quinta-feira, junho 17, 2004

A VERGONHA MOE - E MATA

Longe vão já os tempos em que os blogues da direita, baseando-se no conteúdo da blogosfera portuguesa, se vangloriavam de finalmente haver provas de que a direita também tinha muitos intelectuais que defendem as suas causas e de dominarem, até, a blogosfera onde não se vislumbrava presença significativa da esquerda e vaticinavam longa vida e domínio a si próprios.

Foi questão de pouco tempo.

Menos de um ano passado sobre esse tempo glorioso em que a direita julgou dominar a blogosfera portuguesa, eis que a debandada geral se instalou ficando apenas os blogues da esquerda num terreno onde os resquícios bloguísticos da direita tendem a caber nos dedos de uma só mão.

Até o Abrupto - que surgira tão gordo e caudaloso, tão exuberantemente exócrino e multifacetado, tão prolífico e intelectualmente diversificado - mirrou de um dia para o outro e hoje não é mais que uma agenda, um bloco-notas do seu autor e o simulacro de um magazine cultural com olhos piscos anunciando uma inesperada sonolência, ou mesmo letargia, reveladora de profundo esgotamento.

Tem-se até a sensação de que a direita portuguesa acordou para a blogosfera com a ascensão de George Bush ao poder, e cresceu eufórica com os rompantes desbragados de exibição pistoleira do cowboy americano, cujo poder bélico o próprio terá julgado definitivo - final mesmo -, estando agora essa mesma direita (os blogues da direita) a definhar galopantemente mimando o falso herói que a enganou com a perigosa farsa montada à volta das fantasmagóricas armas de destruição massiva e da inexistente ligação entre Saddam Hussein e a AlQaeda.

Até parece que os blogues da direita estão a definhar assolados pela vergonha de tanto terem argumentado em defesa de uma das maiores mentiras da História dos nossos dias.

Chega a apetecer, por uma única vez só que seja, dar-lhes a mão para que se levantem e lutem pois a esquerda não quer ficar sozinha aqui na blogosfera.

A esquerda quer continuar a ter à sua frente alguém em quem bater de vez em quando pois de contrário isto perderá a graça toda.

Levantem-se, oh nossos inimigos de estimação! Não deixem que Vasco Rato desvirtue a vossa fé e a vossa religião.

- Força Portugal! (Quem foi que disse isto?).