O CASO MARCELO (PARA ESTÚPIDOS)
Eis, em suma, a essência das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa e das declarações de Pais do Amaral à Alta Autoridade para a Comunicação Social:
Marcelo - «Pais do Amaral disse-me que: ou eu mudava o teor dos meus comentários sobre o Governo, ou então eu causava grandes prejuízos à TVI, coisa que eles não estavam na disposição de admitir».
Pais do Amaral - «Eu convidei o meu amigo Marcelo para um jantar de amigos, num bar (não no meu escritório). Estávamos calmamente a falar de putas e - de repente! -, sem mais nem menos, Marcelo anuncia-me que se vai embora. Fiquei surpreso, e até hoje não sei porque é que ele se foi embora».
quarta-feira, outubro 27, 2004
domingo, outubro 24, 2004
UMA EXPERIÊNCIA A TER
Hoje dei-me ao trabalho de ouvir quase meia missa transmitida pela Antena 1.
Sim , missa, missa mesmo! celebrada por padres, assistida por fiéis e transmitida pela rádio de todos nós - a RDP.
Não vou aqui perorar contra este facto de a Igreja católica ter direito a transmissão das suas missas pela rádio pública e as outras confissões religiosas não.
O que vos quero dizer é só isto:
Se puderem, no próximo domingo, cerca das oito horas da manhã, sintonizem a Antena 1, nos 95.7 MHz, e oiçam a missa. Vão ficar, por certo, tão estupefactos quanto eu fiquei hoje. É que vão descobrir que quase nada mudou na Igreja católica desde há cerca de trinta anos a esta parte, pelo menos.
Vão concluir que, ainda hoje, durante a missa e nas homilias:
a) se pede ao divino «a vida eterna»;
b) se ameaça os pecadores com o inferno;
c) se fala de «reino celeste»;
d) se diz que «o reino celeste está para além das nuvens» - a sério, ouvi isso -;
e) se fala em «subir» para nos encontrarmos com o Senhor;
f) se labora na contradição de ora dizer que «o Senhor está entre nós», ora dizer que «lá de longe onde Ele vive» nos segue e nos protege.
Lá mais para o fim da homilia não se resiste a falar de dinheiro e a dizer aos fiéis que ofertem o que puderem para salvar as almas.
Enfim, um empedernimento ideológico que nem no mais fossilizado militante do PCP se consegue encontrar.
Hoje dei-me ao trabalho de ouvir quase meia missa transmitida pela Antena 1.
Sim , missa, missa mesmo! celebrada por padres, assistida por fiéis e transmitida pela rádio de todos nós - a RDP.
Não vou aqui perorar contra este facto de a Igreja católica ter direito a transmissão das suas missas pela rádio pública e as outras confissões religiosas não.
O que vos quero dizer é só isto:
Se puderem, no próximo domingo, cerca das oito horas da manhã, sintonizem a Antena 1, nos 95.7 MHz, e oiçam a missa. Vão ficar, por certo, tão estupefactos quanto eu fiquei hoje. É que vão descobrir que quase nada mudou na Igreja católica desde há cerca de trinta anos a esta parte, pelo menos.
Vão concluir que, ainda hoje, durante a missa e nas homilias:
a) se pede ao divino «a vida eterna»;
b) se ameaça os pecadores com o inferno;
c) se fala de «reino celeste»;
d) se diz que «o reino celeste está para além das nuvens» - a sério, ouvi isso -;
e) se fala em «subir» para nos encontrarmos com o Senhor;
f) se labora na contradição de ora dizer que «o Senhor está entre nós», ora dizer que «lá de longe onde Ele vive» nos segue e nos protege.
Lá mais para o fim da homilia não se resiste a falar de dinheiro e a dizer aos fiéis que ofertem o que puderem para salvar as almas.
Enfim, um empedernimento ideológico que nem no mais fossilizado militante do PCP se consegue encontrar.
sábado, outubro 09, 2004
ÁFRICA MINHA
Para os que gostam do "África Minha" e me têm incentivado a dasencalhá-lo e a pôr lá novas postas, aqui vai uma pequenina notícia: coloquei lá uma posta nova que é uma promessa de que num futuro brevíssimo um novo fôlego será dado àquele blogue.
Para os que gostam do "África Minha" e me têm incentivado a dasencalhá-lo e a pôr lá novas postas, aqui vai uma pequenina notícia: coloquei lá uma posta nova que é uma promessa de que num futuro brevíssimo um novo fôlego será dado àquele blogue.
quarta-feira, outubro 06, 2004
SE A MODA PEGA...
O Primeiro Ministro veio dizer às televisões que não mandou calar Marcelo Rebelo de Sousa. Mas que o que exigia era que houvesse "contraditório" às opiniões políticas que Marcelo debitava semanalmente na TVI.
Agora os órgãos de comunicação social já sabem: acabaram-se os comentários políticos sem "contraditório". De agora em diante, quando quiserem saber o que pensa um comentador político, terão que convidar, ao mesmo tempo, mais três ou quatro para garantirem o "contraditório" a todas as tendências políticas representadas no Parlamento. É a nova moda imposta pelo Governo.
Pacheco Pereira já classificou a atitude do Governo como de "desnorte e desespero".
O que gostaríamos agora era de ouvir o responsável maior por este Governo. Sim, o Senhor Presidente da República.
O Primeiro Ministro veio dizer às televisões que não mandou calar Marcelo Rebelo de Sousa. Mas que o que exigia era que houvesse "contraditório" às opiniões políticas que Marcelo debitava semanalmente na TVI.
Agora os órgãos de comunicação social já sabem: acabaram-se os comentários políticos sem "contraditório". De agora em diante, quando quiserem saber o que pensa um comentador político, terão que convidar, ao mesmo tempo, mais três ou quatro para garantirem o "contraditório" a todas as tendências políticas representadas no Parlamento. É a nova moda imposta pelo Governo.
Pacheco Pereira já classificou a atitude do Governo como de "desnorte e desespero".
O que gostaríamos agora era de ouvir o responsável maior por este Governo. Sim, o Senhor Presidente da República.
UM GOVERNO PARALÍMPICO
Ouvi, no noticiário da TSF, com estes que a terra há-de comer, a Ministra da Educação, quando questionada sobre quantas escolas estavam a funcionar normalmente, responder: «Estão a funcionar 100% das escolas. À excepção daquelas que não estão a funcionar porque os professores nelas colocados apresentaram atestados médicos».
É! Foi a Ministra da Educação que assim respondeu.
Eu, pela minha parte, tenho nos meus bolsos 100% de todo o dinheiro de Portugal. À excepção do dinheiro de Portugal que não tenho nos meus bolsos, perceberam?
Como se pode constatar, esta Ministra foi uma belíssima escolha para este Governo paralímpico.
Ouvi, no noticiário da TSF, com estes que a terra há-de comer, a Ministra da Educação, quando questionada sobre quantas escolas estavam a funcionar normalmente, responder: «Estão a funcionar 100% das escolas. À excepção daquelas que não estão a funcionar porque os professores nelas colocados apresentaram atestados médicos».
É! Foi a Ministra da Educação que assim respondeu.
Eu, pela minha parte, tenho nos meus bolsos 100% de todo o dinheiro de Portugal. À excepção do dinheiro de Portugal que não tenho nos meus bolsos, perceberam?
Como se pode constatar, esta Ministra foi uma belíssima escolha para este Governo paralímpico.
sábado, outubro 02, 2004
AVISO OPORTUNO À NAVEGAÇÃO
No meio da unanimidade geral, do aplauso estrondoso, «ribombante», glorificando a ascensão de Sócrates à liderança do PS - unanimidade nascida destes tempos de "seca", de penúria de toda a espécie (moral, cívica, política, económica, cultural e do conhecimento) -, no meio de toda essa confusão que tolda o raciocínio e desperta o instinto da sobrevivência, eis que surge, aqui na blogosfera, alguém que não se deixou encantar pela "campanha folclórica em curso", que olhou bem para a realidade e para os dados do passado recente, e, com toda a calma e toda a crueza, resolveu dizer à turba mais ou menos isto (mas por outras palavras bem mais cruas e incisivas):
atenção, oh malta! muita atenção à História: consultai os dados do passado nela contidos e precatai-vos para o futuro, pois o rei não vai vestido como pensais e sonhais. Não subais tão alto para cantar ossanas a Sócrates, pois o homem ainda não subiu aos céus. E é bem possível que nunca lá chegue, tropece em si mesmo e se estatele ao comprido ao virar das esquinas da realidade concreta do País.
Quem assim falou foi Henrique Silveira, do blogue "Crítico". Vede aqui.
No meio da unanimidade geral, do aplauso estrondoso, «ribombante», glorificando a ascensão de Sócrates à liderança do PS - unanimidade nascida destes tempos de "seca", de penúria de toda a espécie (moral, cívica, política, económica, cultural e do conhecimento) -, no meio de toda essa confusão que tolda o raciocínio e desperta o instinto da sobrevivência, eis que surge, aqui na blogosfera, alguém que não se deixou encantar pela "campanha folclórica em curso", que olhou bem para a realidade e para os dados do passado recente, e, com toda a calma e toda a crueza, resolveu dizer à turba mais ou menos isto (mas por outras palavras bem mais cruas e incisivas):
atenção, oh malta! muita atenção à História: consultai os dados do passado nela contidos e precatai-vos para o futuro, pois o rei não vai vestido como pensais e sonhais. Não subais tão alto para cantar ossanas a Sócrates, pois o homem ainda não subiu aos céus. E é bem possível que nunca lá chegue, tropece em si mesmo e se estatele ao comprido ao virar das esquinas da realidade concreta do País.
Quem assim falou foi Henrique Silveira, do blogue "Crítico". Vede aqui.
TEMPOS NOVOS OU O ELOGIO DA MEDIOCRIDADE
Hoje em dia, atendendo à filosofia actual de gestão da Saúde, em que a finalidade é gastar o mínimo possível, eis-nos chegados ao tempo em que a prática da medicina deve ser deixada para os menos capazes e para os incompetentes, pois, a ciência médica atingiu um tal ponto de evolução, que os médicos com razoáveis conhecimentos (para não falar dos que têm uma preparação superior) não "conseguem" tratar os doentes sem fazerem despesas "incomportáveis" pelo orçamento.
Este é o tempo em que os "quadros" hospitalares devem ser extintos para se passar a recrutar trabalhadores (médicos) em bancas montadas nas ruas, nos aeroportos e nos cais de desembarque, como antigamente se recrutavam trabalhadores para a estiva ou para qualquer outro trabalho braçal que fosse necessário.
O que passa a interessar manifestamente é que o doente encontre pela frente alguém (pago a pataco), vestido de bata branca e autorizado a atendê-lo.
Se depois a morte vier mais cedo, isso é uma benesse para os depauperados fundos de pensões.
Ou pensam que isto, afinal, não está tudo ligado!?
Hoje em dia, atendendo à filosofia actual de gestão da Saúde, em que a finalidade é gastar o mínimo possível, eis-nos chegados ao tempo em que a prática da medicina deve ser deixada para os menos capazes e para os incompetentes, pois, a ciência médica atingiu um tal ponto de evolução, que os médicos com razoáveis conhecimentos (para não falar dos que têm uma preparação superior) não "conseguem" tratar os doentes sem fazerem despesas "incomportáveis" pelo orçamento.
Este é o tempo em que os "quadros" hospitalares devem ser extintos para se passar a recrutar trabalhadores (médicos) em bancas montadas nas ruas, nos aeroportos e nos cais de desembarque, como antigamente se recrutavam trabalhadores para a estiva ou para qualquer outro trabalho braçal que fosse necessário.
O que passa a interessar manifestamente é que o doente encontre pela frente alguém (pago a pataco), vestido de bata branca e autorizado a atendê-lo.
Se depois a morte vier mais cedo, isso é uma benesse para os depauperados fundos de pensões.
Ou pensam que isto, afinal, não está tudo ligado!?
segunda-feira, setembro 27, 2004
JORNALISMO NA SARJETA *
Pacheco Pereira mantém acesa a sua já antiga e mais que conhecida animosidade contra os jornalistas. E ultimamente não tem perdido uma única oportunidade de os fustigar (ver aqui, aqui e aqui).
Mas se antigamente o que mais suscitava a crítica de JPP eram certos privilégios a que os jornalistas se arrogavam (uma quase livre circulação pelos corredores da Assembleia da República, por exemplo) e o pouco cuidado em conferir a veracidade das notícias antes de as divulgar; já, hoje em dia, se atendermos às suas últimas críticas, o que mais o move é a falta de deontologia dos jornalistas que serão, assim... como que autênticos moços de recados dos políticos e dos poderosos, aos quais atribui ainda uma certa indigência cultural senão mesmo iliteracia.
Trazemos este assunto ao blogue por concordarmos que, de facto, como é facilmente constatável pela leitura dos jornais, a audição das rádios e a assistência aos telejornais, o trabalho jornalístico é, hoje em dia, de fraquíssima e duvidosa qualidade. Não fossem os chamados colaboradores - comentaristas e colunistas que diariamente se fazem ouvir através dos média - os jornais só serviriam como papel de embrulho; as rádios como companhia dos pastores; a televisão como sonífero para os reformados.
(*) Não confundir com "de sarjeta".
Pacheco Pereira mantém acesa a sua já antiga e mais que conhecida animosidade contra os jornalistas. E ultimamente não tem perdido uma única oportunidade de os fustigar (ver aqui, aqui e aqui).
Mas se antigamente o que mais suscitava a crítica de JPP eram certos privilégios a que os jornalistas se arrogavam (uma quase livre circulação pelos corredores da Assembleia da República, por exemplo) e o pouco cuidado em conferir a veracidade das notícias antes de as divulgar; já, hoje em dia, se atendermos às suas últimas críticas, o que mais o move é a falta de deontologia dos jornalistas que serão, assim... como que autênticos moços de recados dos políticos e dos poderosos, aos quais atribui ainda uma certa indigência cultural senão mesmo iliteracia.
Trazemos este assunto ao blogue por concordarmos que, de facto, como é facilmente constatável pela leitura dos jornais, a audição das rádios e a assistência aos telejornais, o trabalho jornalístico é, hoje em dia, de fraquíssima e duvidosa qualidade. Não fossem os chamados colaboradores - comentaristas e colunistas que diariamente se fazem ouvir através dos média - os jornais só serviriam como papel de embrulho; as rádios como companhia dos pastores; a televisão como sonífero para os reformados.
(*) Não confundir com "de sarjeta".
domingo, setembro 26, 2004
UFF! QUE ALÍVIO
Depois de ter visitado O Projecto e de ter constatado o insulto que LAC sofreu ao fazer este teste, Salmoura também se submeteu à prova e ficou classificado como mostra o gráfico aqui em baixo: perto do Mahatma Gandhi e de LAC, e longe de Hitler e de Stalin. Um verdadeiro alívio.
Depois de ter visitado O Projecto e de ter constatado o insulto que LAC sofreu ao fazer este teste, Salmoura também se submeteu à prova e ficou classificado como mostra o gráfico aqui em baixo: perto do Mahatma Gandhi e de LAC, e longe de Hitler e de Stalin. Um verdadeiro alívio.

LIBERDADE DE QUEM SABE DIZER
Ao ler o anúncio do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa, patrocinado pelo jornal "Expresso" e pelo BPI, quando vi a palavra "emular" empregue como sinónimo de "competir" pensei o mesmo que diz aqui o Rui Tavares: hoje em dia emular é cada vez mais "fazer a vez de", "fingir de", "imitar" - tudo menos "competir".
Mas está no dicionário que emular é competir, dirão alguns.
Tudo bem, está no dicionário mas o certo é que parece que deve passar a não estar.
Porque, parafraseando Rui Tavares quando diz que a gramática não é um código civil da Língua, devemos dizer que o dicionário não é a tábua dos Dez Mandamentos: o dicionário é um corpo vivo que se adapta e se renova ao longo dos tempos procurando uniformizar o léxico mas contemplando as inovações e as modificações lexicais reconhecidamente usadas pela maioria dos falantes da língua a que diz respeito.
Sobre a gramática, sempre que oiço alguém recorrer a ela de forma fundamentalista, lembro-me sempre de Fernando Pessoa quando diz:
«Analisando-me à tarde, descubro que o meu sistema de estilo assenta em dois princípios, e imediatamente, e à maneira dos bons clássicos, erijo esses dois princípios em fundamentos gerais de todo o estilo: 1) dizer o que se sente exactamente como se sente - claramente, se é claro; obscuramente, se é obscuro; confusamente se é confuso -; 2) compreender que a gramática é um instrumento e não uma lei.»
«A gramática, definindo o uso, faz divisões legítimas e falsas. Divide, por exemplo, os verbos em transitivos e intransitivos; porém o homem de saber dizer tem muitas vezes que converter um verbo transitivo em intransitivo para fotografar o que sente, e não para, como o comum dos animais homens, o ver às escuras. Se quiser dizer que existo direi "Sou". Se quiser dizer que existo como uma alma separada, direi "Sou eu". Mas se quiser dizer que existo como entidade que a si mesma se dirige e forma, que exerce junto de si mesma a função divina de se criar, como hei-de empregar o verbo "ser" senão convertendo-o subitamente em transitivo? E então, triunfalmente, antigramaticalmente supremo, direi, "Sou-me". Terei dito uma filosofia em duas palavras pequenas. Que preferível não é isto a não dizer nada em quarenta frases? Que mais se pode exigir da filosofia e da dicção?
Obedeça à gramática quem não sabe pensar o que sente. Sirva-se dela quem sabe mandar nas sua expressões.»
Ao ler o anúncio do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa, patrocinado pelo jornal "Expresso" e pelo BPI, quando vi a palavra "emular" empregue como sinónimo de "competir" pensei o mesmo que diz aqui o Rui Tavares: hoje em dia emular é cada vez mais "fazer a vez de", "fingir de", "imitar" - tudo menos "competir".
Mas está no dicionário que emular é competir, dirão alguns.
Tudo bem, está no dicionário mas o certo é que parece que deve passar a não estar.
Porque, parafraseando Rui Tavares quando diz que a gramática não é um código civil da Língua, devemos dizer que o dicionário não é a tábua dos Dez Mandamentos: o dicionário é um corpo vivo que se adapta e se renova ao longo dos tempos procurando uniformizar o léxico mas contemplando as inovações e as modificações lexicais reconhecidamente usadas pela maioria dos falantes da língua a que diz respeito.
Sobre a gramática, sempre que oiço alguém recorrer a ela de forma fundamentalista, lembro-me sempre de Fernando Pessoa quando diz:
«Analisando-me à tarde, descubro que o meu sistema de estilo assenta em dois princípios, e imediatamente, e à maneira dos bons clássicos, erijo esses dois princípios em fundamentos gerais de todo o estilo: 1) dizer o que se sente exactamente como se sente - claramente, se é claro; obscuramente, se é obscuro; confusamente se é confuso -; 2) compreender que a gramática é um instrumento e não uma lei.»
«A gramática, definindo o uso, faz divisões legítimas e falsas. Divide, por exemplo, os verbos em transitivos e intransitivos; porém o homem de saber dizer tem muitas vezes que converter um verbo transitivo em intransitivo para fotografar o que sente, e não para, como o comum dos animais homens, o ver às escuras. Se quiser dizer que existo direi "Sou". Se quiser dizer que existo como uma alma separada, direi "Sou eu". Mas se quiser dizer que existo como entidade que a si mesma se dirige e forma, que exerce junto de si mesma a função divina de se criar, como hei-de empregar o verbo "ser" senão convertendo-o subitamente em transitivo? E então, triunfalmente, antigramaticalmente supremo, direi, "Sou-me". Terei dito uma filosofia em duas palavras pequenas. Que preferível não é isto a não dizer nada em quarenta frases? Que mais se pode exigir da filosofia e da dicção?
Obedeça à gramática quem não sabe pensar o que sente. Sirva-se dela quem sabe mandar nas sua expressões.»
TUDO TEM LIMITES, NÃO É?
António Barreto insurge-se hoje, nas páginas do jornal "PÚBLICO", contra certas proibições absurdas ou exageradas, impostas em alguns países, mas sobretudo em Inglaterra, ao infeliz cidadão.
Uma dessas proibições que exemplifica é esta:
«...a proibição, já hoje legal em Inglaterra, de menores de 16 anos adquirirem "hamsters" ou peixinhos para os seus aquários.»
Eu, aí, não acompanho António Barreto e concordo plenamente com essa proibição.
Então seria lá justo que um marmanjo, de 12, 13 ou 16 anos, pegasse no coitadinho de um "hamster" e mergulhasse o simpático ratinho num aquário?
Oh meu caro António Barreto, modere lá a sua indignação e não seja tão sádico assim.
António Barreto insurge-se hoje, nas páginas do jornal "PÚBLICO", contra certas proibições absurdas ou exageradas, impostas em alguns países, mas sobretudo em Inglaterra, ao infeliz cidadão.
Uma dessas proibições que exemplifica é esta:
«...a proibição, já hoje legal em Inglaterra, de menores de 16 anos adquirirem "hamsters" ou peixinhos para os seus aquários.»
Eu, aí, não acompanho António Barreto e concordo plenamente com essa proibição.
Então seria lá justo que um marmanjo, de 12, 13 ou 16 anos, pegasse no coitadinho de um "hamster" e mergulhasse o simpático ratinho num aquário?
Oh meu caro António Barreto, modere lá a sua indignação e não seja tão sádico assim.
sábado, setembro 25, 2004
ELOGIO AOS BLOGUES
O Diário de Notícias titula hoje: «Metade das rendas velhas sem aumento».
De facto não há como não concordar com aqueles que têm chamado a atenção para o facto de aquele jornal se ter transformado, definitivamente, na "folha oficial" do actual Governo de direita.
Aquela notícia, para ser verdadeira, teria que dizer isto:
"Metade das rendas velhas sem aumento durante três anos".
É que a proposta do Governo para a Lei do arrendamento urbano prevê que depois dos três anos de congelamento previstos na Lei, aquelas rendas passarão a poder ser actualizadas como as outras.
Já tínhamos a TSF a andar com o Governo ao colo, qual "Rádio Bagdad" a desmentir o colapso do regime de Saddam, mesmo quando as tropas invasoras já estavam às portas de Bagdad; agora é o Diário de Notícias que se transforma em "folha oficial" e nos "passa" diariamente, meias notícias com a finalidade de escamotear o profundo ataque desferido pela direita no poder contra a classe média e o Zé Povinho.
Sabendo que o "Expresso" faz campanha por Santana Lopes e contribui assim para o cerco à opinião pública por parte dos grupos económicos representados no poder e donos desses órgãos de comunicação;
é chegada a altura - hoje mais do que nunca - de não desfalecer no afã de fazer e de ler os blogues (todos), pois, aqui está, hoje por hoje, o único espaço de opinião, livre e democrático, no país.
Ao que chegámos!
P.S. O que é triste também é constatarmos que Mário Bettencourt Resendes, lá do alto da sua cadeira de Director geral de Publicações da Lusomundo Media, assiste, impávido e calado, a toda esta vergonha.
O Diário de Notícias titula hoje: «Metade das rendas velhas sem aumento».
De facto não há como não concordar com aqueles que têm chamado a atenção para o facto de aquele jornal se ter transformado, definitivamente, na "folha oficial" do actual Governo de direita.
Aquela notícia, para ser verdadeira, teria que dizer isto:
"Metade das rendas velhas sem aumento durante três anos".
É que a proposta do Governo para a Lei do arrendamento urbano prevê que depois dos três anos de congelamento previstos na Lei, aquelas rendas passarão a poder ser actualizadas como as outras.
Já tínhamos a TSF a andar com o Governo ao colo, qual "Rádio Bagdad" a desmentir o colapso do regime de Saddam, mesmo quando as tropas invasoras já estavam às portas de Bagdad; agora é o Diário de Notícias que se transforma em "folha oficial" e nos "passa" diariamente, meias notícias com a finalidade de escamotear o profundo ataque desferido pela direita no poder contra a classe média e o Zé Povinho.
Sabendo que o "Expresso" faz campanha por Santana Lopes e contribui assim para o cerco à opinião pública por parte dos grupos económicos representados no poder e donos desses órgãos de comunicação;
é chegada a altura - hoje mais do que nunca - de não desfalecer no afã de fazer e de ler os blogues (todos), pois, aqui está, hoje por hoje, o único espaço de opinião, livre e democrático, no país.
Ao que chegámos!
P.S. O que é triste também é constatarmos que Mário Bettencourt Resendes, lá do alto da sua cadeira de Director geral de Publicações da Lusomundo Media, assiste, impávido e calado, a toda esta vergonha.
quarta-feira, setembro 22, 2004
MAIS RÁPIDO QUE A MÁQUINA
Depois das férias e de mais uns dias (em cura sabática) afastado dos blogues e dos jornais, Salmoura ensaia hoje os primeiros passos de mais uma jornada blogosférica que irá até finais de Novembro próximo.
E retoma a prosa pelo assunto do momento - a colcação de professores - para constatar uma coisa espantosa em que ninguém ainda reparou:
a Ministra da Educação prometeu ontem fazer sair, em 9 dias, nove, a lista de colocação de professores, a qual vai ser elaborada manualmente (à século desanove).
O espanto perante tal facto (a consumar) consiste em constatar que sucessivos Governos anteriores, do PS e do PSD, foram totalmente cegos a esta mais que cristalina realidade que hoje se nos depara:
a elaboração manual das listas é infinitamente mais rápida e infalível do que o mesmo trabalho feito por computador equipado com caríssimo software.
Não se pode concluir senão isso, pois que, lembremo-nos, a colocação de professores, desde o início dos concursos à saída das listas, por norma, sempre levou três a quatro meses para ser executada por computador. Se manualmente só leva nove dias, é razão mais que suficiente para este nosso espanto.
E concluímos ainda que se acaba de arranjar no país um tema quente de discussão à escala planetária:
"serão, afinal, os computadores, tão importantes assim que a humanidade não os possa substituir pelo cálculo de cabeça e pelos dedinhos humanos?"
Depois das férias e de mais uns dias (em cura sabática) afastado dos blogues e dos jornais, Salmoura ensaia hoje os primeiros passos de mais uma jornada blogosférica que irá até finais de Novembro próximo.
E retoma a prosa pelo assunto do momento - a colcação de professores - para constatar uma coisa espantosa em que ninguém ainda reparou:
a Ministra da Educação prometeu ontem fazer sair, em 9 dias, nove, a lista de colocação de professores, a qual vai ser elaborada manualmente (à século desanove).
O espanto perante tal facto (a consumar) consiste em constatar que sucessivos Governos anteriores, do PS e do PSD, foram totalmente cegos a esta mais que cristalina realidade que hoje se nos depara:
a elaboração manual das listas é infinitamente mais rápida e infalível do que o mesmo trabalho feito por computador equipado com caríssimo software.
Não se pode concluir senão isso, pois que, lembremo-nos, a colocação de professores, desde o início dos concursos à saída das listas, por norma, sempre levou três a quatro meses para ser executada por computador. Se manualmente só leva nove dias, é razão mais que suficiente para este nosso espanto.
E concluímos ainda que se acaba de arranjar no país um tema quente de discussão à escala planetária:
"serão, afinal, os computadores, tão importantes assim que a humanidade não os possa substituir pelo cálculo de cabeça e pelos dedinhos humanos?"
sábado, setembro 04, 2004
INFELIZMENTE - TUDO COMO ERA ESPERADO
Não há que admirar o «amadorismo», a «falta de preparação de cenários alternativos» para o resgate dos reféns da escola da Ossétia onde ontem se verificou a carnificina de mais de trezentos inocentes. Não há que haver perplexidade nem espanto perante a insensatez das autoridades russas. Não há que condenar a falta de organização de um esquema mínimo de assistência médica no local da tragédia, nem a escandalosa fuga de terroristas para parte incerta.
É assim a Rússia.
Quem leu Tolstoi, Dostoievsky ou Soljenitsin sabe que o povo russo nunca resolve nada: fica sempre à espera que "quem manda" - ponha, disponha e resolva como melhor souber (ou não souber) os problemas. E quem manda sabe que o seu poder é absoluto e não tem contas a prestar a ninguém. Por isso nunca se preocupa em gastar tempo e meios para solucionar seja o que for, confiando no tempo e no acaso para cumprir essas tarefas.
O povo russo, que viveu sempre na miséria, e que vive o quotidiano, de tragédia em tragédia, a ponto de parecer que não sabe viver sem ser oprimido e massacrado, vai facilmente absorver mais esta tragédia acontecida na Ossétia e passar à página seguinte.
Num dos livros de Soljenitsin, salvo erro, o autor descreve o dilema de dois camponeses russos que observavam o aproximar, a cavalo, do latifundiário para quem trabalhavam: não sabiam se haviam de ignorar a presença do "senhor" ou se haviam de o cumprimentar; é que se o ignorassem seriam chicoteados porque deveriam dar pela sua presença e cumprimentá-lo; se por outro lado o cumprimentassem, seriam também chicoteados por terem tido o desplante de o fazer.
Lembro-me ainda que na era Ieltsin, não há muitos anos, portanto, as televisões passaram uma entrevista a um casal russo, pais de uma filha - ele oficial do exército, ela professora numa escola estatal -. Moravam num apartamento do Estado, de duas divisões e cozinha; viviam apenas numa das duas divisões do apartamento porque a outra era onde, em duas grades vazias para garrafas, criavam dois leitões de cada vez, leitões que depois vendiam a um restaurante garantindo assim a subsistência a um nível miserável em termos ocidentais.
Tratava-se, repito, de um casal composto por um oficial do exército russo e por uma professora.
São pessoas como estas que por certo estiveram envolvidas na resolução do problema dos reféns. Daí não haver surpresas - decorreu tudo como era esperado.
Não há que admirar o «amadorismo», a «falta de preparação de cenários alternativos» para o resgate dos reféns da escola da Ossétia onde ontem se verificou a carnificina de mais de trezentos inocentes. Não há que haver perplexidade nem espanto perante a insensatez das autoridades russas. Não há que condenar a falta de organização de um esquema mínimo de assistência médica no local da tragédia, nem a escandalosa fuga de terroristas para parte incerta.
É assim a Rússia.
Quem leu Tolstoi, Dostoievsky ou Soljenitsin sabe que o povo russo nunca resolve nada: fica sempre à espera que "quem manda" - ponha, disponha e resolva como melhor souber (ou não souber) os problemas. E quem manda sabe que o seu poder é absoluto e não tem contas a prestar a ninguém. Por isso nunca se preocupa em gastar tempo e meios para solucionar seja o que for, confiando no tempo e no acaso para cumprir essas tarefas.
O povo russo, que viveu sempre na miséria, e que vive o quotidiano, de tragédia em tragédia, a ponto de parecer que não sabe viver sem ser oprimido e massacrado, vai facilmente absorver mais esta tragédia acontecida na Ossétia e passar à página seguinte.
Num dos livros de Soljenitsin, salvo erro, o autor descreve o dilema de dois camponeses russos que observavam o aproximar, a cavalo, do latifundiário para quem trabalhavam: não sabiam se haviam de ignorar a presença do "senhor" ou se haviam de o cumprimentar; é que se o ignorassem seriam chicoteados porque deveriam dar pela sua presença e cumprimentá-lo; se por outro lado o cumprimentassem, seriam também chicoteados por terem tido o desplante de o fazer.
Lembro-me ainda que na era Ieltsin, não há muitos anos, portanto, as televisões passaram uma entrevista a um casal russo, pais de uma filha - ele oficial do exército, ela professora numa escola estatal -. Moravam num apartamento do Estado, de duas divisões e cozinha; viviam apenas numa das duas divisões do apartamento porque a outra era onde, em duas grades vazias para garrafas, criavam dois leitões de cada vez, leitões que depois vendiam a um restaurante garantindo assim a subsistência a um nível miserável em termos ocidentais.
Tratava-se, repito, de um casal composto por um oficial do exército russo e por uma professora.
São pessoas como estas que por certo estiveram envolvidas na resolução do problema dos reféns. Daí não haver surpresas - decorreu tudo como era esperado.
domingo, agosto 29, 2004
COM A ROSE EM FORTALEZA

Numa viagem de férias a Fortaleza, no Brasil, você arrisca-se a ter garotas bem bonitas como companhia durante o voo.
(Calçadão)
Se não for forreta pode muito bem instalar-se num dos bons hotéis do "calçadão" (nome por que é conhecida a avenida marginal) onde poderá desfrutar de uma excelente vista das praias e onde estão instalados alguns dos melhores restaurantes que pode visitar deslocando-se a pé.
As praias do calçadão estão infelizmente poluídas pelo que não as deverá frequentar. Fique apenas com a vista das mesmas e assista, da varanda do seu quarto, no hotel, ao final da tarde, a um bonito pôr-do-sol.
(Rose)
Deixe-se guiar pelos excelentes guias da agência Beach Sun, por exemplo.
(Praia da Canoa Quebrada)
Visite praias paradisíacas da costa de Fortaleza.
Participe em passeios às dunas, lagoas e resortes das redondezas e depois abanque-se para um retemperador almoço num dos muitos restaurantes instalados mesmo junto à rebentação do mar; aí beba cervejas bem geladinhas e se não for alcoólico não desanime: tem muito sumo fresco de frutos tropicais para degustar. Em alternativa deixe-se pentear de trancinhas e com contas no cabelo.
À noite, jantando, assista, entre duas caipirinhas, a representações de grupos temáticos que lhe podem trazer alguma informação sobre o folclore e diferentes formas de expressão da cultura popular brasileira num desfile que abarca o país de norte a sul trazendo o que de mais representativo se encontra em cada região.
(Simpatia da Rose)
Faça amizade e volte outra vez a Fortaleza.
Nota: todos os guias da agência Beach Sun nos mereceram a nota máxima: são guias cinco estrelas. Mas a Rose merece mais uma estrela pela sua beleza e por conduzir as visitas com o entusiasmo de quem estivesse a visitar os lugares, tal como nós, pela primeira vez. E convenhamos que isso não é mesmo nada fácil. E tem um nome. Chama-se profissionalismo.


Numa viagem de férias a Fortaleza, no Brasil, você arrisca-se a ter garotas bem bonitas como companhia durante o voo.

Se não for forreta pode muito bem instalar-se num dos bons hotéis do "calçadão" (nome por que é conhecida a avenida marginal) onde poderá desfrutar de uma excelente vista das praias e onde estão instalados alguns dos melhores restaurantes que pode visitar deslocando-se a pé.

As praias do calçadão estão infelizmente poluídas pelo que não as deverá frequentar. Fique apenas com a vista das mesmas e assista, da varanda do seu quarto, no hotel, ao final da tarde, a um bonito pôr-do-sol.

Deixe-se guiar pelos excelentes guias da agência Beach Sun, por exemplo.

Visite praias paradisíacas da costa de Fortaleza.

Participe em passeios às dunas, lagoas e resortes das redondezas e depois abanque-se para um retemperador almoço num dos muitos restaurantes instalados mesmo junto à rebentação do mar; aí beba cervejas bem geladinhas e se não for alcoólico não desanime: tem muito sumo fresco de frutos tropicais para degustar. Em alternativa deixe-se pentear de trancinhas e com contas no cabelo.

À noite, jantando, assista, entre duas caipirinhas, a representações de grupos temáticos que lhe podem trazer alguma informação sobre o folclore e diferentes formas de expressão da cultura popular brasileira num desfile que abarca o país de norte a sul trazendo o que de mais representativo se encontra em cada região.

Faça amizade e volte outra vez a Fortaleza.
Nota: todos os guias da agência Beach Sun nos mereceram a nota máxima: são guias cinco estrelas. Mas a Rose merece mais uma estrela pela sua beleza e por conduzir as visitas com o entusiasmo de quem estivesse a visitar os lugares, tal como nós, pela primeira vez. E convenhamos que isso não é mesmo nada fácil. E tem um nome. Chama-se profissionalismo.
sábado, agosto 14, 2004
terça-feira, agosto 10, 2004
ENTENDAMO-NOS
Falar bem exige, como é óbvio, que as palavras empregues transmitam o mais exactamente possível a ideia do que se quer significar, isto é, exige que o significante (a palavra) se adeqúe exactamente ao significado (objecto, estado, acção, etc.) a que se refere.
Sobre o caso das cassetes furtadas ao jornalista Octávio Lobo, todo o mundo diz e escreve que as mesmas cassetes foram "roubadas" - não foram roubadas coisa nenhuma -. As cassetes foram, como disse já, furtadas.
É que roubar não é a mesma coisa que furtar.
Furtar é apossar-se indevidamente de algo que não pertence a quem assume essa posse.
E roubar é furtar empregando violência ao praticar o acto.
Se, por exemplo, alguém se introduz em nossa casa e se apossa, sem empregar violência, da nossa carteira - isso é furto.
Mas se, em alternativa, esse alguém nos agride com violência para se apossar da nossa carteira - isso então é que já é roubo.
Ficou claro?
Quanto a este assunto não há como não dar razão a Vasco Pulido Valente quando sobre a generalizada má preparação escolar dos portugueses escreveu há três dias no Diário de Notícias:
o país que «estudou» desceu a uma geral iliteracia: estultificante, grosseira e muito contente de si mesma. Os jornalistas não sabem escrever. Na televisão, não se fala português ou qualquer outra língua reconhecível. A «classe dirigente» (da política à economia e da ciência ao futebol) precisava, sem excepção, de voltar ao «básico».
Nem mais!
Falar bem exige, como é óbvio, que as palavras empregues transmitam o mais exactamente possível a ideia do que se quer significar, isto é, exige que o significante (a palavra) se adeqúe exactamente ao significado (objecto, estado, acção, etc.) a que se refere.
Sobre o caso das cassetes furtadas ao jornalista Octávio Lobo, todo o mundo diz e escreve que as mesmas cassetes foram "roubadas" - não foram roubadas coisa nenhuma -. As cassetes foram, como disse já, furtadas.
É que roubar não é a mesma coisa que furtar.
Furtar é apossar-se indevidamente de algo que não pertence a quem assume essa posse.
E roubar é furtar empregando violência ao praticar o acto.
Se, por exemplo, alguém se introduz em nossa casa e se apossa, sem empregar violência, da nossa carteira - isso é furto.
Mas se, em alternativa, esse alguém nos agride com violência para se apossar da nossa carteira - isso então é que já é roubo.
Ficou claro?
Quanto a este assunto não há como não dar razão a Vasco Pulido Valente quando sobre a generalizada má preparação escolar dos portugueses escreveu há três dias no Diário de Notícias:
o país que «estudou» desceu a uma geral iliteracia: estultificante, grosseira e muito contente de si mesma. Os jornalistas não sabem escrever. Na televisão, não se fala português ou qualquer outra língua reconhecível. A «classe dirigente» (da política à economia e da ciência ao futebol) precisava, sem excepção, de voltar ao «básico».
Nem mais!
sexta-feira, agosto 06, 2004
quarta-feira, agosto 04, 2004
FÉRIAS COM GARANTIA
As férias de Verão são uma coisa altamente subjectiva.
Em certo aspecto pelo menos assim o é:
Embora por aqui as verdadeiras férias venham a ser apenas a partir de perto do meio deste mês, Salmoura, por exemplo, tem estado psicologicamente de férias desde que entrou o mês de Agosto, pois a verdade é que predominam a preguiça, a cerveja, suspiros mentais eivados de concupiscência e um enfado quase total para a blogueação.
O que vale - ou não vale, sabe-se lá? - é que a restante blogosfera também não é exemplo de afã bloguístico que se veja: os blogueiros habitualmente mais assíduos têm feito gazeta de três em pipa e só alguns fizeram constar a sua condição de veraneantes.
É o que eu digo: as férias são altamente subjectivas.
E por ser assim, qualquer dia o melhor é passarmos todos a fazer férias no botequim da esquina a jogar ao dominó; quanto mais não seja para termos dinheiro para as propinas e os artigos escolares da pequenada, aí por alturas de Setembro/Outubro.
É que, se temos circo garantido, já o pão não parece assim tão óbvio de garantir.

As férias de Verão são uma coisa altamente subjectiva.
Em certo aspecto pelo menos assim o é:
Embora por aqui as verdadeiras férias venham a ser apenas a partir de perto do meio deste mês, Salmoura, por exemplo, tem estado psicologicamente de férias desde que entrou o mês de Agosto, pois a verdade é que predominam a preguiça, a cerveja, suspiros mentais eivados de concupiscência e um enfado quase total para a blogueação.
O que vale - ou não vale, sabe-se lá? - é que a restante blogosfera também não é exemplo de afã bloguístico que se veja: os blogueiros habitualmente mais assíduos têm feito gazeta de três em pipa e só alguns fizeram constar a sua condição de veraneantes.
É o que eu digo: as férias são altamente subjectivas.
E por ser assim, qualquer dia o melhor é passarmos todos a fazer férias no botequim da esquina a jogar ao dominó; quanto mais não seja para termos dinheiro para as propinas e os artigos escolares da pequenada, aí por alturas de Setembro/Outubro.
É que, se temos circo garantido, já o pão não parece assim tão óbvio de garantir.
quinta-feira, julho 29, 2004
A CABEÇA ESTÁ NO COMPUTADOR
Nem lido e relido se acredita.
«Li no "24Horas" esta educativa história: Diogo Feyo é insigne militante do PP e foi colaborador do blogue "O Acidental". Há uns tempos postou um pequeno texto com cinco linhas e cinco erros ortográficos. Uma leitora indignada protestou. Diogo Feyo, prontamente, esclareceu o lapso. Os erros eram devidos ao facto do computador não ter corrector ortográfico. Santana Lopes soube da história e enviou o rapaz para a escola da vida: a Secretaria de Estado da Educação!»
Quer dizer: o homem não tem a mínima preparação pois dá incríveis erros ortográficos em Português. E patenteia a sua incompetência ao mostrar-se absolutamente dependente do corrector ortográfico do computador.
Confirme aqui no Blog de Esquerda de onde a posta foi reroubada.
Nem lido e relido se acredita.
«Li no "24Horas" esta educativa história: Diogo Feyo é insigne militante do PP e foi colaborador do blogue "O Acidental". Há uns tempos postou um pequeno texto com cinco linhas e cinco erros ortográficos. Uma leitora indignada protestou. Diogo Feyo, prontamente, esclareceu o lapso. Os erros eram devidos ao facto do computador não ter corrector ortográfico. Santana Lopes soube da história e enviou o rapaz para a escola da vida: a Secretaria de Estado da Educação!»
Quer dizer: o homem não tem a mínima preparação pois dá incríveis erros ortográficos em Português. E patenteia a sua incompetência ao mostrar-se absolutamente dependente do corrector ortográfico do computador.
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