JORNALISMO NA SARJETA *
Pacheco Pereira mantém acesa a sua já antiga e mais que conhecida animosidade contra os jornalistas. E ultimamente não tem perdido uma única oportunidade de os fustigar (ver aqui, aqui e aqui).
Mas se antigamente o que mais suscitava a crítica de JPP eram certos privilégios a que os jornalistas se arrogavam (uma quase livre circulação pelos corredores da Assembleia da República, por exemplo) e o pouco cuidado em conferir a veracidade das notícias antes de as divulgar; já, hoje em dia, se atendermos às suas últimas críticas, o que mais o move é a falta de deontologia dos jornalistas que serão, assim... como que autênticos moços de recados dos políticos e dos poderosos, aos quais atribui ainda uma certa indigência cultural senão mesmo iliteracia.
Trazemos este assunto ao blogue por concordarmos que, de facto, como é facilmente constatável pela leitura dos jornais, a audição das rádios e a assistência aos telejornais, o trabalho jornalístico é, hoje em dia, de fraquíssima e duvidosa qualidade. Não fossem os chamados colaboradores - comentaristas e colunistas que diariamente se fazem ouvir através dos média - os jornais só serviriam como papel de embrulho; as rádios como companhia dos pastores; a televisão como sonífero para os reformados.
(*) Não confundir com "de sarjeta".
segunda-feira, setembro 27, 2004
domingo, setembro 26, 2004
UFF! QUE ALÍVIO
Depois de ter visitado O Projecto e de ter constatado o insulto que LAC sofreu ao fazer este teste, Salmoura também se submeteu à prova e ficou classificado como mostra o gráfico aqui em baixo: perto do Mahatma Gandhi e de LAC, e longe de Hitler e de Stalin. Um verdadeiro alívio.
Depois de ter visitado O Projecto e de ter constatado o insulto que LAC sofreu ao fazer este teste, Salmoura também se submeteu à prova e ficou classificado como mostra o gráfico aqui em baixo: perto do Mahatma Gandhi e de LAC, e longe de Hitler e de Stalin. Um verdadeiro alívio.
LIBERDADE DE QUEM SABE DIZER
Ao ler o anúncio do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa, patrocinado pelo jornal "Expresso" e pelo BPI, quando vi a palavra "emular" empregue como sinónimo de "competir" pensei o mesmo que diz aqui o Rui Tavares: hoje em dia emular é cada vez mais "fazer a vez de", "fingir de", "imitar" - tudo menos "competir".
Mas está no dicionário que emular é competir, dirão alguns.
Tudo bem, está no dicionário mas o certo é que parece que deve passar a não estar.
Porque, parafraseando Rui Tavares quando diz que a gramática não é um código civil da Língua, devemos dizer que o dicionário não é a tábua dos Dez Mandamentos: o dicionário é um corpo vivo que se adapta e se renova ao longo dos tempos procurando uniformizar o léxico mas contemplando as inovações e as modificações lexicais reconhecidamente usadas pela maioria dos falantes da língua a que diz respeito.
Sobre a gramática, sempre que oiço alguém recorrer a ela de forma fundamentalista, lembro-me sempre de Fernando Pessoa quando diz:
«Analisando-me à tarde, descubro que o meu sistema de estilo assenta em dois princípios, e imediatamente, e à maneira dos bons clássicos, erijo esses dois princípios em fundamentos gerais de todo o estilo: 1) dizer o que se sente exactamente como se sente - claramente, se é claro; obscuramente, se é obscuro; confusamente se é confuso -; 2) compreender que a gramática é um instrumento e não uma lei.»
«A gramática, definindo o uso, faz divisões legítimas e falsas. Divide, por exemplo, os verbos em transitivos e intransitivos; porém o homem de saber dizer tem muitas vezes que converter um verbo transitivo em intransitivo para fotografar o que sente, e não para, como o comum dos animais homens, o ver às escuras. Se quiser dizer que existo direi "Sou". Se quiser dizer que existo como uma alma separada, direi "Sou eu". Mas se quiser dizer que existo como entidade que a si mesma se dirige e forma, que exerce junto de si mesma a função divina de se criar, como hei-de empregar o verbo "ser" senão convertendo-o subitamente em transitivo? E então, triunfalmente, antigramaticalmente supremo, direi, "Sou-me". Terei dito uma filosofia em duas palavras pequenas. Que preferível não é isto a não dizer nada em quarenta frases? Que mais se pode exigir da filosofia e da dicção?
Obedeça à gramática quem não sabe pensar o que sente. Sirva-se dela quem sabe mandar nas sua expressões.»
Ao ler o anúncio do Campeonato Nacional da Língua Portuguesa, patrocinado pelo jornal "Expresso" e pelo BPI, quando vi a palavra "emular" empregue como sinónimo de "competir" pensei o mesmo que diz aqui o Rui Tavares: hoje em dia emular é cada vez mais "fazer a vez de", "fingir de", "imitar" - tudo menos "competir".
Mas está no dicionário que emular é competir, dirão alguns.
Tudo bem, está no dicionário mas o certo é que parece que deve passar a não estar.
Porque, parafraseando Rui Tavares quando diz que a gramática não é um código civil da Língua, devemos dizer que o dicionário não é a tábua dos Dez Mandamentos: o dicionário é um corpo vivo que se adapta e se renova ao longo dos tempos procurando uniformizar o léxico mas contemplando as inovações e as modificações lexicais reconhecidamente usadas pela maioria dos falantes da língua a que diz respeito.
Sobre a gramática, sempre que oiço alguém recorrer a ela de forma fundamentalista, lembro-me sempre de Fernando Pessoa quando diz:
«Analisando-me à tarde, descubro que o meu sistema de estilo assenta em dois princípios, e imediatamente, e à maneira dos bons clássicos, erijo esses dois princípios em fundamentos gerais de todo o estilo: 1) dizer o que se sente exactamente como se sente - claramente, se é claro; obscuramente, se é obscuro; confusamente se é confuso -; 2) compreender que a gramática é um instrumento e não uma lei.»
«A gramática, definindo o uso, faz divisões legítimas e falsas. Divide, por exemplo, os verbos em transitivos e intransitivos; porém o homem de saber dizer tem muitas vezes que converter um verbo transitivo em intransitivo para fotografar o que sente, e não para, como o comum dos animais homens, o ver às escuras. Se quiser dizer que existo direi "Sou". Se quiser dizer que existo como uma alma separada, direi "Sou eu". Mas se quiser dizer que existo como entidade que a si mesma se dirige e forma, que exerce junto de si mesma a função divina de se criar, como hei-de empregar o verbo "ser" senão convertendo-o subitamente em transitivo? E então, triunfalmente, antigramaticalmente supremo, direi, "Sou-me". Terei dito uma filosofia em duas palavras pequenas. Que preferível não é isto a não dizer nada em quarenta frases? Que mais se pode exigir da filosofia e da dicção?
Obedeça à gramática quem não sabe pensar o que sente. Sirva-se dela quem sabe mandar nas sua expressões.»
TUDO TEM LIMITES, NÃO É?
António Barreto insurge-se hoje, nas páginas do jornal "PÚBLICO", contra certas proibições absurdas ou exageradas, impostas em alguns países, mas sobretudo em Inglaterra, ao infeliz cidadão.
Uma dessas proibições que exemplifica é esta:
«...a proibição, já hoje legal em Inglaterra, de menores de 16 anos adquirirem "hamsters" ou peixinhos para os seus aquários.»
Eu, aí, não acompanho António Barreto e concordo plenamente com essa proibição.
Então seria lá justo que um marmanjo, de 12, 13 ou 16 anos, pegasse no coitadinho de um "hamster" e mergulhasse o simpático ratinho num aquário?
Oh meu caro António Barreto, modere lá a sua indignação e não seja tão sádico assim.
António Barreto insurge-se hoje, nas páginas do jornal "PÚBLICO", contra certas proibições absurdas ou exageradas, impostas em alguns países, mas sobretudo em Inglaterra, ao infeliz cidadão.
Uma dessas proibições que exemplifica é esta:
«...a proibição, já hoje legal em Inglaterra, de menores de 16 anos adquirirem "hamsters" ou peixinhos para os seus aquários.»
Eu, aí, não acompanho António Barreto e concordo plenamente com essa proibição.
Então seria lá justo que um marmanjo, de 12, 13 ou 16 anos, pegasse no coitadinho de um "hamster" e mergulhasse o simpático ratinho num aquário?
Oh meu caro António Barreto, modere lá a sua indignação e não seja tão sádico assim.
sábado, setembro 25, 2004
ELOGIO AOS BLOGUES
O Diário de Notícias titula hoje: «Metade das rendas velhas sem aumento».
De facto não há como não concordar com aqueles que têm chamado a atenção para o facto de aquele jornal se ter transformado, definitivamente, na "folha oficial" do actual Governo de direita.
Aquela notícia, para ser verdadeira, teria que dizer isto:
"Metade das rendas velhas sem aumento durante três anos".
É que a proposta do Governo para a Lei do arrendamento urbano prevê que depois dos três anos de congelamento previstos na Lei, aquelas rendas passarão a poder ser actualizadas como as outras.
Já tínhamos a TSF a andar com o Governo ao colo, qual "Rádio Bagdad" a desmentir o colapso do regime de Saddam, mesmo quando as tropas invasoras já estavam às portas de Bagdad; agora é o Diário de Notícias que se transforma em "folha oficial" e nos "passa" diariamente, meias notícias com a finalidade de escamotear o profundo ataque desferido pela direita no poder contra a classe média e o Zé Povinho.
Sabendo que o "Expresso" faz campanha por Santana Lopes e contribui assim para o cerco à opinião pública por parte dos grupos económicos representados no poder e donos desses órgãos de comunicação;
é chegada a altura - hoje mais do que nunca - de não desfalecer no afã de fazer e de ler os blogues (todos), pois, aqui está, hoje por hoje, o único espaço de opinião, livre e democrático, no país.
Ao que chegámos!
P.S. O que é triste também é constatarmos que Mário Bettencourt Resendes, lá do alto da sua cadeira de Director geral de Publicações da Lusomundo Media, assiste, impávido e calado, a toda esta vergonha.
O Diário de Notícias titula hoje: «Metade das rendas velhas sem aumento».
De facto não há como não concordar com aqueles que têm chamado a atenção para o facto de aquele jornal se ter transformado, definitivamente, na "folha oficial" do actual Governo de direita.
Aquela notícia, para ser verdadeira, teria que dizer isto:
"Metade das rendas velhas sem aumento durante três anos".
É que a proposta do Governo para a Lei do arrendamento urbano prevê que depois dos três anos de congelamento previstos na Lei, aquelas rendas passarão a poder ser actualizadas como as outras.
Já tínhamos a TSF a andar com o Governo ao colo, qual "Rádio Bagdad" a desmentir o colapso do regime de Saddam, mesmo quando as tropas invasoras já estavam às portas de Bagdad; agora é o Diário de Notícias que se transforma em "folha oficial" e nos "passa" diariamente, meias notícias com a finalidade de escamotear o profundo ataque desferido pela direita no poder contra a classe média e o Zé Povinho.
Sabendo que o "Expresso" faz campanha por Santana Lopes e contribui assim para o cerco à opinião pública por parte dos grupos económicos representados no poder e donos desses órgãos de comunicação;
é chegada a altura - hoje mais do que nunca - de não desfalecer no afã de fazer e de ler os blogues (todos), pois, aqui está, hoje por hoje, o único espaço de opinião, livre e democrático, no país.
Ao que chegámos!
P.S. O que é triste também é constatarmos que Mário Bettencourt Resendes, lá do alto da sua cadeira de Director geral de Publicações da Lusomundo Media, assiste, impávido e calado, a toda esta vergonha.
quarta-feira, setembro 22, 2004
MAIS RÁPIDO QUE A MÁQUINA
Depois das férias e de mais uns dias (em cura sabática) afastado dos blogues e dos jornais, Salmoura ensaia hoje os primeiros passos de mais uma jornada blogosférica que irá até finais de Novembro próximo.
E retoma a prosa pelo assunto do momento - a colcação de professores - para constatar uma coisa espantosa em que ninguém ainda reparou:
a Ministra da Educação prometeu ontem fazer sair, em 9 dias, nove, a lista de colocação de professores, a qual vai ser elaborada manualmente (à século desanove).
O espanto perante tal facto (a consumar) consiste em constatar que sucessivos Governos anteriores, do PS e do PSD, foram totalmente cegos a esta mais que cristalina realidade que hoje se nos depara:
a elaboração manual das listas é infinitamente mais rápida e infalível do que o mesmo trabalho feito por computador equipado com caríssimo software.
Não se pode concluir senão isso, pois que, lembremo-nos, a colocação de professores, desde o início dos concursos à saída das listas, por norma, sempre levou três a quatro meses para ser executada por computador. Se manualmente só leva nove dias, é razão mais que suficiente para este nosso espanto.
E concluímos ainda que se acaba de arranjar no país um tema quente de discussão à escala planetária:
"serão, afinal, os computadores, tão importantes assim que a humanidade não os possa substituir pelo cálculo de cabeça e pelos dedinhos humanos?"
Depois das férias e de mais uns dias (em cura sabática) afastado dos blogues e dos jornais, Salmoura ensaia hoje os primeiros passos de mais uma jornada blogosférica que irá até finais de Novembro próximo.
E retoma a prosa pelo assunto do momento - a colcação de professores - para constatar uma coisa espantosa em que ninguém ainda reparou:
a Ministra da Educação prometeu ontem fazer sair, em 9 dias, nove, a lista de colocação de professores, a qual vai ser elaborada manualmente (à século desanove).
O espanto perante tal facto (a consumar) consiste em constatar que sucessivos Governos anteriores, do PS e do PSD, foram totalmente cegos a esta mais que cristalina realidade que hoje se nos depara:
a elaboração manual das listas é infinitamente mais rápida e infalível do que o mesmo trabalho feito por computador equipado com caríssimo software.
Não se pode concluir senão isso, pois que, lembremo-nos, a colocação de professores, desde o início dos concursos à saída das listas, por norma, sempre levou três a quatro meses para ser executada por computador. Se manualmente só leva nove dias, é razão mais que suficiente para este nosso espanto.
E concluímos ainda que se acaba de arranjar no país um tema quente de discussão à escala planetária:
"serão, afinal, os computadores, tão importantes assim que a humanidade não os possa substituir pelo cálculo de cabeça e pelos dedinhos humanos?"
sábado, setembro 04, 2004
INFELIZMENTE - TUDO COMO ERA ESPERADO
Não há que admirar o «amadorismo», a «falta de preparação de cenários alternativos» para o resgate dos reféns da escola da Ossétia onde ontem se verificou a carnificina de mais de trezentos inocentes. Não há que haver perplexidade nem espanto perante a insensatez das autoridades russas. Não há que condenar a falta de organização de um esquema mínimo de assistência médica no local da tragédia, nem a escandalosa fuga de terroristas para parte incerta.
É assim a Rússia.
Quem leu Tolstoi, Dostoievsky ou Soljenitsin sabe que o povo russo nunca resolve nada: fica sempre à espera que "quem manda" - ponha, disponha e resolva como melhor souber (ou não souber) os problemas. E quem manda sabe que o seu poder é absoluto e não tem contas a prestar a ninguém. Por isso nunca se preocupa em gastar tempo e meios para solucionar seja o que for, confiando no tempo e no acaso para cumprir essas tarefas.
O povo russo, que viveu sempre na miséria, e que vive o quotidiano, de tragédia em tragédia, a ponto de parecer que não sabe viver sem ser oprimido e massacrado, vai facilmente absorver mais esta tragédia acontecida na Ossétia e passar à página seguinte.
Num dos livros de Soljenitsin, salvo erro, o autor descreve o dilema de dois camponeses russos que observavam o aproximar, a cavalo, do latifundiário para quem trabalhavam: não sabiam se haviam de ignorar a presença do "senhor" ou se haviam de o cumprimentar; é que se o ignorassem seriam chicoteados porque deveriam dar pela sua presença e cumprimentá-lo; se por outro lado o cumprimentassem, seriam também chicoteados por terem tido o desplante de o fazer.
Lembro-me ainda que na era Ieltsin, não há muitos anos, portanto, as televisões passaram uma entrevista a um casal russo, pais de uma filha - ele oficial do exército, ela professora numa escola estatal -. Moravam num apartamento do Estado, de duas divisões e cozinha; viviam apenas numa das duas divisões do apartamento porque a outra era onde, em duas grades vazias para garrafas, criavam dois leitões de cada vez, leitões que depois vendiam a um restaurante garantindo assim a subsistência a um nível miserável em termos ocidentais.
Tratava-se, repito, de um casal composto por um oficial do exército russo e por uma professora.
São pessoas como estas que por certo estiveram envolvidas na resolução do problema dos reféns. Daí não haver surpresas - decorreu tudo como era esperado.
Não há que admirar o «amadorismo», a «falta de preparação de cenários alternativos» para o resgate dos reféns da escola da Ossétia onde ontem se verificou a carnificina de mais de trezentos inocentes. Não há que haver perplexidade nem espanto perante a insensatez das autoridades russas. Não há que condenar a falta de organização de um esquema mínimo de assistência médica no local da tragédia, nem a escandalosa fuga de terroristas para parte incerta.
É assim a Rússia.
Quem leu Tolstoi, Dostoievsky ou Soljenitsin sabe que o povo russo nunca resolve nada: fica sempre à espera que "quem manda" - ponha, disponha e resolva como melhor souber (ou não souber) os problemas. E quem manda sabe que o seu poder é absoluto e não tem contas a prestar a ninguém. Por isso nunca se preocupa em gastar tempo e meios para solucionar seja o que for, confiando no tempo e no acaso para cumprir essas tarefas.
O povo russo, que viveu sempre na miséria, e que vive o quotidiano, de tragédia em tragédia, a ponto de parecer que não sabe viver sem ser oprimido e massacrado, vai facilmente absorver mais esta tragédia acontecida na Ossétia e passar à página seguinte.
Num dos livros de Soljenitsin, salvo erro, o autor descreve o dilema de dois camponeses russos que observavam o aproximar, a cavalo, do latifundiário para quem trabalhavam: não sabiam se haviam de ignorar a presença do "senhor" ou se haviam de o cumprimentar; é que se o ignorassem seriam chicoteados porque deveriam dar pela sua presença e cumprimentá-lo; se por outro lado o cumprimentassem, seriam também chicoteados por terem tido o desplante de o fazer.
Lembro-me ainda que na era Ieltsin, não há muitos anos, portanto, as televisões passaram uma entrevista a um casal russo, pais de uma filha - ele oficial do exército, ela professora numa escola estatal -. Moravam num apartamento do Estado, de duas divisões e cozinha; viviam apenas numa das duas divisões do apartamento porque a outra era onde, em duas grades vazias para garrafas, criavam dois leitões de cada vez, leitões que depois vendiam a um restaurante garantindo assim a subsistência a um nível miserável em termos ocidentais.
Tratava-se, repito, de um casal composto por um oficial do exército russo e por uma professora.
São pessoas como estas que por certo estiveram envolvidas na resolução do problema dos reféns. Daí não haver surpresas - decorreu tudo como era esperado.
Subscrever:
Mensagens (Atom)