GESTÃO EMPRESARIALIZADA DOS HOSPITAIS (III)
Como todos sabemos, agora a ordem é poupar ao máximo. Por isso foram mudadas as administrações de trinta e tais hospitais, tendo ido para cada um deles gestores respeitabilíssimos e competentíssimos (nada de boys laranja – era só o que faltava –).
Dentro dessa política de poupança decidiu-se, num hospital, comprar toucas cirúrgicas (aquelas boininhas verdes, azuis, brancas, que o pessoal dos blocos operatórios é obrigado a usar para esconder a peruca e evitar contaminar o ambiente e os doentes).
A escolha recaiu num fornecedor que vendia toucas 20% mais baratas do que os outros.
Então, toca de comprar toucas a esse fornecedor.
Chegado o material aos blocos operatórios verifica-se que as toucas mais baratas são também mais pequenas que as outras e não se consegue (sobretudo as senhoras) esconder a peruca só com uma.
O pessoal é obrigado, por isso, a usar duas toucas de cada vez.
Resultado:
En vez de poupar 20% nos custos de aquisição
Os gastos subiram 60%.
Terlin-tin-tim, terlin-tin-tim, terlin-tin-tim.