sábado, janeiro 22, 2005

O BEBÉ CHORÃO

Santana Lopes esteve ontem à noite em todo o lado, como ele gosta. Sempre esteve convicto de que quem aparece mais é quem ganha (e nisso até concordo um pouco com ele pois a memória do povinho, infelizmente, não é lá muito dada a guardar o que escuta: é mais dada a guardar o que vê). Por isso terá estado no programa da SIC Notícias "Expresso da Meia Noite" onde foi espremido e triturado por um painel de "amigos" muito cínicos que não perderam a oportunidade de lhe dar valente e sibilinamente no coco durante todo o programa.

Fingindo-se ingénuo e bebezinho abriu o coração e contou coisas que a nenhum político responsável se ouviria. Confessou que «tem problemas respiratórios», sofrendo por isso muito com o calor. Teve o azar de tomar posse em pleno Verão e foi só devido ao mau funcionamento dos aparelhos de ar condicionado de S. Bento e Belém que teve más prestações em discursos e decisões políticas. Acabou por nos dizer que o pouco do (para ele) bom que o seu (des)governo fez foi por decisão sua e contra a opinião dos ministros das pastas respectivas: a lei das rendas contra a opinião de Arnaut; o corte dos benefícios ficais contra a opinião de Bagão; e por aí fora. Um desfiar de decisões, as mais variadas, sempre tomadas por ele contra a opinião do resto do (des)governo que, pelos vistos, estava lá só para chatear e emperrar as tarefas de (des)governação criando-lhe dificuldades imensas que ele estóica e denodadamente foi vencendo "contra ventos e marés". Demonstrou como ele é um homem sitiado, atacado por tudo e por todos; um infeliz incompreendido e perseguido pela Humanidade inteira; uma criança inocente numa incubadora apanhando pancada de todos os lados; um homem honesto e trabalhador com a vida infernizada numa casa apedrejada dia e noite sem cessar pela turba ignominiosa (a Humanidade, supõe-se) que não gosta dele.

Tudo se resume, afinal, ao facto de não gostarem dele.

Dizendo isso espera despertar a nossa piedade. E passa a contar com a nossa protecção votando nele no dia 20 de Fevereiro.

Eu, pela minha parte, como pertenço à Humanidade que ainda não lhe atirou uma pedrada valente, vou fazer isso sem a mais pequene réstia de piedade no próximo dia 20 de Fevereiro.

A propósito: leiam
aqui um artigo de Vasco Pulido Valente sobre o personagem.