O Governo anunciou a aprovação de uma lei que proíbe aos funcionários públicos e equiparados a acumulação de pensões com ordenados.
Como é sabido, o Dr. Jorge Sampaio acumula uma pensão de reforma com o ordenado de Presidente da República.
Reza aqui a TSF que:
«Na nota emitida por Belém, a Casa Civil explica que, tal como determina a lei, a reforma de Sampaio foi constituída integralmente a expensas do agora Presidente, ou seja, saiu inteiramente do bolso de Jorge Sampaio.» [os sublinhados são da nossa total responsabilidade].
A acreditar-se nisto há-de se admitir e acreditar-se, também, que Jorge Sampaio andou vários anos a fazer um perfeito e incompreensível disparate, a saber: tal foi o disparate de, em vez de investir mensalmente o seu dinheiro, por exemplo, em títulos, carteiras de acções, ou mesmo numa conta a prazo - o que faria crescer um pouco esse dinheiro e o colocaria sempre por inteiro à sua disposição para o que desse e viesse -, ter Sampaio cometido a ingenuidade pura de o depositar num fundo de pensões para que mais tarde lho fossem entregando, mensalmente, às pinguinhas, sem qualquer direito a adiantamentos
correndo assim Sampaio o risco de, em caso de morte prévia ao esgotamento do fundo que ele constituiu "integralmente a expensas suas" (como diz a nota da sua Casa Civil, na qual eu tenho todo o direito de não acreditar totalmente), perder parte desse dinheiro que é "integralmente seu" (segundo a nota citada).
Mas há mais um risco não despiciendo que corre Jorge Sampaio (a ser a coisa assim como nos conta a dita nota da Casa Civil na qual eu não acredito totalmente): se, por exemplo, Jorge Sampaio viver para além da última prestação resultante do fraccionamento mensal desse dinheiro "integralmente seu", é de crer que o actual Presidente da República deixará de ter essa pensão a partir de determinada altura da sua vida.
Você que me lê, acredita nisso?
Eu não!
Depois dos maus exemplos de acumulação, por inteiro, de pensão com ordenado, de dois ministros (e de não sei mais quantos outros membros menores e apêndices deste Governo, que por ora desconhecemos), os quais concorrem, no Governo, para nos imporem as maiores restrições em nome de Portugal, restrições que pelos vistos não aplicam para eles próprios - eis chegada a altura de sabermos que o Senhor Presidente da República também faz o mesmo.
É caso para dizer: bem pregam esses Freis Tomáses.