(à imagem do País de faz-de-conta)
Para quem lê livros todos os dias, uma visita à Feira do Livro de Lisboa é uma experiência profundamente deprimente.
De novidades: só lá encontra lixo.
De "velharias": nos poucos alfarrabistas que lá montam tenda, é capaz de encontrar algumas enciclopédias de pouca valia, livros religiosos e novelas de qualidade duvidosa.
Vá lá que tive a felicidade de ver o Júlio Isidro com um saquito de plástico transparente com quatro ou cinco livros infantis lá dentro. Por momentos apeteceu-me ser avô ou pai serôdio; ao menos teria podido comprar umas historietas para a criançada.
A seguir fui ao parque de estacionamento, no cimo do Parque Eduardo VII, buscar o carro que lá deixara. A máquina de cobrança tinha colado um letreiro com estes dizeres: "Esta máquina não dá recibos".
Pergunto: a empresa que explora o parque de estacionamento entregará ao Fisco o IVA que me cobrou a mim? Duvido que o faça. Porque haveria de o fazer podendo não?