TSF E DN ATINGIDOS PELO MESMO MAL
Não sei bem se está suficientemente claro que os órgãos de informação que pertencem ao universo Lusomundo, nomeadamente o Diário de Notícias e a TSF, atingiram já um grau de transformação suficientemente consistente para que possamos classificá-los como degradados relativamente ao ponto de partida (a altura em que foram adquiridos pelo coronel Luís Silva), mas creio que não restam muitas dúvidas de que as "reestruturações" que têm sofrido determinaram já, de forma inequívoca, uma diminuição significativa da sua qualidade jornalística: através da fuga, do afastamento ou do despedimento de jornalistas; da diminuição do seu pluralismo ao se verificar o estreitamento do universo dos seus colaboradores; e da diminuição da sua independência e isenção pela submissão a estratégias de cariz maioritariamente economicista que passam, forçosamente, pela compra ou pagamento de favores a partidos políticos, autarcas poderosos, proto-candidatos presidenciais, tendo na mira a obtenção futura de condições vantajosas de influência junto do Poder com as inevitáveis contrapartidas económico-financeiras que esse tipo de conúbio sempre proporciona e exige.
Assistimos com espanto ao desaparecimento, da antena da TSF, do programa Flash Back (de qualidade indiscutível no panorama radiofónico nacional) e ao saneamento de Carlos Andrade, um profissional cujo currículo dispensa quaisquer elogios, que ocupava uma posição de Director na estação, sem que na tal "reestruturação" tenha surgido outro programa melhor ou sequer de qualidade sofrível.
No Diário de Notícias, depois de terem cessado algumas colaborações mais incómodas, noticia-se a "promoção" (com um pontapé para cima) de Mário Bettencourt Resendes, outro profissional que à semelhança de Carlos Andrade também dispensa quaisquer elogios.
Relativamente ao Flash Back, Pacheco Pereira informara-nos, há mais de um mês, que «em breve», neste Outubro que já está a findar, teríamos o programa, «com o mesmo formato e os mesmos intervenientes», noutra emissora. Como podemos ver (ouvir), isso ainda não aconteceu. Terão surgido dificuldades nas negociações, dificuldades essas que têm a ver com interferências tentacularmente poderosas por parte de quem os "despediu" da TSF e se mostra capaz de os manter calados "cortando" os fios dos microfones alheios?
No Diário de Notícias teme-se o pior quando vem para director um assessor do ex-ministro Martins da Cruz. Aqui a estratégia de que falámos acima é mais claramente cristalina no que à colagem ao Poder diz respeito.
No meio disto tudo quem fica a perder somos todos nós (a Nação). E fica claro que privatizar não é sinónimo de liberdade. Assim como estatizar também não o é.
Há que encontrar sempre um ponto de equilíbrio entre uma coisa e a outra.
É por isso que vamos avisando aqui neste blogue que a privatização da Saúde vai custar caríssimo à Nação pelo simples facto de que o que se quer é dar tudo aos amigos de tal forma que não haverá lugar para a existência do tal ponto de equilíbrio tão necessário para que exista liberdade, equidade, justiça e Direito(s).
Oxalá estejamos enganadíssimos da Costa e com os neurónios num fanico. Até rezamos a Deus, apesar de sermos incréus, para que assim seja. Amem.