O PAPA ESTÁ A MORRER
Parece não haver a menor dúvida de que o Papa está nos últimos dias da sua vida. As tentativas para o manter vivo são normais sob o ponto de vista médico: nunca se deve desistir de tudo tentar para manter a vida de um ser humano desde que se saiba ou se presuma que o seu cérebro funciona o suficiente para ele saber quem é ou, caso esteja em coma, se presuma que com a recuperação ele voltará ao estado consciente.
Mas não se perceberá, se for esse o caso, que se queira manter alguém vivo quando uma das duas condições acima referidas não se verifique.
Não quero crer que os responsáveis do Vaticano tudo estejam a tentar para que o Papa seja declarado morto num dia 13 qualquer.
Não quero crer que haja no Vaticano quem tenha a insensatez de pedir aos médicos que prolonguem a agonia de um Papa com o único intuito de oferecer aos católicos um óbito com data especialmente marcada para que se creia que no além há uma virgem determinada sentada à frente de um computador onde vai programando a chamada ao céu de cada alma que exista aqui em baixo; ou apenas das almas mais importantes segundo uma hierarquização qualquer que a corte celestial tenha determinado em reunião.
Por isso desejo as melhoras ao Papa.
sábado, fevereiro 26, 2005
quinta-feira, fevereiro 24, 2005
MUITO BONITO, SIM SENHOR
O Sr. Mário Almeida, leitor atento do Abrupto e do Jornal de Notícias, detectou, num número deste, uma marosca que um senhor jornalista terá feito a Pacheco Pereira. Toca então de "bufar", ao melhor estilo conhecido, a Pacheco Pereira, o que vira no jornal.
E não é que JPP não só lhe dá espaço no Abrupto para divulgar a delação como ainda lhe agradece por tê-lo "informado" do facto!
Vá lá a gente perceber certas coisas!!!
O Sr. Mário Almeida, leitor atento do Abrupto e do Jornal de Notícias, detectou, num número deste, uma marosca que um senhor jornalista terá feito a Pacheco Pereira. Toca então de "bufar", ao melhor estilo conhecido, a Pacheco Pereira, o que vira no jornal.
E não é que JPP não só lhe dá espaço no Abrupto para divulgar a delação como ainda lhe agradece por tê-lo "informado" do facto!
Vá lá a gente perceber certas coisas!!!
terça-feira, fevereiro 22, 2005
QUEM AO MAIS ALTO SOBE...
O que era impensável aí há pouco menos de dois anos está a acontecer neste momento:
o senhor todo-poderoso, George W. Bush, que aquando da invasão do Iraque disse arrogantemente que não precisava da velha Europa para nada, veio agora, humildemente, até cá, tomar a bênção e pedir batatinhas aos Estados europeus membros da NATO.
Isto depois de ele ter torrado literalmente todo aquele enorme montão de dinheiro de superavit que Bill Clinton lhe deixara; cavado, ainda por cima, um enormíssimo deficit no orçamento dos Estados Unidos e provocado a queda abrupta do dólar para níveis verdadeiramente preocupantes.
Este sim, é um verdadeiro campeão na arte direitista de bem asneirar em toda a sela.
O que era impensável aí há pouco menos de dois anos está a acontecer neste momento:
o senhor todo-poderoso, George W. Bush, que aquando da invasão do Iraque disse arrogantemente que não precisava da velha Europa para nada, veio agora, humildemente, até cá, tomar a bênção e pedir batatinhas aos Estados europeus membros da NATO.
Isto depois de ele ter torrado literalmente todo aquele enorme montão de dinheiro de superavit que Bill Clinton lhe deixara; cavado, ainda por cima, um enormíssimo deficit no orçamento dos Estados Unidos e provocado a queda abrupta do dólar para níveis verdadeiramente preocupantes.
Este sim, é um verdadeiro campeão na arte direitista de bem asneirar em toda a sela.
segunda-feira, fevereiro 21, 2005
AVISO À NAVEGAÇÃO
Deixamos desde já aqui a José Sócrates e ao PS o seguinte aviso: na avaliação que vierem a fazer da experiência de gestão dos hospitais SA, não se esqueçam de falar com os trabalhadores e de conhecerem a realidade daquelas unidades também a partir da experiência de quem nelas labuta diariamente. De contrário, qualquer solução que se venha a encontrar para a gestão desses hospitais será coxa e inconsequente.
Deixamos desde já aqui a José Sócrates e ao PS o seguinte aviso: na avaliação que vierem a fazer da experiência de gestão dos hospitais SA, não se esqueçam de falar com os trabalhadores e de conhecerem a realidade daquelas unidades também a partir da experiência de quem nelas labuta diariamente. De contrário, qualquer solução que se venha a encontrar para a gestão desses hospitais será coxa e inconsequente.
domingo, fevereiro 20, 2005
QUATRO TIROS
Quatro tiros certeiros da minha família no porta-aviões da direita.
Quatro votos novinhos em folha para a maioria absoluta do PS.
Quatro votos úteis contra a canalhice e a incompetência da direita de esgoto que tivemos hoje o enorme prazer de contribuir para derrotar de maneira tão copiosa.
Quatro votos, por fim, na Democracia.
Quatro tiros certeiros da minha família no porta-aviões da direita.
Quatro votos novinhos em folha para a maioria absoluta do PS.
Quatro votos úteis contra a canalhice e a incompetência da direita de esgoto que tivemos hoje o enorme prazer de contribuir para derrotar de maneira tão copiosa.
Quatro votos, por fim, na Democracia.
sexta-feira, fevereiro 18, 2005
PS (45%), PSD (31%), CDS (8%),CDU (8%), BE (6%)
Segundo parecem indicar todas as sondagens, a maturidade do povo português é hoje uma realidade sólida, inabalável, que nenhuma manipulação consegue fazer vacilar quando toca a julgar o mérito ou demérito político deste ou daquele Governo, deste ou daquele partido, deste ou daquele líder partidário; que já não se deixa manipular quer pela via do marketting político e de campanha eleitoral, quer pela via do boato canalha, quer ainda pela via fradesca de aconselhamento do voto a partir do púlpito de uma igreja qualquer do país, ou do aproveitamento da morte de uma mulher simples e virtuosa como Lúcia, cujo cadáver Paulo Portas cheirou, qual abutre pousado no caixão, na capela de um convento em Coimbra, violando sem escrúpulos uma cerimónia que os familiares da freira pretendiam em privado e em recolhimento. Santana Lopes também não esteve longe dessa postura de abutre pois apareceu no último debate eleitoral vestido de gato-pingado e com o ar compungido de quem tinha perdido o ente mais querido da sua vida.
Ao que as sondagens deixam perceber, todos esses tiros à chico-esperto irão sair-lhes pela culatra.
Os eleitores portugueses, após três anos a suportarem o Governo de direita mais anti-social de sempre em democracia (com Durão Barroso), e depois de seis meses a suportarem o Governo de direita mais louco, errático e incompetente da história da República (com Pedro Santana Lopes), tomaram a decisão de se livrarem desse pesadelo «Dois em UM» e decidiram agir do único modo que o regime democrático lhes permite: votando - nas eleições europeias contra a direita no poder, dando uma maioria de quase dois terços aos partidos da esquerda; e dando agora indicações claras de voto nas sondagens destas legislativas do próximo dia 20, ao que parece agravando ainda mais a derrota da direita -.
A confirmarem-se esses resultados das sondagens (e tudo leva a crer que se confirmarão) será infringida à direita a sua maior derrota eleitoral de sempre em democracia. E isto depois de essa direita ter feito a campanha mais suja que alguma vez já se viu.
O voto dos portugueses vai, assim, ser a resposta mais cabal que se pode dar àqueles que continuam a pensar que o país é habitado por uns animaizinhos parecidos com pessoas, animais destituídos de inteligência e, portanto, facilmente manipuláveis por qualquer chico-esperto engatatão que resolva brincar aos políticos e dizer umas larachas e baboseiras assumindo pose de Estado para o boneco.
Paulo Portas, apesar de ter tentado demarcar-se cinicamente de Santana, também não escapará ao julgamento dos eleitores. Tudo fez para os enganar: assumiu uma pose de grande senhor que (todos o sabemos) não é; tentou desresponsabilizar-se da desgraça que foi o Governo dele e de Santana; mostrou-se disponível para viabilizar um futuro Governo PS; e só não fez o pino porque Lúcia morreu e teve então que se vestir de abutre ficando atrapalhado com as asas deste.
Daqui a dois dias, tudo leva a acrer, vamos assistir ao funeral político de Santana Lopes e da direita de esgoto por ele criada e comandada. Fazemos votos para que o PSD se livre rapidamente dele pois ainda há lá dentro muito quem tenha categoria e preparação para assumir as responsabilidades de líder credível e responsável que Santana não foi (porque não tinha capacidades para o ser). É que a Democracia precisa de uma oposição forte para que o PS não entre em autismo e desvario.
Eu vou votar PS.
Segundo parecem indicar todas as sondagens, a maturidade do povo português é hoje uma realidade sólida, inabalável, que nenhuma manipulação consegue fazer vacilar quando toca a julgar o mérito ou demérito político deste ou daquele Governo, deste ou daquele partido, deste ou daquele líder partidário; que já não se deixa manipular quer pela via do marketting político e de campanha eleitoral, quer pela via do boato canalha, quer ainda pela via fradesca de aconselhamento do voto a partir do púlpito de uma igreja qualquer do país, ou do aproveitamento da morte de uma mulher simples e virtuosa como Lúcia, cujo cadáver Paulo Portas cheirou, qual abutre pousado no caixão, na capela de um convento em Coimbra, violando sem escrúpulos uma cerimónia que os familiares da freira pretendiam em privado e em recolhimento. Santana Lopes também não esteve longe dessa postura de abutre pois apareceu no último debate eleitoral vestido de gato-pingado e com o ar compungido de quem tinha perdido o ente mais querido da sua vida.
Ao que as sondagens deixam perceber, todos esses tiros à chico-esperto irão sair-lhes pela culatra.
Os eleitores portugueses, após três anos a suportarem o Governo de direita mais anti-social de sempre em democracia (com Durão Barroso), e depois de seis meses a suportarem o Governo de direita mais louco, errático e incompetente da história da República (com Pedro Santana Lopes), tomaram a decisão de se livrarem desse pesadelo «Dois em UM» e decidiram agir do único modo que o regime democrático lhes permite: votando - nas eleições europeias contra a direita no poder, dando uma maioria de quase dois terços aos partidos da esquerda; e dando agora indicações claras de voto nas sondagens destas legislativas do próximo dia 20, ao que parece agravando ainda mais a derrota da direita -.
A confirmarem-se esses resultados das sondagens (e tudo leva a crer que se confirmarão) será infringida à direita a sua maior derrota eleitoral de sempre em democracia. E isto depois de essa direita ter feito a campanha mais suja que alguma vez já se viu.
O voto dos portugueses vai, assim, ser a resposta mais cabal que se pode dar àqueles que continuam a pensar que o país é habitado por uns animaizinhos parecidos com pessoas, animais destituídos de inteligência e, portanto, facilmente manipuláveis por qualquer chico-esperto engatatão que resolva brincar aos políticos e dizer umas larachas e baboseiras assumindo pose de Estado para o boneco.
Paulo Portas, apesar de ter tentado demarcar-se cinicamente de Santana, também não escapará ao julgamento dos eleitores. Tudo fez para os enganar: assumiu uma pose de grande senhor que (todos o sabemos) não é; tentou desresponsabilizar-se da desgraça que foi o Governo dele e de Santana; mostrou-se disponível para viabilizar um futuro Governo PS; e só não fez o pino porque Lúcia morreu e teve então que se vestir de abutre ficando atrapalhado com as asas deste.
Daqui a dois dias, tudo leva a acrer, vamos assistir ao funeral político de Santana Lopes e da direita de esgoto por ele criada e comandada. Fazemos votos para que o PSD se livre rapidamente dele pois ainda há lá dentro muito quem tenha categoria e preparação para assumir as responsabilidades de líder credível e responsável que Santana não foi (porque não tinha capacidades para o ser). É que a Democracia precisa de uma oposição forte para que o PS não entre em autismo e desvario.
Eu vou votar PS.
sábado, fevereiro 12, 2005
EURO CABO VERDE (*)
Num artigo de opinião intitulado A integração de Cabo Verde na Europa, saído em Lisboa, no Diário de Notícias, no dia 08/02/2005, o Professor Adriano Moreira alerta-nos a todos, mas sobretudo a Portugal, a Cabo verde e à União Europeia, para a importância de se começar a pensar já na possibilidade da integração de Cabo Verde na Europa.
Porque - e vamos citar Adriano Moreira:
«Talvez seja oportuno, e necessário, [a Europa] olhar criticamente para o Atlântico de onde partiu o movimento [do alargamento da União Europeia], dando atenção ao risco de afastamento entre o europeísmo e o americanismo, considerar a necessidade de continuar a tentar modelar a articulação entre a segurança do Atlântico Norte e a do Atlântico Sul, e repensar o estatuto dos arquipélagos que pontuam a linha divisória.»
«Mas, por outro lado, e voltando às questões da segurança, não é possível sugerir qualquer modelo de organização do Atlântico Sul, e de articulação entre a sua segurança e a do Atlântico Norte, sem incluir Cabo Verde no processo, supondo que não recusará o consentimento e a colaboração.»
Trata-se de um alerta importantíssimo - este que o Professor Adriano Moreira nos faz -. Trata-se de uma análise/proposta de integração que o Professor faz, ao mesmo tempo: a Portugal, à União Europeia e a Cabo Verde.
Nós não sabemos o que pensam as actuais autoridades de Cabo Verde sobre este assunto e gostaríamos que se pronunciassem com alguma brevidade sobre o mesmo. Mas pensamos que o que interessa mesmo é sabermos desde já o que pensa o Presidente da República de Cabo Verde sobre tão importante questão.
Tratando-se de um tema relativo à soberania de Cabo Verde e, portanto, de um tema constitucional (que implica a Constituição da República de Cabo Verde), cremos que é exigível que o Presidente da República diga aos nacionais de Cabo Verde (os que vivem dentro e os que vivem fora de Cabo Verde) qual o seu entendimento desta proposta/análise de Adriano Moreira.
Esta é uma oportunidade excepcional que Pedro Pires tem, desde que tomou posse, até hoje, para dizer algo de muito válido aos cabo-verdianos.
Sem pretender recriminar a postura demasiado low profile que Pedro Pires adoptou desde que assumiu o cargo de Presidente da República de Cabo Verde, achamos, muito sinceramente, que este assunto de uma possível integração de Cabo Verde na União Europeia - que é disso que se trata quando Adriano Moreira diz "Europa" - deve despertá-lo para falar à nação e ser ele a marcar o compasso do debate público que sobre este tema por certo se não deixará de fazer. Quer em Cabo Verde, quer fora dele.
De outro modo estaria a faltar, no nosso entender, a um dos seus deveres principais: o de ter e de emitir opinião sobre temas tão importantes como são os que se referem à Constituição da República, à Soberania e, no fim e em resumo, ao destino colectivo dos cidadãos: o destino da nação. Nesse caso seria legítimo, então, pedirmos-lhe que se não recandidate e abra espaço, dentro da área política a que pertence, para que surjam outros candidatos que disputem com os de outras áreas o lugar de quem deve, para além de representar o Estado, pronunciar-se dirigindo-se aos cidadãos, sobre matérias de interesse colectivo, sobretudo quando está em causa (como neste caso está) a Soberania do País. Porque, sendo este um tema de grandíssima importância e bastante melindre - tema para mais que uma geração discutir, interiorizar, promover, decidir, negociar e concretizar - cabe, sem a mais pequena dúvida, ao Presidente da República falar à nação e marcar a agenda da sua discussão pública. E durante todo o tempo que isso se vier a passar, a batuta do Presidente da República terá que estar activa na direcção da orquestra - sabendo nós bem que a partitura será composta pelos cidadãos cabendo ao maestro (Presidente) apenas fazer interpretá-la.
É que, que nos lembremos, desde a sua posse no alto cargo de Presidente da República, até hoje, Pedro Pires, ao contrário do que seria desejável, não fez comunicações ao país nas quais focasse de forma clara os grandes temas estruturantes da sociedade: organização da família; educação dos jovens; formulação de desígnios nacionais que mobilizassem a nação e lhe dessem um rumo face às grandes dificuldades que se levantam à afirmação da identidade pátria de um país tão pequeno e com tantos cidadãos dispersos pelos quatro cantos do mundo, como é Cabo Verde; no fundo, dizer, ao menos, aos cabo-verdianos, o que pensa o Presidente da República acerca dos caminhos (e quais são esses caminhos possíveis) que Cabo Verde pode trilhar para sobreviver e prosperar no mundo globalizado e cada vez menos solidário em que vivemos hoje. Por tudo isso esta é a oportunidade de ouro de o Comandante Pedro Pires, Presidente da República de Cabo Verde, vir a terreiro comunicar com a nação.
Não nos esqueçamos também que cabe aos principais partidos políticos cabo-verdianos e aos grupos organizados de cidadãos (aos grupos existentes e aos em formação) uma quota-parte importante de responsabilidade na dinamização do debate e no contributo para o seu enriquecimento e clarificação.
Todos seremos poucos para uma definição clara de objectivos e uma escolha acertada do caminho do futuro para a nação cabo-verdiana. Um caminho que nos afaste de vez da dependência da "ajuda" alheia nos moldes actuais (das geminações de municípios, das ofertas materiais de equipamentos quantas vezes obsoletos, das bolsas de estudo e de formação, dos projectos de cooperação em que a fatia de leão muitas vezes fica em casa de quem "oferece", etc.). Não é que essas geminações, essas ofertas, essas bolsas, esses projectos de cooperação sejam coisas sem importância e de desprezar - nada disso -. Reconhecemos-lhes a sua importância e estamos agradecidos por eles. Mas o que queremos mesmo é que um dia possamos conviver com outros povos num espaço em que os nossos proventos advenham da importância do nosso trabalho e do nosso esforço, integrados que estejamos num colectivo harmonioso de nações que nos reconheça o lugar de parceiro eficiente e de plenos direitos. Não mais parceiro menor; amigo em dificuldades; por vezes pedinte envergonhado da sua pobreza material. Não mais a situação de condenados, sobretudo pelo isolamento geográfico, ao destino de povo solitário, eterno produtor de diásporas-âncora, sobrevivente de todas as tempestades e, parafraseando o poeta, «comendo pedras para não perecer».
Não ignorando que a proposta de Adriano Moreira é uma proposta incómoda para certos espíritos cujas opiniões conhecemos bem, ela é, contudo, uma proposta suficientemente importante para merecer ser ponderada ao mais alto nível e merecer daí uma resposta pública clara. Sem subterfúgios ou meias palavras. Merece ainda toda a atenção por parte dos analistas políticos e demais fazedores de opinião, em Cabo Verde e no exterior; dos intelectuais que habitualmente evitam opinar politicamente; dos cidadãos em geral. É uma proposta muito importante que não podemos deixar cair em saco roto.
E não nos venham dizer que um Presidente da República não se pronuncia sobre problemas individualmente levantados por esta ou aquela pessoa (no caso Adriano Moreira). Porque o que deve mover um Presidente em casos semelhantes é a ideia em si e não apenas a fonte da ideia. Se bem que Adriano Moreira tem um currículo invejável e uma autoridade indesmentível como analista e teorizador de questões estratégicas globais, o que, por si só, faz com que deva ser escutado com toda a atenção por qualquer Chefe de Estado devendo por isso esta sua proposta de integração de Cabo Verde na Europa merecer toda a atenção por parte das autoridades cabo-verdianas, em particular do Chefe de Estado de Cabo Verde.
(*) O título é uma provocação que esperemos espevite a discussão.
Eis aqui o artigo de Adriano Moreira.
Num artigo de opinião intitulado A integração de Cabo Verde na Europa, saído em Lisboa, no Diário de Notícias, no dia 08/02/2005, o Professor Adriano Moreira alerta-nos a todos, mas sobretudo a Portugal, a Cabo verde e à União Europeia, para a importância de se começar a pensar já na possibilidade da integração de Cabo Verde na Europa.
Porque - e vamos citar Adriano Moreira:
«Talvez seja oportuno, e necessário, [a Europa] olhar criticamente para o Atlântico de onde partiu o movimento [do alargamento da União Europeia], dando atenção ao risco de afastamento entre o europeísmo e o americanismo, considerar a necessidade de continuar a tentar modelar a articulação entre a segurança do Atlântico Norte e a do Atlântico Sul, e repensar o estatuto dos arquipélagos que pontuam a linha divisória.»
«Mas, por outro lado, e voltando às questões da segurança, não é possível sugerir qualquer modelo de organização do Atlântico Sul, e de articulação entre a sua segurança e a do Atlântico Norte, sem incluir Cabo Verde no processo, supondo que não recusará o consentimento e a colaboração.»
Trata-se de um alerta importantíssimo - este que o Professor Adriano Moreira nos faz -. Trata-se de uma análise/proposta de integração que o Professor faz, ao mesmo tempo: a Portugal, à União Europeia e a Cabo Verde.
Nós não sabemos o que pensam as actuais autoridades de Cabo Verde sobre este assunto e gostaríamos que se pronunciassem com alguma brevidade sobre o mesmo. Mas pensamos que o que interessa mesmo é sabermos desde já o que pensa o Presidente da República de Cabo Verde sobre tão importante questão.
Tratando-se de um tema relativo à soberania de Cabo Verde e, portanto, de um tema constitucional (que implica a Constituição da República de Cabo Verde), cremos que é exigível que o Presidente da República diga aos nacionais de Cabo Verde (os que vivem dentro e os que vivem fora de Cabo Verde) qual o seu entendimento desta proposta/análise de Adriano Moreira.
Esta é uma oportunidade excepcional que Pedro Pires tem, desde que tomou posse, até hoje, para dizer algo de muito válido aos cabo-verdianos.
Sem pretender recriminar a postura demasiado low profile que Pedro Pires adoptou desde que assumiu o cargo de Presidente da República de Cabo Verde, achamos, muito sinceramente, que este assunto de uma possível integração de Cabo Verde na União Europeia - que é disso que se trata quando Adriano Moreira diz "Europa" - deve despertá-lo para falar à nação e ser ele a marcar o compasso do debate público que sobre este tema por certo se não deixará de fazer. Quer em Cabo Verde, quer fora dele.
De outro modo estaria a faltar, no nosso entender, a um dos seus deveres principais: o de ter e de emitir opinião sobre temas tão importantes como são os que se referem à Constituição da República, à Soberania e, no fim e em resumo, ao destino colectivo dos cidadãos: o destino da nação. Nesse caso seria legítimo, então, pedirmos-lhe que se não recandidate e abra espaço, dentro da área política a que pertence, para que surjam outros candidatos que disputem com os de outras áreas o lugar de quem deve, para além de representar o Estado, pronunciar-se dirigindo-se aos cidadãos, sobre matérias de interesse colectivo, sobretudo quando está em causa (como neste caso está) a Soberania do País. Porque, sendo este um tema de grandíssima importância e bastante melindre - tema para mais que uma geração discutir, interiorizar, promover, decidir, negociar e concretizar - cabe, sem a mais pequena dúvida, ao Presidente da República falar à nação e marcar a agenda da sua discussão pública. E durante todo o tempo que isso se vier a passar, a batuta do Presidente da República terá que estar activa na direcção da orquestra - sabendo nós bem que a partitura será composta pelos cidadãos cabendo ao maestro (Presidente) apenas fazer interpretá-la.
É que, que nos lembremos, desde a sua posse no alto cargo de Presidente da República, até hoje, Pedro Pires, ao contrário do que seria desejável, não fez comunicações ao país nas quais focasse de forma clara os grandes temas estruturantes da sociedade: organização da família; educação dos jovens; formulação de desígnios nacionais que mobilizassem a nação e lhe dessem um rumo face às grandes dificuldades que se levantam à afirmação da identidade pátria de um país tão pequeno e com tantos cidadãos dispersos pelos quatro cantos do mundo, como é Cabo Verde; no fundo, dizer, ao menos, aos cabo-verdianos, o que pensa o Presidente da República acerca dos caminhos (e quais são esses caminhos possíveis) que Cabo Verde pode trilhar para sobreviver e prosperar no mundo globalizado e cada vez menos solidário em que vivemos hoje. Por tudo isso esta é a oportunidade de ouro de o Comandante Pedro Pires, Presidente da República de Cabo Verde, vir a terreiro comunicar com a nação.
Não nos esqueçamos também que cabe aos principais partidos políticos cabo-verdianos e aos grupos organizados de cidadãos (aos grupos existentes e aos em formação) uma quota-parte importante de responsabilidade na dinamização do debate e no contributo para o seu enriquecimento e clarificação.
Todos seremos poucos para uma definição clara de objectivos e uma escolha acertada do caminho do futuro para a nação cabo-verdiana. Um caminho que nos afaste de vez da dependência da "ajuda" alheia nos moldes actuais (das geminações de municípios, das ofertas materiais de equipamentos quantas vezes obsoletos, das bolsas de estudo e de formação, dos projectos de cooperação em que a fatia de leão muitas vezes fica em casa de quem "oferece", etc.). Não é que essas geminações, essas ofertas, essas bolsas, esses projectos de cooperação sejam coisas sem importância e de desprezar - nada disso -. Reconhecemos-lhes a sua importância e estamos agradecidos por eles. Mas o que queremos mesmo é que um dia possamos conviver com outros povos num espaço em que os nossos proventos advenham da importância do nosso trabalho e do nosso esforço, integrados que estejamos num colectivo harmonioso de nações que nos reconheça o lugar de parceiro eficiente e de plenos direitos. Não mais parceiro menor; amigo em dificuldades; por vezes pedinte envergonhado da sua pobreza material. Não mais a situação de condenados, sobretudo pelo isolamento geográfico, ao destino de povo solitário, eterno produtor de diásporas-âncora, sobrevivente de todas as tempestades e, parafraseando o poeta, «comendo pedras para não perecer».
Não ignorando que a proposta de Adriano Moreira é uma proposta incómoda para certos espíritos cujas opiniões conhecemos bem, ela é, contudo, uma proposta suficientemente importante para merecer ser ponderada ao mais alto nível e merecer daí uma resposta pública clara. Sem subterfúgios ou meias palavras. Merece ainda toda a atenção por parte dos analistas políticos e demais fazedores de opinião, em Cabo Verde e no exterior; dos intelectuais que habitualmente evitam opinar politicamente; dos cidadãos em geral. É uma proposta muito importante que não podemos deixar cair em saco roto.
E não nos venham dizer que um Presidente da República não se pronuncia sobre problemas individualmente levantados por esta ou aquela pessoa (no caso Adriano Moreira). Porque o que deve mover um Presidente em casos semelhantes é a ideia em si e não apenas a fonte da ideia. Se bem que Adriano Moreira tem um currículo invejável e uma autoridade indesmentível como analista e teorizador de questões estratégicas globais, o que, por si só, faz com que deva ser escutado com toda a atenção por qualquer Chefe de Estado devendo por isso esta sua proposta de integração de Cabo Verde na Europa merecer toda a atenção por parte das autoridades cabo-verdianas, em particular do Chefe de Estado de Cabo Verde.
(*) O título é uma provocação que esperemos espevite a discussão.
Eis aqui o artigo de Adriano Moreira.
quinta-feira, fevereiro 10, 2005
O COLO DE AGUSTINA
(OU O DIREITO À ASNEIRA)
A escritora Agustina Bessa Luís declarou num jantar que apoia Santana Lopes «porque ele é um homem comum e o mundo tende cada vez mais a ser das pessoas comuns».
À primeira vista esta declaração de Agustina parece ser uma tirada de grande lucidez reflectindo uma análise profunda que até agora escapara a todos, mesmo aos espíritos mais sagazes. Mas infelizmente parece que não é bem assim.
Deixem-me só perguntar a Agustina se quando ela precisa de um ginecologista, por exemplo, se entrega nas mãos de uma pessoa comum para a observar e tratar.
Está mais que claro que assim não é.
Assim como Agustina Bessa Luís vai a um ginecologista quando precisa de um ginecologista, assim também os eleitores portugueses, quando precisam de eleger um Primeiro Ministro, devem votar num candidato capaz e preparado para exercer o cargo de Primeiro Ministro e não num homem comum qualquer, como, por exemplo o é (e ficámos a saber isso com Agustina), Pedro Santana Lopes.
Que alguém apoie Santana Lopes por uma questão de clubismo político, ingenuidade, falta de capacidade de análise, etc., entende-se. Mas que Agustina Bessa Luís o faça com este argumento tão estapafúrdio, é caso para total estupefacção.
Nós sabemos bem, pela leitura dos livros de Agustina Bessa Luís, que a autora gosta muito de pessoas comuns (motoristas, criados, moços de recados, costureiras, jardineiros, polícias, etc.). Mas cremos que não lhe ficaria mal moderar um pouco esse seu entusiasmo quando se trata de escolher alguém para dirigir o Governo de Portugal.
A não ser que Agustina só tenha dito o que disse por estar mais que certa da derrota de Santana Lopes e tenha querido com essas declarações apenas dar um pouquinho de colo a tão maltratado bebé de incubadora.
(OU O DIREITO À ASNEIRA)
A escritora Agustina Bessa Luís declarou num jantar que apoia Santana Lopes «porque ele é um homem comum e o mundo tende cada vez mais a ser das pessoas comuns».
À primeira vista esta declaração de Agustina parece ser uma tirada de grande lucidez reflectindo uma análise profunda que até agora escapara a todos, mesmo aos espíritos mais sagazes. Mas infelizmente parece que não é bem assim.
Deixem-me só perguntar a Agustina se quando ela precisa de um ginecologista, por exemplo, se entrega nas mãos de uma pessoa comum para a observar e tratar.
Está mais que claro que assim não é.
Assim como Agustina Bessa Luís vai a um ginecologista quando precisa de um ginecologista, assim também os eleitores portugueses, quando precisam de eleger um Primeiro Ministro, devem votar num candidato capaz e preparado para exercer o cargo de Primeiro Ministro e não num homem comum qualquer, como, por exemplo o é (e ficámos a saber isso com Agustina), Pedro Santana Lopes.
Que alguém apoie Santana Lopes por uma questão de clubismo político, ingenuidade, falta de capacidade de análise, etc., entende-se. Mas que Agustina Bessa Luís o faça com este argumento tão estapafúrdio, é caso para total estupefacção.
Nós sabemos bem, pela leitura dos livros de Agustina Bessa Luís, que a autora gosta muito de pessoas comuns (motoristas, criados, moços de recados, costureiras, jardineiros, polícias, etc.). Mas cremos que não lhe ficaria mal moderar um pouco esse seu entusiasmo quando se trata de escolher alguém para dirigir o Governo de Portugal.
A não ser que Agustina só tenha dito o que disse por estar mais que certa da derrota de Santana Lopes e tenha querido com essas declarações apenas dar um pouquinho de colo a tão maltratado bebé de incubadora.
LOUÇÃ DEVE(RIA) SER RIGOROSO E SÉRIO
Confesso que, ontem, quando ouvi pela televisão Francisco Louçã dizer que «uma maioria absoluta PS privatizará a Saúde e deixará cair os cuidados de saúde essenciais» fiquei perplexo com esta súbita viragem do PS pois José Sócrates já por várias vezes afirmou que o PS porá fim aos Hospitais SA e os tornará hospitais EP (Empresa Pública) retirando-os, portanto, da esfera privada.
Andei a tentar informar-me em todos os momentos livres que tive hoje até agora (foram poucos, infelizmente) mas em lado nenhum encontrei a informação que Louçã, com ar tão serio, nos comunicou ontem desde a margem sul onde esteve em comício.
Acabo, entretanto, de ler Vital Moreira, no Causa Nossa, tendo-se dissipado as minhas dúvidas pois, segundo este, essa frase de Louça não terá passado de «um exagero retórico» - uma mentirola, digo eu, para assustar alguns eleitores e fazê-los reconsiderar o sentido do seu voto votando Bloco de Esquerda.
Eu, por mim, e como já aqui expliquei, o Bloco perde o meu voto: não porque eu esteja mais próximo do PS do que do Bloco (a verdade é que estou mais perto é do Bloco) mas sim porque reconheço a necessidade de um Governo por quatro anos. Coisa que só acontecerá se o PS tiver maioria absoluta.
Chega de escaramuças à esquerda entregando de bandeja o Governo do País à direita.
O passado recente já nos demonstrou à saciedade que a direita perdeu toda e qualquer vergonha; perdeu a compostura e a pouca honestidade política que tinha; e os partidos que a representam, com a debandada da pouca gente honesta que por lá ainda havia, têm tendência a transformar-se em bandos de salteadores do património colectivo pondo tudo a saque e fazendo perigar seriamente os alicerces do Estado.
A maioria absoluta tem, no entanto, um inimigo de peso: chama-se António Guterres. De cada vez que Guterres aparece na campanha do PS sinto um arrepio na espinha e digo: lá se vão mais não sei quantos votos. Guterres é, ainda neste momento, uma menos-valia para o PS pois ninguém ainda esqueceu a forma cobarde e irresponsável como abandonou o Governo e o Partido Socialista após a derrota eleitoral que teve nas autárquicas de 2001.
Confesso que, ontem, quando ouvi pela televisão Francisco Louçã dizer que «uma maioria absoluta PS privatizará a Saúde e deixará cair os cuidados de saúde essenciais» fiquei perplexo com esta súbita viragem do PS pois José Sócrates já por várias vezes afirmou que o PS porá fim aos Hospitais SA e os tornará hospitais EP (Empresa Pública) retirando-os, portanto, da esfera privada.
Andei a tentar informar-me em todos os momentos livres que tive hoje até agora (foram poucos, infelizmente) mas em lado nenhum encontrei a informação que Louçã, com ar tão serio, nos comunicou ontem desde a margem sul onde esteve em comício.
Acabo, entretanto, de ler Vital Moreira, no Causa Nossa, tendo-se dissipado as minhas dúvidas pois, segundo este, essa frase de Louça não terá passado de «um exagero retórico» - uma mentirola, digo eu, para assustar alguns eleitores e fazê-los reconsiderar o sentido do seu voto votando Bloco de Esquerda.
Eu, por mim, e como já aqui expliquei, o Bloco perde o meu voto: não porque eu esteja mais próximo do PS do que do Bloco (a verdade é que estou mais perto é do Bloco) mas sim porque reconheço a necessidade de um Governo por quatro anos. Coisa que só acontecerá se o PS tiver maioria absoluta.
Chega de escaramuças à esquerda entregando de bandeja o Governo do País à direita.
O passado recente já nos demonstrou à saciedade que a direita perdeu toda e qualquer vergonha; perdeu a compostura e a pouca honestidade política que tinha; e os partidos que a representam, com a debandada da pouca gente honesta que por lá ainda havia, têm tendência a transformar-se em bandos de salteadores do património colectivo pondo tudo a saque e fazendo perigar seriamente os alicerces do Estado.
A maioria absoluta tem, no entanto, um inimigo de peso: chama-se António Guterres. De cada vez que Guterres aparece na campanha do PS sinto um arrepio na espinha e digo: lá se vão mais não sei quantos votos. Guterres é, ainda neste momento, uma menos-valia para o PS pois ninguém ainda esqueceu a forma cobarde e irresponsável como abandonou o Governo e o Partido Socialista após a derrota eleitoral que teve nas autárquicas de 2001.
quarta-feira, fevereiro 09, 2005
terça-feira, fevereiro 08, 2005
OUTRAS ZAZÕES PARA VOTAR PS
Para além de derrotar esta direita de esgoto, há ainda outra boa razão para votar PS: esta, por exemplo, de ser necessário um Governo estável por quatro anos.
Um voto no Bloco de Esquerda, como admiti anteriormente, se me parece eficaz no que diz respeito à garantia de uma política mais à esquerda da que o PS faria sozinho no Governo, já não me parece eficaz do ponto de vista da estabilidade e da duração de um Governo por quatro anos. Porque: passados dois anos de entendimento com o PS - isso admitindo que o PS e o Bloco de Esquerda se entenderiam minimamente sobre uns quantos temas políticos - o Bloco, por certo, passados esses dois anos, como disse, começaria a descolar dos socialistas para segurar o seu eleitorado que de outro modo o conotaria em demasia com o PS e poderia fugir, mais para a esquerda uns, para o PS outros.
Para além de derrotar esta direita de esgoto, há ainda outra boa razão para votar PS: esta, por exemplo, de ser necessário um Governo estável por quatro anos.
Um voto no Bloco de Esquerda, como admiti anteriormente, se me parece eficaz no que diz respeito à garantia de uma política mais à esquerda da que o PS faria sozinho no Governo, já não me parece eficaz do ponto de vista da estabilidade e da duração de um Governo por quatro anos. Porque: passados dois anos de entendimento com o PS - isso admitindo que o PS e o Bloco de Esquerda se entenderiam minimamente sobre uns quantos temas políticos - o Bloco, por certo, passados esses dois anos, como disse, começaria a descolar dos socialistas para segurar o seu eleitorado que de outro modo o conotaria em demasia com o PS e poderia fugir, mais para a esquerda uns, para o PS outros.
Teríamos então um Governo com dificuldades para fazer passar os orçamentos do terceiro e quarto anos de governação, com evidentes riscos de demissão do mesmo ou de dissolução do Parlamento pelo Presidente da República.
Daí ser uma quase inevitabilidade que o voto do eleitorado mais esclarecido, da esquerda, se concentre no PS.
domingo, fevereiro 06, 2005
TIROS PELA CULATRA
Por email três amigos meus já me confidenciaram que vão alterar o sentido do seu voto passando-o do Bloco de Esquerda para o PS - pelas mesmas razões que invoquei na posta logo aqui em baixo para votar PS: asco absoluto ao PSD de Santana Lopes e a esta campanha suja de boatos e canalhice.
Não sei até que ponto outras pessoas estarão a pensar o mesmo, mas por certo que indiferente ninguém fica.
Por email três amigos meus já me confidenciaram que vão alterar o sentido do seu voto passando-o do Bloco de Esquerda para o PS - pelas mesmas razões que invoquei na posta logo aqui em baixo para votar PS: asco absoluto ao PSD de Santana Lopes e a esta campanha suja de boatos e canalhice.
Não sei até que ponto outras pessoas estarão a pensar o mesmo, mas por certo que indiferente ninguém fica.
sexta-feira, fevereiro 04, 2005
MAIORIA ABSOLUTA
O debate de ontem entre José Sócrates e Santana Lopes frustrou as expectativas de muita gente. Isso sucedeu muito por culpa dos jornalistas que não souberam ou não quiseram seleccionar perguntas que tivessem a ver com o que é politicamente mais importante no momento actual da vida da Nação - como, por exemplo, a saúde, a educação, a justiça, a segurança social, etc. - tendo eles (jornalistas) preferido questionar os dois protagonistas sobre os boatos relativos à pretensa homossexualidade de Sócrates, as promessas de cada um deles, a idade da reforma, a fiscalidade e outras minudências que, tendo embora a sua importância, não são, contudo, o que mais preocupa hoje os portugueses e o que de mais relevante há para discutir nesta campanha.
Como se costuma dizer: no cômputo geral tivemos o seguinte resultado do debate:
Um José Sócrates hirto e visivelmente afectado pelas canalhices que, sob a batuta leviana e terceiro-mundista de Santana Lopes, o PSD lhe tem feito nesta campanha eleitoral; e do outro lado um Santana Lopes mexilhão e de ar rufia, insistindo indirectamente em continuar remexendo o esterco das insinuações sobre a pretensa homossexualidade de Sócrates, insistindo, portanto, deliberadamente, na canalhice de aproveitar-se ao máximo possível desses boatos, levantando lama e esterco que havemos de ver sobre quem cairão.
Confesso que o meu asco subiu a níveis tais que, eu, que ia votar, como aqui escrevi já várias vezes, no Bloco de Esquerda, já não o vou fazer - votarei PS pois quero contribuir para uma maioria absoluta que retire a esta direita de esgoto quaisquer veleidades de se aproximar do Poder nos próximos anos -. E tudo farei para que os outros três elementos da minha família me acompanhem neste desígnio.
O debate de ontem entre José Sócrates e Santana Lopes frustrou as expectativas de muita gente. Isso sucedeu muito por culpa dos jornalistas que não souberam ou não quiseram seleccionar perguntas que tivessem a ver com o que é politicamente mais importante no momento actual da vida da Nação - como, por exemplo, a saúde, a educação, a justiça, a segurança social, etc. - tendo eles (jornalistas) preferido questionar os dois protagonistas sobre os boatos relativos à pretensa homossexualidade de Sócrates, as promessas de cada um deles, a idade da reforma, a fiscalidade e outras minudências que, tendo embora a sua importância, não são, contudo, o que mais preocupa hoje os portugueses e o que de mais relevante há para discutir nesta campanha.
Como se costuma dizer: no cômputo geral tivemos o seguinte resultado do debate:
Um José Sócrates hirto e visivelmente afectado pelas canalhices que, sob a batuta leviana e terceiro-mundista de Santana Lopes, o PSD lhe tem feito nesta campanha eleitoral; e do outro lado um Santana Lopes mexilhão e de ar rufia, insistindo indirectamente em continuar remexendo o esterco das insinuações sobre a pretensa homossexualidade de Sócrates, insistindo, portanto, deliberadamente, na canalhice de aproveitar-se ao máximo possível desses boatos, levantando lama e esterco que havemos de ver sobre quem cairão.
Confesso que o meu asco subiu a níveis tais que, eu, que ia votar, como aqui escrevi já várias vezes, no Bloco de Esquerda, já não o vou fazer - votarei PS pois quero contribuir para uma maioria absoluta que retire a esta direita de esgoto quaisquer veleidades de se aproximar do Poder nos próximos anos -. E tudo farei para que os outros três elementos da minha família me acompanhem neste desígnio.
quarta-feira, fevereiro 02, 2005
ISTO ESTÁ FEDENDO
Correu já muita tinta acerca da estratégia de campanha eleitoral adoptada pelo PSD e que consiste em chamar homossexual a José Sócrates e apresentar Santana Lopes como o verdadeiro e imbatível macho latino, um autêntico «femeeiro» dos quatro costados (para utilizar esta feliz expressão empregue aqui por Ana Sá Lopes).
Por toda a parte (jornais, rádio, blogues e televisão) se assiste à condenação unânime desta infâmia que o PSD de Santana e sus muchachos trouxe para a política em Portugal.
A única excepção conhecida, que apoia incondicionalmente essa estratégia de infâmia e boatos, vem, como não podia deixar de ser, dessa cloaca política que é a Madeira, pela voz do conhecido troglodita amestrado, de seu nome Guilherme Silva.
De resto - e ainda bem para demonstrar que ainda há possibilidades de regeneração dentro do PSD - a condenação desta intolerável campanha de boatos e baixeza, urdida ao mais alto nível por este PSD abjecto que agora existe, tem sido grande abrangendo parte significativa do universo dos militantes e simpatizantes deste partido. Aliás, basta ler o Abrupto para se constatar que o mal-estar se instalou em vastas áreas do PSD, desde o mais destacado barão ao mais simples militante.
Essa torpeza absurda e mentecapta que pretende mostrar Sócrates como homossexual e Santana como um machão sedutor sempre de arma em riste (no fundo um animal) não pode passar sem a mais viva e vasta condenação.
O eleitorado por certo "falará" disso no próximo dia 20 de Fevereiro.
Esperemos para ver.
Nota: Se Santana Lopes viesse um dia a apresentar-se como candidato presidencial quem seria seu mandatário nacioinal: Alexandre Frota? Chichiolina? ...
Correu já muita tinta acerca da estratégia de campanha eleitoral adoptada pelo PSD e que consiste em chamar homossexual a José Sócrates e apresentar Santana Lopes como o verdadeiro e imbatível macho latino, um autêntico «femeeiro» dos quatro costados (para utilizar esta feliz expressão empregue aqui por Ana Sá Lopes).
Por toda a parte (jornais, rádio, blogues e televisão) se assiste à condenação unânime desta infâmia que o PSD de Santana e sus muchachos trouxe para a política em Portugal.
A única excepção conhecida, que apoia incondicionalmente essa estratégia de infâmia e boatos, vem, como não podia deixar de ser, dessa cloaca política que é a Madeira, pela voz do conhecido troglodita amestrado, de seu nome Guilherme Silva.
De resto - e ainda bem para demonstrar que ainda há possibilidades de regeneração dentro do PSD - a condenação desta intolerável campanha de boatos e baixeza, urdida ao mais alto nível por este PSD abjecto que agora existe, tem sido grande abrangendo parte significativa do universo dos militantes e simpatizantes deste partido. Aliás, basta ler o Abrupto para se constatar que o mal-estar se instalou em vastas áreas do PSD, desde o mais destacado barão ao mais simples militante.
Essa torpeza absurda e mentecapta que pretende mostrar Sócrates como homossexual e Santana como um machão sedutor sempre de arma em riste (no fundo um animal) não pode passar sem a mais viva e vasta condenação.
O eleitorado por certo "falará" disso no próximo dia 20 de Fevereiro.
Esperemos para ver.
Nota: Se Santana Lopes viesse um dia a apresentar-se como candidato presidencial quem seria seu mandatário nacioinal: Alexandre Frota? Chichiolina? ...
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