A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR
Recebi dois e-mail com uma mesma pergunta que se resume nisto: porque escrevo tanto sobre Pacheco Pereira?
Dou já a resposta e sem quaisquer problemas em assumir isto:
Pelo menos por ora não é possível evitar falar de Pacheco Pereira aqui na blogosfera. Em primeiro lugar porque ele é, de facto, uma referência na blogosfera portuguesa (quer queiramos quer não). Desde logo porque é muito lido e porque faz opinião para uma grande massa dos seus leitores. Por outro lado há que reconhecer-lhe o facto de ter sido ele a "publicitar", num vendaval que chegou em pouquíssimo tempo às rádios, jornais, revistas e televisão, a existência dos blogues portugueses. E há ainda que concordar que a contribuição dele, no Abrupto, para diversificar o universo temático da discussão de assuntos é assinalável.
Não tenho qualquer problema em dizer aqui que de há muito tempo (mais que uma década) que sigo com atenção as opiniões e as tomadas de atitudes políticas por parte de Pacheco Pereira, entre outros intervenientes mediáticos, de antes e de agora (Raul Rego, Mário Soares, Vítor Cunha Rego, José Cutileiro, António Mega Ferreira, Vasco Pulido Valente, Vasco Graça Moura, Miguel Portas, para só citar alguns bem poucos) que com valor e qualidade se exprimem com regularidade nos meios de comunicação de massas.
E para aqueles que possam achar pífia esta minha atitude sempre lhes irei dizendo que não é pregando nós, sozinhos, no deserto, que podemos atribuir-nos alguma importância como cidadãos responsáveis (?????, estarão alguns a pensar agora) e contributários do bem comum, e satisfazermos, ao mesmo tempo, o narcisismo salutar que todos temos e devemos exercitar para bem do nosso equilíbrio psíquico, social e intelectual. Precisamos todos de ter referências em relação às quais pode ser aferida a justeza, a qualidade, o interesse, a oportunidade e o valor (ou o contrário disto tudo) do que dizemos e fazemos.
E é graças à existência do Abrupto que se escrevem imensas coisas nos mais variados blogues portugueses – concordando, discordando, ironizando, apreciando, elogiando ou menorizando o que vem nesse blogue ou o que diz o seu autor noutros meios de comunicação – e não é por Pacheco Pereira não se referir agora ao Governo e à actuação concreta do mesmo que ele deixa de ocupar a posição central que acho que, de facto, ocupa na blogosfera portuguesa.
Tenho dito.