quinta-feira, outubro 02, 2003

CHUVA NA PÁTRIA E NO PSD

O quadro logo aqui em baixo, considerado o melhor de Caillebotte, dominou a Exposição Impressionista de 1877 em Paris. É apreciado pela sua cuidada organização de perspectiva e por reflectir o momentâneo, o casual e a atmosfera da vida urbana parisiense da época. Há críticos que chamam a atenção para o facto de, na obra de Caillebotte, este pintor fazer questão em não fornecer, muitas vezes, algum elemento "que devia lá estar mas não está". É o caso da ausência da chuva neste quadro.

Sendo este quadro uma obra aberta não admira que JPP tenha "visto" nele, no early morning blogs 52, «a chuva que invade a pátria»; outros poderão ver nele antes a chuva com que Paulo Portas anda a regar o PSD, Durão Barroso e seus barões tresmalhados.

Mudando de assunto: leiam o artigo de JPP no "Público" de hoje. Vale a pena. É um indício claro de que céus com nuvens carregadas se escondem algures sobre o planeta; um claro convite à ressurreição de Caillebotte para este ilustrar a prosa.

Vem aí chuva grossa.