domingo, julho 04, 2004

EIS A VERADEDIRA CABALA

Nos dias que correm, para melhor se compreender o modus operandi (que privilegia a utilização da imprensa) da clique política do PSD, que engloba Santana Lopes, nada melhor que ler atentamente o que Pacheco Pereira vai escrevendo no Abrupto em postas intituladas "Tempos Novos"..

Nunca gostei muito da forma um tanto ou quanto preconceituosa como Pacheco Pereira tem encarado a actividade dos jornalistas pois, no meu entender, mete-os todos no mesmo saco, o que para mim não é líquido que deva acontecer.

Mas a verdade manda-me reconhecer que, neste pormenor, a razão está mais do lado de Pacheco Pereira do que noutro lado qualquer.

Que muitos jornalistas não são minimamente isentos; que têm medo de quem lhes paga o salário e por isso filtram a informação para protegerem a fonte do pão; que são permeáveis a informações falsas que veiculam sem terem o cuidado de as confirmar primeiro; isso é o pão nosso de cada dia a que assistimos com certa indiferença até.

Mas que os jornalistas e as redacções de certos jornais de referência sejam veículos de «recados» (Pacheco Dixit), sejam eles de quem for, colaborando, assim, com total falta de ética, na manipulação dos leitores (que ainda por cima pagam o jornal que lêem e que os manipula) - isso já lembra outros tempos de má memória e augura um muito mau futuro imediato para a democracia portuguesa.

Hoje, e desde a subida de Goerge Bush ao poder nos Estados Unidos, vivemos tempos estranhos. Vivemos um autêntico pesadelo em câmara lenta, pesadelo recheado de acontecimentos inverosímeis que, entretanto, para nossa incredulidade e espanto, se vão concretizando perante os nossos olhos como um apocalipse que tivesse por finalidade restabelecer velhas ideias e velhas práticas de que a Humanidade se julgava liberta - entronizando idiotas, mentirosos, facínoras e burlões, numa encenação operática grandiosa (reconheça-se) - perseguindo o caminho para o triunfo dos porcos que pretendem reinar impune e incontroladamente sobre povos inteiros.

Resta esperar que as denúncias de toda esta prática macabra, e de todos os seus autores maiores, resultem, em tempo útil, numa tomada de consciência dos cidadãos de cada país, tomada de consciência que acabe por despertar a acção que permita travar a tempo o evoluir de todo esse pesadelo aterrador.

Estamos em crer que o Senhor Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, cumprirá a parte que, legal, legitima e democraticamente lhe cabe desempenhar para pôr cobro ao desenvolvimento desse pesadelo em Portugal.

Oxalá a maioria de nós esteja atenta e cumpra a parte que lhe cabe no que diz respeito à rejeição desse desígnio negro da direita que se pretende hoje "vender" ao país, embrulhado no folclore populista habitual que envolve Santana Lopes e seus sequazes.

Não pode o país conceber que Cavaco Silva, Freitas do Amaral, Silva Lopes, Miguel Cadilhe, Mário Soares, Pacheco Pereira, Vital Moreira, Gomes Canotilho e muitas outras personalidades de relevo na vida nacional estejam todos doidos varridos ao rejeitarem a solução "Santana Lopes, suas santanetes, seus artistas de revista e Paulo Portas da Moderna" para Governar Portugal.