domingo, julho 06, 2003

O DIVÃ CENTRAL

Fernando Correia dirige, diariamente na TSF, o programa “Bancada Central” que alguém já apelidou (mal) de programa para “maluquinhos da bola”, num blogue cujo nome não retive.
Algumas pessoas lidas e ouvidas nos média nacionais têm-se referido ao programa confessando que o costumam ouvir com alguma regularidade – Mário Bettencourt Resendes, por exemplo, diz isso mesmo aqui –. Ora bem, eu também confesso que costumo ouvir, sempre que posso, a Bancada Central que, numa análise pouco superficial (“pouco” e não “um pouco”) me parece ter, dentre outras funções, a de divã psiquiátrico (sem qualquer sentido metafórico). É que tendo atenção às “opiniões” expressas pela maioria dos intervenientes, que são quase sempre os mesmos a deitarem-se quotidianamente no dito divã, constata-se que aí o que menos vale são as opiniões, e o que mais conta é o desnudar da personalidade de cada um deles que, ao longo dos dias, cumpre um ritual de despojamento que leva a maioria deles a chegar muito perto de (e alguns a conseguirem mesmo) uma verdadeira catarse libertadora e equilibradora da personalidade, dando-lhes saúde psíquica, mental e mesmo física, creio.
Por isso é de louvar o verdadeiro serviço clínico, público e gratuito, que Fernando Correia presta à sociedade e ao Serviço Nacional de Saúde, o qual ele exerce com extremo profissionalismo (mais médico que jornalístico, até) conduzindo o programa num tom quase sempre muito sereno, mas estando ao mesmo tempo muito atento na função de levar o opinante no caminho certo que o levará à catarse.
Parabéns Fernando Correia pela “Bancada Central”.