domingo, setembro 14, 2003

VINCENT, VOCÊ SALVOU O PORTAS DE SER CHURRASCO

Se não fosse a minha filha mais nova (mais nova mas a pessoa mais possante aqui de casa) a estas horas eu já estava engaiolado e acusado de piromania.

Mal abri o blogue Escala Estantes e vi o novo visual que saúdo vivamente, passei pela cozinha, deitei mão ao cocktail Molotov que já tinha preparado para o próximo incêndio no Largo do Caldas, e ia já disparado pela porta fora comemorar o acontecimento com um fogo monumental que iria provocar à entrada do meu prédio quando ela me agarrou e atirou para o hall provocando um pequeno incêndio que os vizinhos prontamente ajudaram a extinguir.

Obrigado, meu caro Vincent (João Leal uma ova. O primeiro nome é que fica). Agora já posso lê-lo, ensonado, à luz mortiça regulável de um candeeiro chinês que me custou quinhentos velhos escudos aqui há quatro anos em Macau, sem precisar dos óculos com persianas que chegaram anteontem pelo correio vindos de uma remota aldeia cantonense das margens do rio das pérolas onde um artesão engenhoso nunca deixa por muito tempo uma encomenda por satisfazer por mais estapafúrdio que pareça ser o objecto pedido.

– Ó filha, guarda-me estes óculos, por favor! É que o Vincent já me ouviu.