domingo, outubro 05, 2003

ADRIANO MOREIRA DIRECTO AO ASSUNTO
(para os belicistas da nossa praça meditarem)

Importantíssima e "imperdível" a reflexão hoje acontecida no programa da TSF "Directo ao Assunto", com o moderador Carlos Pinto Coelho, em que foram protagonistas Adriano Moreira e Mário Soares.

Grande parte dessa reflexão incidiu sobre a invasão do Iraque pelos Estados Unidos e pela Grã Bretanha, e transcrevo aqui algumas palavras do Professor Adriano Moreira, sem qualquer comentário (os sublinhados são da minha responsabilidade):

«Este presidente da República, quando se apresentou, foi para diminuir as responsabilidades externas dos Estados Unidos. Ele é um homem marcado pelo "regresso a casa". E encontra-se envolvido numa responsabilidade mundial para a qual, como é evidente, ele não tinha apoios de estudos de projectos sérios. Há um pouco de inconsistência na atitude desenvolvida. E há maus sinais, há maus sinais: porque primeiro lembram-se que um dos seus secretários de Estado (não me lembro agora qual) sustentava que os Estados Unidos podem ganhar duas guerras, desenvolver duas guerras, mas essa energia verbal teve efeitos para invadir o Iraque em busca de umas armas que não existiam e sabemos hoje que havia sérias dúvidas documentadas de que existissem. Mas no lugar onde elas existem, que é a Coreia, aí o diálogo já volta a ser o instrumento. Bom, isto leva a pensar o seguinte: que talvez alguém pudesse mandar uma História do Império Romano ao presidente dos Estados Unidos para ele ver que os impérios também sofrem da fadiga dos metais; e que um responsável como ele, posto no lugar onde provavelmente assumiu mais responsabilidades pela intervenção mundial (que não estiveram nunca no seu programa) tem que pensar que a fadiga dos metais atinge este alargar impensado ou incontrolado de responsabilidades. Isto é uma inquietação que tem que ser para o Ocidente

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