SERÁ DESTA, BUNDÕES?
O Governo quer sensibilizar os médicos a não fazerem férias durante os próximos meses de Maio e Junho, altura do "rock in rio" e do "Euro 2004".
Que bela altura para uma greve dos médicos que reclamam sem sucesso que as administrações dos hospitais onde trabalham cumpram a lei e lhes paguem as urgências pela tabela das 42 horas!
Será que é desta que esses bundões farão uma greve a sério?
sexta-feira, janeiro 30, 2004
quinta-feira, janeiro 29, 2004
O GOVERNO DE PORTUGAL ESTÁ DE PARABÉNS
O Governo vai cortar nas comparticipações nas despesas com a saúde?
Acho bem, acho muito bem!
Perfeito, perfeito seria proibir o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde. Mas cortar nas despesas já é um passo muito positivo nesse caminho da perfeição. Daí que o Governo esteja de parabéns.
Contudo, e por causa das tosses, Salmoura faz uma advertência ao Governo: cortem em todas as comparticipações mas não se esqueçam de investir mais na desintoxicação dos toxicodependentes. É que com isso asseguram a existência de belíssimos candidatos a ministros no futuro.
O Governo vai cortar nas comparticipações nas despesas com a saúde?
Acho bem, acho muito bem!
Perfeito, perfeito seria proibir o acesso dos cidadãos aos cuidados de saúde. Mas cortar nas despesas já é um passo muito positivo nesse caminho da perfeição. Daí que o Governo esteja de parabéns.
Contudo, e por causa das tosses, Salmoura faz uma advertência ao Governo: cortem em todas as comparticipações mas não se esqueçam de investir mais na desintoxicação dos toxicodependentes. É que com isso asseguram a existência de belíssimos candidatos a ministros no futuro.
quarta-feira, janeiro 28, 2004
CHORAR FÉHER OU CHORAR-ME?
Esta posta do Dicionário do Diabo trouxe-me à lembrança a primeira vez que vi uma morte quase em directo. Sabia eu que tinha encetado um caminho profissional que me haveria de obrigar a ver muitas mais mortes ao longo da vida. Cuidava que haveria de me habituar e que, como se conta dos funcionários das morgues, chegaria o dia em que indiferentemente seria capaz de pousar um prato sobre um caixão com cadáver dentro ou mesmo sobre uma mesa de autópsia e almoçar tranquilamente.
Puro engano.
Naquele dia da Primavera de 1978, menino e moço recém formado, apanhara, como fazia todas as manhãs, o comboio do Rossio para Sintra onde trabalhava então. De regresso a Lisboa, numa tarde de sol radioso e brisa suave, o comboio que nos transportava parou de repente. Vi saírem à pressa várias pessoas, e, pensando estar iminente qualquer perigo, também abandonei a carruagem. Para logo, algumas dezenas de metros atrás do comboio, se me deparar o que restava de uma mulher colhida há instantes: um monte de carne, pele, ossos, massa encefálica e cabelo, tudo misturado com bocados de tecido da roupa da infeliz criatura. No meio dessa mistura informe pude ver ainda partes dos intestinos, ainda "vivos", com os movimentos peristálticos bem evidentes.
Lembro-me do choque brutal que tudo aquilo foi para mim. Lembro-me de olhar atentamente para a berma do caminho de ferro onde uma grande quantidade de urzes floridas acenavam com os seus raminhos ao vento.
E lembro-me de ter pensado: este monte de carne que já não é nada, ainda há pouco tinha a mesma capacidade que eu estou tendo de pensar e de apreciar a beleza das flores. Porca de vida! De facto nada somos. Perante a morte não somos senão um sopro de vida num monte de células. Uma chama ténue que se apaga à menor das causas.
Passados mais de vinte anos, depois de mais de uma centena de mortes em directo, ainda não me habituei à perda da vida. Não é possível admitir a morte sem revolta (mesmo que silenciosa, sob a forma de raiva). Em boa verdade, para o Homem, a morte não é normal. É preciso que alguém esteja bem morto em qualquer parte de si para que considere a morte coisa normal.
Não é, pois, vergonha chorar a perda de Miklos Féher.
Apesar de calejado, vi imagens televisivas do féretro e quase me vieram as lágrimas aos olhos.
Não sei se quis chorar a morte de Féher ou se antecipadamente a minha. Esta a dúvida ainda não cabalmente esclarecida pelos especialistas da mente.
Esta posta do Dicionário do Diabo trouxe-me à lembrança a primeira vez que vi uma morte quase em directo. Sabia eu que tinha encetado um caminho profissional que me haveria de obrigar a ver muitas mais mortes ao longo da vida. Cuidava que haveria de me habituar e que, como se conta dos funcionários das morgues, chegaria o dia em que indiferentemente seria capaz de pousar um prato sobre um caixão com cadáver dentro ou mesmo sobre uma mesa de autópsia e almoçar tranquilamente.
Puro engano.
Naquele dia da Primavera de 1978, menino e moço recém formado, apanhara, como fazia todas as manhãs, o comboio do Rossio para Sintra onde trabalhava então. De regresso a Lisboa, numa tarde de sol radioso e brisa suave, o comboio que nos transportava parou de repente. Vi saírem à pressa várias pessoas, e, pensando estar iminente qualquer perigo, também abandonei a carruagem. Para logo, algumas dezenas de metros atrás do comboio, se me deparar o que restava de uma mulher colhida há instantes: um monte de carne, pele, ossos, massa encefálica e cabelo, tudo misturado com bocados de tecido da roupa da infeliz criatura. No meio dessa mistura informe pude ver ainda partes dos intestinos, ainda "vivos", com os movimentos peristálticos bem evidentes.
Lembro-me do choque brutal que tudo aquilo foi para mim. Lembro-me de olhar atentamente para a berma do caminho de ferro onde uma grande quantidade de urzes floridas acenavam com os seus raminhos ao vento.
E lembro-me de ter pensado: este monte de carne que já não é nada, ainda há pouco tinha a mesma capacidade que eu estou tendo de pensar e de apreciar a beleza das flores. Porca de vida! De facto nada somos. Perante a morte não somos senão um sopro de vida num monte de células. Uma chama ténue que se apaga à menor das causas.
Passados mais de vinte anos, depois de mais de uma centena de mortes em directo, ainda não me habituei à perda da vida. Não é possível admitir a morte sem revolta (mesmo que silenciosa, sob a forma de raiva). Em boa verdade, para o Homem, a morte não é normal. É preciso que alguém esteja bem morto em qualquer parte de si para que considere a morte coisa normal.
Não é, pois, vergonha chorar a perda de Miklos Féher.
Apesar de calejado, vi imagens televisivas do féretro e quase me vieram as lágrimas aos olhos.
Não sei se quis chorar a morte de Féher ou se antecipadamente a minha. Esta a dúvida ainda não cabalmente esclarecida pelos especialistas da mente.
segunda-feira, janeiro 26, 2004
domingo, janeiro 25, 2004
FINALMENTE
Boa noite.
Salmoura regressa finalmente mas apenas para cumprimentar os amigos e dizer que valeu a pena todo o tempo gasto no upgrade do computador. Custou muito pôr tudo em perfeitas condições pois quando se faz uma máquina nova, como é o caso, tem de se instalar tudo de novo e isso é moroso e penoso. Mas já está! E quem quiser dar uma olhadela a este site vai tomar conhecimento da novíssima motherboard que equipa agora esta máquina rejuvenescida que permite que Salmoura possa garantir não dar tréguas aos desmanteladores profissionais, eleitos por quem de direito (e por quem de direita) colocados em lugares-chave para tratarem da saúde ao Serviço Nacional de Saude.
Boa noite.
Salmoura regressa finalmente mas apenas para cumprimentar os amigos e dizer que valeu a pena todo o tempo gasto no upgrade do computador. Custou muito pôr tudo em perfeitas condições pois quando se faz uma máquina nova, como é o caso, tem de se instalar tudo de novo e isso é moroso e penoso. Mas já está! E quem quiser dar uma olhadela a este site vai tomar conhecimento da novíssima motherboard que equipa agora esta máquina rejuvenescida que permite que Salmoura possa garantir não dar tréguas aos desmanteladores profissionais, eleitos por quem de direito (e por quem de direita) colocados em lugares-chave para tratarem da saúde ao Serviço Nacional de Saude.
sexta-feira, janeiro 23, 2004
segunda-feira, janeiro 19, 2004
A DISTRAÇÃO DE FRANCISCO
Aviz, terra de onde é originário este senhor, tem um Centro de Saúde, com capacidade para internamento de doentes, que funcionava 24 horas por dia. Quem manda mandou que o referido Centro de Saúde passasse a ficar fechado da meia noite às 8 horas da manhã; depois mandou que passasse a fechar das 22 às 8 horas da manhã; e agora mandou que fechasse das 20 às 8 horas da manhã.
As televisões noticiaram que a descontente população de Aviz ocupou hoje o Centro de Saúde, em protesto contra este encurtar sucessivo do tempo de funcionamento do mesmo, único apoio para os doentes da terra que estão a mais de 40, 60 e 70 quilómetros de distância das mais próximas unidades de assistência médica do distrito.
Entre os populares que protestavam estava alguém que mostrava um cartaz enviado por Salmoura onde se podia ler: «A Saúde é Um Direito. Não é Um Negócio».
Salmoura olhou, olhou, mas não viu o cartaz de Francisco José Viegas. Estaria distraído, ou estará em delírio, antes dos comentários, fazendo jus à máxima inscrita no seu blogue: «Comentários e delírios»?
Tendo Salmoura alguns leitores em Aviz, é natural que tenha sido Salmoura o instigador da manifestação. Mas caso a população tenha saído à rua por iniciativa própria… aí a coisa fia mais fino: quer dizer que esta política de Saúde do Governo, «a favor dos pobres e necessitados», é capaz de não estar a ser bem recebida pelos ingratos cidadãos de Aviz.
Aviz, terra de onde é originário este senhor, tem um Centro de Saúde, com capacidade para internamento de doentes, que funcionava 24 horas por dia. Quem manda mandou que o referido Centro de Saúde passasse a ficar fechado da meia noite às 8 horas da manhã; depois mandou que passasse a fechar das 22 às 8 horas da manhã; e agora mandou que fechasse das 20 às 8 horas da manhã.
As televisões noticiaram que a descontente população de Aviz ocupou hoje o Centro de Saúde, em protesto contra este encurtar sucessivo do tempo de funcionamento do mesmo, único apoio para os doentes da terra que estão a mais de 40, 60 e 70 quilómetros de distância das mais próximas unidades de assistência médica do distrito.
Entre os populares que protestavam estava alguém que mostrava um cartaz enviado por Salmoura onde se podia ler: «A Saúde é Um Direito. Não é Um Negócio».
Salmoura olhou, olhou, mas não viu o cartaz de Francisco José Viegas. Estaria distraído, ou estará em delírio, antes dos comentários, fazendo jus à máxima inscrita no seu blogue: «Comentários e delírios»?
Tendo Salmoura alguns leitores em Aviz, é natural que tenha sido Salmoura o instigador da manifestação. Mas caso a população tenha saído à rua por iniciativa própria… aí a coisa fia mais fino: quer dizer que esta política de Saúde do Governo, «a favor dos pobres e necessitados», é capaz de não estar a ser bem recebida pelos ingratos cidadãos de Aviz.
domingo, janeiro 18, 2004
PORCA DE VIDA
Os jornais noticiaram ontem que o Primeiro-Ministro admite descriminalizar o aborto lá para depois de 2006. Antes disso quer «privilegiar medidas preventivas combatendo as causas que levam as mulheres a abortar».
Sendo o truca-truca a causa primeira – lá vamos ter o truca-truca proibido!…
Os jornais noticiaram ontem que o Primeiro-Ministro admite descriminalizar o aborto lá para depois de 2006. Antes disso quer «privilegiar medidas preventivas combatendo as causas que levam as mulheres a abortar».
Sendo o truca-truca a causa primeira – lá vamos ter o truca-truca proibido!…
AO TALHO NÃO
Fresco-fresco só a manhã fresca. E o quadro aqui ao lado.
Depois de uma maratona de 24 horas o que apetece mesmo é um bom banho, uma boa tisana, a audição de uns nocturnos (apesar de já ser dia) e duas ou três horas de repouso.
Mas, deixado o trabalho, venho encontrar em casa uma das filhas doente.
Levo-a para uma triagem de Manchester correndo ela o risco de só ser atendida daqui a 18 horas?
Claro que não. Deus tenha em bom repouso a alma de meu avô Agnelo Henriques que em boa hora me orientou na escolha da profissão.
Fresco-fresco só a manhã fresca. E o quadro aqui ao lado.
Depois de uma maratona de 24 horas o que apetece mesmo é um bom banho, uma boa tisana, a audição de uns nocturnos (apesar de já ser dia) e duas ou três horas de repouso.
Mas, deixado o trabalho, venho encontrar em casa uma das filhas doente.
Levo-a para uma triagem de Manchester correndo ela o risco de só ser atendida daqui a 18 horas?
Claro que não. Deus tenha em bom repouso a alma de meu avô Agnelo Henriques que em boa hora me orientou na escolha da profissão.
sexta-feira, janeiro 16, 2004
quinta-feira, janeiro 15, 2004
MERDA PARA ISTO
Aumentos salariais
Os aumentos de ordenados inferiores a mil euros, e das pensões sociais, cifrar-se-ão, este ano, nos 2%.
Confrontado com este valor irrisório dos aumentos o senhor primeiro Ministro disse o seguinte que acabei de escutar na TSF:
«O Estado está numa situação financeira que não permite aumentos maiores.»
Salmoura lembra aos incautos o seguinte:
Hoje é o dia em que o Governo nos deixou saber, a todos, que pretende aumentar o vencimento dos administradores dos hospitais S.A. em 300% (trezentos por cento). Para além de lhes vir facultar ainda cartão de crédito e carros novos topo de gama, tudo pago pelo Orçamento de Estado.
Se não é caso para dizer MERDA, quando é que podemos empregar esta palavra?
Aumentos salariais
Os aumentos de ordenados inferiores a mil euros, e das pensões sociais, cifrar-se-ão, este ano, nos 2%.
Confrontado com este valor irrisório dos aumentos o senhor primeiro Ministro disse o seguinte que acabei de escutar na TSF:
«O Estado está numa situação financeira que não permite aumentos maiores.»
Salmoura lembra aos incautos o seguinte:
Hoje é o dia em que o Governo nos deixou saber, a todos, que pretende aumentar o vencimento dos administradores dos hospitais S.A. em 300% (trezentos por cento). Para além de lhes vir facultar ainda cartão de crédito e carros novos topo de gama, tudo pago pelo Orçamento de Estado.
Se não é caso para dizer MERDA, quando é que podemos empregar esta palavra?
quarta-feira, janeiro 14, 2004
A SOLUÇÃO
Finalmente foi encontrada a melhor solução para o processo pela prática de aborto clandestino, a decorrer no tribunal de Aveiro.
Com efeito o DN noticia hoje:
«Vários documentos referentes ao processo de prática ilegal de aborto, a ser julgado em Aveiro, desapareceram das instalações do Tribunal. A denúncia foi feita ontem pelo presidente do colectivo de juízes, Paulo Brandão e advogados de defesa, durante a segunda sessão. O julgamento pode assim ser posto em causa, ou ser mesmo considerado nulo, embora o juiz tenha marcado as alegações finais para dia 26.»
«Segundo o juiz, o desaparecimento da documentação deixa este caso numa base muito fragilizada, não podendo preparar o julgamento sem ver os documentos.»
É sensato. Digo isto sem a menor malícia ou ironia.
Finalmente foi encontrada a melhor solução para o processo pela prática de aborto clandestino, a decorrer no tribunal de Aveiro.
Com efeito o DN noticia hoje:
«Vários documentos referentes ao processo de prática ilegal de aborto, a ser julgado em Aveiro, desapareceram das instalações do Tribunal. A denúncia foi feita ontem pelo presidente do colectivo de juízes, Paulo Brandão e advogados de defesa, durante a segunda sessão. O julgamento pode assim ser posto em causa, ou ser mesmo considerado nulo, embora o juiz tenha marcado as alegações finais para dia 26.»
«Segundo o juiz, o desaparecimento da documentação deixa este caso numa base muito fragilizada, não podendo preparar o julgamento sem ver os documentos.»
É sensato. Digo isto sem a menor malícia ou ironia.
terça-feira, janeiro 13, 2004
FARDOS DE PALHA COM TELEMÓVEL
(um exercício ficcional - ou nem tanto)
"A" encontra-se numa situação de saúde profundamente delicada e precisa urgentemente que um técnico qualificado e muito experiente entre em acção e lhe salve literalmente a vida. Olha-se para quem está de serviço e teme-se que dali não haja a solução pretendida. Contacta-se então "S" que não está de serviço e naquele momento nem deveria estar presente pois da há muito cumpriu o horário desse dia: - «tem que ser um sénior a fazer isto» dizem-lhe. "S" vai para o bloco operatório e desata um novelo complicadíssimo que o faz suar até às cuecas. Depois, cansado mas satisfeito, desanda para casa e vai ler Os Espaços em Branco de Agustina Bessa Luís.
"S" é um herói anónimo num país de opereta onde administradores incompetentes (mas amigalhaços de quem lá os colocou), que de há muito cumpriram o Princípio de Peter, continuam a gerir hospitais como se estes fossem autênticas fábricas de salsichas e o mais importante não fossem os doentes.
No dia (e tragicamente esse dia chegará) em que todos os "S"s. se reformarem, ou pura e simplesmente meterem licença sem vencimento, haverá administradores de hospitais (não confundir com administradores hospitalares que estes são formados para dirigir hospitais) que bem poderão dizer que passaram a administrar talhos – que é para onde encaminham a coisa – talhos com talhantes a preços de saldo (que é a coroa de glória de qualquer conselho de administração pós-moderno como os que há hoje um pouco por todo o lado).
Parafraseando Agustina (Espaços em Branco, pag. 57) Salmoura pensa que chegará o dia em que se nomearão administradores que cumprem apenas um requisito: serem Fardos de palha com telemóvel.
(um exercício ficcional - ou nem tanto)
"A" encontra-se numa situação de saúde profundamente delicada e precisa urgentemente que um técnico qualificado e muito experiente entre em acção e lhe salve literalmente a vida. Olha-se para quem está de serviço e teme-se que dali não haja a solução pretendida. Contacta-se então "S" que não está de serviço e naquele momento nem deveria estar presente pois da há muito cumpriu o horário desse dia: - «tem que ser um sénior a fazer isto» dizem-lhe. "S" vai para o bloco operatório e desata um novelo complicadíssimo que o faz suar até às cuecas. Depois, cansado mas satisfeito, desanda para casa e vai ler Os Espaços em Branco de Agustina Bessa Luís.
"S" é um herói anónimo num país de opereta onde administradores incompetentes (mas amigalhaços de quem lá os colocou), que de há muito cumpriram o Princípio de Peter, continuam a gerir hospitais como se estes fossem autênticas fábricas de salsichas e o mais importante não fossem os doentes.
No dia (e tragicamente esse dia chegará) em que todos os "S"s. se reformarem, ou pura e simplesmente meterem licença sem vencimento, haverá administradores de hospitais (não confundir com administradores hospitalares que estes são formados para dirigir hospitais) que bem poderão dizer que passaram a administrar talhos – que é para onde encaminham a coisa – talhos com talhantes a preços de saldo (que é a coroa de glória de qualquer conselho de administração pós-moderno como os que há hoje um pouco por todo o lado).
Parafraseando Agustina (Espaços em Branco, pag. 57) Salmoura pensa que chegará o dia em que se nomearão administradores que cumprem apenas um requisito: serem Fardos de palha com telemóvel.
domingo, janeiro 11, 2004
SAÚDO O FLASH BACK QUADRANGULAR
O FlashBack voltou hoje ao ao nosso convívio, na SIC Notícias, com o nome de "Quadratura do Círculo". Aguentei até aos 26 minutos do programa e depois afastei-me para alguns afazeres domésticos tendo regressado a tempo de assistir aos últimos seis minutos. Lamentei não ter podido transportar comigo o televisor para outras divisões da casa por onde andei ocupado para seguir o programa na íntegra. A solução seria massacrar a família com o berreiro infernal que teria que vir do televisor caso eu quisesse continuar a ouvi-lo em toda a casa. Este é o problema fundamental que eu tinha previsto quando no dia 28/10/2003 escrevi uma posta em que dizia:
«Não auguro grande audiência televisiva a um programa que vale em mais de 90% por aquilo que nele é dito e não por aquilo que nele pode ser mostrado.
O Flash Back, no seu formato conhecido, é um programa para se ouvir no carro, enquanto se viaja; na cozinha, enquanto se prepara o almoço de domingo; no jardim ou no quintal, enquanto se poda uma roseira ou se faz um churrasco. Nunca refastelado no sofá com os olhos pregados à pantalha onde quatro respeitáveis senhores opinam (sobre coisas interessantes, sem dúvida), analisam, vaticinam, etc.
Ou vencem, na rádio, quem lhes cortou o pio, ou então o que teremos será um espectáculo imageticamente pobre e incapaz de prender, por isso, o telespectador.
Por mim, tenho pena se vier a ser esta a solução».
De facto na "Quadratura do Círculo" não há motivos televisivos suficientes que convidem o telespectador a visualizar o programa; há apenas motivos "teleauditivos". E para estes a rádio é que é o veículo de eleição. Lamento que não tenha havido força e/ou vontade, capacidade e interesse suficientes para vencer os obstáculos propositadamente levantados à existência do programa na TSF e leva-lo para outra estação de rádio.
Ainda é muito cedo para se saber se "Quadratura do Círculo" vai vingar ou não. Mas não auguro grande audiência ao programa no exacto formato em que foi apresentado hoje.
O FlashBack voltou hoje ao ao nosso convívio, na SIC Notícias, com o nome de "Quadratura do Círculo". Aguentei até aos 26 minutos do programa e depois afastei-me para alguns afazeres domésticos tendo regressado a tempo de assistir aos últimos seis minutos. Lamentei não ter podido transportar comigo o televisor para outras divisões da casa por onde andei ocupado para seguir o programa na íntegra. A solução seria massacrar a família com o berreiro infernal que teria que vir do televisor caso eu quisesse continuar a ouvi-lo em toda a casa. Este é o problema fundamental que eu tinha previsto quando no dia 28/10/2003 escrevi uma posta em que dizia:
«Não auguro grande audiência televisiva a um programa que vale em mais de 90% por aquilo que nele é dito e não por aquilo que nele pode ser mostrado.
O Flash Back, no seu formato conhecido, é um programa para se ouvir no carro, enquanto se viaja; na cozinha, enquanto se prepara o almoço de domingo; no jardim ou no quintal, enquanto se poda uma roseira ou se faz um churrasco. Nunca refastelado no sofá com os olhos pregados à pantalha onde quatro respeitáveis senhores opinam (sobre coisas interessantes, sem dúvida), analisam, vaticinam, etc.
Ou vencem, na rádio, quem lhes cortou o pio, ou então o que teremos será um espectáculo imageticamente pobre e incapaz de prender, por isso, o telespectador.
Por mim, tenho pena se vier a ser esta a solução».
De facto na "Quadratura do Círculo" não há motivos televisivos suficientes que convidem o telespectador a visualizar o programa; há apenas motivos "teleauditivos". E para estes a rádio é que é o veículo de eleição. Lamento que não tenha havido força e/ou vontade, capacidade e interesse suficientes para vencer os obstáculos propositadamente levantados à existência do programa na TSF e leva-lo para outra estação de rádio.
Ainda é muito cedo para se saber se "Quadratura do Círculo" vai vingar ou não. Mas não auguro grande audiência ao programa no exacto formato em que foi apresentado hoje.
NÃO HÁ MAIS NEURÓNIOS P'RA NINGUÉM
Há pessoas com muito bom ouvido e com muitíssimo boa memória auditiva. Cá o Salmoura é apenas um indivíduo que se acha normal nestes pormenores. Daí que Salmoura se sinta desconfortável e por vezes irritado com a insistência que certas pessoas (e não são poucas) fazem para que as reconheça de imediato pela voz quando telefonam – é um raio de um mau hábito vastamente distribuído pelos amigos e conhecidos de Salmoura – .
Como algumas dessas pessoas são leitoras deste blogue, aqui fica o apelo: identifiquem-se logo quando telefonam; não se tomem por Louis Armstrong ou Maria Callas.
Os poucos neurónios que Salmoura ainda preserva em bom estado não podem ser ocupados com registos de vozes banais. Bem basta a Salmoura ter "armazenado" as vozes dos três gatos que vivem cá em casa para poder identificar, de imediato, no escuro da noite, qual dentre eles foi aquele que miou de desconforto ou aflição e precisa ser acudido ao chamamento. Toda a restante memória sonora disponível fica reservada para a música. Não há mais neurónios p'ra ninguém.
Há pessoas com muito bom ouvido e com muitíssimo boa memória auditiva. Cá o Salmoura é apenas um indivíduo que se acha normal nestes pormenores. Daí que Salmoura se sinta desconfortável e por vezes irritado com a insistência que certas pessoas (e não são poucas) fazem para que as reconheça de imediato pela voz quando telefonam – é um raio de um mau hábito vastamente distribuído pelos amigos e conhecidos de Salmoura – .
Como algumas dessas pessoas são leitoras deste blogue, aqui fica o apelo: identifiquem-se logo quando telefonam; não se tomem por Louis Armstrong ou Maria Callas.
Os poucos neurónios que Salmoura ainda preserva em bom estado não podem ser ocupados com registos de vozes banais. Bem basta a Salmoura ter "armazenado" as vozes dos três gatos que vivem cá em casa para poder identificar, de imediato, no escuro da noite, qual dentre eles foi aquele que miou de desconforto ou aflição e precisa ser acudido ao chamamento. Toda a restante memória sonora disponível fica reservada para a música. Não há mais neurónios p'ra ninguém.
HÁ MAIS CULPADOS NO CASO
António Barreto, na sua crónica semanal, no Público, e a respeito dos acontecimentos que levaram a que o nome do Presidente da República viesse à baila no "Caso Casa Pia", chama a atenção para que não sejamos tentados a culpar apenas os jornalistas ou os «profissionais de comunicação» pelas violações do segredo de justiça e o grau zero a que se chegou em certos órgãos de comunicação, lembrando que:
«Os proprietários e administradores, assim como os directores dos chamados órgãos de comunicação, não são jornalistas, mas dominam de muito perto e cada vez mais o teor e o tom da informação, os alinhamentos, os enquadramentos e os programas. Sem eles, nem os mais infames jornalistas conseguiriam fazer o que querem ou o que fazem. Só com eles, com a sua conivência, a sua autorização, a sua confirmação e, as mais das vezes, a sua direcção, podem os jornalistas entregar-se a actos ilícitos e a gestos condenáveis».
E conclui:
«Temos pouca sorte, neste país pobre, ignorante e com poucas horas de voo democrático: a concorrência entre jornais e televisões faz-se, geralmente, pelo volume de sordidez, pela quantidade de sangue e pela variedade de escândalos, não pela seriedade e pela cultura. Muitos jornais não têm brio em criar confiança, mas têm orgulho em excitar a qualquer preço».
Salmoura, muito humildemente, quer acrescentar mais o seguinte às razões apontadas por António Barreto: aos culpados todos até agora apontados há que acrescentar a grande maioria dos leitores que diariamente se empurram em filas compactas, ávidos de «sordidez, sangue e escândalos», para comprarem os jornais e ocuparem lugar nas primeiras filas para verem certos canais televisivos.
Salmoura conhece variadíssimas pessoas superiormente formadas que devoram, logo às primeiras horas da manhã, no emprego, o 24 Horas e jornais desportivos. Estes culpados também devem ser apontados.
António Barreto, na sua crónica semanal, no Público, e a respeito dos acontecimentos que levaram a que o nome do Presidente da República viesse à baila no "Caso Casa Pia", chama a atenção para que não sejamos tentados a culpar apenas os jornalistas ou os «profissionais de comunicação» pelas violações do segredo de justiça e o grau zero a que se chegou em certos órgãos de comunicação, lembrando que:
«Os proprietários e administradores, assim como os directores dos chamados órgãos de comunicação, não são jornalistas, mas dominam de muito perto e cada vez mais o teor e o tom da informação, os alinhamentos, os enquadramentos e os programas. Sem eles, nem os mais infames jornalistas conseguiriam fazer o que querem ou o que fazem. Só com eles, com a sua conivência, a sua autorização, a sua confirmação e, as mais das vezes, a sua direcção, podem os jornalistas entregar-se a actos ilícitos e a gestos condenáveis».
E conclui:
«Temos pouca sorte, neste país pobre, ignorante e com poucas horas de voo democrático: a concorrência entre jornais e televisões faz-se, geralmente, pelo volume de sordidez, pela quantidade de sangue e pela variedade de escândalos, não pela seriedade e pela cultura. Muitos jornais não têm brio em criar confiança, mas têm orgulho em excitar a qualquer preço».
Salmoura, muito humildemente, quer acrescentar mais o seguinte às razões apontadas por António Barreto: aos culpados todos até agora apontados há que acrescentar a grande maioria dos leitores que diariamente se empurram em filas compactas, ávidos de «sordidez, sangue e escândalos», para comprarem os jornais e ocuparem lugar nas primeiras filas para verem certos canais televisivos.
Salmoura conhece variadíssimas pessoas superiormente formadas que devoram, logo às primeiras horas da manhã, no emprego, o 24 Horas e jornais desportivos. Estes culpados também devem ser apontados.
quinta-feira, janeiro 08, 2004
SAÚDE, SAÚDE, SAÚDE
Desde Novembro passado que existe o blogue Causa Nossa editado por Vital Moreira, Vicente Jorge Silva, Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Nazaré, Luís Osório e Maria Manuel Leitão Marques.
Escusado será dizer que não é um blogue de direita. É um blogue de esquerda.
A maioria dos autores do mesmo dispensa qualquer apresentação.
E se Salmoura, hoje (e só hoje porque certamente Salmoura andou distraído), fala no assunto, não é para publicitar o blogue mas simplesmente para chamar a atenção dos leitores para esta posta de Vital Moreira sobre mais um pormenor (talvez pormaior) da problemática da privatização da Saúde em Portugal.
Salmoura tem chamado a atenção dos leitores para a gravidade da situação. Mas leiam Vital Moreira para ficarem um bocadinho mais informados.
Desde Novembro passado que existe o blogue Causa Nossa editado por Vital Moreira, Vicente Jorge Silva, Ana Gomes, Jorge Wemans, Luís Nazaré, Luís Osório e Maria Manuel Leitão Marques.
Escusado será dizer que não é um blogue de direita. É um blogue de esquerda.
A maioria dos autores do mesmo dispensa qualquer apresentação.
E se Salmoura, hoje (e só hoje porque certamente Salmoura andou distraído), fala no assunto, não é para publicitar o blogue mas simplesmente para chamar a atenção dos leitores para esta posta de Vital Moreira sobre mais um pormenor (talvez pormaior) da problemática da privatização da Saúde em Portugal.
Salmoura tem chamado a atenção dos leitores para a gravidade da situação. Mas leiam Vital Moreira para ficarem um bocadinho mais informados.
quarta-feira, janeiro 07, 2004
OH MEU CARO
QUE MAU PERDER
A minha posta 3 em 1 teve o condão (ou talvez o azar) de apanhar o Vincent em plena ressaca da catastrófica derrota do Benfica, logo no primeiro derby, contra o seu maior rival de sempre, o Sporting, disputado no novíssimo Estádio da Luz. Confesso que quando escrevi a posta não tive em conta o momento delicadíssimo por que passavam (e ainda passam) os benfiquistas. Por isso, depois desta posta do Vincent, só tenho a dizer-lhe o seguinte:
Oh meu caro Vincent:
Eu não quero acreditar que você levou a minha posta a sério. Repare só na companhia em que o coloquei: um bispo respeitável; um frei reformado; e um ex-candidato à presidência da República (por sinal o mais votado à direita até hoje, se não estou em erro).
E no que diz respeito a equidistância – creio estar mais que visto que aqui o Salmoura pode ser tudo menos equidistante – só por brincadeira Salmoura se diria tal. E só por brincadeira o disse.
Bem, Salmoura compreende o mau humor do amigo: de facto quando o Benfica perde (sobretudo se for para a lagartada) meio Portugal fica atazanado. E é bom deixar passar umas duas ou três semanas antes de bater à porta de um lampião.
QUE MAU PERDER
A minha posta 3 em 1 teve o condão (ou talvez o azar) de apanhar o Vincent em plena ressaca da catastrófica derrota do Benfica, logo no primeiro derby, contra o seu maior rival de sempre, o Sporting, disputado no novíssimo Estádio da Luz. Confesso que quando escrevi a posta não tive em conta o momento delicadíssimo por que passavam (e ainda passam) os benfiquistas. Por isso, depois desta posta do Vincent, só tenho a dizer-lhe o seguinte:
Oh meu caro Vincent:
Eu não quero acreditar que você levou a minha posta a sério. Repare só na companhia em que o coloquei: um bispo respeitável; um frei reformado; e um ex-candidato à presidência da República (por sinal o mais votado à direita até hoje, se não estou em erro).
E no que diz respeito a equidistância – creio estar mais que visto que aqui o Salmoura pode ser tudo menos equidistante – só por brincadeira Salmoura se diria tal. E só por brincadeira o disse.
Bem, Salmoura compreende o mau humor do amigo: de facto quando o Benfica perde (sobretudo se for para a lagartada) meio Portugal fica atazanado. E é bom deixar passar umas duas ou três semanas antes de bater à porta de um lampião.
E A FELICIDADE AQUI TÃO PERTO
O director do jornal Público escreve hoje em editorial no mesmo:
[Aos portugueses] «Habituados a viver mergulhados na depressão e nas más notícias – mas saturados do caso Casa pia – e acostumados a pintar tudo com as cores mais negras, talvez valha a pena chamar a atenção para algumas boas notícias - ou, pelo menos, notícias auspiciosas.»
Não encontrando, cá dentro do país, nada – nenhum acontecimento ou feito – para nos consolar, José Manuel Fernandes deitou mão de uma travessa de acontecimentos internacionais para nos servir e alegrar o espírito.
Tomem só atenção às «notícias auspiciosas» que ele nos oferece para nosso bem-estar:
1 - Primeiro foi o sucesso da Loya Jirga que domingo terminou em Cabul, no Afeganistão. A Constituição aí aprovada não será a mais perfeita do Mundo, mas cria mecanismos de poder democráticos, abre caminho para as primeiras eleições livres em 25 anos.
2 - O segundo sucesso importante foi o anúncio de que a Índia e o Paquistão vão discutir a questão de Caxemira no próximo mês.
3 - A terceira notícia importante, se bem que de contornos mais fluidos, é a da primeira visita de um Chefe de Estado sírio à Turquia.
Estão a ver como é fácil ser-se feliz?
E nós por cá a mortificarmo-nos com o desemprego; o descalabro nos Serviços de Saúde; o aumento dos preços dos combustíveis e de tudo o mais que consumimos; o descrédito da justiça e por aí fora.
Para quê mortificarmo-nos com estas ninharias se podemos olhar para esses acontecimentos internacionais e enchermo-nos de infinita felicidade?…
Valham-nos directrores de jornais como este que sempre tem capacidade para nos despertar da letargia e empurrar o país rumo ao sucesso.
O director do jornal Público escreve hoje em editorial no mesmo:
[Aos portugueses] «Habituados a viver mergulhados na depressão e nas más notícias – mas saturados do caso Casa pia – e acostumados a pintar tudo com as cores mais negras, talvez valha a pena chamar a atenção para algumas boas notícias - ou, pelo menos, notícias auspiciosas.»
Não encontrando, cá dentro do país, nada – nenhum acontecimento ou feito – para nos consolar, José Manuel Fernandes deitou mão de uma travessa de acontecimentos internacionais para nos servir e alegrar o espírito.
Tomem só atenção às «notícias auspiciosas» que ele nos oferece para nosso bem-estar:
1 - Primeiro foi o sucesso da Loya Jirga que domingo terminou em Cabul, no Afeganistão. A Constituição aí aprovada não será a mais perfeita do Mundo, mas cria mecanismos de poder democráticos, abre caminho para as primeiras eleições livres em 25 anos.
2 - O segundo sucesso importante foi o anúncio de que a Índia e o Paquistão vão discutir a questão de Caxemira no próximo mês.
3 - A terceira notícia importante, se bem que de contornos mais fluidos, é a da primeira visita de um Chefe de Estado sírio à Turquia.
Estão a ver como é fácil ser-se feliz?
E nós por cá a mortificarmo-nos com o desemprego; o descalabro nos Serviços de Saúde; o aumento dos preços dos combustíveis e de tudo o mais que consumimos; o descrédito da justiça e por aí fora.
Para quê mortificarmo-nos com estas ninharias se podemos olhar para esses acontecimentos internacionais e enchermo-nos de infinita felicidade?…
Valham-nos directrores de jornais como este que sempre tem capacidade para nos despertar da letargia e empurrar o país rumo ao sucesso.
domingo, janeiro 04, 2004
3 em 1 (ou 3 a 1)
1 - (Eu) bem me parecia que esse amor do Vincent pelo Benfica não tinha só a ver com futebol; o amor pelo vermelho é sempre de fazer desconfiar o mais crédulo dos cidadãos. Depois desta posta o Vincent é mais um esquerdista que se afirma na blogosfera e faz companhia, no país, ao Bispo do Porto, a Frei Bento Domingues, a Freitas do Amaral e outros que tais.
Salmoura (equidistante dos extremos, como, aliás, está largamente demonstrado) aqui, do seu posto de observação e intervenção política apaziguadora, espera que o Vincent se mantenha moderado quanto não ainda vai receber uma ficha de militante.
2 - Como muito bem diz o David, «o problema está nos pés». Não há maior evidência do que esta: 3-1 a favor do Sporting. Só digo isto depois de ter confirmado que o Benfica andou a treinar com uma "Roteiro" e que foram bolas "Roteiro" as usadas no derby de há pouco. E digo mais: apesar do descarado favorecimento do árbitro, o Benfica perdeu com um Sporting cujos jogadores só tomaram contacto com a "Roteiro" hoje.
3 - Não posso destoar da forma como em Portugal se aprecia o desporto: sou sportinguista; logo – o árbitro beneficiou descaradamente o Benfica. Nem mais! E mente quem disser o contrário.
1 - (Eu) bem me parecia que esse amor do Vincent pelo Benfica não tinha só a ver com futebol; o amor pelo vermelho é sempre de fazer desconfiar o mais crédulo dos cidadãos. Depois desta posta o Vincent é mais um esquerdista que se afirma na blogosfera e faz companhia, no país, ao Bispo do Porto, a Frei Bento Domingues, a Freitas do Amaral e outros que tais.
Salmoura (equidistante dos extremos, como, aliás, está largamente demonstrado) aqui, do seu posto de observação e intervenção política apaziguadora, espera que o Vincent se mantenha moderado quanto não ainda vai receber uma ficha de militante.
2 - Como muito bem diz o David, «o problema está nos pés». Não há maior evidência do que esta: 3-1 a favor do Sporting. Só digo isto depois de ter confirmado que o Benfica andou a treinar com uma "Roteiro" e que foram bolas "Roteiro" as usadas no derby de há pouco. E digo mais: apesar do descarado favorecimento do árbitro, o Benfica perdeu com um Sporting cujos jogadores só tomaram contacto com a "Roteiro" hoje.
3 - Não posso destoar da forma como em Portugal se aprecia o desporto: sou sportinguista; logo – o árbitro beneficiou descaradamente o Benfica. Nem mais! E mente quem disser o contrário.
sábado, janeiro 03, 2004
NEWBLOGGER.COM problemas
Embora alheio ao problema, Salmoura pede as maiores desculpas aos seus fiéis leitores pela impossibilidade que tiveram, durante muitas horas, em aceder a este blogue pois, desde as 19:00h do dia 3 de Janeiro de 2004 que há sérios problemas no acesso ao server onde o blogue está alojado. Segundo explicações dadas pelo NEWBLOGGER essa impossibilidade prende-se com problemas de comunicação entre computadores havendo uma direccionação errada dos pedidos dos internautas, pedidos esses que ao irem por caminhos errados geram mensagens de erro do computador principal que aloja os blogues.
O NEWBLOGGER prometeu resolver o problema e esperamos que não demore muito tempo a fazê-lo.
Embora alheio ao problema, Salmoura pede as maiores desculpas aos seus fiéis leitores pela impossibilidade que tiveram, durante muitas horas, em aceder a este blogue pois, desde as 19:00h do dia 3 de Janeiro de 2004 que há sérios problemas no acesso ao server onde o blogue está alojado. Segundo explicações dadas pelo NEWBLOGGER essa impossibilidade prende-se com problemas de comunicação entre computadores havendo uma direccionação errada dos pedidos dos internautas, pedidos esses que ao irem por caminhos errados geram mensagens de erro do computador principal que aloja os blogues.
O NEWBLOGGER prometeu resolver o problema e esperamos que não demore muito tempo a fazê-lo.
sexta-feira, janeiro 02, 2004
MARCELO PRESIDENTE
É de bom tom fazer, nesta quadra de ano-velho/ano-novo, o balanço do ano que passou e/ou perspectivar o ano que ora começa.
Salmoura, sem qualquer pretensão de ser original (coisa para a qual não teria talento), abalança-se a fazer apenas uma previsão para o ano de 2004.
Este será o ano de Marcelo Rebelo de Sousa.
Testada que está a sua popularidade, através do melhor meio de teste que pode haver – a televisão –, vamos assistir, semanalmente, a vários exercícios tendentes a credibilizar a sua figura de candidato presidencial perante os telespectadores (eleitores).
Emídio Rangel afirmara uma vez que a SIC podia muito bem «fabricar um presidente». Não o tendo conseguido fazer na pessoa de Francisco Pinto Balsemão, cedo abandonou esse propósito. Propósito que parece ter sido herdado por Marcelo Rebelo de Sousa e pela TVI.
A "novela das nove", das noites de domingo, da TVI , interpretada por Marcelo, com o suporte dos pivots do Jornal Nacional, tem "vendido", com assinalável sucesso, o actor Marcelo ao país inteiro. E já nem eu, que abominava – e abomino – a fórmula do professor, perco os sucessivos episódios dessa novela. Agora já não só para estudar a técnica de interpretação do actor (fui actor amador na faculdade e gosto de ver representações) mas também – confesso – para me deleitar com a profissionalíssima representação de Marcelo.
Um mimo!
As outras televisões generalistas, RTP e SIC, tudo têm tentado fazer para destronar Marcelo. Mas nada têm conseguido. Santana Lopes e Pacheco Pereira foram eleitos para fazer frente a Marcelo, aos domingos. Santana já foi descartado depois de se ter chegado à conclusão de que ele «não resultava a solo»: sempre mal preparado e com evidente falta de background cultural para comentar os assuntos que lhe eram propostos, esgotou-se logo nas primeiras emissões e já se arrastava pela tela revelando evidentes sinais de profunda anemia e muitos curto-circuitos neuronais.
Pacheco Pereira ainda resiste, mas só por teimosia da SIC ainda está na tela. É culto e sério demais para o telespectador típico domingueiro. Nunca sorri, está gordo e veste-se e penteia-se mais como um físico de laboratório do que como um compincha alegre e bon vivant que nos vem contar o que viu e ouviu durante a semana e quais as "malandrices" que descobriu nalguma declaração ou medida dos poderosos. Apoia descaradamente Bush e a "luta" deste contra o terrorismo e isto, como se sabe, não é nada popular (neste pormenor, Marcelo, embora tendo a mesma posição que Pacheco, nunca foi muito claro sobre isso; nunca foi entusiasta da invasão e ocupação do Iraque e até tem criticado Bush de vez em quando).
Marcelo, com o seu à vontade e enorme capacidade comunicacional, magro e vestido à manequim, ginasticado ma non tropo, sempre de sorriso aberto e olhos azuis faiscantes, consegue "vender", com enorme facilidade, qualquer "mercadoria" ao telespectador. Assume até, algumas vezes (vezes meticulosamente escolhidas por especialistas na matéria), um humanismo ternurento trocando prendas com os pivots do Jornal.
Um must!
Quem é que uma vez disse (e com razão naquela altura) que «ninguém compraria um carro em segunda mão a Marcelo»? Pois agora, não só se compra o carro de olhos fechados como ainda se tem orgulho em mandar gravar no mesmo o nome do vendedor. Foi esta a enorme volta que a TVI e Marcelo deram à imagem deste último.
À imagem deste potencial candidato de sucesso a eleições presidenciais.
É de bom tom fazer, nesta quadra de ano-velho/ano-novo, o balanço do ano que passou e/ou perspectivar o ano que ora começa.
Salmoura, sem qualquer pretensão de ser original (coisa para a qual não teria talento), abalança-se a fazer apenas uma previsão para o ano de 2004.
Este será o ano de Marcelo Rebelo de Sousa.
Testada que está a sua popularidade, através do melhor meio de teste que pode haver – a televisão –, vamos assistir, semanalmente, a vários exercícios tendentes a credibilizar a sua figura de candidato presidencial perante os telespectadores (eleitores).
Emídio Rangel afirmara uma vez que a SIC podia muito bem «fabricar um presidente». Não o tendo conseguido fazer na pessoa de Francisco Pinto Balsemão, cedo abandonou esse propósito. Propósito que parece ter sido herdado por Marcelo Rebelo de Sousa e pela TVI.
A "novela das nove", das noites de domingo, da TVI , interpretada por Marcelo, com o suporte dos pivots do Jornal Nacional, tem "vendido", com assinalável sucesso, o actor Marcelo ao país inteiro. E já nem eu, que abominava – e abomino – a fórmula do professor, perco os sucessivos episódios dessa novela. Agora já não só para estudar a técnica de interpretação do actor (fui actor amador na faculdade e gosto de ver representações) mas também – confesso – para me deleitar com a profissionalíssima representação de Marcelo.
Um mimo!
As outras televisões generalistas, RTP e SIC, tudo têm tentado fazer para destronar Marcelo. Mas nada têm conseguido. Santana Lopes e Pacheco Pereira foram eleitos para fazer frente a Marcelo, aos domingos. Santana já foi descartado depois de se ter chegado à conclusão de que ele «não resultava a solo»: sempre mal preparado e com evidente falta de background cultural para comentar os assuntos que lhe eram propostos, esgotou-se logo nas primeiras emissões e já se arrastava pela tela revelando evidentes sinais de profunda anemia e muitos curto-circuitos neuronais.
Pacheco Pereira ainda resiste, mas só por teimosia da SIC ainda está na tela. É culto e sério demais para o telespectador típico domingueiro. Nunca sorri, está gordo e veste-se e penteia-se mais como um físico de laboratório do que como um compincha alegre e bon vivant que nos vem contar o que viu e ouviu durante a semana e quais as "malandrices" que descobriu nalguma declaração ou medida dos poderosos. Apoia descaradamente Bush e a "luta" deste contra o terrorismo e isto, como se sabe, não é nada popular (neste pormenor, Marcelo, embora tendo a mesma posição que Pacheco, nunca foi muito claro sobre isso; nunca foi entusiasta da invasão e ocupação do Iraque e até tem criticado Bush de vez em quando).
Marcelo, com o seu à vontade e enorme capacidade comunicacional, magro e vestido à manequim, ginasticado ma non tropo, sempre de sorriso aberto e olhos azuis faiscantes, consegue "vender", com enorme facilidade, qualquer "mercadoria" ao telespectador. Assume até, algumas vezes (vezes meticulosamente escolhidas por especialistas na matéria), um humanismo ternurento trocando prendas com os pivots do Jornal.
Um must!
Quem é que uma vez disse (e com razão naquela altura) que «ninguém compraria um carro em segunda mão a Marcelo»? Pois agora, não só se compra o carro de olhos fechados como ainda se tem orgulho em mandar gravar no mesmo o nome do vendedor. Foi esta a enorme volta que a TVI e Marcelo deram à imagem deste último.
À imagem deste potencial candidato de sucesso a eleições presidenciais.
quinta-feira, janeiro 01, 2004
A NOITE DE S. SILVESTRE
Não terei o direito de dizer o nome. Mas vou contar porque se trata de:
uma figura pública que escreve com pontuação sui generis.
passei a noite do fim de ano numa discoteca de música africana e lá também estava, no grupo de convidados em que eu me incluía, um escritor nobelizável
acompanhado
de uma menina de vestido vermelho… calçando umas botas brancas de cano alto
(pr'aí com menos de metada da idade dele)
A menina. Não as botas.
assisti a um filme triste e deprimente
interpretado por
[um velho caquético] e uma menina aparentemente desinteressada mas solidária
E jurei a mim mesmo que vou escrever, ainda este ano, uma declaração, com assinatura reconhecida por notário, para que, quando eu ficar senil, qualquer pessoa da minha família ou qualquer amigo íntimo me possa impedir de representar cenas tristes reveladoras da minha degradação física e mental.
Não terei o direito de dizer o nome. Mas vou contar porque se trata de:
uma figura pública que escreve com pontuação sui generis.
passei a noite do fim de ano numa discoteca de música africana e lá também estava, no grupo de convidados em que eu me incluía, um escritor nobelizável
acompanhado
de uma menina de vestido vermelho… calçando umas botas brancas de cano alto
(pr'aí com menos de metada da idade dele)
A menina. Não as botas.
assisti a um filme triste e deprimente
interpretado por
[um velho caquético] e uma menina aparentemente desinteressada mas solidária
E jurei a mim mesmo que vou escrever, ainda este ano, uma declaração, com assinatura reconhecida por notário, para que, quando eu ficar senil, qualquer pessoa da minha família ou qualquer amigo íntimo me possa impedir de representar cenas tristes reveladoras da minha degradação física e mental.
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