ASSALTO NO RIO DE JANEIRO
Aqui há uns anos houve um congresso médico no Rio de Janeiro. As mulheres dos congressistas, durante o dia, para se prevenirem dos assaltos, organizavam-se em pequenos grupos para visitarem a cidade.
Certo dia uma dama mais afoita, na impossibilidade de ser acompanhada, resolveu aventurar-se sozinha: saiu do hotel, apanhou o primeiro "ônibus" que lhe apareceu tendo cuidadosamente escolhido um lugar à janela, que lhe permitiu colocar a mala a bom recato entre o corpo e o autocarro.
Na paragem seguinte entrou um senhor com um ar muito suspeito que se sentou ao lado dela.
E não é que algumas centenas de metros mais à frente ela descobre que já não tem no pulso o relógio?...
Encheu-se de coragem e com toda a calma deste mundo abriu a mala, retirou uma lima de unhas bem forte que trazia consigo, espetou-a firmemente entre as costelas do ladrão, e enquanto apontava para dentro da mala aberta disse-lhe decidida ao ouvido – ponha aqui o relógio, e já! –; o ladrão nem pestanejou: deixou cair o relógio dentro da mala que a senhora fechou de imediato tendo o assunto ficado solucionado na maior discrição.
A senhora resolveu então regressar logo ao hotel pois não estava para correr mais riscos no Rio de Janeiro.
Quando entrou no quarto, entre furiosa e desencantada, contou logo ao marido o que lhe tinha acontecido; ao que este lhe respondeu – querida, o teu relógio está na casa de banho –.
Foi quando abriu, curiosa, a mala e constatou com surpresa que lá tinha dentro o relógio do senhor.