MAIORIA ABSOLUTA
O debate de ontem entre José Sócrates e Santana Lopes frustrou as expectativas de muita gente. Isso sucedeu muito por culpa dos jornalistas que não souberam ou não quiseram seleccionar perguntas que tivessem a ver com o que é politicamente mais importante no momento actual da vida da Nação - como, por exemplo, a saúde, a educação, a justiça, a segurança social, etc. - tendo eles (jornalistas) preferido questionar os dois protagonistas sobre os boatos relativos à pretensa homossexualidade de Sócrates, as promessas de cada um deles, a idade da reforma, a fiscalidade e outras minudências que, tendo embora a sua importância, não são, contudo, o que mais preocupa hoje os portugueses e o que de mais relevante há para discutir nesta campanha.
Como se costuma dizer: no cômputo geral tivemos o seguinte resultado do debate:
Um José Sócrates hirto e visivelmente afectado pelas canalhices que, sob a batuta leviana e terceiro-mundista de Santana Lopes, o PSD lhe tem feito nesta campanha eleitoral; e do outro lado um Santana Lopes mexilhão e de ar rufia, insistindo indirectamente em continuar remexendo o esterco das insinuações sobre a pretensa homossexualidade de Sócrates, insistindo, portanto, deliberadamente, na canalhice de aproveitar-se ao máximo possível desses boatos, levantando lama e esterco que havemos de ver sobre quem cairão.
Confesso que o meu asco subiu a níveis tais que, eu, que ia votar, como aqui escrevi já várias vezes, no Bloco de Esquerda, já não o vou fazer - votarei PS pois quero contribuir para uma maioria absoluta que retire a esta direita de esgoto quaisquer veleidades de se aproximar do Poder nos próximos anos -. E tudo farei para que os outros três elementos da minha família me acompanhem neste desígnio.