nas despesas e onde deve investir, nos hospitais, para que a maioria dos portugueses seja beneficiada.
Atenciosamente Salmoura aguarda o contacto.
domingo, novembro 16, 2003
FINALMENTE JPP ACORDOU
O longo sono iraquiano, de cerca de pelo menos três meses, que Pacheco Pereira vinha dormindo, parece que acabou. JPP acordou hoje e postou sobre a presença do invasor americano no Iraque.
Nada mau. Antes tarde do que nunca.
Mas postou com desalento e uma certa dose de amargura.
Ainda não deu verdadeiramente a mão à palmatória sobre a razão suprema por ele invocada para defender a invasão do Iraque: as tais famosíssimas armas de destruição massiva de Saddam. Mas dizer, como ele disse hoje no Abrupto, que «o descrédito que caiu sobre as administrações americana e inglesa por causa das armas de destruição massiva (e por contágio, sobre todos os que, como eu, lhe atribuíram um papel fundamental na legitimação da intervenção)» - dizer isto - já é um passo na direcção da palmatória. Embora antes de o dizer tenha dito isto: «Não se vêem os resultados esperados». Eu traduzo. O que ele queria dizer é: "nunca mais se descobre o raio das armas, caramba! E com isso lá vou caindo em descrédito, na companhia e por culpa das administrações americana e inglesa".
Todos estávamos a ver que JPP tinha sido enganado (é mais um não-assumido, pelo menos por ora) e foi isso que determinou que tivesse ficado entupido esse tempo todo no que ao Iraque diz respeito.
Implícito na análise que Pacheco Pereira agora fez sobre a situação no Iraque está o vaticínio de que o pior é o que vai acontecer a curto-médio prazo: o futuro abandono do Iraque por parte dos amigos americanos (mandando às urtigas todas as doutrinas e todas as teorias que elevavam a "sua" democracia à condição de coisa divina) para quem agora o que é mais importante é preparar a reeleição de Bush do que continuar em coboiadas tentando endireitar o mundo à bomba.
Isto é de derrear o mais intrépido defensor das teorias de um senhor desaparecido em combate, de seu nome Donald Rumsfeld. Lembram-se deste senhor? Parece que existiu há milhares de anos como os dinossauros. Não se sabe onde está metido agora.
E Pacheco Pereira está derreado. E dá sinais de estar a ficar um pouco religioso. Começa a acreditar, a crer, a ter fé. Por isso disse (quando digo que disse quero dizer que escreveu) «Há caminhos políticos, militares e diplomáticos que, com firmeza, podem inverter a situação e corrigir os erros». Só ele vê esses caminhos. Através da sua fé.
Diz quem assistiu, que Mário Soares e Freitas do Amaral, depois de lerem hoje o Abrupto, deram gargalhadas monumentais que chegaram à Marmeleira sob a forma de forte vendaval provocando frequentes interrupções de electricidade na aldeia de Pacheco.
O longo sono iraquiano, de cerca de pelo menos três meses, que Pacheco Pereira vinha dormindo, parece que acabou. JPP acordou hoje e postou sobre a presença do invasor americano no Iraque.
Nada mau. Antes tarde do que nunca.
Mas postou com desalento e uma certa dose de amargura.
Ainda não deu verdadeiramente a mão à palmatória sobre a razão suprema por ele invocada para defender a invasão do Iraque: as tais famosíssimas armas de destruição massiva de Saddam. Mas dizer, como ele disse hoje no Abrupto, que «o descrédito que caiu sobre as administrações americana e inglesa por causa das armas de destruição massiva (e por contágio, sobre todos os que, como eu, lhe atribuíram um papel fundamental na legitimação da intervenção)» - dizer isto - já é um passo na direcção da palmatória. Embora antes de o dizer tenha dito isto: «Não se vêem os resultados esperados». Eu traduzo. O que ele queria dizer é: "nunca mais se descobre o raio das armas, caramba! E com isso lá vou caindo em descrédito, na companhia e por culpa das administrações americana e inglesa".
Todos estávamos a ver que JPP tinha sido enganado (é mais um não-assumido, pelo menos por ora) e foi isso que determinou que tivesse ficado entupido esse tempo todo no que ao Iraque diz respeito.
Implícito na análise que Pacheco Pereira agora fez sobre a situação no Iraque está o vaticínio de que o pior é o que vai acontecer a curto-médio prazo: o futuro abandono do Iraque por parte dos amigos americanos (mandando às urtigas todas as doutrinas e todas as teorias que elevavam a "sua" democracia à condição de coisa divina) para quem agora o que é mais importante é preparar a reeleição de Bush do que continuar em coboiadas tentando endireitar o mundo à bomba.
Isto é de derrear o mais intrépido defensor das teorias de um senhor desaparecido em combate, de seu nome Donald Rumsfeld. Lembram-se deste senhor? Parece que existiu há milhares de anos como os dinossauros. Não se sabe onde está metido agora.
E Pacheco Pereira está derreado. E dá sinais de estar a ficar um pouco religioso. Começa a acreditar, a crer, a ter fé. Por isso disse (quando digo que disse quero dizer que escreveu) «Há caminhos políticos, militares e diplomáticos que, com firmeza, podem inverter a situação e corrigir os erros». Só ele vê esses caminhos. Através da sua fé.
Diz quem assistiu, que Mário Soares e Freitas do Amaral, depois de lerem hoje o Abrupto, deram gargalhadas monumentais que chegaram à Marmeleira sob a forma de forte vendaval provocando frequentes interrupções de electricidade na aldeia de Pacheco.
ANUNCIA-SE CARNAVAL ANTECIPADO NA SIC
(Actualizado às 21:20)
É a TSF on-line que noticia isto, às 17:57:
«O avião que transporta Maria João Ruela tem hora prevista de aterragem no Aeroporto Militar de Figo Maduro, em Lisboa, às 20:00.»
Vai-se mesmo cumprir os presságios aqui do Salmoura: vai haver hoje lixo a dar com pau no telejornal da SIC.
Vamos ver se Pacheco Pereira terá a "deselegante" coragem de chamar os bois (não digo pelos nomes mas) ao menos por vitelos, vitelinhos, ou gado bovino. Tudo menos ficar calado perante esse telejornal terceiro-mundista que se adivinha.
Actualização. Como todos vimos, houve carnaval (26 minutos do telejornal sobre a jornalista de rabo furado). Como também vimos, Pacheco não teve a coragem que exigiu ao representante do Governo na inauguração do Estádio do Dragão. Portanto, tudo normal e à portuguesa. Que é como quem diz: segundo as conveniências.
(Actualizado às 21:20)
É a TSF on-line que noticia isto, às 17:57:
«O avião que transporta Maria João Ruela tem hora prevista de aterragem no Aeroporto Militar de Figo Maduro, em Lisboa, às 20:00.»
Vai-se mesmo cumprir os presságios aqui do Salmoura: vai haver hoje lixo a dar com pau no telejornal da SIC.
Vamos ver se Pacheco Pereira terá a "deselegante" coragem de chamar os bois (não digo pelos nomes mas) ao menos por vitelos, vitelinhos, ou gado bovino. Tudo menos ficar calado perante esse telejornal terceiro-mundista que se adivinha.
Actualização. Como todos vimos, houve carnaval (26 minutos do telejornal sobre a jornalista de rabo furado). Como também vimos, Pacheco não teve a coragem que exigiu ao representante do Governo na inauguração do Estádio do Dragão. Portanto, tudo normal e à portuguesa. Que é como quem diz: segundo as conveniências.
HOJE VAI SER DE ARROMBA
Hoje há muita coisa para se comentar na TV.
Quando os jornalistas, eles próprios, passam a ser notícia, temos acontecimento sério e da maior importância a exigir a atenção não só do país mas do mundo inteiro.
É por isso que hoje à noite, nos telejornais, os comentadores de serviço não vão poder fugir a dar-nos a sua opinião sobre o magno problema que envolveu um jornalista da TSF e uma da SIC em terras iraquianas.
Carlos Raleiras, jornalista da TSF, foi ontem libertado a 7 (sete) quilómetros da fronteira do Kuwait «em pleno deserto» como anda a dizer a TSF em cada noticiário em que um iraquiano bondoso nos conta (para que gravemos na memória para sempre), que Carlos «lavou-se, comeu pão, ovos» e não sei que mais, e que é um good guy. Tudo revelações que merecem repetição exaustiva, a cada trinta minutos, nos noticiários daquela estação emissora.
Mas o mais importante está para acontecer logo mais.
É que a heroína portuguesa, a nova padeira de Aljubarrota, Maria João Ruela, jornalista da SIC, que levou um tiro no rabo, chega hoje a Portugal num avião expressamente enviado ao Médio Oriente pelo Governo Português para transportar até Lisboa a nossa heroína de rabo furado.
Digam lá se Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes e Pacheco Pereira não vão ter que nos explicar, sob os mais variados e complexos ângulos, o que determinou e condicionou esse magno acontecimento e quais as enormes consequências que daí advirão para a Humanidade.
Hoje temos que ter os olhos e ouvidos pregados às televisões para bebermos cada palavra dos nossos comentadores.
Com uma secreta esperança:
Que Pacheco Pereira, fazendo algo semelhante àquilo que ele achou que o representante do Governo que estiver hoje na inauguração do Estádio do Dragão, no Porto, deveria fazer (correndo o risco de uma vaia ou coisa pior) – «lembrar que aquilo foi construído com dinheiro dos contribuintes» – lembrasse à SIC que, à parte o problema pessoal de Maria João Ruela, todo o espectáculo que se tem montado à volta deste (não) assunto é deprimente, provinciano, injustificado e de um ridículo tão confrangedor quanto pacóvio. E que o envio de um avião, pago com o dinheiro dos contribuintes, por parte do Governo, para ir buscar a jornalista, é uma decisão inqualificável própria de um país do terceiro mundo.
Hoje há muita coisa para se comentar na TV.
Quando os jornalistas, eles próprios, passam a ser notícia, temos acontecimento sério e da maior importância a exigir a atenção não só do país mas do mundo inteiro.
É por isso que hoje à noite, nos telejornais, os comentadores de serviço não vão poder fugir a dar-nos a sua opinião sobre o magno problema que envolveu um jornalista da TSF e uma da SIC em terras iraquianas.
Carlos Raleiras, jornalista da TSF, foi ontem libertado a 7 (sete) quilómetros da fronteira do Kuwait «em pleno deserto» como anda a dizer a TSF em cada noticiário em que um iraquiano bondoso nos conta (para que gravemos na memória para sempre), que Carlos «lavou-se, comeu pão, ovos» e não sei que mais, e que é um good guy. Tudo revelações que merecem repetição exaustiva, a cada trinta minutos, nos noticiários daquela estação emissora.
Mas o mais importante está para acontecer logo mais.
É que a heroína portuguesa, a nova padeira de Aljubarrota, Maria João Ruela, jornalista da SIC, que levou um tiro no rabo, chega hoje a Portugal num avião expressamente enviado ao Médio Oriente pelo Governo Português para transportar até Lisboa a nossa heroína de rabo furado.
Digam lá se Marcelo Rebelo de Sousa, Santana Lopes e Pacheco Pereira não vão ter que nos explicar, sob os mais variados e complexos ângulos, o que determinou e condicionou esse magno acontecimento e quais as enormes consequências que daí advirão para a Humanidade.
Hoje temos que ter os olhos e ouvidos pregados às televisões para bebermos cada palavra dos nossos comentadores.
Com uma secreta esperança:
Que Pacheco Pereira, fazendo algo semelhante àquilo que ele achou que o representante do Governo que estiver hoje na inauguração do Estádio do Dragão, no Porto, deveria fazer (correndo o risco de uma vaia ou coisa pior) – «lembrar que aquilo foi construído com dinheiro dos contribuintes» – lembrasse à SIC que, à parte o problema pessoal de Maria João Ruela, todo o espectáculo que se tem montado à volta deste (não) assunto é deprimente, provinciano, injustificado e de um ridículo tão confrangedor quanto pacóvio. E que o envio de um avião, pago com o dinheiro dos contribuintes, por parte do Governo, para ir buscar a jornalista, é uma decisão inqualificável própria de um país do terceiro mundo.
sexta-feira, novembro 14, 2003
A BIGORNA DE WALT DISNEY NO IRAQUE
Segundo noticiam os média, estão a decorrer em Bagdad duas operações desencadeadas nestes últimos dois, três dias, pelo exército de ocupação americano; uma das operações chama-se «Operação Bigorna» e a outra chama-se «Operação Martelo de Ferro». Não nos esqueçamos que já houvera a operação «Choque e Pavor».
Estas duas designações dadas agora às operações em curso demonstram bem a vontade incontida dos americanos de esmagar os iraquianos e deixá-los totalmente desfeitos em pasta humana, em ketchup humano se possível.
Ao contrário do que se pode pensar, aqui não se trata de «super-terrorismo» mas sim de uma forma ternurenta e brincalhona de combater o terrorismo. É que os americanos devem ter tirado esses nomes dos desenhos animados de Walt Disney e estão convencidos que não haverá verdadeiras vítimas dessas "operações".
Estou a ver os iraquianos a serem martelados até se afundarem e desaparecerem pelo chão adentro, ou a levarem com a bigorna em cima ficando espalmados que nem uma folha de papel.
Depois, claro, esses iraquianos, como que se espreguiçam, rinchando e tremendo, até ficarem outra vez novinhos em folha e prontos para mandarem mais duas bazucadas nos ocupantes.
Para tudo recomeçar de novo... até à eternidade.
E com os nossos GNRs e os nossos enviados especiais a filmarem as cenas todas para a posteridade; a permitirem que se encham telejornais e mais telejornais com essas novelas todas que nos vão distraindo da má governação a que estamos sujeitos até que um dia acordemos todos privatizados, sem direitos básicos (como o direito à saúde, por exemplo), mas ainda em boas condições de aplaudir e eleger quem nos maltrata com tanta dedicação e empenho.
Segundo noticiam os média, estão a decorrer em Bagdad duas operações desencadeadas nestes últimos dois, três dias, pelo exército de ocupação americano; uma das operações chama-se «Operação Bigorna» e a outra chama-se «Operação Martelo de Ferro». Não nos esqueçamos que já houvera a operação «Choque e Pavor».
Estas duas designações dadas agora às operações em curso demonstram bem a vontade incontida dos americanos de esmagar os iraquianos e deixá-los totalmente desfeitos em pasta humana, em ketchup humano se possível.
Ao contrário do que se pode pensar, aqui não se trata de «super-terrorismo» mas sim de uma forma ternurenta e brincalhona de combater o terrorismo. É que os americanos devem ter tirado esses nomes dos desenhos animados de Walt Disney e estão convencidos que não haverá verdadeiras vítimas dessas "operações".
Estou a ver os iraquianos a serem martelados até se afundarem e desaparecerem pelo chão adentro, ou a levarem com a bigorna em cima ficando espalmados que nem uma folha de papel.
Depois, claro, esses iraquianos, como que se espreguiçam, rinchando e tremendo, até ficarem outra vez novinhos em folha e prontos para mandarem mais duas bazucadas nos ocupantes.
Para tudo recomeçar de novo... até à eternidade.
E com os nossos GNRs e os nossos enviados especiais a filmarem as cenas todas para a posteridade; a permitirem que se encham telejornais e mais telejornais com essas novelas todas que nos vão distraindo da má governação a que estamos sujeitos até que um dia acordemos todos privatizados, sem direitos básicos (como o direito à saúde, por exemplo), mas ainda em boas condições de aplaudir e eleger quem nos maltrata com tanta dedicação e empenho.
DESCOMPRIMAMOS UM POUCO A BLOGOSFERA
O senhor Provedor de Justiça sugeriu que se instalem "salas de xuto" (salas de injecção assistida de droga) nas prisões.
A senhora ministra da Justiça (a que se trata no Brasil provando a desconfiança que os membros do Governo têm na pouca saúde que dão à Saúde) veio logo dizer «nem pensar»; «só por cima do meu cadáver».
Não briguem, por favor. Consultem o vosso especialista no assunto.
O senhor Provedor de Justiça sugeriu que se instalem "salas de xuto" (salas de injecção assistida de droga) nas prisões.
A senhora ministra da Justiça (a que se trata no Brasil provando a desconfiança que os membros do Governo têm na pouca saúde que dão à Saúde) veio logo dizer «nem pensar»; «só por cima do meu cadáver».
Não briguem, por favor. Consultem o vosso especialista no assunto.
BRINQUEM COM O FOGO!...
Chega a ser incompreensível que, no ponto tão claramente complicado - quão incompreensível e imprevisível, inclusive pelos invasores - a que chegaram as coisas no Iraque, ainda haja quem defenda o atafulhamento daquele país com tropas multinacionais tendo em vista fazer a paz.
Os que achavam e acham que é com super-terrorismo ("choque e pavor" e outras acções semelhantes) que se consegue combater o terrorismo, mostram hoje, cristalinamente, que nada aprenderam com os conflitos do Vietnam, do Afeganistão (de ontem e de hoje), do Médio Oriente e do sub continente indiano.
É claro que eu não sei qual a melhor forma de combater o terrorismo. Mas ao que parece também ainda não apareceu quem saiba como combatê-lo.
A melhor forma de incentivar e fazer crescer o terrorismo - essa temos visto e sabemos qual é - é pôr o Estado a praticá-lo e tudo fazer para o praticar à escala global.
E no dia em que importarmos o terrorismo para Portugal eu quero ver esses fanfarrões a fazerem os discursos belicistas que lhes ouvimos hoje que o fenómeno ainda é distante.
Chega a ser incompreensível que, no ponto tão claramente complicado - quão incompreensível e imprevisível, inclusive pelos invasores - a que chegaram as coisas no Iraque, ainda haja quem defenda o atafulhamento daquele país com tropas multinacionais tendo em vista fazer a paz.
Os que achavam e acham que é com super-terrorismo ("choque e pavor" e outras acções semelhantes) que se consegue combater o terrorismo, mostram hoje, cristalinamente, que nada aprenderam com os conflitos do Vietnam, do Afeganistão (de ontem e de hoje), do Médio Oriente e do sub continente indiano.
É claro que eu não sei qual a melhor forma de combater o terrorismo. Mas ao que parece também ainda não apareceu quem saiba como combatê-lo.
A melhor forma de incentivar e fazer crescer o terrorismo - essa temos visto e sabemos qual é - é pôr o Estado a praticá-lo e tudo fazer para o praticar à escala global.
E no dia em que importarmos o terrorismo para Portugal eu quero ver esses fanfarrões a fazerem os discursos belicistas que lhes ouvimos hoje que o fenómeno ainda é distante.
quarta-feira, novembro 12, 2003
FESTA ADIADA
Verifico com algum desalento que cerca de 50% das "visitas" ao Salmoura são listagens feitas pelo Google, o que não quer dizer que quem fez a busca tenha lido o blogue.
Verifiquei isso na altura em que ia embandeirar-me em arco por o Salmoura ter atingido um número significativo de visitas; abortei a festa e meti, pelo menos por ora, a viola no saco.
Enquanto aguardo por melhores tempos, faço votos para que os contadores de visitas dos outros blogues não tenham tamanha influência desse motor de busca.
O que me consola um pouco no meio de tanto desalento é constatar que quando se pesquisa a palavra "salmoura" no Google, o primeiro "site" que é mostrado por esse motor de busca é este blogue.
Verifico com algum desalento que cerca de 50% das "visitas" ao Salmoura são listagens feitas pelo Google, o que não quer dizer que quem fez a busca tenha lido o blogue.
Verifiquei isso na altura em que ia embandeirar-me em arco por o Salmoura ter atingido um número significativo de visitas; abortei a festa e meti, pelo menos por ora, a viola no saco.
Enquanto aguardo por melhores tempos, faço votos para que os contadores de visitas dos outros blogues não tenham tamanha influência desse motor de busca.
O que me consola um pouco no meio de tanto desalento é constatar que quando se pesquisa a palavra "salmoura" no Google, o primeiro "site" que é mostrado por esse motor de busca é este blogue.
A CAMINHO
Sempre pensei que os famosos 120 soldados da GNR nunca seriam enviados para o Iraque. Mais convencido disso fiquei quando ouvi o professor Adriano Moreira dizer, numa entrevista na rádio, que esses soldados não deviam ser enviados e que achava que já não iam mesmo para o Iraque.
Pois bem (ou pois mal), hoje é o dia marcado para o embarque desses homens para o sul do Iraque. Por respeito para com as suas vidas, não repetirei agora os vaticínios catastrofistas que fiz aí há uns dois meses atrás. E desejo, sinceramente, que nada lhes aconteça de mal.
Mas as minhas expectativas não são as melhores pois não acredito que o contingente de tropas italianas onde serão "integrados" lhes vai dar as missões mais fáceis e menos perigosas ficando os italianos com as mais difíceis e de piores consequências.
Vamos ficar de olho no Governo e no ministro Figueiredo Lopes para irmos sabendo como vão dar-nos conta das acções deste contingente português além fronteiras.
Sempre pensei que os famosos 120 soldados da GNR nunca seriam enviados para o Iraque. Mais convencido disso fiquei quando ouvi o professor Adriano Moreira dizer, numa entrevista na rádio, que esses soldados não deviam ser enviados e que achava que já não iam mesmo para o Iraque.
Pois bem (ou pois mal), hoje é o dia marcado para o embarque desses homens para o sul do Iraque. Por respeito para com as suas vidas, não repetirei agora os vaticínios catastrofistas que fiz aí há uns dois meses atrás. E desejo, sinceramente, que nada lhes aconteça de mal.
Mas as minhas expectativas não são as melhores pois não acredito que o contingente de tropas italianas onde serão "integrados" lhes vai dar as missões mais fáceis e menos perigosas ficando os italianos com as mais difíceis e de piores consequências.
Vamos ficar de olho no Governo e no ministro Figueiredo Lopes para irmos sabendo como vão dar-nos conta das acções deste contingente português além fronteiras.
terça-feira, novembro 11, 2003
segunda-feira, novembro 10, 2003
OH VITORINO, TENS LÁ TINO?
Eu disse que não voltaria a falar mais dele mas não disse que não falaria mais do PS.
Perseguição ou não; «patifaria» ou não; crime ou não: o certo é que existe um filão inesgotável do mesmo assunto que, de cada vez que é explorado, faz levantar uma nuvem enorme de poeira no PS transformando-o, aos olhos da opinião pública, numa espécie de virgem louca que, levantando a nuvem, quer é chamar a atenção do mundo e convencê-lo da sua virgindade descurando tudo o resto que lhe poderia garantir uma existência plena de saúde, bem-estar, riqueza, etc. - apoios e votos, em suma.
Estamos fartos de ver o PS agarrado à "Casa Pia"!
Estamos fartos de ver o País sem o maior partido da oposição.
São precisas, urgentemente, doses maciças de tino para o Partido Socialista.
Eu disse que não voltaria a falar mais dele mas não disse que não falaria mais do PS.
Perseguição ou não; «patifaria» ou não; crime ou não: o certo é que existe um filão inesgotável do mesmo assunto que, de cada vez que é explorado, faz levantar uma nuvem enorme de poeira no PS transformando-o, aos olhos da opinião pública, numa espécie de virgem louca que, levantando a nuvem, quer é chamar a atenção do mundo e convencê-lo da sua virgindade descurando tudo o resto que lhe poderia garantir uma existência plena de saúde, bem-estar, riqueza, etc. - apoios e votos, em suma.
Estamos fartos de ver o PS agarrado à "Casa Pia"!
Estamos fartos de ver o País sem o maior partido da oposição.
São precisas, urgentemente, doses maciças de tino para o Partido Socialista.
domingo, novembro 09, 2003
COM A BEXIGA PELO QUEIXO
Conheço um senhor com setenta e tal anos que, para além do reumático, tem uma hérnia inguinal, sofre da próstata e não quer deixar-se operar por nada deste mundo. Anda permanentemente algaliado e do seu dia a dia conta histórias (algumas verídicas) de fazer chorar as pedras da calçada a ver se consegue que se condoam dele e lhe dêem alguma ajuda «para atenuar esta miséria de vida».
Sempre que posso dou-lhe algum dinheiro, e como sou defensor do consumo de bebidas alcoólicas para cura de todos os males do espírito e de alguns males do corpo, é com gosto que recebo a censura dos "vizinhos" desse meu velhote que fartam-se de queixar que faço mais mal ao velho dando-lhe dinheiro do que se lhe recusasse uma sandes, um copo de leite, ou uma manta no Inverno, pois, «ele mete-se na primeira taberna e só sai de lá quando estiver completamente bêbado».
O que não sabem esses "vizinhos" é que o velhote me alegra contando as suas façanhas de quando está com os copos dizendo quase sempre no fim «tirei a porcaria da algália e aquilo foi uma daquelas de pôr o mundo a tremer» para concluir «depois chamei a ambulância e, ti-nó-ni, lá fui eu parar ao hospital preso de "orinas" e com a bexiga a chegar-me ao queixo». Conclui invariavelmente a narrativa com um suspiro para logo me dizer «e como vamos hoje de finanças, hein amigo?»
Conheço um senhor com setenta e tal anos que, para além do reumático, tem uma hérnia inguinal, sofre da próstata e não quer deixar-se operar por nada deste mundo. Anda permanentemente algaliado e do seu dia a dia conta histórias (algumas verídicas) de fazer chorar as pedras da calçada a ver se consegue que se condoam dele e lhe dêem alguma ajuda «para atenuar esta miséria de vida».
Sempre que posso dou-lhe algum dinheiro, e como sou defensor do consumo de bebidas alcoólicas para cura de todos os males do espírito e de alguns males do corpo, é com gosto que recebo a censura dos "vizinhos" desse meu velhote que fartam-se de queixar que faço mais mal ao velho dando-lhe dinheiro do que se lhe recusasse uma sandes, um copo de leite, ou uma manta no Inverno, pois, «ele mete-se na primeira taberna e só sai de lá quando estiver completamente bêbado».
O que não sabem esses "vizinhos" é que o velhote me alegra contando as suas façanhas de quando está com os copos dizendo quase sempre no fim «tirei a porcaria da algália e aquilo foi uma daquelas de pôr o mundo a tremer» para concluir «depois chamei a ambulância e, ti-nó-ni, lá fui eu parar ao hospital preso de "orinas" e com a bexiga a chegar-me ao queixo». Conclui invariavelmente a narrativa com um suspiro para logo me dizer «e como vamos hoje de finanças, hein amigo?»
DEFINITIVAMENTE ENFERRUJADO E ENTERRADO
Curiosidade ou não, a primeira posta deste blogue foi sobre Ferro Rodrigues. Hoje coloco aqui esta última posta sobre o mesmo personagem. Não voltarei a falar nele mesmo que se torne um gigante, faça um milagre ou levante voo e paire sobre Lisboa.
A razão fundamental por que hoje vem à baila o nome dele prende-se com a minha profunda preocupação, como cidadão, da inexistência continuada de oposição política ao Governo, em que temos vivido e vamos continuar a viver.
E a melhor forma que encontro de falar sobre Ferro Rodrigues e a sua má e perniciosa liderança do PS, e do seu futuro mais que previsível, é pedir-vos que leiam o artigo de Mário Bettencourt Resendes no DN de hoje . Está lá tudo de essencial sobre o assunto.
E já que falo em artigos de jornais, leiam o de Frei Bento Domingues no Públido. É sobre outro tema igualmente actual e interessante.
Curiosidade ou não, a primeira posta deste blogue foi sobre Ferro Rodrigues. Hoje coloco aqui esta última posta sobre o mesmo personagem. Não voltarei a falar nele mesmo que se torne um gigante, faça um milagre ou levante voo e paire sobre Lisboa.
A razão fundamental por que hoje vem à baila o nome dele prende-se com a minha profunda preocupação, como cidadão, da inexistência continuada de oposição política ao Governo, em que temos vivido e vamos continuar a viver.
E a melhor forma que encontro de falar sobre Ferro Rodrigues e a sua má e perniciosa liderança do PS, e do seu futuro mais que previsível, é pedir-vos que leiam o artigo de Mário Bettencourt Resendes no DN de hoje . Está lá tudo de essencial sobre o assunto.
E já que falo em artigos de jornais, leiam o de Frei Bento Domingues no Públido. É sobre outro tema igualmente actual e interessante.
sábado, novembro 08, 2003
REVOLUÇÃO BIOLÓGICA À VISTA
Salmoura tem seguido com atenção este blogue jovem de inegável qualidade. Eis uma «lagartixa» que promete «chegar a jacaré» contrariando seriamente a tese deste biólogo que um dia, ao consultar "a bíblia da Biologia" (a letra de uma canção popular que ouvira algures), compreendeu «porque é que a lagartixa nunca chega a jacaré».
Salmoura tem seguido com atenção este blogue jovem de inegável qualidade. Eis uma «lagartixa» que promete «chegar a jacaré» contrariando seriamente a tese deste biólogo que um dia, ao consultar "a bíblia da Biologia" (a letra de uma canção popular que ouvira algures), compreendeu «porque é que a lagartixa nunca chega a jacaré».
sexta-feira, novembro 07, 2003
CITAÇÃO
Cansado e, por isso, creio, desmotivado para andar aqui na blogação, não resisto, contudo, a publicar estas curtas palavras de Jules Michelet, citado por Carlos Fuentes, a páginas 9 do seu livro AURA publicado pela D. Quixote:
[... «Os deuses são como os homens: nascem e morrem sobre o peito de uma mulher»...]
Dali (1921)
Cansado e, por isso, creio, desmotivado para andar aqui na blogação, não resisto, contudo, a publicar estas curtas palavras de Jules Michelet, citado por Carlos Fuentes, a páginas 9 do seu livro AURA publicado pela D. Quixote:
Dali (1921)
quarta-feira, novembro 05, 2003
PIMENTA NO OLHO DO VIZINHO É REFRESCO
O título acima é um dito brasileiro que espelha bem o quanto a parcialidade e o egoísmo nos podem levar à incoerência e ao desprezo pelos outros.
Enquanto Salmoura foi deitando pimenta nos olhos dos vizinhos do Blog de Esquerda, as postas que Salmoura lhes foi enviando foram sendo publicadas como «colaborações itálicas». Quando Salmoura, através da posta aqui mais abaixo intitulada, "CÃO DE NOME COBARDE PARA JORNALISTAS?", colocou um niquinho de pimenta no olho dos jornalistas, porque Salmoura não escolhe fanaticamente o campo dos seus afectos por conveniência, antes vai espalhando afectos conforme o merecimento de cada um - hoje pode ser um cão, amanhã um gato; ou hoje pode ser o Governo e a direita, e amanhã a oposição e a esquerda -; quando Salmoura fez isso e enviou a posta ao Blog de Esquerda pedindo aos seus autores (homens dos jornais) que a publicassem,
Tá quieto, oh mau! É o publicas!
Publicas uma ova!
Não houve publicação nem sequer um e-mail (como outros antes recebidos) a justificar o acto (acto que Salmoura não quer classificar ou adjectivar. Lá têm as suas razões).
Mas é um facto: os jornalistas não têm demonstrado coragem suficiente para investigarem e abordarem na comunicação social o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde em favor dos privados; acção conscientíssima que o Governo tem levado a cabo pondo em risco o direito à saúde dos mais pobres; da maioria da população portuguesa. E Salmoura questiona mais uma vez os jornalistas sobre se o facto de não ligarem ao problema se prende com o medo que terão do chicote do patrão. E aconselha-os, se for esse o caso, a que comprem um cão e lhe chamem COBARDE.
É com pena que Salmoura escreve esta posta. Mas é preferível ser coerente e perder a possibilidade de publicar postas no Blog de Esquerda do que ser egoísta e ficar calado só para poder beneficiar de maior visibilidade na blogosfera.
O título acima é um dito brasileiro que espelha bem o quanto a parcialidade e o egoísmo nos podem levar à incoerência e ao desprezo pelos outros.
Enquanto Salmoura foi deitando pimenta nos olhos dos vizinhos do Blog de Esquerda, as postas que Salmoura lhes foi enviando foram sendo publicadas como «colaborações itálicas». Quando Salmoura, através da posta aqui mais abaixo intitulada, "CÃO DE NOME COBARDE PARA JORNALISTAS?", colocou um niquinho de pimenta no olho dos jornalistas, porque Salmoura não escolhe fanaticamente o campo dos seus afectos por conveniência, antes vai espalhando afectos conforme o merecimento de cada um - hoje pode ser um cão, amanhã um gato; ou hoje pode ser o Governo e a direita, e amanhã a oposição e a esquerda -; quando Salmoura fez isso e enviou a posta ao Blog de Esquerda pedindo aos seus autores (homens dos jornais) que a publicassem,
Tá quieto, oh mau! É o publicas!
Publicas uma ova!
Não houve publicação nem sequer um e-mail (como outros antes recebidos) a justificar o acto (acto que Salmoura não quer classificar ou adjectivar. Lá têm as suas razões).
Mas é um facto: os jornalistas não têm demonstrado coragem suficiente para investigarem e abordarem na comunicação social o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde em favor dos privados; acção conscientíssima que o Governo tem levado a cabo pondo em risco o direito à saúde dos mais pobres; da maioria da população portuguesa. E Salmoura questiona mais uma vez os jornalistas sobre se o facto de não ligarem ao problema se prende com o medo que terão do chicote do patrão. E aconselha-os, se for esse o caso, a que comprem um cão e lhe chamem COBARDE.
É com pena que Salmoura escreve esta posta. Mas é preferível ser coerente e perder a possibilidade de publicar postas no Blog de Esquerda do que ser egoísta e ficar calado só para poder beneficiar de maior visibilidade na blogosfera.
segunda-feira, novembro 03, 2003
COM LICENÇA! ESTE É O SENHOR JOE GOULD
Agora é o próprio que se vos apresenta:
«O meu nome é Joseph Ferdinand Gould, formado em Harvard, magna cum difficultate, curso de 1911, e presidente do Conselho de Administração de Boa & Má Sorte, SARL. Em troca de uma bebida, posso recitar-lhe um poema, fazer um discurso, defender uma tese ou tirar os sapatos e imitar uma gaivota. Prefiro gin, mas uma cerveja também serve.»
Apresentado que está o personagem, posso-vos garantir que Joe Gould, de quem sou amigo desde a última madrugada, me disse «por norma desprezo o dinheiro» e que é raro ter nos bolsos mais que um dólar.
Certa vez recebeu uma herança que esbanjou em poucos dias. Fez uma coisa que lhe deu uma grande satisfação. Comprou um rádio enorme, todo brilhante, levou-o para a Sexta Avenida e desfê-lo aos pontapés. Nunca ligou à rádio. «Cinco minutos de paleio idiota que sai dessa engenhoca», terá dito, «eram o bastante para dar volta ao estômago de uma cabra».
Gould pediu uma vez, numa Noite de Poesia Religiosa, autorização para dizer um poema que tinha escrito e que se intitulava "A Minha Religião". Deram-lhe a autorização e então Gould recitou:
No Inverno sou budista
E no Verão sou nudista.
E agora vou trabalhar. Não posso ficar aqui a noite toda a contar-vos a história de Joe Gould. Comprem o livro se quiserem saber mais. Uma boa noite é o que vos desejo.
Agora é o próprio que se vos apresenta:
«O meu nome é Joseph Ferdinand Gould, formado em Harvard, magna cum difficultate, curso de 1911, e presidente do Conselho de Administração de Boa & Má Sorte, SARL. Em troca de uma bebida, posso recitar-lhe um poema, fazer um discurso, defender uma tese ou tirar os sapatos e imitar uma gaivota. Prefiro gin, mas uma cerveja também serve.»
Apresentado que está o personagem, posso-vos garantir que Joe Gould, de quem sou amigo desde a última madrugada, me disse «por norma desprezo o dinheiro» e que é raro ter nos bolsos mais que um dólar.
Certa vez recebeu uma herança que esbanjou em poucos dias. Fez uma coisa que lhe deu uma grande satisfação. Comprou um rádio enorme, todo brilhante, levou-o para a Sexta Avenida e desfê-lo aos pontapés. Nunca ligou à rádio. «Cinco minutos de paleio idiota que sai dessa engenhoca», terá dito, «eram o bastante para dar volta ao estômago de uma cabra».
Gould pediu uma vez, numa Noite de Poesia Religiosa, autorização para dizer um poema que tinha escrito e que se intitulava "A Minha Religião". Deram-lhe a autorização e então Gould recitou:
E no Verão sou nudista.
E agora vou trabalhar. Não posso ficar aqui a noite toda a contar-vos a história de Joe Gould. Comprem o livro se quiserem saber mais. Uma boa noite é o que vos desejo.
domingo, novembro 02, 2003
O SEGREDO DE JOE GOULD
Tinha aqui apontado num pedaço de papel, perdido desde Julho passado, «comprar "O Segredo de Joe Gould" aconselhado pelo Vincent». Hoje encontrei o papelinho, e o livro já cá canta. Pela amostra das duas primeiras páginas é livro para ser todo lido já esta noite; não dá para esperar pelo dia de amanhã. Nem para estar aqui na blogação. O chamamento é forte e a expectativa elevada. Boa noite e passem bem.
Tinha aqui apontado num pedaço de papel, perdido desde Julho passado, «comprar "O Segredo de Joe Gould" aconselhado pelo Vincent». Hoje encontrei o papelinho, e o livro já cá canta. Pela amostra das duas primeiras páginas é livro para ser todo lido já esta noite; não dá para esperar pelo dia de amanhã. Nem para estar aqui na blogação. O chamamento é forte e a expectativa elevada. Boa noite e passem bem.
CÂMARA DE ECO
«Baixas Fraudulentas»
«Tem-se assistido ultimamente, inicialmente pelo primeiro-ministro e depois pelo ministro do Trabalho e Segurança Social, ao içar do estandarte do combate às baixas fraudulentas.
Todos aplaudimos, menos aqueles que as praticam.
Mas, devem os "ilustres" governantes começar por arrumar as suas próprias casas, para depois arrumarem ou tentarem arrumar a casa dos outros.
Ou seja, não deve o Governo começar por punir a deputada Maria Elisa, que recorreu ao esquema da baixa fraudulenta para não perder o tachão na AR e ir para Londres como conselheira de imprensa da embaixada portuguesa? Ou será que a esta gente tudo é permitido, quando na realidade impende sobre eles uma dupla responsabilidade, a de cidadãos e a de governantes/parlamentares? Com que lata podem eles exigir aos outros aquilo que eles não cumprem?
Jorge Subtil ─ Carcavelos»(in PÚBLICO, Domingo, 02 de Novembro de 2003
«Baixas Fraudulentas»
«Tem-se assistido ultimamente, inicialmente pelo primeiro-ministro e depois pelo ministro do Trabalho e Segurança Social, ao içar do estandarte do combate às baixas fraudulentas.
Todos aplaudimos, menos aqueles que as praticam.
Mas, devem os "ilustres" governantes começar por arrumar as suas próprias casas, para depois arrumarem ou tentarem arrumar a casa dos outros.
Ou seja, não deve o Governo começar por punir a deputada Maria Elisa, que recorreu ao esquema da baixa fraudulenta para não perder o tachão na AR e ir para Londres como conselheira de imprensa da embaixada portuguesa? Ou será que a esta gente tudo é permitido, quando na realidade impende sobre eles uma dupla responsabilidade, a de cidadãos e a de governantes/parlamentares? Com que lata podem eles exigir aos outros aquilo que eles não cumprem?
Jorge Subtil ─ Carcavelos»(in PÚBLICO, Domingo, 02 de Novembro de 2003
PRAZERES (2)
Para si, cara Sofia, que me enviou um e-mail perguntando-me que bebida recomendo como aperitivo para quem gosta de bebidas doces
aqui vai a receita de um cocktail saboroso.
Num copo alto (uma flute para champanhe, por exemplo) misture por esta ordem:
Um terço de néctar de pêssego (o da Santál é o melhor) gelado;
Duas colheres das de sopa de licor de pêssego gelado;
Encha o copo com champanhe francês (pode ser espumante) frio (a 6 ou 8 graus);
Misture tudo, muito lentamente para não libertar o gás, com uma colher de cabo comprido (eu até costumo virar a colher e servir-me do cabo).
Beba aos pequenos goles, oiça música e pense em coisas boas.
Para si, cara Sofia, que me enviou um e-mail perguntando-me que bebida recomendo como aperitivo para quem gosta de bebidas doces
aqui vai a receita de um cocktail saboroso.
Num copo alto (uma flute para champanhe, por exemplo) misture por esta ordem:
Um terço de néctar de pêssego (o da Santál é o melhor) gelado;
Duas colheres das de sopa de licor de pêssego gelado;
Encha o copo com champanhe francês (pode ser espumante) frio (a 6 ou 8 graus);
Misture tudo, muito lentamente para não libertar o gás, com uma colher de cabo comprido (eu até costumo virar a colher e servir-me do cabo).
Beba aos pequenos goles, oiça música e pense em coisas boas.
sábado, novembro 01, 2003
PRAZERES (1)
Das várias qualidades que Eça tem, há uma que sobressai, mesmo para o mais iletrado dos seus leitores em que me incluo: o gosto pela boa mesa. Quando Eça apresenta Jacinto, em A Cidade e As Serras, como apreciador do café servido com um pau de canela, é um convite e um conselho que o autor nos dá para nos aventurarmos a apreciar algo exótico e de muito bom-gosto.
Eu adoro o cheiro e o sabor da canela. E não há nada melhor que um café servido com um pau de canela para combater o conservadorismo saloio.
Já agora aconselho-vos uma outra experiência interessante: bebam como aperitivo uma taça com uma mistura de um terço de conhaque francês (tem que ser genuíno) e dois terços de champanhe francês.
É uma delícia para quem não gosta de bebidas doces!
Das várias qualidades que Eça tem, há uma que sobressai, mesmo para o mais iletrado dos seus leitores em que me incluo: o gosto pela boa mesa. Quando Eça apresenta Jacinto, em A Cidade e As Serras, como apreciador do café servido com um pau de canela, é um convite e um conselho que o autor nos dá para nos aventurarmos a apreciar algo exótico e de muito bom-gosto.
Eu adoro o cheiro e o sabor da canela. E não há nada melhor que um café servido com um pau de canela para combater o conservadorismo saloio.
Já agora aconselho-vos uma outra experiência interessante: bebam como aperitivo uma taça com uma mistura de um terço de conhaque francês (tem que ser genuíno) e dois terços de champanhe francês.
É uma delícia para quem não gosta de bebidas doces!
O CAMINHO PARA DEUS (2)
Os melómanos costumam dizer que o caminho para Deus passa pela música. De facto, certas peças musicais, como, por exemplo, o Requiem, de Mozart, quando interpretadas por executantes de elite, deixam-nos esta certeza: ouvindo-as sentimo-nos mais perto de Deus.
Admitamos então o óbvio: é, com certeza, a Arte o caminho para Deus.
Para quem gosta de música erudita aqui fica a informação para aquisição de uma das mais sublimes interpretações (a melhor das que até hoje tivemos o privilégio de ouvir) do Requiem, de Mozart :
Edition:
Cascavelle SA, 1223 Cologny / Suisse
VEL 1012, DDD 50'37 (1991)
Ensemble Vocal et Instrumental de Lausanne
Direction: Michel Corboz
Os melómanos costumam dizer que o caminho para Deus passa pela música. De facto, certas peças musicais, como, por exemplo, o Requiem, de Mozart, quando interpretadas por executantes de elite, deixam-nos esta certeza: ouvindo-as sentimo-nos mais perto de Deus.
Admitamos então o óbvio: é, com certeza, a Arte o caminho para Deus.
Para quem gosta de música erudita aqui fica a informação para aquisição de uma das mais sublimes interpretações (a melhor das que até hoje tivemos o privilégio de ouvir) do Requiem, de Mozart :
Edition:
Cascavelle SA, 1223 Cologny / Suisse
VEL 1012, DDD 50'37 (1991)
Ensemble Vocal et Instrumental de Lausanne
Direction: Michel Corboz
TSF (Tudo Se Foi)
Ao que parece a TSF não resistiu às tentações e cedeu aos apelos do que de pior tem o mercado radiofónico: as piadas referindo ao sexo e apelando aos mais baixos instintos. Para aumentar um pouco mais as audiências brinda-nos actualmente com programas de pretenso humor de uma indigência cultural e mental simplesmente inqualificável.
Como o que interessa parece ser apenas e só o dinheiro, impera então a mais estúpida lógica do mercado e assiste-se ao alastrar da doença a todo o corpo da TSF. Foi-se o Flash Back; falta pôr fim ao Fórum, ao Pessoal e Transmissível e a mais dois ou três programas semanais de interesse para termos então uma rádio verdadeiramente popular em todo o seu esplendor; uma rádio onde Tudo Se Foi (TSF).
Parabéns aos actuais coveiros da TSF. Que retirem bom proveito da sua acção.
Por mim vou refugiar-me totalmente na Rádio Luna (106.2 MHz) e na Antena 2 (94.4 MHz); nesta até ao dia em que o ministro Morais Sarmento se lembrar de recorrer a algum dos seus estafados neurónios para tirar da car(t)ola mais uma boutade em jeito de justificação para o encerramento desta emissora.
Ao que parece a TSF não resistiu às tentações e cedeu aos apelos do que de pior tem o mercado radiofónico: as piadas referindo ao sexo e apelando aos mais baixos instintos. Para aumentar um pouco mais as audiências brinda-nos actualmente com programas de pretenso humor de uma indigência cultural e mental simplesmente inqualificável.
Como o que interessa parece ser apenas e só o dinheiro, impera então a mais estúpida lógica do mercado e assiste-se ao alastrar da doença a todo o corpo da TSF. Foi-se o Flash Back; falta pôr fim ao Fórum, ao Pessoal e Transmissível e a mais dois ou três programas semanais de interesse para termos então uma rádio verdadeiramente popular em todo o seu esplendor; uma rádio onde Tudo Se Foi (TSF).
Parabéns aos actuais coveiros da TSF. Que retirem bom proveito da sua acção.
Por mim vou refugiar-me totalmente na Rádio Luna (106.2 MHz) e na Antena 2 (94.4 MHz); nesta até ao dia em que o ministro Morais Sarmento se lembrar de recorrer a algum dos seus estafados neurónios para tirar da car(t)ola mais uma boutade em jeito de justificação para o encerramento desta emissora.
quinta-feira, outubro 30, 2003
QUE SAUDADES DO "AGENTE AMERICANO"!
Noticia-se hoje que «Portugal perdeu seis lugares, desde há um ano apenas, na classificação dos países europeus no que ao potencial de crescimento diz respeito». Isto é gravíssimo pois Portugal é o segundo país, senão o primeiro, menos desenvolvido da União Europeia.
Virão certamente os "anestesistas" do Governo e seus apoiantes desvalorizar esta notícia dizendo que «isso não é grave» pois Portugal encontra-se, mesmo assim, à frente da França e da Itália nessa mesma classificação.
É uma treta este tipo de defesa. Porque a França e a Itália já são suficientemente adultas e desenvolvidas para não terem grande potencial de desenvolvimento.
Isto é como em biologia: é grave sabermos, por exemplo, que uma criança de quatro anos não está a crescer; e não há gravidade nenhuma, sendo mesmo natural e esperado, que um adulto de cinquenta anos não cresça.
Portugal é a criança cujo potencial de crescimento diminuiu; a França é o adulto que já está crescido e que por isso não tem grande potencial de crescimento.
A verdade é que o país patina e a economia definha enquanto o Governo vai fazendo truques de ilusionismo com o Orçamento. Tudo porque o maior partido da oposição deixou de fazer política e entregou-se de alma e coração à defesa de Paulo Pedroso.
Que saudades de Mário Soares, que considerávamos "o agente americano" nos tempos do PREC, homem que ensinou a todos como se deve fazer oposição.
Noticia-se hoje que «Portugal perdeu seis lugares, desde há um ano apenas, na classificação dos países europeus no que ao potencial de crescimento diz respeito». Isto é gravíssimo pois Portugal é o segundo país, senão o primeiro, menos desenvolvido da União Europeia.
Virão certamente os "anestesistas" do Governo e seus apoiantes desvalorizar esta notícia dizendo que «isso não é grave» pois Portugal encontra-se, mesmo assim, à frente da França e da Itália nessa mesma classificação.
É uma treta este tipo de defesa. Porque a França e a Itália já são suficientemente adultas e desenvolvidas para não terem grande potencial de desenvolvimento.
Isto é como em biologia: é grave sabermos, por exemplo, que uma criança de quatro anos não está a crescer; e não há gravidade nenhuma, sendo mesmo natural e esperado, que um adulto de cinquenta anos não cresça.
Portugal é a criança cujo potencial de crescimento diminuiu; a França é o adulto que já está crescido e que por isso não tem grande potencial de crescimento.
A verdade é que o país patina e a economia definha enquanto o Governo vai fazendo truques de ilusionismo com o Orçamento. Tudo porque o maior partido da oposição deixou de fazer política e entregou-se de alma e coração à defesa de Paulo Pedroso.
Que saudades de Mário Soares, que considerávamos "o agente americano" nos tempos do PREC, homem que ensinou a todos como se deve fazer oposição.
quarta-feira, outubro 29, 2003
CÃO DE NOME COBARDE PARA JORNALISTAS?
O Diário de Notícias de hoje faz este relato chocante:
«O primeiro-ministro regressa hoje de Angola com uma nova crise em mãos para resolver. Os ministros do Ambiente e da Agricultura estão de costas voltadas por causa da eventual transferência da tutela das áreas protegidas do Ministério de Amílcar Theias para o de Sevinate Pinto. Theias assumiu ontem aos jornalistas que foi «apanhado de surpresa» com essa possível transferência (que admitiu estar em cima da mesa), à qual se opõe, e passou ao contra-ataque. Afirma que se trata de «uma cedência a interesses particulares». «O Estado tem de ser forte, a política não pode ser apenas uma gestão de interesses particulares», disse.»
A ser verdade o que se diz no DN (e eu não tenho nenhuma razão para duvidar), temos então agora uma prova mais que clara de que o Governo de Portugal (com o dos outros podemos nós bem) tem governado e está a governar cada vez mais para satisfazer interesses privados.
É um ministro que levanta esta lebre, a enfeita, a engalana e a faz correr para que não tenhamos a menor dúvida de que assim é: governa-se para os privados; o povo que se lixe.
Eu tenho batido, aqui neste blogue, na tecla do descalabro que vai ser a privatização da Saúde em Portugal. E verifico, estupefacto - não pelo facto de não me ouvirem (não é disso que se trata - quem sou eu?) -, que apenas o Senhor Presidente da República se preocupa com este magno problema.
A própria comunicação social está-se nas tintas para o problema. Não sei se porque quem paga não quer que se fale no assunto, ou se a razão é outra.
Facto é que a classe dos jornalistas, exceptuando uns quantos (bem poucos), é uma classe de profissionais mal pagos que experimentam dificuldades, senão no dia a dia, pelo menos no mês a mês; e apesar de estarem a sofrer os problemas na pele, os jornalistas ainda não acordaram para se debruçarem sobre o assunto.
Terão os senhores jornalistas tantos médicos amigos, assim, para que nem sequer a nível individual e familiar (ao menos a estes níveis) tenham ainda acordado para o risco que correm (e todos nós corremos) de o acesso aos cuidados de saúde passar a ser mais difícil e esses cuidados passarem a ser de menor qualidade ou mesmo de qualidade duvidosa?
Não viram ainda que as nuvens negras se encastelam no horizonte a cada dia, a cada declaração, a cada decreto, a cada portaria que saem do Governo?
De que é que estão à espera os senhores jornalistas para pegarem no assunto, investigarem e revelarem o estado em que está já, e o estado em que se quer transformar a Saúde em Portugal?
O medo já os tolhe? O chicote do patrão já os amedronta? E se não é disso que se trata, então porque é que estão calados?
Se é por medo comprem um cão e chamem-lhe Cobarde. Sempre é uma solução.
O Diário de Notícias de hoje faz este relato chocante:
«O primeiro-ministro regressa hoje de Angola com uma nova crise em mãos para resolver. Os ministros do Ambiente e da Agricultura estão de costas voltadas por causa da eventual transferência da tutela das áreas protegidas do Ministério de Amílcar Theias para o de Sevinate Pinto. Theias assumiu ontem aos jornalistas que foi «apanhado de surpresa» com essa possível transferência (que admitiu estar em cima da mesa), à qual se opõe, e passou ao contra-ataque. Afirma que se trata de «uma cedência a interesses particulares». «O Estado tem de ser forte, a política não pode ser apenas uma gestão de interesses particulares», disse.»
A ser verdade o que se diz no DN (e eu não tenho nenhuma razão para duvidar), temos então agora uma prova mais que clara de que o Governo de Portugal (com o dos outros podemos nós bem) tem governado e está a governar cada vez mais para satisfazer interesses privados.
É um ministro que levanta esta lebre, a enfeita, a engalana e a faz correr para que não tenhamos a menor dúvida de que assim é: governa-se para os privados; o povo que se lixe.
Eu tenho batido, aqui neste blogue, na tecla do descalabro que vai ser a privatização da Saúde em Portugal. E verifico, estupefacto - não pelo facto de não me ouvirem (não é disso que se trata - quem sou eu?) -, que apenas o Senhor Presidente da República se preocupa com este magno problema.
A própria comunicação social está-se nas tintas para o problema. Não sei se porque quem paga não quer que se fale no assunto, ou se a razão é outra.
Facto é que a classe dos jornalistas, exceptuando uns quantos (bem poucos), é uma classe de profissionais mal pagos que experimentam dificuldades, senão no dia a dia, pelo menos no mês a mês; e apesar de estarem a sofrer os problemas na pele, os jornalistas ainda não acordaram para se debruçarem sobre o assunto.
Terão os senhores jornalistas tantos médicos amigos, assim, para que nem sequer a nível individual e familiar (ao menos a estes níveis) tenham ainda acordado para o risco que correm (e todos nós corremos) de o acesso aos cuidados de saúde passar a ser mais difícil e esses cuidados passarem a ser de menor qualidade ou mesmo de qualidade duvidosa?
Não viram ainda que as nuvens negras se encastelam no horizonte a cada dia, a cada declaração, a cada decreto, a cada portaria que saem do Governo?
De que é que estão à espera os senhores jornalistas para pegarem no assunto, investigarem e revelarem o estado em que está já, e o estado em que se quer transformar a Saúde em Portugal?
O medo já os tolhe? O chicote do patrão já os amedronta? E se não é disso que se trata, então porque é que estão calados?
Se é por medo comprem um cão e chamem-lhe Cobarde. Sempre é uma solução.
PORTUGAL ENCOSTADO ÀS BOXES
A vida parou no planeta Portugal. Todas as atenções (dos jornais às rádios, das televisões ao mais simples transeunte) vão para o julgamento de Carlos Silvino.
Ninguém melhor que Fernando Pessoa, digo, Bernardo Soares, para nos lembrar como somos grandes ou pequenos consoante as nossas sensações.
«A vida é para nós o que concebemos nela. Para o rústico cujo campo próprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nela, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida».
Tenham um bom dia.
A vida parou no planeta Portugal. Todas as atenções (dos jornais às rádios, das televisões ao mais simples transeunte) vão para o julgamento de Carlos Silvino.
Ninguém melhor que Fernando Pessoa, digo, Bernardo Soares, para nos lembrar como somos grandes ou pequenos consoante as nossas sensações.
«A vida é para nós o que concebemos nela. Para o rústico cujo campo próprio lhe é tudo, esse campo é um império. Para o César cujo império lhe ainda é pouco, esse império é um campo. O pobre possui um império; o grande possui um campo. Na verdade, não possuímos mais que as nossas próprias sensações; nela, pois, que não no que elas vêem, temos que fundamentar a realidade da nossa vida».
Tenham um bom dia.
terça-feira, outubro 28, 2003
POR PURA COERÊNCIA
Sem cortar o cordão umbilical entre o "Salmoura" e o África Minha, decidi retirar o link deste último do conjunto de links para blogues e colocá-lo mais abaixo com a chamada de atenção de que se trata de um álbum familiar. Acho isto mais honesto e liberta-me para poder trabalhar à vontade naquele álbum.
"África Minha" foi pensado para ser um blogue como outro qualquer, mas desde que começaram a entrar nele assuntos e fotografias de família vi logo que iria ter um carácter radicalmente diferente do que lhe quisera dar configurando apenas um álbum de família em vez de um verdadeiro blogue.
É devido sobretudo às hesitações por que tem passado o autor, entre fazer um blogue como prometera, ou fazer um álbum como está sendo feito, que o África Minha tem estado parado e sem assunto.
A partir de agora "África Minha" pode crescer sem constrangimentos pois assume-se como gato que é em vez da lebre que quisera ser.
Sem cortar o cordão umbilical entre o "Salmoura" e o África Minha, decidi retirar o link deste último do conjunto de links para blogues e colocá-lo mais abaixo com a chamada de atenção de que se trata de um álbum familiar. Acho isto mais honesto e liberta-me para poder trabalhar à vontade naquele álbum.
"África Minha" foi pensado para ser um blogue como outro qualquer, mas desde que começaram a entrar nele assuntos e fotografias de família vi logo que iria ter um carácter radicalmente diferente do que lhe quisera dar configurando apenas um álbum de família em vez de um verdadeiro blogue.
É devido sobretudo às hesitações por que tem passado o autor, entre fazer um blogue como prometera, ou fazer um álbum como está sendo feito, que o África Minha tem estado parado e sem assunto.
A partir de agora "África Minha" pode crescer sem constrangimentos pois assume-se como gato que é em vez da lebre que quisera ser.
FLASH BACK WILL IT BE BACK?
Ouvi António Lobo Xavier, um dos residentes do ex-programa Flash Back da TSF, dizer ontem numa entrevista a Maria João Avillez, na SIC Notícias, que está para breve o regresso do programa, no mesmo formato, só que talvez noutro meio (a televisão, supõe-se).
Não auguro grande audiência televisiva a um programa que vale em mais de 90% por aquilo que nele é dito e não por aquilo que nele pode ser mostrado.
O Flash Back, no seu formato conhecido, é um programa para se ouvir no carro, enquanto se viaja; na cozinha, enquanto se prepara o almoço de domingo; no jardim ou no quintal, enquanto se poda uma roseira ou se faz um churrasco. Nunca refastelado no sofá com os olhos pregados à pantalha onde quatro respeitáveis senhores opinam (sobre coisas interessantes, sem dúvida), analisam, vaticinam, etc.
Ou vencem, na rádio, quem lhes cortou o pio, ou então o que teremos será um espectáculo imageticamente pobre e incapaz de prender, por isso, o telespectador.
Por mim, tenho pena se vier a ser esta a solução.
Ouvi António Lobo Xavier, um dos residentes do ex-programa Flash Back da TSF, dizer ontem numa entrevista a Maria João Avillez, na SIC Notícias, que está para breve o regresso do programa, no mesmo formato, só que talvez noutro meio (a televisão, supõe-se).
Não auguro grande audiência televisiva a um programa que vale em mais de 90% por aquilo que nele é dito e não por aquilo que nele pode ser mostrado.
O Flash Back, no seu formato conhecido, é um programa para se ouvir no carro, enquanto se viaja; na cozinha, enquanto se prepara o almoço de domingo; no jardim ou no quintal, enquanto se poda uma roseira ou se faz um churrasco. Nunca refastelado no sofá com os olhos pregados à pantalha onde quatro respeitáveis senhores opinam (sobre coisas interessantes, sem dúvida), analisam, vaticinam, etc.
Ou vencem, na rádio, quem lhes cortou o pio, ou então o que teremos será um espectáculo imageticamente pobre e incapaz de prender, por isso, o telespectador.
Por mim, tenho pena se vier a ser esta a solução.
EXPLICAÇÃO AOS LEITORES
Não é só a Marmeleira que é aldeia. Olivais Sul, em plena Lisboa, também, às vezes, é aldeia. Por isso Salmoura esteve estes dois últimos dias sem poder blogar devido a falta de sinal decente por parte da TV Cabo. Resolvido o problema, eis que retornamos à "linha", por enquanto sem qualquer novidade.
Não é só a Marmeleira que é aldeia. Olivais Sul, em plena Lisboa, também, às vezes, é aldeia. Por isso Salmoura esteve estes dois últimos dias sem poder blogar devido a falta de sinal decente por parte da TV Cabo. Resolvido o problema, eis que retornamos à "linha", por enquanto sem qualquer novidade.
domingo, outubro 26, 2003
TSF E DN ATINGIDOS PELO MESMO MAL
Não sei bem se está suficientemente claro que os órgãos de informação que pertencem ao universo Lusomundo, nomeadamente o Diário de Notícias e a TSF, atingiram já um grau de transformação suficientemente consistente para que possamos classificá-los como degradados relativamente ao ponto de partida (a altura em que foram adquiridos pelo coronel Luís Silva), mas creio que não restam muitas dúvidas de que as "reestruturações" que têm sofrido determinaram já, de forma inequívoca, uma diminuição significativa da sua qualidade jornalística: através da fuga, do afastamento ou do despedimento de jornalistas; da diminuição do seu pluralismo ao se verificar o estreitamento do universo dos seus colaboradores; e da diminuição da sua independência e isenção pela submissão a estratégias de cariz maioritariamente economicista que passam, forçosamente, pela compra ou pagamento de favores a partidos políticos, autarcas poderosos, proto-candidatos presidenciais, tendo na mira a obtenção futura de condições vantajosas de influência junto do Poder com as inevitáveis contrapartidas económico-financeiras que esse tipo de conúbio sempre proporciona e exige.
Assistimos com espanto ao desaparecimento, da antena da TSF, do programa Flash Back (de qualidade indiscutível no panorama radiofónico nacional) e ao saneamento de Carlos Andrade, um profissional cujo currículo dispensa quaisquer elogios, que ocupava uma posição de Director na estação, sem que na tal "reestruturação" tenha surgido outro programa melhor ou sequer de qualidade sofrível.
No Diário de Notícias, depois de terem cessado algumas colaborações mais incómodas, noticia-se a "promoção" (com um pontapé para cima) de Mário Bettencourt Resendes, outro profissional que à semelhança de Carlos Andrade também dispensa quaisquer elogios.
Relativamente ao Flash Back, Pacheco Pereira informara-nos, há mais de um mês, que «em breve», neste Outubro que já está a findar, teríamos o programa, «com o mesmo formato e os mesmos intervenientes», noutra emissora. Como podemos ver (ouvir), isso ainda não aconteceu. Terão surgido dificuldades nas negociações, dificuldades essas que têm a ver com interferências tentacularmente poderosas por parte de quem os "despediu" da TSF e se mostra capaz de os manter calados "cortando" os fios dos microfones alheios?
No Diário de Notícias teme-se o pior quando vem para director um assessor do ex-ministro Martins da Cruz. Aqui a estratégia de que falámos acima é mais claramente cristalina no que à colagem ao Poder diz respeito.
No meio disto tudo quem fica a perder somos todos nós (a Nação). E fica claro que privatizar não é sinónimo de liberdade. Assim como estatizar também não o é.
Há que encontrar sempre um ponto de equilíbrio entre uma coisa e a outra.
É por isso que vamos avisando aqui neste blogue que a privatização da Saúde vai custar caríssimo à Nação pelo simples facto de que o que se quer é dar tudo aos amigos de tal forma que não haverá lugar para a existência do tal ponto de equilíbrio tão necessário para que exista liberdade, equidade, justiça e Direito(s).
Oxalá estejamos enganadíssimos da Costa e com os neurónios num fanico. Até rezamos a Deus, apesar de sermos incréus, para que assim seja. Amem.
Não sei bem se está suficientemente claro que os órgãos de informação que pertencem ao universo Lusomundo, nomeadamente o Diário de Notícias e a TSF, atingiram já um grau de transformação suficientemente consistente para que possamos classificá-los como degradados relativamente ao ponto de partida (a altura em que foram adquiridos pelo coronel Luís Silva), mas creio que não restam muitas dúvidas de que as "reestruturações" que têm sofrido determinaram já, de forma inequívoca, uma diminuição significativa da sua qualidade jornalística: através da fuga, do afastamento ou do despedimento de jornalistas; da diminuição do seu pluralismo ao se verificar o estreitamento do universo dos seus colaboradores; e da diminuição da sua independência e isenção pela submissão a estratégias de cariz maioritariamente economicista que passam, forçosamente, pela compra ou pagamento de favores a partidos políticos, autarcas poderosos, proto-candidatos presidenciais, tendo na mira a obtenção futura de condições vantajosas de influência junto do Poder com as inevitáveis contrapartidas económico-financeiras que esse tipo de conúbio sempre proporciona e exige.
Assistimos com espanto ao desaparecimento, da antena da TSF, do programa Flash Back (de qualidade indiscutível no panorama radiofónico nacional) e ao saneamento de Carlos Andrade, um profissional cujo currículo dispensa quaisquer elogios, que ocupava uma posição de Director na estação, sem que na tal "reestruturação" tenha surgido outro programa melhor ou sequer de qualidade sofrível.
No Diário de Notícias, depois de terem cessado algumas colaborações mais incómodas, noticia-se a "promoção" (com um pontapé para cima) de Mário Bettencourt Resendes, outro profissional que à semelhança de Carlos Andrade também dispensa quaisquer elogios.
Relativamente ao Flash Back, Pacheco Pereira informara-nos, há mais de um mês, que «em breve», neste Outubro que já está a findar, teríamos o programa, «com o mesmo formato e os mesmos intervenientes», noutra emissora. Como podemos ver (ouvir), isso ainda não aconteceu. Terão surgido dificuldades nas negociações, dificuldades essas que têm a ver com interferências tentacularmente poderosas por parte de quem os "despediu" da TSF e se mostra capaz de os manter calados "cortando" os fios dos microfones alheios?
No Diário de Notícias teme-se o pior quando vem para director um assessor do ex-ministro Martins da Cruz. Aqui a estratégia de que falámos acima é mais claramente cristalina no que à colagem ao Poder diz respeito.
No meio disto tudo quem fica a perder somos todos nós (a Nação). E fica claro que privatizar não é sinónimo de liberdade. Assim como estatizar também não o é.
Há que encontrar sempre um ponto de equilíbrio entre uma coisa e a outra.
É por isso que vamos avisando aqui neste blogue que a privatização da Saúde vai custar caríssimo à Nação pelo simples facto de que o que se quer é dar tudo aos amigos de tal forma que não haverá lugar para a existência do tal ponto de equilíbrio tão necessário para que exista liberdade, equidade, justiça e Direito(s).
Oxalá estejamos enganadíssimos da Costa e com os neurónios num fanico. Até rezamos a Deus, apesar de sermos incréus, para que assim seja. Amem.
sábado, outubro 25, 2003
NÃO DIGAM DEPOIS QUE NÃO VOS AVISEI
Aqui em O Espelho (chamo-o assim porque é onde algumas vezes nos revemos) podemos ler o seguinte:
«Em Hipocras 4, servir a comunidade, ser útil, não é uma prioridade para a maioria dos médicos. Primeiro está a sua comodidadezinha, o seu negócio. Que é isso de aceitar ser colocado na província? Que é isso de ser operado no meu hospital antes de deixar o dinheiro de algumas consultas lá no consultório que tenho na cidade? Que é isso de tratar das «pequenas» coisas – a vacinação de crianças, as bronquites, as queixas dos velhos?»
Isto que escreveu o autor dessa posta é uma caricatura a traço grosso da realidade actual, o que quer dizer que em parte da classe médica verifica-se algo de muito parecido mas nada de tão descarado e inumano. Mas caminha-se a passos largos para que esse traço grosso venha a ser no futuro a pura expressão da realidade. E porquê?
Porque toda a filosofia que está hoje a ser aplicada na política oficial de Saúde, desde o Governo Guterres, com Correia de Campos a ministro, em que o que interessa são os negócios que se podem fazer com a Saúde e os resultados de gestão que se querem obter (números, balancetes e dinheiro) - para o que à frente dos hospitais se colocam gestores vindos de fábricas de parafusos, de refrigerantes, de papel higiénico; de empresas de electricidade, de cimentos, de pasta de papel e por aí fora - em nítido e chocante desprezo pelos cidadãos doentes e pelos técnicos de Saúde, toda essa filosofia de privatização, privatização, privatização - em que os hospitais passarão a ser mega centros comerciais de assistência médica - só pode levar a que os médicos se sintam comerciantes, lojistas, feirantes, vendedores de "artigos" que podem interessar ao comprador necessitado e esqueçam de vez que houve um senhor chamado Hipócrates que deixou um texto lindo que ainda hoje se chama "O Juramento de Hipócrates", juramento este que hoje em dia já não compromete nenhum médico porque, simplesmente, deixou de ser exigido de há muitos anos nas Faculdades de Medicina - dizia eu - essa filosofia que os Governos estão a implementar à martelada para satisfação de clientelas bem conhecidas, vai de facto fazer com que a Saúde passe a ser encarada como mais um negócio banal e à sua volta se venham a fazer movimentos transaccionais de puro comércio em que de um lado estará o médico e os profissionais "produtores" de bens, e do outro lado estarão os doentes "consumidores" que terão que arranjar forma de adquirirem os "produtos" que lhes fazem falta e a que só terão acesso se tiverem dinheiro, seguros chorudos ou então crédito.
Caminha-se a passos largos (não sei se firmes - espero que não) para a perda do Direito à Saúde por parte dos cidadãos.
Esta é a maior batalha que os cidadãos enfrentam neste momento. E está nas mãos do senhor Presidente da República (que felizmente está sensibilizado para o problema) liderar por inteiro este processo. Porque se não for ele a interessar-se pelo assunto, o "Zé" estará positivamente tramado.
Não acreditem não, que ainda terão uma surpresa do caraças!
Este é um assunto que deveria estar na ordem do dia e só não está (para bem do Governo) por causa das porcarias em que chafurda a comunicação social, com as televisões todas à cabeça.
Entretenham-se com as «novelas» e o crédito barato que ainda se lixam!
Aqui em O Espelho (chamo-o assim porque é onde algumas vezes nos revemos) podemos ler o seguinte:
«Em Hipocras 4, servir a comunidade, ser útil, não é uma prioridade para a maioria dos médicos. Primeiro está a sua comodidadezinha, o seu negócio. Que é isso de aceitar ser colocado na província? Que é isso de ser operado no meu hospital antes de deixar o dinheiro de algumas consultas lá no consultório que tenho na cidade? Que é isso de tratar das «pequenas» coisas – a vacinação de crianças, as bronquites, as queixas dos velhos?»
Isto que escreveu o autor dessa posta é uma caricatura a traço grosso da realidade actual, o que quer dizer que em parte da classe médica verifica-se algo de muito parecido mas nada de tão descarado e inumano. Mas caminha-se a passos largos para que esse traço grosso venha a ser no futuro a pura expressão da realidade. E porquê?
Porque toda a filosofia que está hoje a ser aplicada na política oficial de Saúde, desde o Governo Guterres, com Correia de Campos a ministro, em que o que interessa são os negócios que se podem fazer com a Saúde e os resultados de gestão que se querem obter (números, balancetes e dinheiro) - para o que à frente dos hospitais se colocam gestores vindos de fábricas de parafusos, de refrigerantes, de papel higiénico; de empresas de electricidade, de cimentos, de pasta de papel e por aí fora - em nítido e chocante desprezo pelos cidadãos doentes e pelos técnicos de Saúde, toda essa filosofia de privatização, privatização, privatização - em que os hospitais passarão a ser mega centros comerciais de assistência médica - só pode levar a que os médicos se sintam comerciantes, lojistas, feirantes, vendedores de "artigos" que podem interessar ao comprador necessitado e esqueçam de vez que houve um senhor chamado Hipócrates que deixou um texto lindo que ainda hoje se chama "O Juramento de Hipócrates", juramento este que hoje em dia já não compromete nenhum médico porque, simplesmente, deixou de ser exigido de há muitos anos nas Faculdades de Medicina - dizia eu - essa filosofia que os Governos estão a implementar à martelada para satisfação de clientelas bem conhecidas, vai de facto fazer com que a Saúde passe a ser encarada como mais um negócio banal e à sua volta se venham a fazer movimentos transaccionais de puro comércio em que de um lado estará o médico e os profissionais "produtores" de bens, e do outro lado estarão os doentes "consumidores" que terão que arranjar forma de adquirirem os "produtos" que lhes fazem falta e a que só terão acesso se tiverem dinheiro, seguros chorudos ou então crédito.
Caminha-se a passos largos (não sei se firmes - espero que não) para a perda do Direito à Saúde por parte dos cidadãos.
Esta é a maior batalha que os cidadãos enfrentam neste momento. E está nas mãos do senhor Presidente da República (que felizmente está sensibilizado para o problema) liderar por inteiro este processo. Porque se não for ele a interessar-se pelo assunto, o "Zé" estará positivamente tramado.
Não acreditem não, que ainda terão uma surpresa do caraças!
Este é um assunto que deveria estar na ordem do dia e só não está (para bem do Governo) por causa das porcarias em que chafurda a comunicação social, com as televisões todas à cabeça.
Entretenham-se com as «novelas» e o crédito barato que ainda se lixam!
ARNALDO JABOR DE NOVO
É simplesmente "imperdível" a última crónica de Arnaldo Jabor no jornal O Globo, do Rio de Janeiro.
«As coisas já mandam em tudo».
«A grande mentira da globalização poderá ser um movimento internacional, com as massas em busca de outros valores. Essa revisão crítica aconteceu nos anos 60/70 e poderá se repetir, se começar nos USA».
É simplesmente "imperdível" a última crónica de Arnaldo Jabor no jornal O Globo, do Rio de Janeiro.
«As coisas já mandam em tudo».
«A grande mentira da globalização poderá ser um movimento internacional, com as massas em busca de outros valores. Essa revisão crítica aconteceu nos anos 60/70 e poderá se repetir, se começar nos USA».
SALMOURA INSPIRA EDITORIAL DO PÚBLICO
Tudo leva a crer que José Manuel Fernandes, director do Público, leu a posta logo aqui em baixo, inspirou-se nela e escreveu hoje, no editorial daquele jornal, sobre a situação de Ferro Rodrigues aos comandos do PS e a decisão que sobre isso tomou a Comissão Política daquele partido, para terminar a sua análise escrevendo à la Salmoura: «A "liderança reforçada" de Ferro Rodrigues não é pois mais do que um exercício de hipocrisia e de cobardia política. Ferro foi aclamado como Balsemão era aclamado no PSD há 20 anos atrás, onde foi de vitória em vitória até à queda final».
Tenho que começar a cobrar direitos de autor. E, pelo sim, pelo não, vou começar por me inscrever na Sociedade Portuguesa de Autores.
Tudo leva a crer que José Manuel Fernandes, director do Público, leu a posta logo aqui em baixo, inspirou-se nela e escreveu hoje, no editorial daquele jornal, sobre a situação de Ferro Rodrigues aos comandos do PS e a decisão que sobre isso tomou a Comissão Política daquele partido, para terminar a sua análise escrevendo à la Salmoura: «A "liderança reforçada" de Ferro Rodrigues não é pois mais do que um exercício de hipocrisia e de cobardia política. Ferro foi aclamado como Balsemão era aclamado no PSD há 20 anos atrás, onde foi de vitória em vitória até à queda final».
Tenho que começar a cobrar direitos de autor. E, pelo sim, pelo não, vou começar por me inscrever na Sociedade Portuguesa de Autores.
HÁ FESTA RIJA NO PSD
Ferro Rodrigues – de vitória em vitória, até à derrota final – continua como líder do P.S. após reunião da Comissão Política do partido que votou maioritariamente a sua permanência no cargo.
Dizem que há festa rija na S. Caetano e que só não há fogo de artifício por causa do perigo de os foguetes originarem incêndios na capital.
Dizem ainda que António Vitorino mandou recado de que enquanto houver motim a bordo e o barco se mantiver atracado ao cais da Casa Pia não de disponibiliza a sequer admitir a hipótese de uma (des)promoção a comandante.
Ferro Rodrigues – de vitória em vitória, até à derrota final – continua como líder do P.S. após reunião da Comissão Política do partido que votou maioritariamente a sua permanência no cargo.
Dizem que há festa rija na S. Caetano e que só não há fogo de artifício por causa do perigo de os foguetes originarem incêndios na capital.
Dizem ainda que António Vitorino mandou recado de que enquanto houver motim a bordo e o barco se mantiver atracado ao cais da Casa Pia não de disponibiliza a sequer admitir a hipótese de uma (des)promoção a comandante.
sexta-feira, outubro 24, 2003
O MISTÉRIO DA SIMPLICIDADE
Sabemos todos que os diversos aparelhos electrónicos que temos em nossas casas (televisor, rádio, computador, etc.) são constituídos por um grande número de variadas peças electrónicas: transístores, resistências, bobines, condensadores, etc. Imaginemos agora que alguém era capaz de construir um desses aparelhos utilizando apenas e só transístores; ou somente resistências; ou apenas condensadores.
No dia em que o homem for capaz de fazer algo semelhante terá descoberto o segredo do funcionamento do cérebro.
Como sabemos muito bem, o cérebro é constituído apenas por um único tipo de peça: o neurónio. Aos biliões.
Como é possível que uma máquina tão rudimentar tenha tantas e tão variadas funções?
Sabemos todos que os diversos aparelhos electrónicos que temos em nossas casas (televisor, rádio, computador, etc.) são constituídos por um grande número de variadas peças electrónicas: transístores, resistências, bobines, condensadores, etc. Imaginemos agora que alguém era capaz de construir um desses aparelhos utilizando apenas e só transístores; ou somente resistências; ou apenas condensadores.
No dia em que o homem for capaz de fazer algo semelhante terá descoberto o segredo do funcionamento do cérebro.
Como sabemos muito bem, o cérebro é constituído apenas por um único tipo de peça: o neurónio. Aos biliões.
Como é possível que uma máquina tão rudimentar tenha tantas e tão variadas funções?
UM NOVO BLOGUE SOBRE ARQUITECTURA
Salmoura foi convidado, visitou e gostou do novo blogue, Epiderme, sobre arquitectura. Mais um blogue desta área a somar a O Projecto e a enriquecer a blogosfera com novos pontos de vista e reflexões sobre a realidade e a vida. Gostámos sobretudo da posta "O Corpo Errado". E damos os parabéns a Pedro Jordão por esta iniciativa.
Salmoura foi convidado, visitou e gostou do novo blogue, Epiderme, sobre arquitectura. Mais um blogue desta área a somar a O Projecto e a enriquecer a blogosfera com novos pontos de vista e reflexões sobre a realidade e a vida. Gostámos sobretudo da posta "O Corpo Errado". E damos os parabéns a Pedro Jordão por esta iniciativa.
terça-feira, outubro 21, 2003
A MAIOR CRISE DO REGIME?
Qualquer cidadão responsável que tenha seguido com atenção as declarações que o senhor bastonário da Ordem dos Advogados acabou de fazer há pouco no Jornal 2 da RTP tem razões de sobra para ficar profundamente preocupado com o estado a que chegou o Regime Democrático em Portugal.
O senhor bastonário foi claríssimo quando declarou que há instituições respeitadas que deveriam ser respeitáveis e que andam a praticar «autênticas garotices» no que ao seu funcionamento e ao funcionamento do Estado de Direito diz respeito. E ele só não foi mais claro porque não o podia ser: subentendia-se que estava a falar da investigação policial, do Ministério Público e da Procuradoria Geral da República.
Isto são declarações de uma gravidade extrema que não podem deixar de preocupar o mais simples dos cidadãos.
Na linha do meu (mau) estilo eu já ia trazer à colação o que se tem passado na Guiné-Bissau. Mas calo-me e não caio na tentação de o fazer porque acho que tenho o dever de pensar preocupadamente sobre de que forma é que eu, cidadão que me considero responsável, devo agir no sentido de contribuir para que haja uma solução para tudo isto e não se continue a seguir o caminho de degradação das instituições como ora se verifica.
Penso que terá de haver ao menos formas de intervenção cívica que podemos ter para dar o nosso contributo para a solução dos problemas focados. Porque, a não serem resolvidos a tempo, temos todas as razões para temermos pelo futuro dos nossos filhos.
Qualquer cidadão responsável que tenha seguido com atenção as declarações que o senhor bastonário da Ordem dos Advogados acabou de fazer há pouco no Jornal 2 da RTP tem razões de sobra para ficar profundamente preocupado com o estado a que chegou o Regime Democrático em Portugal.
O senhor bastonário foi claríssimo quando declarou que há instituições respeitadas que deveriam ser respeitáveis e que andam a praticar «autênticas garotices» no que ao seu funcionamento e ao funcionamento do Estado de Direito diz respeito. E ele só não foi mais claro porque não o podia ser: subentendia-se que estava a falar da investigação policial, do Ministério Público e da Procuradoria Geral da República.
Isto são declarações de uma gravidade extrema que não podem deixar de preocupar o mais simples dos cidadãos.
Na linha do meu (mau) estilo eu já ia trazer à colação o que se tem passado na Guiné-Bissau. Mas calo-me e não caio na tentação de o fazer porque acho que tenho o dever de pensar preocupadamente sobre de que forma é que eu, cidadão que me considero responsável, devo agir no sentido de contribuir para que haja uma solução para tudo isto e não se continue a seguir o caminho de degradação das instituições como ora se verifica.
Penso que terá de haver ao menos formas de intervenção cívica que podemos ter para dar o nosso contributo para a solução dos problemas focados. Porque, a não serem resolvidos a tempo, temos todas as razões para temermos pelo futuro dos nossos filhos.
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