domingo, junho 20, 2004

"FORÇA PORTUGAL"

PUXEM COM FORÇA, PORTUGUESES


(Durão amigo, o povo está contigo)

Com a devida vénia reproduzimos este último cartoon do sempre genial António, publicado no último número do Expresso.

sexta-feira, junho 18, 2004

A VERDADEIRA "TANGA" É ESTA

Há um ano que Salmoura vem pregando a necessidade de dar luta ao Governo para impedir o desmantelamento massivo do Serviço Nacional de Saúde.

Aos poucos as instituições a quem cabia diagnosticar este problema a tempo e horas - e não tardiamente como tem acontecido (mas mais vale tarde que nunca) - foram acordando e agora é o "aqui d'el rei que a casa vem abaixo".

«O presidente do Conselho Regional do Norte da Ordem dos Médicos (OM), Miguel Leão, acusou hoje o ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, de estar a destruir o Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Numa conferência de imprensa convocada para anunciar que não vai ser candidato a bastonário da OM, Miguel Leão acusou Luís Filipe Pereira de estar a destruir o SNS à revelia do programa de Governo do PSD. "Acho que o ministro da Saúde é muito competente no que está a fazer. É competente quando está a destruir o SNS", afirmou Miguel Leão.»


Longe de pretender apenas fazer eco desta notícia do Público, o que Salmoura pretende mesmo é alertar mais uma vez os leitores para a necessidade que há em que todos nós combatamos este autêntico crime maquiavelicamente programado e cinicamente executado que vai fazer com que mais tarde não haja Saúde, primeiro para os mais pobres e os mais desfavorecidos, e depois para a própria classe média - classe média abandonada por quem está no poder pois que o poder foi tomado pelos representantes do grande capital. E o grande capital, como todos sabemos, não tem a mínima sensibilidade social: quando investe ou empresta 1 vai logo buscar 5 ou 6 em contrapartida deixando o país exaurido de recursos e positivamente "de tanga".

O combate ao Governo só pode ser um: é não ceder um milímetro nas diferentes formas de luta que tenham por objectivo derrubá-lo legal e democraticamente.

Nas urnas eles não voltarão a passar.

quinta-feira, junho 17, 2004

A VERGONHA MOE - E MATA

Longe vão já os tempos em que os blogues da direita, baseando-se no conteúdo da blogosfera portuguesa, se vangloriavam de finalmente haver provas de que a direita também tinha muitos intelectuais que defendem as suas causas e de dominarem, até, a blogosfera onde não se vislumbrava presença significativa da esquerda e vaticinavam longa vida e domínio a si próprios.

Foi questão de pouco tempo.

Menos de um ano passado sobre esse tempo glorioso em que a direita julgou dominar a blogosfera portuguesa, eis que a debandada geral se instalou ficando apenas os blogues da esquerda num terreno onde os resquícios bloguísticos da direita tendem a caber nos dedos de uma só mão.

Até o Abrupto - que surgira tão gordo e caudaloso, tão exuberantemente exócrino e multifacetado, tão prolífico e intelectualmente diversificado - mirrou de um dia para o outro e hoje não é mais que uma agenda, um bloco-notas do seu autor e o simulacro de um magazine cultural com olhos piscos anunciando uma inesperada sonolência, ou mesmo letargia, reveladora de profundo esgotamento.

Tem-se até a sensação de que a direita portuguesa acordou para a blogosfera com a ascensão de George Bush ao poder, e cresceu eufórica com os rompantes desbragados de exibição pistoleira do cowboy americano, cujo poder bélico o próprio terá julgado definitivo - final mesmo -, estando agora essa mesma direita (os blogues da direita) a definhar galopantemente mimando o falso herói que a enganou com a perigosa farsa montada à volta das fantasmagóricas armas de destruição massiva e da inexistente ligação entre Saddam Hussein e a AlQaeda.

Até parece que os blogues da direita estão a definhar assolados pela vergonha de tanto terem argumentado em defesa de uma das maiores mentiras da História dos nossos dias.

Chega a apetecer, por uma única vez só que seja, dar-lhes a mão para que se levantem e lutem pois a esquerda não quer ficar sozinha aqui na blogosfera.

A esquerda quer continuar a ter à sua frente alguém em quem bater de vez em quando pois de contrário isto perderá a graça toda.

Levantem-se, oh nossos inimigos de estimação! Não deixem que Vasco Rato desvirtue a vossa fé e a vossa religião.

- Força Portugal! (Quem foi que disse isto?).

terça-feira, junho 15, 2004

XENOFOBIA FIGUEIRAL

O cabo-verdiano da selecção sueca, Henrique Larsson, fez ontem uma jogatana de se lhe tirar o chapéu tendo marcado dois golos fabulosos e feito a assistência para o quinto golo da Suécia contra a Bulgária.

Na selecção francesa, a "armada africana" (nada mais nada menos que oito elementos colloreds) aguentou o ímpeto dos ingleses tendo o argelino, Zizou (Zinedine Zidane), levado os ingleses ao tapete bem no fim do último round do combate.

Na selecção portuguesa, Figo não quer a presença do brasileiro Deco por este ser um estrangeiro naturalizado português.

Figo acha que a selecção portuguesa deve ser de raça pura e ter lá apenas minhotos. Isto admitindo que os minhotos descendem de Viriato por gemeliparidade.

Jorge Andrade e Miguel serão, portanto, dois minhotos acidentados: caíram por descuido na panela de chocolate, na cozinha da selecção portuguesa.

Se Figo existisse, no tempo do fantástico Eusébio, exigiria por certo que o "Partera Negra" fosse mandado subir para as árvores em Moçambique e abstivesse de espalhar a sua inegável e inesquecível classe futebolística pelos relvados europeus e mundiais.

Que raio de figueira terá dado este Figo apodrecido?

P.S. Consta que o partido do xenófobo Paulo Portas aguarda a inscrição de Figo como militante.

domingo, junho 13, 2004

HOJE A ESQUERDA ESTÁ EM FESTA, PÁ!
FICO CONTENTE
BATEU VIOLENTAMENTE A DIREITA NO PAÍS



(Até os comemos vivos)

Hoje a direita, no seu total, obteve o seu pior resultado de sempre em eleições no Portugal democrático.

Hoje a esquerda, no seu total, obteve o seu melhor resultado de sempre em eleições no Portugal democrático.

Dois terços dos portugueses votantes (66%) escolheram a esquerda.

Apenas um terço dos portugueses votantes (33%) escolheu a direita.

Nunca antes se tinha visto nada assim.

Nunca antes se tinha verificado tamanha derrota eleitoral neste país.

Aqueles que foram para o poder para desmantelar o Serviço Nacional de Saúde perderam.

Aqueles que foram para o poder para aumentar o desemprego perderam.

Aqueles que foram para o poder apoiar a guerra baseada na mentira perderam.

Aqueles que mentiram, pois foram para o poder fazer precisamente o contrário do que tinham prometido em campanha eleitoral, perderam.

José Maria Aznar já tinha ido para casa, em Espanha.

Tony Blair já está na calha, no Reino Unido, onde foi severamente derrotado esta semana.

Jorge Bush há-de ir para casa em Novembro próximo.

E Durão Barroso será corrido do poder nas próximas eleições legislativas.

Para fechar, só mais esta: Salmoura contribuiu, com o seu voto, em Lisboa, para eleger Miguel Portas ao Parlamento Europeu.

A esquerda está de parabéns.
O VOTO É QUE MAIS ORDENA

Salmoura já votou.

E você, já o fez também?

Sendo proibido dizer agora, em jeito de propaganda política, em que partido é que Salmoura votou (grande novidade seria, não?), aguardemos então pelas 19:00h para conferir convosco os resultados destas eleições.

Até logo, amigos!
SEM COMENTÁRIOS

Da crónica de Frei Bento Domingues, hoje, no Público, roubo uma fatia - uma citação da Conferência Episcopal Portuguesa - que reflecte a opinião dos bispos portugueses sobre o fenómeno "futebol".

«A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) não anda distraída. Publicou, no ano passado, uma Nota Pastoral sobre "O Desporto ao serviço da construção da pessoa e do encontro dos povos".

Para os bispos portugueses, o futebol deixou de ser um "jogo" para se tornar numa indústria. Perdeu o seu sentido lúdico e humanizante para se tornar numa competição de atletas pagos a preço de ouro, que oferecem um espectáculo de alto valor comercial, muitas vezes despido de alma e de sentimentos. O futebol deixa de ser um veículo de valores que unem as pessoas e geram comunidade, tornando-se um factor de divisão, de ódio, de ruptura, de fractura social e de violência.

A CEP não é nada simpática com as sociedades anónimas desportivas, regidas por interesses comerciais, por critérios de rentabilidade económica, pelo espírito de lucro. Não esquece o fenómeno das claques, o consumo de substâncias proibidas para melhorar o desempenho dos atletas, nem a corrupção e a politização do futebol.»
EU TREINADOR ME CONFESSO

Todos nós, "treinadores de bancada", vimos claramente onde errou Luís Filipe Scolari:

Fernando Couto, Rui Jorge, Rui Costa e Simão (logo quatro jogadores - quatro) não têm lugar na equipa inicial.

Mas jogaram.

Jogaram nos lugares de Ricardo Carvalho, Nuno Valente, Deco e Cristiano Ronaldo, respectivamente.

Seguiu telegrama para a Federação Portuguesa de Futebol a dar a linha e a táctica para o jogo da próxima quarta-feira contra os russos. Veremos se somos ouvidos.
DO OITENTA PARA O QUARENTA

Todo o país estava ontem mais que nunca "no oitenta" com a sua selecção: eram bandeiras com pagodes chineses espalhadas por todo o território pátrio; eram cachecóis e bonés glorificando as cores nacionais por tudo quanto era pescoço e cabeça; eram coiratos e sardinhas assadas a dar c'um pau; era a alegria antecipada da vitória certa e logo por números expressivos: 2-0, 3-0, 5-0.

Não se fazia a coisa por menos.

E foi o que se viu: uma exibição pífia da selecção nacional portuguesa, com os gregos a afinfarem-nos logo uma bola aos seis minutos da primeira parte, repetindo a dose aos sete minutos da segunda parte, para virem a sofrer o "golo de honra" português já nos descontos finais.

Todo o mundo ficou agora no "quarenta". Não se sabe se a caminho do "oito" ou, de novo, para o "oitenta". O futuro o dirá.
A LÓGICA DA BATATA

Sabemos de há muito que no mundo do futebol se cose com outras linhas. Daí que não tenhamos ficado muito espantados quando ouvimos um repórter dizer na rádio que a selecção francesa está em vantagem sobre a inglesa porque há dez jogadores franceses que jogam na Grã Bretanha e que por isso conhecem muito bem os seus adversários.

Pareceria claro que pelo facto desses jogadores franceses jogarem na Grã Bretanha isso levaria a que os ingleses os conhecessem muitíssimo bem tirando daí vantagens óbvias sobre a selecção francesa. Mas não. No futebol é tudo muito diferente do nosso mundo: se eu for a tua casa eu fico a conhecer-te, mas tu não ficas a conhecer-me, percebeste?

sexta-feira, junho 11, 2004

TUDO BEM - TUDO NUMA BOA

As televisões, revelando mais uma vez as suas enormes preocupações em contribuir para uma cada vez melhor imagem do país, entrevistaram hoje lautamente «o pai do Euro 2004» - Carlos Cruz de seu nome.

Fizeram bem. Fizeram mesmo muito bem em entrevistá-lo.

Ao trazer para a ribalta, na véspera da inauguração deste Campeonato Europeu de Futebol, o mais mediático arguido do processo de pedofilia "Casa Pia", as televisões vieram dar à festa que se vem fazendo à roda do Euro 2004, aquele cunho bem português que tanta falta estava fazendo: o de demonstrar que se o CDS/PP tem o Paulo Portas e o Avelino Ferreira Torres; se o PSD tem Isaltino Morais e tem o major Valentim Loureiro; se o PS tem Fátima Felgueiras e Abílio Curto; a organização do Euro 2004 também tem a sua ovelha negra - Carlos Cruz de seu nome - para não deixar que o país fique mal perante a estranja.

Era o ficas!
MAU PRESSÁGIO

O Partido Trabalhista Britânico passa hoje, após a votação nas eleições locais, do primeiro para o terceiro lugar nas escolhas dos eleitores britânicos. Tony Blair começa a pagar com língua de palmo o apoio cego, canino e incondicional a George W. Bush.

«I have never voted for any party but Labour, but on this occassion I voted against Labour. This was not a protest vote. I will not vote for them again so long as Blair is their leader. As far as I am concerned Blair is not a Socialist, he is a Tory with a Red Tie on.»
Linsey Simmons, Crawley

Esta é a opinião de um cidadão britânico sobre o presidente do partido em que ele sempre votara. Atentem bem na razão fundamental por que ele diz não continuar a votar no Partido Trabalhista Britânico.

Não é só por cá, portanto, que temos políticos de topo a fazerem precisamente o contrário do que diz a doutrina que deveria inspirar os seus partidos e precisamente o contrário do que prometeram nos programas das campanhas em que foram eleitos para mandar.

Depois de José Maria Aznar, em Espanha, está a chegar a vez de Tony Blair ir para casa.

Em Novembro Bush seguir-lhes-á a pisada

e então só faltará Durão Barroso cujo destino está nas nossas mãos

para que os protagonistas da "cimeira da mentira", dos Açores, sejam todos corridos do poder.

quinta-feira, junho 10, 2004

NÃO SE PODE MUDAR DE POVO

De povo que pouco ligava aos símbolos nacionais, hoje o povo português, seguindo, aliás, a sua natural e conhecidíssima tendência de passar do oito para o oitenta (e vice-versa), transformou-se de um momento para o outro e perdeu-se de amores pela bandeira nacional que podemos ver agora desfraldada ao vento por tudo quanto é sítio propício à fixação da dita: telhados e janelas das casas; janelas, tejadilhos, portas e bagageiras dos automóveis; montras de casas comerciais; parapeitos e varandas dos prédios. Não há um único sítio que não esteja ornamentado com uma bandeira portuguesa.

Salmoura acha bem que assim seja: trata-se, como já se disse, de uma reacção natural deste povo ao chamamento ao dever patriótico de apoiar a selecção nacional de futebol.

Não têm razão aqueles que acham que se deveria abster-se de tamanho espectáculo de amor patriótico. Porque este povo é mesmo assim. Agora é a vez do oitenta. Virá depois, de novo, a vez do oito. Naturalmente.

Não se pode mudar de povo, pois não?

P.S. Salmoura pôde constatar que muitas bandeiras que se diz terem sido confeccionadas na China apresentam pagodes chineses em lugar dos castelos amarelos que fazem parte da bandeira portuguesa. Alguém terá escrito que se tratou da «vingança do chinês». E é bem capaz de ser verdade. Porque quem viveu, como Salmoura viveu, alguns anos na China, e conhece bem a minúcia que o chinês coloca no trabalho, só pode concluir que os castelos foram consciente e propositadamente mandados substituir por pagodes chineses por alguém que tinha intenção deliberada de determinar essa alteração. Nenhum desenhador chinês deixaria de copiar rigorosamente os castelos da bandeira portuguesa caso lhe dessem para a mão um exemplar genuíno da mesma.

quarta-feira, junho 09, 2004

EXIGE-SE RESPEITO E CONTENÇÃO À DIREITA

Muitas vezes em desacordo com opiniões de Carlos Magno, tiro-lhe hoje o chapéu por ele, perante a morte dramática de Sousa Franco, ter tido a coragem e a lucidez de nos vir dizer que apesar do dramatismo e da brutalidade dessa morte, o mínimo que se exige agora à direita que indignamente o apelidou, ainda há pouquíssimos dias, de «pai do défice», de «periquito» e de «blasfemo», é que se abstenha de vir agora dizer precisamente o contrário disso; de vir elogiar Sousa Franco, chamar-lhe grande estadista, eminente universitário e coisas que tais.

Já que não houve dignidade, ao menos que haja decoro!

domingo, junho 06, 2004

TEORIA DA RELATIVIDADE

Comemora-se hoje o 60º aniversário do desembarque Aliado na Normandia.

Enquanto a Sky News, a CNN e A Euro News, por exemplo, transmitiam, em directo, de França, as cerimónias comemorativas desta data importante para Liberdade e a Democracia, os canais televisivos portugueses ofereciam-nos as xaropadas domingueiras (e quotidianas) do costume.

Mas logo à noite teremos o direito de ver, nos telejornais nacionais, uma reportagem extensa que relata em pormenor como vive um rapazinho aleijado e atrasado mental, que habita uma caverna imunda nas encostas escarpadas de S. João da Pesqueira, onde, convivendo com ratos, baratas e formigas, toma conta, há dez anos, da avó entrevada que foi expulsa de casa pelo próprio filho quando este resolveu casar-se e achou que a casa era pequena para a mãe e o rapazito que entretanto criava.

É a célebre teoria da Einstein aplicada à cultura jornalística de diversos países, em contraponto com a cultura jornalística portuguesa.
ESTE HOMEM AINDA CHEGA AO IRAQUE

Segundo noticia o Diário de Notícias de sexta-feira passada,

"O Conselho de Redacção (CR) do Público demitiu-se ontem em bloco, após o director do jornal, José Manuel Fernandes, se ter recusado a reunir-se com aquele órgão.

Na origem desta tomada de posição está uma notícia do jornalista João Ramos de Almeida, relativa à situação fiscal de Manuela Ferreira Leite. A direcção retirou a notícia da edição de sexta-feira do jornal, o que levou à demissão da editora de Nacional, Ana Sá Lopes. A jornalista não reconsiderou essa decisão.

O CR acusou a direcção de ter praticado um acto de censura e reafirmou, num comunicado de ontem, que a notícia deve ser publicada.

O caso levou a uma primeira tomada de posição, sexta-feira, do CR e dos jornalistas da secção de Nacional. Sábado, foi a vez de o director enviar um comunicado à redacção, reivindicando o direito da direcção de retirar peças do jornal.

José Manuel Fernandes recusou-se a receber, ontem, o CR , alegando que este tomou posição sobre o caso sem ouvir o director, que é membro, por inerência, do CR.

José Manuel Fernandes recusou-se a comentar o caso, tal como os membros do CR. As eleições para o órgão representativo da redacção foram convocadas para dia 16."

Confirme aqui a notícia.

sábado, junho 05, 2004

INAUGURAÇÃO DOURADA

Durão Barroso, ao lado do major do assobio dourado, perdão, do "apito dourado", inaugurou hoje um troço de 3,5 Km do Metro do Porto, sob um coro de assobios de manifestantes descontentes com a política do Governo.

Este acontecimento é o augúrio de uma boa votação, no próximo dia 13, na coligação dourada, CDS/PSD (primeiro quem conduz a política/depois quem é conduzido), pelo que a satisfação que grassa no PSD deve ser enorme.

Fica sempre bem ver um Primeiro Ministro ao lado de um homem indiciado de uma batelada de crimes. Desde que esse homem pertença ao mesmo partido que o Primeiro Ministro.

quinta-feira, junho 03, 2004

A PAZ DELES É DIFERENTE

Ou Quando a paz significa assassínios indiscriminados, terrorismo de Estado e tentativa de extermínio de um povo.

«Yasser Arafat é um problema e um obstáculo à paz», considerou esta quinta-feira o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell.
TRISTE SINA

Um cidadão enganado pela Sociedade Euro 2004, que lhe vendeu, pela Internet, um bilhete para um lugar atrás de uma das balizas, para o Portugal Rússia, assinalado no site dos promotores e vendido como sendo um bilhete de primeira categoria (pelo preço de um bilhete de primeira categoria) a que corresponderia uma localização na bancada central, queixou-se à Sociedade Euro 2004 pedindo que reparassem o erro e recebeu como resposta que «no Estádio da Luz um lugar atrás da baliza é tão bom como um lugar na bancada central, pois que - não se riam agora, por favor - as bancadas das cabeceiras do estádio estão equipadas com bons materiais e dotadas de cadeiras muito boas».

Isso quererá talvez dizer que se enviassem ao dito comprador um bilhete para ele se sentar numa confortável poltrona, poderiam muito bem mandar colocar a poltrona no quintal da casa do Senhor Gilberto Madaíl (presidente da Federação Portuguesa de Futebol) que o comprador não teria nada que reclamar.

Se fosse num país civilizado, onde as regras de mercado têm fiscalização rigorosa para impedir que chicos-espertos deste calibre andem a enganar impunemente os incautos, obrigariam a Sociedade Euro 2004: ou a devolver o dinheiro pago pela fraude, ou a trocar o bilhete por um que correspondesse ao lugar publicitado na Internet.

Mas como estamos na "piolheira" o enganado vai comer e calar.

quarta-feira, junho 02, 2004

O RIDÍCULO NÃO MATA, MAS...

A "história", vinda hoje a público, da necessidade do estabelecimento de quotas de alunos do sexo masculino para os cursos de Medicina é uma daquelas ideias peregrinas e disparatadas que de vez em quando costumam surgir quando a sociedade está em crise e a tonteira sobe à cabeça de certos iluminados.

Nos anos setenta, no tempo em que havia muito poucas cirurgiãs, havia um professor de cirurgia da Faculdade de Medicina de Lisboa que dizia abertamente a quem o quisesse ouvir que «tinha a certeza absoluta que se desse as mesmas condições de trabalho e de aprendizagem a um homem e a uma mulher, no final do treinamento obteria um bom cirurgião e uma cirurgiã medíocre a modesta».

Nada de mais errado!

A prática veio desmentir isso rotundamente:

Há hoje muitos homens que não são grandes espingardas a operar e há muitas mulheres que dominam as técnicas cirúrgicas com perfeita segurança e qualidade.

Não é por aí, portanto, que o gato vai às filhoses.

Que a Ortopedia é uma especialidade que exige força física; que a Neurocirurgia exige por vezes grande capacidade de resistência ao cansaço; que a Urologia possa não interessar muito às mulheres, apenas por preconceitos que, felizmente, cada vez mais estão-se a perder;

lá isso é verdade e as razões acima apontadas têm "destinado" estas especialidade mais aos homens do que às mulheres.

Mas pegar nessas razões e misturá-las com argumentos falaciosos como o que é atribuído pelo Público ao Bastonário da Ordem dos Médicos que terá dito que «a maternidade afasta as mulheres do serviço e tira-lhes alguma da capacidade de doação à profissão»

para com isso reservar vagas especiais para homens nas faculdades de Medicina, é uma aberração que não se pode deixar passar em claro.

Os homens devem competir em pé de igualdade com as mulheres se quiserem entrar nos cursos de Medicina. Se as mulheres, como terá dito ao Público o Bastonário, «têm mais juízo e estudam mais do que os rapazes» isto é um facto que deve ser levado seriamente em conta para lhes atribuir os lugares que elas merecem pelo seu trabalho. Mais nada!

Porque senão então o melhor é pedirmos às mulheres: por favor, estudem um pouco menos para que possamos ter médicos do sexo masculino.

Isto é ridículo.