O CASO FERRO RODRIGUES
Vejamos uma coisa: o caso Ferro Rodrigues, até este momento, é algo que se passa apenas e só na imprensa e televisão, isto é, nos meios mediáticos. Ataques, insinuações, respostas, contra-ataques, defesas antecipadas, esclarecimentos, etc., tudo isto se passa nos meios de comunicação social. O que quer dizer que passou a ser esse o palco principal onde se dirimem as questões criminais em Portugal, palco esse aceite por todos – Procuradoria Geral de República incluída – . Isto tudo pode não significar a dissolução do Estado de Direito (e no meu entender não significa), mas configura um problema complexo que tem a Justiça como centro e cuja solução – todos já o percebemos – vai determinar profundas medidas legislativas em que o poder político alterará as leis tentando prevenir-se para que no futuro os seus membros possam estar mais protegidos ganhando um estatuto de Escolhidos quase Intocáveis. Sílvio Berlusconi é o arquétipo a seguir. E se o seguirem à risca, então sim: nessa altura estará consumada a dissolução do Estado de Direito.