SE O RIDÍCULO PAGASSE IMPOSTOS
(Ter-se-ia acabado ontem a crise económica em Portugal)
As convicções de um Primeiro-ministro deveriam ser trabalhadas de forma a que constituíssem para ele e para nós, com a maior aproximação possível, autênticos teoremas matemáticos. Deveriam constituir-se em afirmações cuja demonstração está feita.
Tal como a demonstração de um teorema é uma demonstração rigorosa da veracidade do teorema, de tal modo que não possa ser posta em causa por ninguém que siga as regras da lógica e aceite um conjunto de axiomas definidos à partida como sendo a base do sistema lógico,
assim pudessem ser apresentadas as convicções do Senhor Primeiro-ministro de forma a não parecerem tão ridículas como quando nos disse, por exemplo:
«não tenho dúvidas da existência das armas de destruição massiva do Iraque porque vi as provas de que elas existem»
para depois acrescentar como fez ontem no Parlamento:
«as provas que vi foram os relatórios dos serviços secretos britânicos que me foram mostrados pelo Senhor Blair, e como eu acredito mais no Senhor Blair do que no Senhor Saddam Hussein, não tive dúvidas de que essas armas existiam».