É ASSIM
Depois de ganharmos notoriedade e respeito, podemos escrever qualquer coisa de pé quebrado "Pela Manhã" que seremos apreciados.
sexta-feira, dezembro 31, 2004
CLARIFICANDO O SENTIDO DO VOTO
Uma posição sectária do Bloco de Esquerda, como aquela que é manifestada por Miguel Portas no DN, em que num futuro parlamento em que não haja maioria absoluta do PS só votaria favoravelmente as leis que vão ao encontro das suas propostas, é meio caminho andado para que os simpatizantes do Bloco de Esquerda (votantes e potenciais votantes) pensem duas vezes antes de porem a cruzinha no boletim de voto.
É que já basta de direita. E não é com uma esquerda brincalhona (com coisas sérias) que o País entrará nos carris.
O Bloco de Esquerda precisa de dar aos eleitores um sinal claro de que não comprometerá com posições sectárias, após as eleições, a viabilidade de um governo PS.
Se não aceita negociações à esquerda, então - good bye Maria Ivone!
O meu voto irá para o PS. Mesmo com Sócrates à frente.
Uma posição sectária do Bloco de Esquerda, como aquela que é manifestada por Miguel Portas no DN, em que num futuro parlamento em que não haja maioria absoluta do PS só votaria favoravelmente as leis que vão ao encontro das suas propostas, é meio caminho andado para que os simpatizantes do Bloco de Esquerda (votantes e potenciais votantes) pensem duas vezes antes de porem a cruzinha no boletim de voto.
É que já basta de direita. E não é com uma esquerda brincalhona (com coisas sérias) que o País entrará nos carris.
O Bloco de Esquerda precisa de dar aos eleitores um sinal claro de que não comprometerá com posições sectárias, após as eleições, a viabilidade de um governo PS.
Se não aceita negociações à esquerda, então - good bye Maria Ivone!
O meu voto irá para o PS. Mesmo com Sócrates à frente.
A MELHOR ANEDOTA DE 2004
Esta notícia do jornal "Expresso", de hoje, 31/12/2004, afigura-se-me, apesar de trágica (demonstra o estado de degradação a que chegaram as instituições nacionais) a melhor anedota do ano que agora finda. Ora leiam:
«UM CASAL português, que sobreviveu à tragédia do sudeste asiático, só conseguiu apoio da diplomacia nacional ao fim de quatro dias, quando «a cozinheira da Embaixada se voluntariou» para lhes arranjar as passagens de regresso. Ana Oliveira, de 22 anos, e o namorado, António Coelho, confessam-se «envergonhados» com a atitude dos diplomatas portugueses e a sua incapacidade de resposta.»
Esta notícia do jornal "Expresso", de hoje, 31/12/2004, afigura-se-me, apesar de trágica (demonstra o estado de degradação a que chegaram as instituições nacionais) a melhor anedota do ano que agora finda. Ora leiam:
«UM CASAL português, que sobreviveu à tragédia do sudeste asiático, só conseguiu apoio da diplomacia nacional ao fim de quatro dias, quando «a cozinheira da Embaixada se voluntariou» para lhes arranjar as passagens de regresso. Ana Oliveira, de 22 anos, e o namorado, António Coelho, confessam-se «envergonhados» com a atitude dos diplomatas portugueses e a sua incapacidade de resposta.»
sexta-feira, dezembro 24, 2004
terça-feira, dezembro 21, 2004
FINALMENTE NU (E COM PÉS DE BARRO)
Mário Bettencourt Resendes é uma personagem que sempre me pareceu conter em si algo esquisito que às vezes transparecia tenuemente nos seus artigos e editoriais pelo que sempre o achei uma personagem enigmática, de difícil decifração.
Mas a (a)normalidade como aceitou ser pontapeado para cima quando lhe retiraram a direcção do Diário de Notícias; a forma festiva e ladina como recebeu a companhia do pouco recomendável Luís Delgado na administração da Lusomundo Multimédia; e a sua total insensibilidade perante a descaracterização do centenário Diário de Notícias, disseram muito acerca do homem desnudando-o definitiva e irremediavelmente.
Mas, para que ficasse nuzinho mesmo e revelasse em todo o esplendor a sua verdadeira natureza, faltava mais qualquer coisa - qualquer informação sobre o seu sentido estético, talvez -. E eis que finalmente ele no-la dá nesta belíssima confissão que vale bem a pena ler.
Mário Bettencourt Resendes é uma personagem que sempre me pareceu conter em si algo esquisito que às vezes transparecia tenuemente nos seus artigos e editoriais pelo que sempre o achei uma personagem enigmática, de difícil decifração.
Mas a (a)normalidade como aceitou ser pontapeado para cima quando lhe retiraram a direcção do Diário de Notícias; a forma festiva e ladina como recebeu a companhia do pouco recomendável Luís Delgado na administração da Lusomundo Multimédia; e a sua total insensibilidade perante a descaracterização do centenário Diário de Notícias, disseram muito acerca do homem desnudando-o definitiva e irremediavelmente.
Mas, para que ficasse nuzinho mesmo e revelasse em todo o esplendor a sua verdadeira natureza, faltava mais qualquer coisa - qualquer informação sobre o seu sentido estético, talvez -. E eis que finalmente ele no-la dá nesta belíssima confissão que vale bem a pena ler.
FAMÍLIA DISFUNCIONAL É A MINHA
Um padre da Casa do Gaiato (instituição que acolhe menores sem família), quando interrogado por um jornalista sobre se havia, como se diz, castigos aos miúdos internados naquela instituição, disse o seguinte: «na Casa do Gaiato somos uma família. Às vezes temos altercações; outras vezes damos uns tabefes nos miúdos; e outras ainda são eles que nos batem - eu já apanhei algumas vezes». E voltou a afirmar: «lá é tudo como no seio de qualquer família. Somos uma família».
Está bem, senhor padre. Fiquei a saber como deve funcionar uma família. E confesso-lhe que vou fazer tudo para corrigir o funcionamento da minha onde essas coisas tão boas, tão naturais e tão normais não têm acontecido.
Um padre da Casa do Gaiato (instituição que acolhe menores sem família), quando interrogado por um jornalista sobre se havia, como se diz, castigos aos miúdos internados naquela instituição, disse o seguinte: «na Casa do Gaiato somos uma família. Às vezes temos altercações; outras vezes damos uns tabefes nos miúdos; e outras ainda são eles que nos batem - eu já apanhei algumas vezes». E voltou a afirmar: «lá é tudo como no seio de qualquer família. Somos uma família».
Está bem, senhor padre. Fiquei a saber como deve funcionar uma família. E confesso-lhe que vou fazer tudo para corrigir o funcionamento da minha onde essas coisas tão boas, tão naturais e tão normais não têm acontecido.
domingo, dezembro 19, 2004
QUE MELGA!
É muito bom para a esquerda que Santana Lopes faça campanha para as próximas eleições legislativas, e que faça campanha nos moldes que ensaiou ontem na entrevista que deu à TVI, isto é, debitando profusas vacuidades, dizendo grossamente (neologismo para grosseiramente e com voz grossa) «vamos ganhar» e fazendo-se passar por vítima pela enésima vez (o que enjoa e já não é mais suportado por qualquer gorgomilo nacional).
É que, com a presença de Santana na campanha eleitoral, há a certeza de que o eleitorado estará mobilizado para votar, pois, de cada vez que vê e ouve Santana cresce-lhe imediatamente a vontade de mandar calar de vez esse tambor com penas de pavão que insiste em manter-se em cena e em dar cabo da imagem de seriedade que deve ter o Governo de Portugal, e que inconscientemente pretende continuar a espraiar pelo País a sua incompetência, a sua inconsciência como político e governante, com a ajuda solícita de mais uma dúzia e meia de amigos de farra.
A certeza de uma vitória antecipada do PS tenderia a desmobilizar o eleitorado da esquerda. Com Santana em cena é certo e sabido que toda a gente irá às urnas para dar o "estaladão" final que exterminará de vez essa irritante melga que teima em dar cabo da paciência ao mais distraído dos mortais.
Bolas! que é de mais.
É muito bom para a esquerda que Santana Lopes faça campanha para as próximas eleições legislativas, e que faça campanha nos moldes que ensaiou ontem na entrevista que deu à TVI, isto é, debitando profusas vacuidades, dizendo grossamente (neologismo para grosseiramente e com voz grossa) «vamos ganhar» e fazendo-se passar por vítima pela enésima vez (o que enjoa e já não é mais suportado por qualquer gorgomilo nacional).
É que, com a presença de Santana na campanha eleitoral, há a certeza de que o eleitorado estará mobilizado para votar, pois, de cada vez que vê e ouve Santana cresce-lhe imediatamente a vontade de mandar calar de vez esse tambor com penas de pavão que insiste em manter-se em cena e em dar cabo da imagem de seriedade que deve ter o Governo de Portugal, e que inconscientemente pretende continuar a espraiar pelo País a sua incompetência, a sua inconsciência como político e governante, com a ajuda solícita de mais uma dúzia e meia de amigos de farra.
A certeza de uma vitória antecipada do PS tenderia a desmobilizar o eleitorado da esquerda. Com Santana em cena é certo e sabido que toda a gente irá às urnas para dar o "estaladão" final que exterminará de vez essa irritante melga que teima em dar cabo da paciência ao mais distraído dos mortais.
Bolas! que é de mais.
sábado, dezembro 18, 2004
CURTO-CIRCUITO
Custa muito, ou talvez seja mesmo impossível, perceber a existência desse canudo estreitíssimo por que Pacheco Pereira divisa a (para ele) única solução governativa capaz para Portugal - o regresso de Cavaco Silva ao cargo de Primeiro-Ministro.
Aflige aceitar que um intelectual da craveira de Pacheco Pereira admita não existir, para além de Cavaco Silva - dentre centenas de cidadãos portugueses, politica, intelectual e profissionalmente válidos, pertencentes às elites nacionais - mais ninguém com preparação e tino suficientes para conduzir o Governo de Portugal.
Admitindo por absurdo que Pacheco Pereira tem inteira razão no que diz, sendo nisso acompanhado pelos dez milhões de portugueses, e sendo eu o único que não vê essa razão, é, no entanto, forçoso admitir, por outro lado - e nisso sou agora eu que reclamo a companhia dos dez milhões de portugueses - que qualquer coisa não vai bem na cabeça de Pacheco Pereira para ele afirmar sem rebuço (fê-lo na última "Quadratura do Círculo" da TSF) que votará em Santana Lopes nas próximas eleições legislativas de 20 de Fevereiro.
Quando Pacheco Pereira diz que escolherá com o seu voto, para Primeiro-Ministro, precisamente o político que visivelmente ele mais combateu e contribuiu para desacreditar publicamente (contribuindo com isso para a sua queda), escrevendo e clamando diariamente contra o "Pobre País" em que Portugal se tornara com Santana Lopes ao leme... isso é, no mínimo, totalmente incompreensível.
Ou será apenas o resultado de um curto-circuito momentâneo?
Custa muito, ou talvez seja mesmo impossível, perceber a existência desse canudo estreitíssimo por que Pacheco Pereira divisa a (para ele) única solução governativa capaz para Portugal - o regresso de Cavaco Silva ao cargo de Primeiro-Ministro.
Aflige aceitar que um intelectual da craveira de Pacheco Pereira admita não existir, para além de Cavaco Silva - dentre centenas de cidadãos portugueses, politica, intelectual e profissionalmente válidos, pertencentes às elites nacionais - mais ninguém com preparação e tino suficientes para conduzir o Governo de Portugal.
Admitindo por absurdo que Pacheco Pereira tem inteira razão no que diz, sendo nisso acompanhado pelos dez milhões de portugueses, e sendo eu o único que não vê essa razão, é, no entanto, forçoso admitir, por outro lado - e nisso sou agora eu que reclamo a companhia dos dez milhões de portugueses - que qualquer coisa não vai bem na cabeça de Pacheco Pereira para ele afirmar sem rebuço (fê-lo na última "Quadratura do Círculo" da TSF) que votará em Santana Lopes nas próximas eleições legislativas de 20 de Fevereiro.
Quando Pacheco Pereira diz que escolherá com o seu voto, para Primeiro-Ministro, precisamente o político que visivelmente ele mais combateu e contribuiu para desacreditar publicamente (contribuindo com isso para a sua queda), escrevendo e clamando diariamente contra o "Pobre País" em que Portugal se tornara com Santana Lopes ao leme... isso é, no mínimo, totalmente incompreensível.
Ou será apenas o resultado de um curto-circuito momentâneo?
quinta-feira, dezembro 16, 2004
UMA EXPLICAÇÃO E UM RECEIO
Afazeres múltiplos, algum cansaço de final de ano, umas férias pelo meio - tudo isso determinou que durante umas valentes semanas Salmoura colocasse as postas de molho e não as publicasse na blogosfera.
Felizmente isso sucedeu numa altura em que o Governo Santana Lopes já estava em adiantado estado de decomposição encarregando-se Santana, ele próprio (não ele mesmo), de, dia após dia, dar as "estaladas" necessárias para que o bebé morresse na incubadora sem que houvesse necessidade de a oposição mexer uma palha sequer. E muito menos de Salmoura se preocupar em postar contra o Governo.
Dissolvida a Assembleia da República e demitido o mais incompetente Governo de que há memória em Portugal, estamos ainda a assistir aos últimos estertores da dupla Portas/Santana que teima em tirar um coelho por dia da cartola pensando eles que com isso iludirão os eleitores que de há muito definiram o sentido de voto para as próximas eleições legislativas.
Eu só tenho receio é que de tanto se querer penalizar estes incompetentes da Silva ainda calhe uma maioria absoluta ao PS. É que se isso acontecer e ainda por cima Correia de Campos for parar de novo ao Ministério da Saúde, lá teremos que gramar um Luís Filipe Pereira II continuando a "obra" de Luís Filipe Pereira I e enterrando definitivamente o Serviço Nacional de Saúde, único garante de cuidados de saúde para os mais pobres.
Afazeres múltiplos, algum cansaço de final de ano, umas férias pelo meio - tudo isso determinou que durante umas valentes semanas Salmoura colocasse as postas de molho e não as publicasse na blogosfera.
Felizmente isso sucedeu numa altura em que o Governo Santana Lopes já estava em adiantado estado de decomposição encarregando-se Santana, ele próprio (não ele mesmo), de, dia após dia, dar as "estaladas" necessárias para que o bebé morresse na incubadora sem que houvesse necessidade de a oposição mexer uma palha sequer. E muito menos de Salmoura se preocupar em postar contra o Governo.
Dissolvida a Assembleia da República e demitido o mais incompetente Governo de que há memória em Portugal, estamos ainda a assistir aos últimos estertores da dupla Portas/Santana que teima em tirar um coelho por dia da cartola pensando eles que com isso iludirão os eleitores que de há muito definiram o sentido de voto para as próximas eleições legislativas.
Eu só tenho receio é que de tanto se querer penalizar estes incompetentes da Silva ainda calhe uma maioria absoluta ao PS. É que se isso acontecer e ainda por cima Correia de Campos for parar de novo ao Ministério da Saúde, lá teremos que gramar um Luís Filipe Pereira II continuando a "obra" de Luís Filipe Pereira I e enterrando definitivamente o Serviço Nacional de Saúde, único garante de cuidados de saúde para os mais pobres.
quarta-feira, dezembro 08, 2004
sexta-feira, dezembro 03, 2004
BEBÉ NO FORNO
Estava Salmoura a gozar 15 dias de férias e a diluir-se em cachaça, em Cabo Verde, quando cai no seu telemóvel uma mensagem providencial de sua filha mais velha informando-o de que o Presidente Jorge Sampaio aumentara o calor da "incubadora" a qual entrara em avaria esturricando literalmente o imaturo "bebé" que ela continha. De imediato se fizeram as malas e eis que, regressado à Pátria, solidário com o bebé carbonizado, Salmoura chora, com Patinha Antão (o ainda Secretário de Estado da Saúde), o facto de a esturricação do Governo por Jorge Sampaio não permitir àquele cumprir cabalmente a sua missão patriótica de destruição do Serviço Nacional de Saúde. Em favor, como se sabe largamente, da grande maioria dos portugueses. Pois não!
Estava Salmoura a gozar 15 dias de férias e a diluir-se em cachaça, em Cabo Verde, quando cai no seu telemóvel uma mensagem providencial de sua filha mais velha informando-o de que o Presidente Jorge Sampaio aumentara o calor da "incubadora" a qual entrara em avaria esturricando literalmente o imaturo "bebé" que ela continha. De imediato se fizeram as malas e eis que, regressado à Pátria, solidário com o bebé carbonizado, Salmoura chora, com Patinha Antão (o ainda Secretário de Estado da Saúde), o facto de a esturricação do Governo por Jorge Sampaio não permitir àquele cumprir cabalmente a sua missão patriótica de destruição do Serviço Nacional de Saúde. Em favor, como se sabe largamente, da grande maioria dos portugueses. Pois não!
quinta-feira, novembro 04, 2004
DIÁRIO DO GOVERNO
Pacheco Pereira malha forte e feio no Diário de Notícias. E não é caso para menos. Quando um jornal, que era de referência, passa a ser apenas uma folha partidária ao serviço de uma estratégia de poder, há toda a legitimidade (há todo o dever, até) de qualquer cidadão se indignar, protestar e desmascarar a patranha. Foi o que fez Pacheco Pereira. Com uma facilidade e clareza que o texto de José Manuel Barroso estava mesmo a pedir.
Pacheco Pereira malha forte e feio no Diário de Notícias. E não é caso para menos. Quando um jornal, que era de referência, passa a ser apenas uma folha partidária ao serviço de uma estratégia de poder, há toda a legitimidade (há todo o dever, até) de qualquer cidadão se indignar, protestar e desmascarar a patranha. Foi o que fez Pacheco Pereira. Com uma facilidade e clareza que o texto de José Manuel Barroso estava mesmo a pedir.
quarta-feira, novembro 03, 2004
ONDE ESTÁ O PRESIDENTE?
O conhecidíssimo e ilustríssimo advogado, José António Barreiros, despediu-se do esfrangalhado Diário de Notícias com um autêntico murro no estômago de Mário Bettencourt Resendes e seus patrões da Lusomundo. Mas também no estômago do Governo e do próprio Presidente Jorge Sampaio.
O Governo apanha porque é parte interessada no que acontece, e da forma como tem acontecido, na comunicação social; e o Presidente da República apanha, porque deixa tudo acontecer nas mais calmas águas-de-bacalhau de que não há memória até hoje.
José António Barreiros escreveu um texto de despedida que é um duríssimo libelo acusatório contra todos aqueles que resolveram criar uma gigantesca Albânia no território nacional chamado Portugal. Desde logo contra os capitalistas e seus homens de mão na comunicação social (os mal chamados administradores); contra os grupos de serventuários políticos ligados ao capital controlador da comunicação social, hoje largamente colocados em altas funções no aparelho de Estado; contra os políticos que deviam gerir o Estado e servir a Democracia e hoje mais não fazem do que gerir os seus interesses pessoais e os interesses dos grupos que encapotada ou descaradamente representam, numa acção de vilipêndio da Democracia.
Atentemos só neste pequeno parágrafo escrito por José António Barreiros:
«Primeiro, em Portugal está a instalar-se um clima de medo; não o medo antigo de se ser preso por um delito de opinião, mas um medo moderno, nascido na zona dos interesses, do que se ganha e do que se perde. A hipocrisia, em Portugal, passou a ser a forma de os fracos sobreviverem, a velhacaria um modo de os fortes dominarem».
E tudo isso acontece na mais chocante impunidade.
O conhecidíssimo e ilustríssimo advogado, José António Barreiros, despediu-se do esfrangalhado Diário de Notícias com um autêntico murro no estômago de Mário Bettencourt Resendes e seus patrões da Lusomundo. Mas também no estômago do Governo e do próprio Presidente Jorge Sampaio.
O Governo apanha porque é parte interessada no que acontece, e da forma como tem acontecido, na comunicação social; e o Presidente da República apanha, porque deixa tudo acontecer nas mais calmas águas-de-bacalhau de que não há memória até hoje.
José António Barreiros escreveu um texto de despedida que é um duríssimo libelo acusatório contra todos aqueles que resolveram criar uma gigantesca Albânia no território nacional chamado Portugal. Desde logo contra os capitalistas e seus homens de mão na comunicação social (os mal chamados administradores); contra os grupos de serventuários políticos ligados ao capital controlador da comunicação social, hoje largamente colocados em altas funções no aparelho de Estado; contra os políticos que deviam gerir o Estado e servir a Democracia e hoje mais não fazem do que gerir os seus interesses pessoais e os interesses dos grupos que encapotada ou descaradamente representam, numa acção de vilipêndio da Democracia.
Atentemos só neste pequeno parágrafo escrito por José António Barreiros:
«Primeiro, em Portugal está a instalar-se um clima de medo; não o medo antigo de se ser preso por um delito de opinião, mas um medo moderno, nascido na zona dos interesses, do que se ganha e do que se perde. A hipocrisia, em Portugal, passou a ser a forma de os fracos sobreviverem, a velhacaria um modo de os fortes dominarem».
E tudo isso acontece na mais chocante impunidade.
PARA ALÉM DAS ENTRELINHAS
A CNN On-Line tem, na sua página principal de hoje, este tríptico cujo centro é a Casa Branca estando Kerry na posição dois de leitura e Bush na posição três. Se isto é uma previsão encapotada então é porque a CNN aposta em Kerry como vencedor.

A CNN On-Line tem, na sua página principal de hoje, este tríptico cujo centro é a Casa Branca estando Kerry na posição dois de leitura e Bush na posição três. Se isto é uma previsão encapotada então é porque a CNN aposta em Kerry como vencedor.
quarta-feira, outubro 27, 2004
O CASO MARCELO (PARA ESTÚPIDOS)
Eis, em suma, a essência das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa e das declarações de Pais do Amaral à Alta Autoridade para a Comunicação Social:
Marcelo - «Pais do Amaral disse-me que: ou eu mudava o teor dos meus comentários sobre o Governo, ou então eu causava grandes prejuízos à TVI, coisa que eles não estavam na disposição de admitir».
Pais do Amaral - «Eu convidei o meu amigo Marcelo para um jantar de amigos, num bar (não no meu escritório). Estávamos calmamente a falar de putas e - de repente! -, sem mais nem menos, Marcelo anuncia-me que se vai embora. Fiquei surpreso, e até hoje não sei porque é que ele se foi embora».
Eis, em suma, a essência das declarações de Marcelo Rebelo de Sousa e das declarações de Pais do Amaral à Alta Autoridade para a Comunicação Social:
Marcelo - «Pais do Amaral disse-me que: ou eu mudava o teor dos meus comentários sobre o Governo, ou então eu causava grandes prejuízos à TVI, coisa que eles não estavam na disposição de admitir».
Pais do Amaral - «Eu convidei o meu amigo Marcelo para um jantar de amigos, num bar (não no meu escritório). Estávamos calmamente a falar de putas e - de repente! -, sem mais nem menos, Marcelo anuncia-me que se vai embora. Fiquei surpreso, e até hoje não sei porque é que ele se foi embora».
domingo, outubro 24, 2004
UMA EXPERIÊNCIA A TER
Hoje dei-me ao trabalho de ouvir quase meia missa transmitida pela Antena 1.
Sim , missa, missa mesmo! celebrada por padres, assistida por fiéis e transmitida pela rádio de todos nós - a RDP.
Não vou aqui perorar contra este facto de a Igreja católica ter direito a transmissão das suas missas pela rádio pública e as outras confissões religiosas não.
O que vos quero dizer é só isto:
Se puderem, no próximo domingo, cerca das oito horas da manhã, sintonizem a Antena 1, nos 95.7 MHz, e oiçam a missa. Vão ficar, por certo, tão estupefactos quanto eu fiquei hoje. É que vão descobrir que quase nada mudou na Igreja católica desde há cerca de trinta anos a esta parte, pelo menos.
Vão concluir que, ainda hoje, durante a missa e nas homilias:
a) se pede ao divino «a vida eterna»;
b) se ameaça os pecadores com o inferno;
c) se fala de «reino celeste»;
d) se diz que «o reino celeste está para além das nuvens» - a sério, ouvi isso -;
e) se fala em «subir» para nos encontrarmos com o Senhor;
f) se labora na contradição de ora dizer que «o Senhor está entre nós», ora dizer que «lá de longe onde Ele vive» nos segue e nos protege.
Lá mais para o fim da homilia não se resiste a falar de dinheiro e a dizer aos fiéis que ofertem o que puderem para salvar as almas.
Enfim, um empedernimento ideológico que nem no mais fossilizado militante do PCP se consegue encontrar.
Hoje dei-me ao trabalho de ouvir quase meia missa transmitida pela Antena 1.
Sim , missa, missa mesmo! celebrada por padres, assistida por fiéis e transmitida pela rádio de todos nós - a RDP.
Não vou aqui perorar contra este facto de a Igreja católica ter direito a transmissão das suas missas pela rádio pública e as outras confissões religiosas não.
O que vos quero dizer é só isto:
Se puderem, no próximo domingo, cerca das oito horas da manhã, sintonizem a Antena 1, nos 95.7 MHz, e oiçam a missa. Vão ficar, por certo, tão estupefactos quanto eu fiquei hoje. É que vão descobrir que quase nada mudou na Igreja católica desde há cerca de trinta anos a esta parte, pelo menos.
Vão concluir que, ainda hoje, durante a missa e nas homilias:
a) se pede ao divino «a vida eterna»;
b) se ameaça os pecadores com o inferno;
c) se fala de «reino celeste»;
d) se diz que «o reino celeste está para além das nuvens» - a sério, ouvi isso -;
e) se fala em «subir» para nos encontrarmos com o Senhor;
f) se labora na contradição de ora dizer que «o Senhor está entre nós», ora dizer que «lá de longe onde Ele vive» nos segue e nos protege.
Lá mais para o fim da homilia não se resiste a falar de dinheiro e a dizer aos fiéis que ofertem o que puderem para salvar as almas.
Enfim, um empedernimento ideológico que nem no mais fossilizado militante do PCP se consegue encontrar.
sábado, outubro 09, 2004
ÁFRICA MINHA
Para os que gostam do "África Minha" e me têm incentivado a dasencalhá-lo e a pôr lá novas postas, aqui vai uma pequenina notícia: coloquei lá uma posta nova que é uma promessa de que num futuro brevíssimo um novo fôlego será dado àquele blogue.
Para os que gostam do "África Minha" e me têm incentivado a dasencalhá-lo e a pôr lá novas postas, aqui vai uma pequenina notícia: coloquei lá uma posta nova que é uma promessa de que num futuro brevíssimo um novo fôlego será dado àquele blogue.
quarta-feira, outubro 06, 2004
SE A MODA PEGA...
O Primeiro Ministro veio dizer às televisões que não mandou calar Marcelo Rebelo de Sousa. Mas que o que exigia era que houvesse "contraditório" às opiniões políticas que Marcelo debitava semanalmente na TVI.
Agora os órgãos de comunicação social já sabem: acabaram-se os comentários políticos sem "contraditório". De agora em diante, quando quiserem saber o que pensa um comentador político, terão que convidar, ao mesmo tempo, mais três ou quatro para garantirem o "contraditório" a todas as tendências políticas representadas no Parlamento. É a nova moda imposta pelo Governo.
Pacheco Pereira já classificou a atitude do Governo como de "desnorte e desespero".
O que gostaríamos agora era de ouvir o responsável maior por este Governo. Sim, o Senhor Presidente da República.
O Primeiro Ministro veio dizer às televisões que não mandou calar Marcelo Rebelo de Sousa. Mas que o que exigia era que houvesse "contraditório" às opiniões políticas que Marcelo debitava semanalmente na TVI.
Agora os órgãos de comunicação social já sabem: acabaram-se os comentários políticos sem "contraditório". De agora em diante, quando quiserem saber o que pensa um comentador político, terão que convidar, ao mesmo tempo, mais três ou quatro para garantirem o "contraditório" a todas as tendências políticas representadas no Parlamento. É a nova moda imposta pelo Governo.
Pacheco Pereira já classificou a atitude do Governo como de "desnorte e desespero".
O que gostaríamos agora era de ouvir o responsável maior por este Governo. Sim, o Senhor Presidente da República.
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