HOJE ESTÁ DE CHUVA EM LISBOA. Apreciemos as avenidas de Jean Beraud
The Bulevards
Jean Beraud
domingo, junho 29, 2003
MUITO EDIFICANTE SIM SENHOR
O "Grande Júri" da TSF teve ontem como convidado Jorge Nuno Pinto da Costa. Carlos Andrade tratou-o quase sempre por "Sr. Pinto da Costa" e algumas vezes apenas por "senhor"; Carlos Magno não a fez por menos: foi "Sr. presidente Pinto da Costa" por um lado ou então simplesmente "presidente", por outro.
Isiste-se no endeusamento dos dirigentes do futebol e depois "aqui d'el rei que estes mafiosos da bola querem mandar no País".
O "Grande Júri" da TSF teve ontem como convidado Jorge Nuno Pinto da Costa. Carlos Andrade tratou-o quase sempre por "Sr. Pinto da Costa" e algumas vezes apenas por "senhor"; Carlos Magno não a fez por menos: foi "Sr. presidente Pinto da Costa" por um lado ou então simplesmente "presidente", por outro.
Isiste-se no endeusamento dos dirigentes do futebol e depois "aqui d'el rei que estes mafiosos da bola querem mandar no País".
sexta-feira, junho 27, 2003
A VER VAMOS ou, como diria o outro, HAVER VAMOS?
Leis são leis e eu não sei interpretá-las e muito menos discutir a sua aplicação. Mas não deixa de me fazer uma confusão danada o facto relatado hoje no jornal Público em que o Estado pede, a funcionários a quem acusa de falta de zelo, o pagamento de avultadíssimas verbas pagas indevidamente aos gestores do hospital Amadora Sintra – ao mesmo tempo que é omissa qualquer acção do Estado para reaver o dinheiro de quem o recebeu indevidamente, o cobrou, em alguns casos duas vezes (como se diz na notícia) e o facturou fraudulentamente. Até parece que as novas gestões hospitalares foram criadas precisamente para sangrar o Estado, fazer definhar os hospitais e enriquecer os privados.
Leis são leis e eu não sei interpretá-las e muito menos discutir a sua aplicação. Mas não deixa de me fazer uma confusão danada o facto relatado hoje no jornal Público em que o Estado pede, a funcionários a quem acusa de falta de zelo, o pagamento de avultadíssimas verbas pagas indevidamente aos gestores do hospital Amadora Sintra – ao mesmo tempo que é omissa qualquer acção do Estado para reaver o dinheiro de quem o recebeu indevidamente, o cobrou, em alguns casos duas vezes (como se diz na notícia) e o facturou fraudulentamente. Até parece que as novas gestões hospitalares foram criadas precisamente para sangrar o Estado, fazer definhar os hospitais e enriquecer os privados.
DOIS RETRATOS DO QUOTIDIANO MEDIÁTICO
1. Há casos de sucesso radiofónico que quando levados para televisão resultam numa pepineira de todo o tamanho.
Júlio Machado Vaz teve um enorme e merecido sucesso com o programa “O Sexo dos Anjos”, aí há uns anos, na TSF. Desde algum tempo a esta parte debita, num canal da televisão por cabo, aquilo que parece ser sempre a mesma conversa mil vezes repisada, mil vezes gasta e chatérrima que nem potassa. Não há pachorra!
2. Mesmo estando apenas na rádio, o “Freud e Maquiavél”, de Carlos Amaral Dias (CAD) e Carlos Magno (CM), aos domingos na TSF, também está a entrar nesse ritmo de vira o disco e toca o mesmo. Não tem havido domingo santo em que o “simbólico” não toma conta do programa. De uma ponta à outra – parece que não há nada neste mundo cuja carga simbólica não seja a coisa mais importante a ter em conta –. Para além disso temos que saber sempre onde esteve e o que fez Amaral Dias na semana que passou; onde estará na próxima semana e o que vai fazer; onde escreveu e o quê, num fenómeno cabotinístico deprimente que culmina com aquela pose de adolescente-que-vestiu-fato-pela-primeira-vez que apresenta semanalmente num canal da tv por cabo; quando não resolve somar a tudo isso a publicitação da agenda política da sua excelsa filha, militante do Bloco de Esquerda.
A busca de simbolismo em tudo o que mexe levou, há três ou quatro programas atrás, CM a apelidar de “fantástico” o facto por ele presenciado em Sevilha quando um polícia ou segurança espanhol retirou a tampa a uma garrafa de água que Belmiro de Azevedo pretendia transportar para dentro do estádio onde se iria disputar a final da taça uefa (vai em minúsculas para ter simbolismo). É óbvio que o polícia ou lá o que era quis impedir que Belmiro transformasse a garrafa num projéctil, mas CM viu mais longe e foi pena não ter compartilhado com os ouvintes a profunda análise simbólica que fez de tão fantástico acto. Se tivesse um blogue teria oportunidade de me mandar calar mas sempre explicaria a coisa para deleite dos intelectuais. É pena seguir as regras de PRD.
1. Há casos de sucesso radiofónico que quando levados para televisão resultam numa pepineira de todo o tamanho.
Júlio Machado Vaz teve um enorme e merecido sucesso com o programa “O Sexo dos Anjos”, aí há uns anos, na TSF. Desde algum tempo a esta parte debita, num canal da televisão por cabo, aquilo que parece ser sempre a mesma conversa mil vezes repisada, mil vezes gasta e chatérrima que nem potassa. Não há pachorra!
2. Mesmo estando apenas na rádio, o “Freud e Maquiavél”, de Carlos Amaral Dias (CAD) e Carlos Magno (CM), aos domingos na TSF, também está a entrar nesse ritmo de vira o disco e toca o mesmo. Não tem havido domingo santo em que o “simbólico” não toma conta do programa. De uma ponta à outra – parece que não há nada neste mundo cuja carga simbólica não seja a coisa mais importante a ter em conta –. Para além disso temos que saber sempre onde esteve e o que fez Amaral Dias na semana que passou; onde estará na próxima semana e o que vai fazer; onde escreveu e o quê, num fenómeno cabotinístico deprimente que culmina com aquela pose de adolescente-que-vestiu-fato-pela-primeira-vez que apresenta semanalmente num canal da tv por cabo; quando não resolve somar a tudo isso a publicitação da agenda política da sua excelsa filha, militante do Bloco de Esquerda.
A busca de simbolismo em tudo o que mexe levou, há três ou quatro programas atrás, CM a apelidar de “fantástico” o facto por ele presenciado em Sevilha quando um polícia ou segurança espanhol retirou a tampa a uma garrafa de água que Belmiro de Azevedo pretendia transportar para dentro do estádio onde se iria disputar a final da taça uefa (vai em minúsculas para ter simbolismo). É óbvio que o polícia ou lá o que era quis impedir que Belmiro transformasse a garrafa num projéctil, mas CM viu mais longe e foi pena não ter compartilhado com os ouvintes a profunda análise simbólica que fez de tão fantástico acto. Se tivesse um blogue teria oportunidade de me mandar calar mas sempre explicaria a coisa para deleite dos intelectuais. É pena seguir as regras de PRD.
segunda-feira, junho 23, 2003
PRD CASSANDRA DA BLOGOSFERA
Eu vejo a posição de Pedro Rolo Duarte expressa no DNa de ontem, contra a como que promiscuidade entre jornalismo e bloguismo, por mais um prisma a somar aos até aqui utilizados por muitos blogueiros de créditos intelectuais firmados na praça mediática portuguesa. Achando que tudo o que já li em vários blogues, rejeitando e ou criticando a posição de PRD, tem fundamento e colhe a minha concordância unanimista (quem seria eu se não tivesse também o meu umbigo bloguista para me distrair e realizar de certa forma como cidadão com opinião publicada), tenho para mim que é muito bem capaz de haver mais uma razão escondida que faz correr Rolo Duarte – revistas como o DNa podem muito bem, no futuro, vir a perder quase todo o interesse dos leitores desde que na blogosfera escrevam jornalistas, opinion makers, críticos, escritores e profissionais dos mais variados ramos e se dê, concomitantemente ou mesmo gradativamente, publicidade à existência dos blogues mais importantes (como aliás está a acontecer a um ritmo quase vertiginoso actualmente) para que os leitores façam as suas escolhas.
A tentativa de Rolo Duarte de promover a separação das águas visa sangrar a blogosfera, anemiá-la e impedir que ela venha a ter um verdadeiro fenómeno de policitémia benigna que lhe garanta uma saúde de ferro – a modos que um Lass Viren nos Jogos Olímpicos de 1972 em Munique e nos de 1976 em Montreal.
Desconfiando que não conseguirá promover a anemia do sistema, Pedro Rolo Duarte já vai desejando, em vaticínios cassândricos, que, a haver policitémia, então que seja policitémia vera: a policitémia vera é uma doença do sangue em que há um incremento brutal de todas as células sanguíneas, especialmente dos glóbulos vermelhos, fazendo com que o sangue se torne mais concentrado e viscoso provocando derrames cerebrais e em vários outros órgãos vitais e tecidos do organismo danificando-os seriamente. Mas que fique sabendo PRD que, diagnosticada a tempo, a policitémia tem tratamento.
Eu vejo a posição de Pedro Rolo Duarte expressa no DNa de ontem, contra a como que promiscuidade entre jornalismo e bloguismo, por mais um prisma a somar aos até aqui utilizados por muitos blogueiros de créditos intelectuais firmados na praça mediática portuguesa. Achando que tudo o que já li em vários blogues, rejeitando e ou criticando a posição de PRD, tem fundamento e colhe a minha concordância unanimista (quem seria eu se não tivesse também o meu umbigo bloguista para me distrair e realizar de certa forma como cidadão com opinião publicada), tenho para mim que é muito bem capaz de haver mais uma razão escondida que faz correr Rolo Duarte – revistas como o DNa podem muito bem, no futuro, vir a perder quase todo o interesse dos leitores desde que na blogosfera escrevam jornalistas, opinion makers, críticos, escritores e profissionais dos mais variados ramos e se dê, concomitantemente ou mesmo gradativamente, publicidade à existência dos blogues mais importantes (como aliás está a acontecer a um ritmo quase vertiginoso actualmente) para que os leitores façam as suas escolhas.
A tentativa de Rolo Duarte de promover a separação das águas visa sangrar a blogosfera, anemiá-la e impedir que ela venha a ter um verdadeiro fenómeno de policitémia benigna que lhe garanta uma saúde de ferro – a modos que um Lass Viren nos Jogos Olímpicos de 1972 em Munique e nos de 1976 em Montreal.
Desconfiando que não conseguirá promover a anemia do sistema, Pedro Rolo Duarte já vai desejando, em vaticínios cassândricos, que, a haver policitémia, então que seja policitémia vera: a policitémia vera é uma doença do sangue em que há um incremento brutal de todas as células sanguíneas, especialmente dos glóbulos vermelhos, fazendo com que o sangue se torne mais concentrado e viscoso provocando derrames cerebrais e em vários outros órgãos vitais e tecidos do organismo danificando-os seriamente. Mas que fique sabendo PRD que, diagnosticada a tempo, a policitémia tem tratamento.
domingo, junho 22, 2003
MISTÉRIO ESCLARECIDO
Está ainda no ar o Flash Back deste domingo na TSF e já estou esclarecido sobre onde posta José Magalhães: por enquanto o ciberdeputado está postando clandestinamente num blogue que só tornará público depois do início das férias parlamentares. Mas fiquei também a saber que há um blogue que se chama "O ex-futuro blogue do José Magalhães" cuja visita se impõe.
Condenada a inexistência de espaço para comentários no Abrupto de Pacheco Pereira (que por isso se acha classificado por Magalhães como proprietário de um blogue totalitário) esperemos poder vir a postar comentários no que será ex-blogue clandestino do José Magalhães.
Está ainda no ar o Flash Back deste domingo na TSF e já estou esclarecido sobre onde posta José Magalhães: por enquanto o ciberdeputado está postando clandestinamente num blogue que só tornará público depois do início das férias parlamentares. Mas fiquei também a saber que há um blogue que se chama "O ex-futuro blogue do José Magalhães" cuja visita se impõe.
Condenada a inexistência de espaço para comentários no Abrupto de Pacheco Pereira (que por isso se acha classificado por Magalhães como proprietário de um blogue totalitário) esperemos poder vir a postar comentários no que será ex-blogue clandestino do José Magalhães.
ERROS DE PALMATÓRIA
Chega a ser aflitivo constatar tantos erros ortográficos nos jornais, a juntar a tantos outros ditos pelos apresentadores de televisão e repórteres da televisão e da rádio.
Desde feminizar o grama (medida de massa), à leitura errada da acentuação de certas palavras de uso comezinho (que, óbviamente, deveriam conhecer), a tudo assistimos e lemos com espanto pois da língua pátria se trata. E trata-se mal a língua pátria num chorrilho que deseduca o telespectador e o leitor. Então sobre as palavras “sob” e “sobre” nem falemos: quase todos acham que só existe a segunda, e vá de dizer que fulano está sobre pressão e por aí adiante – ainda hoje no editorial do jornal Público, José Manuel Fernandes escreve (ou alguém grafou por ele) que «Dois dos funcionários que (alguém) tinha sobre a sua tutela não estavam em Lisboa…» –. Outros acham que estão a ser projedicados em vez de prejudicados; a lista é enorme e não cabe aqui fazê-la (fica esta tarefa para MRS que tem tempo para tudo). Chega, caramba! Leiam um pouco mais em português.
Chega a ser aflitivo constatar tantos erros ortográficos nos jornais, a juntar a tantos outros ditos pelos apresentadores de televisão e repórteres da televisão e da rádio.
Desde feminizar o grama (medida de massa), à leitura errada da acentuação de certas palavras de uso comezinho (que, óbviamente, deveriam conhecer), a tudo assistimos e lemos com espanto pois da língua pátria se trata. E trata-se mal a língua pátria num chorrilho que deseduca o telespectador e o leitor. Então sobre as palavras “sob” e “sobre” nem falemos: quase todos acham que só existe a segunda, e vá de dizer que fulano está sobre pressão e por aí adiante – ainda hoje no editorial do jornal Público, José Manuel Fernandes escreve (ou alguém grafou por ele) que «Dois dos funcionários que (alguém) tinha sobre a sua tutela não estavam em Lisboa…» –. Outros acham que estão a ser projedicados em vez de prejudicados; a lista é enorme e não cabe aqui fazê-la (fica esta tarefa para MRS que tem tempo para tudo). Chega, caramba! Leiam um pouco mais em português.
sábado, junho 21, 2003
quinta-feira, junho 19, 2003
MEA CULPA
Quero aqui pedir desculpas a José Colaço Barreiros (que não conheço) por tê-lo ofendido grosseiramente num post do dia 16 de junho, 12:59 AM. Quanto à minha opinião sobre a sua tradução de “A Ilha do Dia Antes”, mantenho-a integralmente: é uma péssima tradução. Pelas razões apresentadas no referido post e por muitas outras que quem tiver a oportunidade de ler o livro encontrará. Só não retiro do post os nomes feios que lhe chamei porque as regras da blogosfera não permitem alterações e apagamentos de posts.
Quero aqui pedir desculpas a José Colaço Barreiros (que não conheço) por tê-lo ofendido grosseiramente num post do dia 16 de junho, 12:59 AM. Quanto à minha opinião sobre a sua tradução de “A Ilha do Dia Antes”, mantenho-a integralmente: é uma péssima tradução. Pelas razões apresentadas no referido post e por muitas outras que quem tiver a oportunidade de ler o livro encontrará. Só não retiro do post os nomes feios que lhe chamei porque as regras da blogosfera não permitem alterações e apagamentos de posts.
terça-feira, junho 17, 2003
Bathers at Asnières
Georges Seurat (1883-1884)
Leia um ensaio sobre Seurat em http://www.essaymill.com/free_essays/inmers/m1170.htm
E fique a saber o que pensa o ensaista sobre este quadro.
Se já leu o ensaio, compare então o quadro de cima com este e constate a evolução técnica do pintor:
Sunday Afternoon on the Island of La Grande-Jatte
Georges Seurat (1884-1886)
Georges Seurat (1883-1884)
Leia um ensaio sobre Seurat em http://www.essaymill.com/free_essays/inmers/m1170.htm
E fique a saber o que pensa o ensaista sobre este quadro.
Se já leu o ensaio, compare então o quadro de cima com este e constate a evolução técnica do pintor:
Sunday Afternoon on the Island of La Grande-Jatte
Georges Seurat (1884-1886)
segunda-feira, junho 16, 2003
PÉROLAS DE UMA TRADUÇÃO
José Colaço Barreiros (quem será este desconhecido?) traduziu para a DIFEL “A Ilha do Dia Antes” de Umberto Eco.
Com muito esforço e um frasco inteiro de lexotan consegui chegar à página 66 das 468 que o romance tem.
Eu que de literatura aprendi apenas o que me ensinei ao acaso, através de leituras desgarradas de obras não referenciadas, dei por mim a classificar este tradutor como o mais besta que até hoje tentou escrever na língua do vate comemorado a 10 de Junho. Senão vejamos – mas antes disso digam-me, por favor, o que posso fazer para ver-me ressarcido do dinheiro, mas sobretudo do tempo gasto com esta porcaria de tradução –.
Aqui vão algumas pérolas elucidativas:
1. Depois de ter escrito (página 56, linhas 34 a 36) «... Roberto compreendia que era qualquer coisa como um Richelieu espanhol, mas menos beijado pela fortuna ...»; (página 63, linha 5), que «…Roberto… havia desenrolhado uma garrafa…»; de nos descrever (página 64, linhas 13 e 14) «…nuvens a liquefazerem-se no céu… como se por ele transitassem bandos de peixes dotados de uma lâmpada interna.»; (página 64, linhas 17 e 18) nuvens «…condensando-se e depositando-se como nata, macia onde escorria para baixo,…» – depois destas pequenas pérolas – somos brindados com dois parágrafos de uma erudição inultrapassável senão mesmo original e incompreensível para mentes vulgares.
2. O primeiro é este (página 65, linhas 6 a 11): «Não, disse-se Roberto, a dor que esta luz provoca nos meus olhos diz-me que não sonho, mas sim vejo. As minhas pupilas sofrem pela tempestade de átomos que, como de um grande navio de guerra, me bombardeiam daquela margem, e não é mais do que a visão que este encontro do olho com o polvorinho da matéria que o atinge.» Não me enganei – é ponto mesmo, é o fim de uma fala.
3. E aqui temos o segundo (página 65, linhas 29 a 37): «Ele estava vivo, em estado de vigília, e lá em baixo, ilha ou continente que fosse, havia uma coisa. O que era essa coisa não sabia: como as cores dependem quer do objecto por que são afectadas, quer pela luz que nele se reflecte, e pelo olho que as fixa, assim a terra mais longínqua lhe aparecia verdadeira no seu ocasional e transeunte conúbio da luz, dos ventos, das nuvens e dos seus olhos exaltados e afligidos. Talvez amanhã, ou daí a poucas horas, aquela terra já seria diferente.» O ponto é mesmo parágrafo
E agora, o que é que eu faço? Vou ao psiquiatra da moda que Amara(l) todos os Dias em tudo que é média; procuro esse tal de José Colaço Barreiros e afinfo-lhe duas naquela corneta enferrujada ou peço à DIFEL que tão erudito tradutor arranjou que me devolva o meu dinheirinho, os juros, o tempo perdido e tudo o mais que há-de vir a acontecer-me devido ao enorme trauma de que sou vítima?
Ajudem-me! Leiam o livro e compreendam a minha aflição.
José Colaço Barreiros (quem será este desconhecido?) traduziu para a DIFEL “A Ilha do Dia Antes” de Umberto Eco.
Com muito esforço e um frasco inteiro de lexotan consegui chegar à página 66 das 468 que o romance tem.
Eu que de literatura aprendi apenas o que me ensinei ao acaso, através de leituras desgarradas de obras não referenciadas, dei por mim a classificar este tradutor como o mais besta que até hoje tentou escrever na língua do vate comemorado a 10 de Junho. Senão vejamos – mas antes disso digam-me, por favor, o que posso fazer para ver-me ressarcido do dinheiro, mas sobretudo do tempo gasto com esta porcaria de tradução –.
Aqui vão algumas pérolas elucidativas:
1. Depois de ter escrito (página 56, linhas 34 a 36) «... Roberto compreendia que era qualquer coisa como um Richelieu espanhol, mas menos beijado pela fortuna ...»; (página 63, linha 5), que «…Roberto… havia desenrolhado uma garrafa…»; de nos descrever (página 64, linhas 13 e 14) «…nuvens a liquefazerem-se no céu… como se por ele transitassem bandos de peixes dotados de uma lâmpada interna.»; (página 64, linhas 17 e 18) nuvens «…condensando-se e depositando-se como nata, macia onde escorria para baixo,…» – depois destas pequenas pérolas – somos brindados com dois parágrafos de uma erudição inultrapassável senão mesmo original e incompreensível para mentes vulgares.
2. O primeiro é este (página 65, linhas 6 a 11): «Não, disse-se Roberto, a dor que esta luz provoca nos meus olhos diz-me que não sonho, mas sim vejo. As minhas pupilas sofrem pela tempestade de átomos que, como de um grande navio de guerra, me bombardeiam daquela margem, e não é mais do que a visão que este encontro do olho com o polvorinho da matéria que o atinge.» Não me enganei – é ponto mesmo, é o fim de uma fala.
3. E aqui temos o segundo (página 65, linhas 29 a 37): «Ele estava vivo, em estado de vigília, e lá em baixo, ilha ou continente que fosse, havia uma coisa. O que era essa coisa não sabia: como as cores dependem quer do objecto por que são afectadas, quer pela luz que nele se reflecte, e pelo olho que as fixa, assim a terra mais longínqua lhe aparecia verdadeira no seu ocasional e transeunte conúbio da luz, dos ventos, das nuvens e dos seus olhos exaltados e afligidos. Talvez amanhã, ou daí a poucas horas, aquela terra já seria diferente.» O ponto é mesmo parágrafo
E agora, o que é que eu faço? Vou ao psiquiatra da moda que Amara(l) todos os Dias em tudo que é média; procuro esse tal de José Colaço Barreiros e afinfo-lhe duas naquela corneta enferrujada ou peço à DIFEL que tão erudito tradutor arranjou que me devolva o meu dinheirinho, os juros, o tempo perdido e tudo o mais que há-de vir a acontecer-me devido ao enorme trauma de que sou vítima?
Ajudem-me! Leiam o livro e compreendam a minha aflição.
domingo, junho 15, 2003
LAVRO AQUI O MEU PROTESTO. CRISTO É HOMOFÓBICO!
TROUXE A SOLUÇÃO PARA AS LISTAS DE ESPERA CIRÚRGICAS NOS HOSPITAIS MAS ISSO NÃO O ABSOLVE
Esta já vem um pouco tarde mas mesmo assim mantém alguma actualidade pois o fenómeno é transcendental e, presumo, de carácter permanente. Refiro-me às variadas curas que Cristo tem operado em diversas pessoas, através da Alexandra Solnado. A qual proporcionou a cura ao próprio pai extraindo-lhe “um bocado de carne” não se sabe bem de onde nem o que é que era pois não trazia o relatório anatomopatológico que se impunha – devia estar avariada a impressora celestial naquele momento ou ter-se partido o santo microscópio –. O pai, Raul Solnado, presente ao acto de revelação da sua “cura”, nada disse; ficou estático, com aquela cara de boneco de cera que lhe conhecemos de alguns comícios de apoio a gentes do PS.
Repito, Raul Solnado não falou – que eu ouvisse pelo menos – mas deveria vir dizer-nos se de facto foi assim que aconteceu a sua “cura” e depois garantir-nos, em coerência, que já não precisa de médicos e se entregou nas mãos de Cristo, por interposta filha, para o resto da sua vida. E que quem, de futuro, o vir à porta de um hospital ou de um consultório médico deverá corre-lo a pontapé pois tamanha traição não se deverá fazer a Cristo. Eu, por mim, tomo este dado como adquirido e agora só uso botas com biqueiras de aço.
Confesso, entretanto, que tenho uma pulga atrás da orelha: que Cristo só fale com aleijadinhas e actrizes feínhas – é lá com Ele – mas que só escolha mulheres do calibre das acima mencionadas para comunicar com a Humanidade; e que nunca tenha escolhido um homem como intermediário é uma descriminação inaceitável em Tal personagem. Daí o meu protesto. E o meu desconforto por causa da pulga.
TROUXE A SOLUÇÃO PARA AS LISTAS DE ESPERA CIRÚRGICAS NOS HOSPITAIS MAS ISSO NÃO O ABSOLVE
Esta já vem um pouco tarde mas mesmo assim mantém alguma actualidade pois o fenómeno é transcendental e, presumo, de carácter permanente. Refiro-me às variadas curas que Cristo tem operado em diversas pessoas, através da Alexandra Solnado. A qual proporcionou a cura ao próprio pai extraindo-lhe “um bocado de carne” não se sabe bem de onde nem o que é que era pois não trazia o relatório anatomopatológico que se impunha – devia estar avariada a impressora celestial naquele momento ou ter-se partido o santo microscópio –. O pai, Raul Solnado, presente ao acto de revelação da sua “cura”, nada disse; ficou estático, com aquela cara de boneco de cera que lhe conhecemos de alguns comícios de apoio a gentes do PS.
Repito, Raul Solnado não falou – que eu ouvisse pelo menos – mas deveria vir dizer-nos se de facto foi assim que aconteceu a sua “cura” e depois garantir-nos, em coerência, que já não precisa de médicos e se entregou nas mãos de Cristo, por interposta filha, para o resto da sua vida. E que quem, de futuro, o vir à porta de um hospital ou de um consultório médico deverá corre-lo a pontapé pois tamanha traição não se deverá fazer a Cristo. Eu, por mim, tomo este dado como adquirido e agora só uso botas com biqueiras de aço.
Confesso, entretanto, que tenho uma pulga atrás da orelha: que Cristo só fale com aleijadinhas e actrizes feínhas – é lá com Ele – mas que só escolha mulheres do calibre das acima mencionadas para comunicar com a Humanidade; e que nunca tenha escolhido um homem como intermediário é uma descriminação inaceitável em Tal personagem. Daí o meu protesto. E o meu desconforto por causa da pulga.
terça-feira, junho 10, 2003
A FEIRA DO LIVRO
(De um email enviado a jpp)
Tenho lido as loas que se tecem nos média à Feira do Livro deste ano: “O Fio do Horizonte”, de Eduardo Prado Coelho, no Público de hoje, é disso um exemplo com o mérito de tecer algumas críticas pertinentes, mas que, no meu entender, não vão resolver um problema de fundo que se depreende do relato que aqui deixo da minha experiência de ontem naquela feira.
No alfarrabista, “stand” 85, pergunto se têm “Subsídios para a História de Cabo Verde e Guiné” da autoria de Christiano José de Senna Barcellos e respondem-me enfastiadamente – não, não temos – dando-me a impressão que o melhor que eu tinha a fazer era comprar o que estava à vista ou desandar dali para fora. Não houve a mínima preocupação, o profissionalismo por mim esperado de que quisessem o meu contacto para o dia em que tal obra eventualmente lhes fosse parar à estante. Nada. Desandei.
No “stand” 156, da Quetzal, pedi o conto de Karen Blixen, “Ehrengarda a Ninfa do Lago” (por sinal um conto belíssimo); depois de uma consulta ao computador e aos cadernos foi-me respondido – está esgotado –. Haverá reedição? lá no armazém não haverá um exemplar perdido? ousei perguntar ainda – não sabemos, o que sabemos é que está mesmo esgotado. Aparentemente muito paciente joguei um último lance: e o Pátio Maldito, de Ivo Andric, editado pela Cavalo de Ferro? – não temos disponível, mas pode encontrar no Chiado.
Pergunto: em que é que a Feira do Livro substitui uma visita às livrarias que neste período até também fazem os mesmos descontos? Gasta-se todo aquele dinheiro da autarquia maioritariamente com o objectivo de captar novos leitores que na sua maioria talvez só compram livros nestes dias? Parece que sim. É que não vejo outro objectivo válido conseguível.
Posted by: ASM / 11:09 AM
O DESEJO PELA REALIDADE?
Não resisto a transcrever mais uma (e será a última) de Luis Delgado saído hoje no DIÁRIO DIGITAL:
«E ao deixar morrer o caso em tribunal, testemunhando, Paulo Portas pôs também fim ao julgamento mediático que decorreu durante estes anos todos, e que a partir de agora, mesmo que esporadicamente possa voltar, terá sempre como resposta inquestionável o facto de ter esclarecido no sítio certo tudo o que sabia do assunto. Sem exageros, este terá sido o dia mais feliz do político e ministro Paulo Portas.»
Li isto e fiquei a perguntar-me: trata-se da prosa de um jornalista-homem-da-propaganda enquanto tal, ou será uma manifestação de total desprezo pela inteligência dos leitores?
(De um email enviado a jpp)
Tenho lido as loas que se tecem nos média à Feira do Livro deste ano: “O Fio do Horizonte”, de Eduardo Prado Coelho, no Público de hoje, é disso um exemplo com o mérito de tecer algumas críticas pertinentes, mas que, no meu entender, não vão resolver um problema de fundo que se depreende do relato que aqui deixo da minha experiência de ontem naquela feira.
No alfarrabista, “stand” 85, pergunto se têm “Subsídios para a História de Cabo Verde e Guiné” da autoria de Christiano José de Senna Barcellos e respondem-me enfastiadamente – não, não temos – dando-me a impressão que o melhor que eu tinha a fazer era comprar o que estava à vista ou desandar dali para fora. Não houve a mínima preocupação, o profissionalismo por mim esperado de que quisessem o meu contacto para o dia em que tal obra eventualmente lhes fosse parar à estante. Nada. Desandei.
No “stand” 156, da Quetzal, pedi o conto de Karen Blixen, “Ehrengarda a Ninfa do Lago” (por sinal um conto belíssimo); depois de uma consulta ao computador e aos cadernos foi-me respondido – está esgotado –. Haverá reedição? lá no armazém não haverá um exemplar perdido? ousei perguntar ainda – não sabemos, o que sabemos é que está mesmo esgotado. Aparentemente muito paciente joguei um último lance: e o Pátio Maldito, de Ivo Andric, editado pela Cavalo de Ferro? – não temos disponível, mas pode encontrar no Chiado.
Pergunto: em que é que a Feira do Livro substitui uma visita às livrarias que neste período até também fazem os mesmos descontos? Gasta-se todo aquele dinheiro da autarquia maioritariamente com o objectivo de captar novos leitores que na sua maioria talvez só compram livros nestes dias? Parece que sim. É que não vejo outro objectivo válido conseguível.
Posted by: ASM / 11:09 AM
O DESEJO PELA REALIDADE?
Não resisto a transcrever mais uma (e será a última) de Luis Delgado saído hoje no DIÁRIO DIGITAL:
«E ao deixar morrer o caso em tribunal, testemunhando, Paulo Portas pôs também fim ao julgamento mediático que decorreu durante estes anos todos, e que a partir de agora, mesmo que esporadicamente possa voltar, terá sempre como resposta inquestionável o facto de ter esclarecido no sítio certo tudo o que sabia do assunto. Sem exageros, este terá sido o dia mais feliz do político e ministro Paulo Portas.»
Li isto e fiquei a perguntar-me: trata-se da prosa de um jornalista-homem-da-propaganda enquanto tal, ou será uma manifestação de total desprezo pela inteligência dos leitores?
MAIS UMA CITAÇÃO, COM A DEVIDA VÉNIA, DO ARTIGO DE CLARA FERREIRA ALVES ABAIXO MENCIONADO
«No jornal Público Eduardo Dâmaso escreveu um excelente artigo que diz muito sobre o Portugal democrático dos últimos 20 anos. Ou seja, diz, a propósito da Universidade Moderna, que este processo nos reflecte como um espelho claro e luminoso, um bom retrato. Eu acrescentaria que o retrato do povo português faz lembrar a história do retrato de Dorian Gray. ...
... Tudo sancionado por uma legislação frágil, um olho vesgo do poder, e criteriosamente alimentado pelos dinheiros da União e os subsídios. Os portugueses não têm carros, têm BMW´s. Têm Mercedes. Têm Cherokees. Vivem na Brandoa numa assoalhada para a família toda mas têm dois carros em casa. Não compram livros nem os lêem mas não perdem uma conversa de telemóvel como fonte de informação. Os filhos não acabam os estudos mas preenchem fichas para os concursos da televisão na esperança de se tornarem ricos e famosos.
Assim, primeiro com timidez e depois sufragados pela arrogância da nova cultura de massas e o lumpen da comunicação tablóide, uma nova cultura apareceu, e, metida no meio dela, uma nova cultura política, de que os isaltinos e as felgueiras, as estrelas e os judas são os exemplos autárquicos excelentes. Muita febre de viver, muita fúria de viver, muita operação triunfo, como nos títulos dos concursos.»
EXCERTOS DE UM ARTIGO DE CLARA FERREIRA ALVES NO DIÁRIO DIGITAL 09/06/03
«… Democrático e felizmente europeu, o povo português desatou a viver à grande e à francesa ao cabo de anos de penúria. Aos políticos de convicção sucederam-se epígonos, rapaziada deslumbrada pelo arrivismo, as benesses, o poder, a influência, a flatulência da riqueza fácil. E a figura do enriquecimento sem causa…
… E, justamente, quem, à direita, era o paladino de uma nova cultura política, um novo Portugal, mais sério e mais limpo, mais sofisticado e mais patriota? Paulo Portas, o jornalista e director de O Independente. Que presumia de homem honrado e honrado justiceiro.
E que aconteceu? O mesmo Portas acabou ministro, é certo, mas, não resistiu ao Jaguar e ao dinheiro fácil. Passou de uma vida materialmente modesta e delirantemente ambiciosa a uma vida de cheques gordos e escorregadios, de ligações perigosas. Caiu na ratoeira do arrivismo social, vício que presumira em certas figuras políticas que tanto criticara e vituperara por razões de classe. Macário Correia, Jorge Lacão e Duarte Lima, entre outros, foram fuzilados no Independente por serem de famílias pobres, por não serem finos. E eis que o distinto e trepador Portas vai agora a tribunal responder por ter subido muito na vida em muito pouco tempo.
O retrato do povo português é isto: de repente, apareceram as rugas e a decadência, o vício e a degenerescência. Muito de repente. Dorian Gray não é bonito de ver. Nós também não.»
«… Democrático e felizmente europeu, o povo português desatou a viver à grande e à francesa ao cabo de anos de penúria. Aos políticos de convicção sucederam-se epígonos, rapaziada deslumbrada pelo arrivismo, as benesses, o poder, a influência, a flatulência da riqueza fácil. E a figura do enriquecimento sem causa…
… E, justamente, quem, à direita, era o paladino de uma nova cultura política, um novo Portugal, mais sério e mais limpo, mais sofisticado e mais patriota? Paulo Portas, o jornalista e director de O Independente. Que presumia de homem honrado e honrado justiceiro.
E que aconteceu? O mesmo Portas acabou ministro, é certo, mas, não resistiu ao Jaguar e ao dinheiro fácil. Passou de uma vida materialmente modesta e delirantemente ambiciosa a uma vida de cheques gordos e escorregadios, de ligações perigosas. Caiu na ratoeira do arrivismo social, vício que presumira em certas figuras políticas que tanto criticara e vituperara por razões de classe. Macário Correia, Jorge Lacão e Duarte Lima, entre outros, foram fuzilados no Independente por serem de famílias pobres, por não serem finos. E eis que o distinto e trepador Portas vai agora a tribunal responder por ter subido muito na vida em muito pouco tempo.
O retrato do povo português é isto: de repente, apareceram as rugas e a decadência, o vício e a degenerescência. Muito de repente. Dorian Gray não é bonito de ver. Nós também não.»
segunda-feira, junho 09, 2003
OS AMIGOS SÃO PARA AS OCASIÕES
Reproduzo aqui, sem mais comentários (para além do que contém o título), a coluna escrita hoje por Luis Delgado no DIÁRIO DIGITAL
«No Tribunal de Monsanto pela primeira vez, presencialmente, tal como aconteceu com João Soares, Paulo Portas vai esclarecer o colectivo sobre declarações do principal arguido e de outros que passaram por aquele juízo.
É, como tudo indica, a forma mais directa, rápida e eficaz de este assunto encerrar para o ministro da Defesa. Basta-lhe ser rápido, sucinto, directo e lacónico.
Se correr como se espera, o assunto, que para Paulo Portas já durou mais de quatro anos, estará encerrado. Ainda bem.»
Reproduzo aqui, sem mais comentários (para além do que contém o título), a coluna escrita hoje por Luis Delgado no DIÁRIO DIGITAL
«No Tribunal de Monsanto pela primeira vez, presencialmente, tal como aconteceu com João Soares, Paulo Portas vai esclarecer o colectivo sobre declarações do principal arguido e de outros que passaram por aquele juízo.
É, como tudo indica, a forma mais directa, rápida e eficaz de este assunto encerrar para o ministro da Defesa. Basta-lhe ser rápido, sucinto, directo e lacónico.
Se correr como se espera, o assunto, que para Paulo Portas já durou mais de quatro anos, estará encerrado. Ainda bem.»
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