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Da crónica de Frei Bento Domingues, hoje, no Público, roubo uma fatia - uma citação da Conferência Episcopal Portuguesa - que reflecte a opinião dos bispos portugueses sobre o fenómeno "futebol".
«A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) não anda distraída. Publicou, no ano passado, uma Nota Pastoral sobre "O Desporto ao serviço da construção da pessoa e do encontro dos povos".
Para os bispos portugueses, o futebol deixou de ser um "jogo" para se tornar numa indústria. Perdeu o seu sentido lúdico e humanizante para se tornar numa competição de atletas pagos a preço de ouro, que oferecem um espectáculo de alto valor comercial, muitas vezes despido de alma e de sentimentos. O futebol deixa de ser um veículo de valores que unem as pessoas e geram comunidade, tornando-se um factor de divisão, de ódio, de ruptura, de fractura social e de violência.
A CEP não é nada simpática com as sociedades anónimas desportivas, regidas por interesses comerciais, por critérios de rentabilidade económica, pelo espírito de lucro. Não esquece o fenómeno das claques, o consumo de substâncias proibidas para melhorar o desempenho dos atletas, nem a corrupção e a politização do futebol.»