FICÇÃO, FICÇÃO, FICÇÃO (nada de confusões)
Tenho um amigo que está a escrever um romance intitulado "De como não se deve cuspir para cima" onde se pode ler a certa altura o seguinte:
«Rodeado de amigos à mesa de um restaurante, dizia um político:
"Não há maneira de dar a volta a isto, pá! Estes médicos são uns pelintras. Não sabem o que é abusar do poder; também não o têm e é bem feita! Têm apenas o poder de passarem uns atestadozitos fraudulentos aos amigos e mais nada. Isso não rende a ponta de um corno, pá. O que rende é este abuso de poder que nós fazemos e felizmente já enraizámos na sociedade: cunhas, favores aos amigos, licenciamento de obras em clara violação dos PDMs, concursos fantasmas para aquisição de bens, viagens turísticas com ajudas de custo e cartão de crédito para despesas de representação, utilização de documentos falsos para fuga aos impostos; isto sim, isto é que é abuso de poder, pá. Olha lá, Zé, convido-te a ti mais a tua mulher para um fim de semana prolongado na neve, queres ir? Diremos que vamos em trabalho político e damos mais uma golpada no erário público, está bem?"».