quinta-feira, fevereiro 10, 2005

LOUÇÃ DEVE(RIA) SER RIGOROSO E SÉRIO

Confesso que, ontem, quando ouvi pela televisão Francisco Louçã dizer que «uma maioria absoluta PS privatizará a Saúde e deixará cair os cuidados de saúde essenciais» fiquei perplexo com esta súbita viragem do PS pois José Sócrates já por várias vezes afirmou que o PS porá fim aos Hospitais SA e os tornará hospitais EP (Empresa Pública) retirando-os, portanto, da esfera privada.

Andei a tentar informar-me em todos os momentos livres que tive hoje até agora (foram poucos, infelizmente) mas em lado nenhum encontrei a informação que Louçã, com ar tão serio, nos comunicou ontem desde a margem sul onde esteve em comício.

Acabo, entretanto, de ler
Vital Moreira, no Causa Nossa, tendo-se dissipado as minhas dúvidas pois, segundo este, essa frase de Louça não terá passado de «um exagero retórico» - uma mentirola, digo eu, para assustar alguns eleitores e fazê-los reconsiderar o sentido do seu voto votando Bloco de Esquerda.

Eu, por mim, e como já aqui expliquei, o Bloco perde o meu voto: não porque eu esteja mais próximo do PS do que do Bloco (a verdade é que estou mais perto é do Bloco) mas sim porque reconheço a necessidade de um Governo por quatro anos. Coisa que só acontecerá se o PS tiver maioria absoluta.

Chega de escaramuças à esquerda entregando de bandeja o Governo do País à direita.

O passado recente já nos demonstrou à saciedade que a direita perdeu toda e qualquer vergonha; perdeu a compostura e a pouca honestidade política que tinha; e os partidos que a representam, com a debandada da pouca gente honesta que por lá ainda havia, têm tendência a transformar-se em bandos de salteadores do património colectivo pondo tudo a saque e fazendo perigar seriamente os alicerces do Estado.

A maioria absoluta tem, no entanto, um inimigo de peso: chama-se António Guterres. De cada vez que Guterres aparece na campanha do PS sinto um arrepio na espinha e digo: lá se vão mais não sei quantos votos. Guterres é, ainda neste momento, uma menos-valia para o PS pois ninguém ainda esqueceu a forma cobarde e irresponsável como abandonou o Governo e o Partido Socialista após a derrota eleitoral que teve nas autárquicas de 2001.