terça-feira, março 29, 2005

EURO CABO VERDE (3)

Afinal desde o dia 16 passado já há quem tenha produzido ao menos um comentário (nesse caso, de apoio) sobre a proposta de Adriano Moreira. Trata-se de Ricardo Alves, no blogue
Esquerda Republicana.

Isto significa que a roda já começou a mover-se. Pelo Menos aqui em Portugal.

domingo, março 27, 2005

QUIETUDE


Caillebotte

sexta-feira, março 25, 2005

BOA PÁSCOA PARA TODOS

Hoje é "Sexta-feira de Paixão". Amanhã será rezada a "missa da ressurreição".

Querem saber se vou lá estar?

Di Berbum cado fatusés

quinta-feira, março 24, 2005

OLHA QUE NOVIDADE!...

Lê-se
aqui na TSF On-line: «Torres Vedras. Médicos alertam para situação de pré-rotura na urgência».

Ainda não viram nada. Se este Governo não actuar seriamente no concernente à dotação dos quadros hospitalares em pessoal, esperem mais uns dois anitos que verão o bom e o bonito que então acontecerá nos hospitais.

quarta-feira, março 23, 2005

DE OLHOS POSTOS NO PASSADO

Enquanto os Ministro dos Negócios Estrangeiros do Brasil, Angola e São Tomé, logo a seguir à posse do novo Governo de Portugal, se apressaram a convidar o seu homólogo português, Diogo Freitas do Amaral, a visitar os seus países;

Enquanto em Portugal Adriano Moreira, Mário Soares, Silvino Silvério Marques, Diogo Freitas do Amaral e mais uns quantos portugueses se preocupam em discutir e propor a Integração de Cabo Verde na Europa;

o nosso Presidente da República, Comandante Pedro Pires, anda em visita à Guiné-Bissau a apoiar as folclóricas "autoridades" guineenses que subsistem sob a "protecção" dos militares fratricidas que chefiam o sanguinário exército local.

É caso para perguntar a Pedro Pires se num pequeno intervalo dessa visita à Guiné-Bissau, visita que parece ser para ele transcendente para o futuro de Cabo Verde, não poderia dizer alguma coisa sobre este tema que cada vez mais vai parecendo tão insignificante para o País de que é Presidente - a proposta da sua integração na União Europeia.

Há alturas que um simples silêncio diz tudo o que não sabíamos sobre uma pessoa. Esta parece ser a altura de conhecermos melhor o Comandante Pedro Pires. E confessamos que não estamos a gostar nada de ter esse conhecimento.

domingo, março 20, 2005

A LUPA DE VASCO PULIDO VALENTE

Com a habitual dose de ácido sulfúrico a escorrer da pena Vasco Pulido Valente faz
aqui um retrato impiedoso e cruel de Santana Lopes e profetiza os próximos passos da criatura no seio do PSD.

sábado, março 19, 2005

FELIZ DIA DO PAI



Neste Dia do Pai desejo a todos os pais que recebam um cartão com mais ou menos estes dizeres:

«Porque sorris-nos desde o dia em que nascemos
e ensinaste-nos o valor de um sorriso.

Porque deste-nos a mão durante os primeiros passos
e em todos os grandes passos da nossa vida.

Porque nunca nos negaste uma resposta sincera
e encorajaste-nos a procurar a verdade das coisas.

Porque quiseste sempre o melhor para nós
e ensinaste-nos a querer o mesmo.

Porque és uma parte da nossa vida
e nós somos uma parte da tua vida.

Este cartão é para ti.»
A TRISTE SINA DA SAÚDE EM PORTUGAL

Desde há oito anos a esta parte que o principal problema da Saúde em Portugal tem sido os recursos humanos disponíveis e a sua gestão.
Este novo Governo do Partido Socialista não ignorou o problema e dedicou-lhe um parágrafo no seu programa agora apresentado aos portugueses. O que já não é nada mau.

Eis aqui a redacção dada a esse parágrafo (que subdividimos em duas partes, com realces a cor da nossa responsabilidade, para melhor poder comentá-lo):

5. Um SNS bem gerido
Recursos humanos da saúde

Os recursos humanos (RH) na saúde serão geridos em função da política de saúde e, tendo esta por base, em função de um plano estratégico que tenha em atenção o balanço social do sector e as previsíveis necessidades de profissionais da saúde, em termos de curto, médio e longo prazo
.


Comentário:
Vai o Governo abrir a concurso as vagas congeladas dos quadros dos hospitais públicos - única solução, quanto a nós, para reabilitar e garantir a qualidade dos cuidados de saúde - ou vai insistir o Governo em fazer contratos com "empresas" (médicos individualmente organizados em empresas de um único trabalhador - o próprio - para evitarem o IRS e melhor se defenderem no IRC)? Se a opção for esta última, então o Governo nada mudará pois esta opção já está em curso há mais de três anos e tem dado os resultados catastróficos que estão aí para quem quiser ver: encerramento de serviços técnicos com os hospitais a recorrerem a serviços técnicos do sector privado pagando custos substancialmente maiores do que teriam entreportas; dificuldades em contratar pessoal a ponto de até se fecharem serviços de urgência e serviços essenciais (vide, por exemplo, o que tem acontecido com a urgência obstétrica e com o serviço de infecciologia do Hospital Amadora Sintra); realização de contratos individuais de trabalho a curto termo e de carga horária diminuta, com médicos inexperientes ou de menor competência do que o exigível fazendo assim baixar a qualidade assistencial, aumentando a despesa com o recurso a exames complementares dispensáveis, protelando diagnósticos, adiando terapêuticas ou prescrevendo terapêuticas de discutível adequação e eficácia com custos evidentes para a saúde dos doentes e custos sociais mais que evidentes através de uma maior abstenção do doente ao trabalho.


A formação deve ter uma forte componente de gestão eficiente de recursos, de qualidade e de questões éticas. O envolvimento dos profissionais na política do sector é essencial para garantir resultados.

Comentário:
Vai o Governo voltar a pôr os serviços hospitalares nas mãos dos mais competentes eleitos pelos seus pares ou legitimados por concursos e carreiras, ou vai continuar a fazer nomeações que lhe permitam escolher os seus boys ou os yes-man sempre disponíveis que mais não serão do que a extensão aos serviços do braço tecnocrático e ignorante das administrações empresariais a quem deram de bandeja a mina hospitalar para gerir, administrações habituadas a lidar com produção fabril e trabalhadores robotizados?


Aguardamos para ver que caminhos trilhará o Governo. Mas as nossas ilusões não são muitas. A linguagem ambígua deste Programa de Governo é sinal perceptível de que se tentará a quadratura do círculo: ter hospitais sem verdadeiros médicos mas capazes de tratar os doentes; gastar pouco dinheiro com a Saúde comprando um porco pelo preço de um chouriço; acreditar que a "propaganda" é suficiente para que as pessoas não adoeçam e os doentes se curem.

sexta-feira, março 18, 2005

UM QUADRADO DE TRÊS BICOS

Pacheco Pereira está triste e revoltado. Quer que os jornais citem o Abrupto à força - quer haja no Abrupto matéria de interesse ou não. Quer ser citado, pronto! E se não o citarem é porque estão a trabalhar para os socialistas, estão a ver?

Para além de ser citado Pacheco quer também "comentar" na santa paz de Deus. Por isso, na Quadratura do Círculo, programa plural e "equilibrado" da SIC Notícias, que deu continuidade ao antigo flashback da TSF, e que sempre funcionou com dois representantes da direita e só um da esquerda,
Pacheco não quer ver mais esquerdista nenhum . Saiu de lá José Magalhães e entrou Jorge Coelho; ficou tudo como dantes: o "equilíbrio" de que Pacheco tanto gosta continua, portanto. E se alguém disser que é preciso mais uma voz à esquerda Pacheco, por certo, denunciará publicamente o «controlo socialista da informação» sendo até capaz de chamar a polícia.

E nós que há mais ou menos um ano enviámos um e-mail a Carlos Andrade sugerindo a presença de alguém próximo do Bloco de Esquerda no programa! - até chegámos a falar no nome de Miguel Portas - recebemos então de Carlos Andrade uma resposta com o seguinte texto também publicado no blogue daquele programa: «...o programa nunca pretendeu ser um pequeno espelho do Parlamento. A escolha dos comentadores resulta do mérito pessoal e não da representação de partidos (embora também não tente esconder filiações que são públicas e notórias)».

Vê-se - então não se vê claramente?, caríssimo Dr. Carlos Andrade. Nunca uma mentira (piedosa) teve pernas tão curtas.

quarta-feira, março 16, 2005

EURO CABO VERDE (2)

Em 12/02/2005 abordámos, aqui mais abaixo, a proposta do Professor Adriano Moreira para a integração de Cabo Verde na União Europeia. Sobre a mesma nos pronunciámos então concordantemente uma primeira vez e instámos as autoridades de Cabo Verde - mas sobretudo o Presidente da República, Comandante Pedro Pires - bem como a sociedade civil e os partidos políticos cabo-verdianos a pronunciarem-se sobre o que então chamámos de «uma proposta muito importante que não podemos deixar cair em saco roto».

Escrevemos então e-mails a algumas personalidades de relevo da política e cultura portuguesas e ficámos à espera de ouvir uma só voz que fosse a abordar o assunto. Para bem de Cabo Verde e do seu povo, no nosso entender.

Até agora, se as pedras da calçada se pronunciaram sobre o assunto, também se pronunciaram aquelas personalidades. Um dos instados foi o Professor Vital Moreira, jurista e constitucionalista que dispensa quaisquer apresentações, blogueiro activo no
Causa Nossa, que se no passado nos respondeu a um e-mail solicitando tomada pública de posição sobre um tema (coisa que fez de pronto, então, no blogue em causa) agora achou por bem nada dizer, nem sequer acusar a recepção do e-mail falando no caso.

Mas eis que ontem o Dr. Mário Soares falou sobre o tema no programa Sociedade Aberta que foi transmitido pela SIC Notícias. E eis que hoje, na Sociedade de Geografia, em Lisboa, o Professor Adriano Moreira, o Dr. Mário Soares e o General Silvino Silvério Marques (este um dos mais ilustres Governadores que Cabo Verde teve durante o colonialismo e um grande amigo de Cabo Verde), com o apoio, por escrito, do Professor Diogo Freitas do Amaral, abordaram de novo o tema, em colóquio, e produziram um documento que levarão à apreciação do Governo Português, do Governo de Cabo Verde e da Comissão Europeia.

Tal como há dois anos pregámos, aqui na blogosfera, sozinhos, pedindo a quem pudesse, mas sobretudo aos senhores jornalistas, para que acordassem, verificassem e contassem o que se estava a passar na Saúde em Portugal, quando o Governo Barroso iniciou o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde - tal como naquela altura em que todos dormiam e pareciam cúmplices com aquela missão criminosa do Governo -, hoje também aqui estamos, sozinhos (esperamos que só por enquanto), a pedir aos políticos, aos intelectuais, às pessoas interessadas - que felizmente há muitas na blogosfera - que se pronunciem sobre esta proposta de integração de Cabo Verde na União Europeia para que haja uma ampla e profícua discussão do problema pois, interessa de alguma forma a todos nós (portugueses, europeus e cabo-verdianos) o destino futuro daquele arquipélago «com os pés em África e a cabeça na Europa».

Até que o tema seja "pegado" por aí e entre em discussão, aqui estaremos a pregar.

Até que a voz nos doa.

Água mole em pedra dura...

terça-feira, março 15, 2005

ESTÁ DE NOVO INSTALADO O CIRCO

Toda a gente reparou, concerteza, que Santana Lopes continua igual a si próprio: um autêntico clown exibindo-se em palco para basbaques. A única coisa que interessa de facto e esta criatura é ser falada e noticiada - não interessa por que motivo for, e não interessa com que custos para os portugueses.

Daqui para o futuro vamos assistir, por certo, a uma sucessão vertiginosa de episódios circenses na Câmara de Lisboa, episódios que só acabarão em Outubro quando os Lisboetas escorraçarem de vez este inimputável de qualquer cargo público. Mas até lá vamos ter seis meses de disparates e esbanjamento de dinheiros públicos. Só espero que a oposição siga de perto as peripécias que se vão seguir, as denuncie em tempo oportuno e peça, em local próprio (nos tribunais se necessário), a reparação de quaisquer danos que a actuação errática e inconsciente desta «criatura comum» venha a provocar à autarquia.

sexta-feira, março 11, 2005

O ERRO DO BLOCO DE ESQUERDA

Pareceria claro que à esquerda interessa fundamentalmente derrotar a direita em quaisquer eleições que hajam. Mas as coisas não são bem assim.

Atente-se só nisto: noticia-se por aí (ver aqui, aqui, aqui e aqui) que o Bloco de Esquerda pretende concorrer sozinho à Câmara de Lisboa nas próximas eleições autárquicas de Outubro. O Bloco de Esquerda rejeita assim qualquer possibilidade de entendimento com o PS e a CDU no sentido de derrotar uma candidatura da direita. É uma decisão insensata que provém de uma avaliação (quanto a nós errada) que o Bloco faz acerca dos votos que obteve nas últimas legislativas. Os senhores bloquistas estarão por certo convencidos de que reeditarão com toda a facilidade, em Lisboa, a votação que obtiveram nas legislativas de há dias. Isso é pensar que o povo de Lisboa, que, como sabemos, votou maioritariamente à esquerda no dia 20 de Fevereiro, irá votar da mesma maneira que o fez há dias praticando um acto mecânico: como se fosse um robô.

Mas assim não será e o Bloco de Esquerda, a ir sozinho às autárquicas, vai ter uma lição bem grande a aprender.

É que os portugueses evoluíram muito nestes últimos dez vinte anos. Hoje os portugueses pensam a política e decidem o seu voto de acordo com aquilo que observam ao longo do tempo aos protagonistas políticos, e de acordo com aquilo que lhes interessa ou não. Já não vão em cantigas e folclore como, por exemplo, muitos ainda pensaram na última campanha eleitoral. O voto é hoje uma arma que cada eleitor aprendeu a utilizar em benefício próprio. O voto pertence hoje ao eleitor e não ao partido: esta a grande mudança verificada, de eleição para eleição, desde o 25 de Abril até hoje.

A direita apostou, nas últimas eleições, na estupidez dos portugueses e perdeu em toda a linha.

Nem a campanha mediática protagonizada por "analistas" e "comentadores" políticos da direita que enxamearam os média; nem a contratação, pelo PSD, do marketing de um brasileiro pateta que quis fazer de Santana um "menino guerreiro"; nem os apelos ridículos de alguns padres retrógrados; nem a pose de Estado do antigo "Paulinho das feiras"; nada - mas mesmo nada - desviou um milímetro os portugueses da sua decisão de votar maciçamente para correr com a direita do poder.

Nada fez mudar o sentido do voto maioritário dos portugueses:

Marcelo foi engraçado na TVI mas as opiniões de Marcelo não mudaram em nada o pensar dos portugueses. Os padres, respeitados como representantes da Igreja Católica, mas sem que ninguém acredite já que têm alguma coisa a ver com Deus, viram os apelos de voto feitos a partir do púlpito das igrejas caírem positivamente em saco roto.

O aproveitamento político escandaloso da morte e do funeral de Lúcia não rendeu um tostão furado à direita ridiculamente enlutada e contristada que se apresentou em campanha.

Isto quer dizer que o Portugal de Salazar deixou definitivamente de existir. Hoje temos o Portugal de Abril . Um Portugal informado e capaz de decidir pensando. Não mais tomando decisões com o coração ao pé da boca.

Enganam-se por isso redondamente, e mimam o erro monumental que conduziu a direita ao fracasso nas últimas legislativas, aqueles da esquerda que pensem que conquistaram em definitivo o voto dos portugueses e que por isso podem muito bem escolher o caminho que quiserem sem que isso os penalize.

Os lisboetas têm uma avaliação muito negativa deste executivo camarário que tem brincado no dia-a-dia com a sua paciência obrigando-os a andar numa Lisboa atravancada de carros - só por causa de um túnel que mais não é do que a obstinação de um autarca maluco que vê os cargos que ocupa como palcos a partir dos quais faz representações para uma plateia embasbacada e não como uma missão em prol de quem o elegeu -. Os Lisboetas sabem claramente que o actual executivo camarário nada fez até hoje de relevante para a cidade e para os munícipes.

É contra este imobilismo e esta falta de jeito para gerir a sua autarquia que os lisboetas votarão nas próximas legislativas.

Por isso os lisboetas não desperdiçarão o seu voto numa qualquer candidatura que não tenha possibilidades efectivas de derrotar a da direita. Por isso o Bloco de Esquerda sofrerá uma enorme sangria de votos se persistir em pensar que é ele, Bloco, o dono desses votos e não os eleitores que lho deram nas últimas legislativas.

A ver vamos se assim não será.