quinta-feira, julho 29, 2004

A CABEÇA ESTÁ NO COMPUTADOR

Nem lido e relido se acredita.

«Li no "24Horas" esta educativa história: Diogo Feyo é insigne militante do PP e foi colaborador do blogue "O Acidental". Há uns tempos postou um pequeno texto com cinco linhas e cinco erros ortográficos. Uma leitora indignada protestou. Diogo Feyo, prontamente, esclareceu o lapso. Os erros eram devidos ao facto do computador não ter corrector ortográfico. Santana Lopes soube da história e enviou o rapaz para a escola da vida: a Secretaria de Estado da Educação!»

Quer dizer: o homem não tem a mínima preparação pois dá incríveis erros ortográficos em Português. E patenteia a sua incompetência ao mostrar-se absolutamente dependente do corrector ortográfico do computador.

Confirme aqui no Blog de Esquerda de onde a posta foi reroubada.

quarta-feira, julho 28, 2004

MISTÉRIO

Definitivamente Santana Lopes não pertence àquela Direita que José Manuel Fernandes costuma defender até aos limites da insanidade mental.

Salmoura ainda está para descobrir qual a desfeita que Santana Lopes terá feito a JMF para este lhe negar a sua solidariedade política e ideológica, solidariedade tão esbanjada a rodos no passado recente, a favor de José Barroso e de Bush.

Algo se terá passado sem que a gente se tenha apercebido claramente disso pois não é costume o director do jornal "Público" desamparar desta forma tão grosseira um tão alto representante da Direita - fosse qual fosse a inteligência, a preparação, o acerto e a prestação desse representante -. Basta recordar os apoios caninos prestados por JMF aos intervenientes na "cimeira da mentira" para se chegar a esta conclusão.

Enfim... mistério!

terça-feira, julho 27, 2004

BASTANTE INTERESSANTE

Definitivamente o homem acordou. Ele é Vicente Jorge Silva e tem-nos brindado com algumas postas estimulantes de uma contundência política até há pouco inusitada pelos lados do Causa Nossa.

Vá até lá e desopile-se um pouco lendo o que tem dito para o interior do PS esse homem que um dia descobriu a "geração rasca", outro dia integrou a bancada parlamentar do PS como deputado independente, e agora decidiu cortar as amarras com o partido e fazer claramente a sua leitura política crítica dos arranjos e desarranjos preparatórios da sucessão de Ferro Rodrigues, que se vão sucedendo no seio do Partido Socialista, protagonizados por algumas figuras representativas das várias facções que por lá coabitam.

Vale a pena ler as postas de Vicente Jorge Silva pois o homem sabe do que fala.

sexta-feira, julho 23, 2004

BRAVO! VICENTE

Vicente Jorge Silva ouviu as críticas de Salmoura aos suplentes de Vital Moreira no Causa Nossa e vai daí desarrincou uma posta "à la Salmoura" que saúdo vivamente.

Não é todos os dias que alguém cuja opinião já foi, em tempos, 
escutada com muito interesse (quando dirigiu o jornal diário "Público") escreve: «Assim vai a estabilidade política num país que se confunde cada vez mais com uma república das bananas ou um ninho de cucos.»

Digam lá se não é mesmo uma escrita "à la Salmoura". 


CHAPEAU, SENHOR ZAHOVIC

Quando se ouve dizer que aos 16 anos alguém foi campeão nacional de xadrez no seu país; que, sendo hoje jogador de futebol, esse alguém lê livros durante os estágios e quando frequenta o bar do local de estágio pede para desligarem a televisão;

Quando se ouve dizer, ou melhor, se lê isso, como li, aqui no Causa Nossa, é caso para dizer: Aleluia! finalmente há um jogador de futebol capaz de pensar e que não é daqueles que só sabem dizer: «o futebol é isso mesmo».


terça-feira, julho 20, 2004

BELO, BELÍSSIMO!

Neste último fim-de-semana Salmoura foi à sua "petite Marmeleira" onde remexeu o conteúdo de um baú com papéis velhos de cerca de trinta, vinte e cinco anos. Encontrou alguns textos curiosos (resiste a dizer que são interessantes) que decidiu dar à estampa na blogosfera pelo que acaba de criar um blogue onde os publicará.

Nada melhor, crê Salmoura, que inaugurar o novo blogue com um texto que é tão só:

Um dos mais belos textos narrativos que jamais alguém terá um dia escrito.

Avaliai por vós mesmos. Deliciai-vos! É a palavra exacta para o acto sublime que consiste em ler

"Exaltação da Tortilha de Banana"


O narrador é o escritor cubano, Enrique Lanza, hoje (onde estará?) um cinquentão. Em 1975 Lanza vivia em Havana onde escrevia e desenhava na cadeira de rodas a que o reduzira um acidente de automóvel. Foi sentado nessa cadeira que produziu a bela narrativa que começa assim:

«Em certas ocasiões, especialmente feriadas, preparada pela mão incrível de meu pai, aparece na nossa mesa uma tortilha de bananas, de um sabor e de um aspecto entre o onírico e o pornográfico... A banana, como é bem sabido, apresenta, no seu estado natural, um aspecto nitidamente falusco; mas quando se torna friável, num estado avançado de maturação, e se mistura com ovo batido, o seu aspecto muda de uma maneira crisálica, convertendo-se numa espécie de incrível filete público. Poucas vezes - creio - se viu tamanha transformação na História, salvo no caso, talvez, da estranha aventura de Orlando, e na história - bastante desprezível, por certo - de determinados transformistas de feira barata.
Seja como for, a execução desta tortilha por parte de meu pai é sempre um labor de natureza particularmente mística.»


E mais à frente:

«Preparadas as bananas, seleccionados os bocados mais delicados, procede-se à imersão dos ovos batidos na frigideira. Estes ovos não podem ser ovos normais e correntes, como esses que é possível passar por água; pelo contrário, enquanto que naqueles é recomendável uma palidez quase botticéllica, os ovos para a tortilha de bananas devem ter, nas suas gemas, um pouco de Van Gogh e um pouco de Breughel, e nas suas claras, um branco puramente construtivista, ascético, quase - e é delicioso este quase - virginal.»

Como, por certo, gostou destes dois exemplos da bela escrita de Enrique Lanza, aqui tem, para seu deleite, em
O BAÚ DE SALMOURA, a narrativa completa.

domingo, julho 18, 2004

GRANDE IMBRÓGLIO

Escreve JPP no Abrupto:


«CATÁLOGO DE ATITUDES»

«Nenhuma dúvida, dúvidas, benefício da dúvida, complacência, fila de cumprimentos, palmas, muitas palmas, e "agora é que vai ser".»


Esta posta do Abrupto somada à demolição que hoje na TVI Marcelo fez do Governo de Santana, quer dizer tudo:

Quer sobretudo dizer que o Presidente Jorge Sampaio está tão tramado como tramado está o Governo e como ainda e infelizmente tramadíssimo está o povo português.

Vamos emigrar para o Iraque?


SANTANA JUSTIFICADO

Com a ida de Vital Moreira de férias o
Causa Nossa ficou entregue aos restantes blogueiros a saber: Ana Gomes (AG), Jorge Wemans (JW), Luís Filipe Borges (LFB), Luís Nazaré (LN), Luís Osório (LO), Maria Manuel Leitão Marques (MMLM), Vicente Jorge Silva (VJS).

Dos textos que estes blogueiros têm publicado ressalta a evidente tentativa de fazer humor político, faltando-lhes a substância, a seriedade, a eficácia e as consequências que os textos de Vital Moreira costumam trazer.

O
Causa Nossa está a ser, assim, por estes dias, como que um Gato Fedorento (blogue de humor preferencialmente político), mas um Gato Fedorento um tanto ou quanto sensaborão e leviano.

Parece que os blogueiros que ficaram de serviço acham que devem travestir-se do adolescente que já foram para melhor comunicarem na blogosfera.
 
E isso resulta em textos pacóvios que nos fazem perguntar: mas esse indivíduos são aqueles a quem se deram e se dão lugares de destaque nos partidos políticos e nas instituições do País?

Serão os mesmos indivíduos?

Ao que chegámos, meu Deus!

É por isso que o País está como está e tem Santana a Primeiro-Ministro.

A lógica é cristalina: viva a mediocridade!

Volta depressa Vital.

Actualizado às 22:39 de 18 de Julho:
Se não acreditam leiam esta posta

 

sábado, julho 17, 2004

APERTOS

Hoje, na tomada de posse do novo executivo de Sampaio este veio dizer-nos a todos que não é responsável por este Governo.

Ai é, é!

E não é por vir dizer que não é responsável que deixa de o ser.

Isso é o mesmo que Sampaio sair à varanda do palácio de Belém e dizer-nos: «eu não estou à varanda».

É a mesma coisa.

Não há volta a dar-lhe.

Este Governo é o Governo de Jorge Sampaio. Por mais que o negue e renegue.
 
REQUIEM

Neste preciso momento, 17:20 horas, algures em Portugal, o Zé Povinho está a ser solenemente tramado, com "F" grande.
 
UM GATO DIFERENTE

 
 
Conto isto porque tem a sua piada. Longe de mim desrespeitar a figura do Senhor Presidente da República.

Tenho três gatos persas dentre os quais se destaca o Gauguin pela sua superior inteligência e perspicácia em relação aos outros dois e por alguns actos absolutamente curiosos que uma ou outra vez pratica.

O Gauguin tem um tal sentido de justiça (ou de injustiça, sei lá) que, por exemplo, quando alguém o pisa, ou faz qualquer outra coisa que o desagrada, e não pede desculpa, afasta-se e desaparece do local.

Passado algum tempo, às vezes horas, vai-se descobrir: o Gauguin vingou-se do sucedido urinando num sapato ou numa peça de roupa do seu "agressor".

Para além de tudo o Gauguin é meu companheiro inseparável, desde que chego a casa até que saio para o trabalho ou outro afazer. Quando estou aqui a blogar ele costuma, como agora, deitar-se numa ponta da secretária e dormitar com os olhos semi-serrados, por certo espreitando o que vou escrevendo.

Pois bem, o que vou contar é mesmo verdade e não sei bem explicar por que terá acontecido.

Com revistas e jornais espalhados ao longo da semana pelo escritório, é aos sábados, como hoje, que costumo pegar neles para fazer arrumações.


Não queiram saber qual não foi o meu espanto quando, ao pegar nos jornais para os dobrar e guardar, ou destinar ao lixo, descubro que o Gauguin fez chichi sobre uma fotografia do Dr. Jorge Sampaio.

Estou incrédulo. Confesso. 
 
P.S.
1) Já agora, aqui ficam os nomes dos meus dois outros gatos: um deles é o Picasso, que é comunista; o outro é o Alex (Alexandre Magno) que tem a mania que é o dono disto tudo.
2) Acho que ultimamente o Picasso anda a influenciar politicamente o Gauguin.


sexta-feira, julho 16, 2004

A LIÇÃO DE SÓCRATES

No que às futuras eleições presidenciais diz respeito, José Sócrates já demonstrou que em nada difere de Santana Lopes:

1) para eles, primeiro estão os amigalhaços e só depois é que está Portugal.

 
2) ambos acham que os partidos são donos dos eleitores e que estes votam em quem os partidos mandarem.
 
É isso que a declaração de Sócrates, a favor de Guterres como futuro candidato presidencial, quer dizer.
 
Mas, felizmente que os eleitores de há muito perceberam aquilo que só os políticos que os julgam facilmente manipuláveis é que ainda não perceberam: que as eleições presidenciais nada têm a ver com os partidos políticos. Escolhe-se o candidato pelo que ele representa como figura política e moral, muito mais que pelos seus dotes de "artista" e vendedor de banha da cobra; pelo seu currículo e pela credibilidade que o seu passado inspira, muito mais que pelos partidos que estejam a impingi-lo e por aquilo que for sendo soprado aos média para passarem para a opinião pública.

E nesse pormenor (e isto é um mero exemplo), entre António Guterres e Freitas do Amaral, "o povo de Esquerda" não teria quaisquer dúvidas em escolher Freitas do Amaral - mesmo que o PS apoiasse Guterres, e Freitas corresse por fora apenas com o apoio de personalidades credíveis, como Mário Soares, por exemplo -.
 
A continuar a imitar Santana Lopes, José Sócrates há-de aprender uma dura lição nas futuras eleições presidenciais. Lição que será tanto mais dura se Freitas não avançar e Cavaco estiver na liça, pela Direita.
 
A ver vamos.





quinta-feira, julho 15, 2004

UM PERIGO

Aflito, depois da grande asneira que fez ao entregar o poder à Direita, indo claramente contra a vontade popular expressa nas urnas, nas eleições europeias - vontade popular que nem o senhor Barroso, na hora da derrota eleitoral, escamoteou -, Sampaio acaba de vetar a Lei de Bases da Educação, como quem diz: «viram, eu dei-lhes o poder mas comigo não vão brincar».

Isto não passa de um pífio tirinho de pólvora seca que mais não visa senão espantar pardais fingindo que atira contra caça grossa.

De contrário não se entenderia por que razão Sampaio haveria de vetar uma lei que a mesma maioria que a aprovara antes voltará, certamente, a reaprovar com a maior das facilidades. Para satisfazer, até, uma das exigências que Sampaio fez a Santana Lopes: «dar continuidade à política do Governo cessante». Nem mais.

Até parece brincadeira!

De agora em diante vamos ter dois protagonistas maiores na cena política portuguesa:

de um lado estará Santana Lopes com os seus números de circo a distrair o pagode enquanto à pala disso ratões encartados, com cargos ministeriais, irão tirando dividendos para os grupos a favor dos quais governam;

de outro lado estará o Presidente Sampaio de pistolinha em punho a dar tirinhos para o ar qual destemido caçador em plena floresta virgem.

E o pagode, incrédulo, assistirá a tudo isso sem nada poder fazer porque só lhe darão voz daqui a dois anos.

Não há dúvidas: o País está a ficar perigoso.
CONTRIBUTO PARA O GOVERNO DE SAMPAIO

Seis conselhos de Salmoura a Bagão Félix para que cumpra com total rigor e coerência o seu cargo de Ministro das Finanças deste Governo de Jorge Sampaio que, como sabemos, será vigiado de perto pelo Presidente para que prossiga à risca o programa ambiciosíssimo e inovador do falecido Governo do fugitivo Manuel Barroso:

1. Diminuir a carga fiscal das empresas;

2. Aumentar indirectamente a carga fiscal sobre os consumidores e sobre os contribuintes individuais dando especial atenção aos trabalhadores por contra de outrem;

3. Impor orçamentos restritivos aos hospitais públicos por forma a que as suas condições assistenciais se degradem ainda mais e justifiquem a existência dos privados;

4. Diminuir as comparticipações da Segurança Social por forma a justificar a existência das seguradoras privadas do ramo da Saúde;

5. Entregar o fundo de pensões da Caixa Geral de Aposentações à gestão financeira privada ou semi-privada visto que, nos tempos que correm, obter dinheiro da banca estrangeira já não é tão fácil como antigamente e, assim como assim, se o fundo de pensões é volumoso - porque não remexer e sentir o cheiro desse dinheirinho e ocupar as mentes ágeis dos nossos impolutos administradores e economistas na tarefa ciclópica de servir este bom povo português?

6. Fazer alguma coisa pelo Benfica.

terça-feira, julho 13, 2004

QUERIAM!?

Vivendo em bom recato em Bruxelas, em vias de ser nomeado embaixador da União Europeia junto da ONU, António Vitorino olhou para a surda balbúrdia que existe hoje no PS e disse logo:

não contem comigo. Não me sinto motivado para regressar aos jogos de poder da "piolheira".

Ademais, com Sampaio a Presidente da República, Santana Lopes como primeiro-ministro, Paulo Portas da Moderna como garante da estabilidade e da seriedade da coligação no poder,

para que é que é preciso haver um líder da oposição competente, politicamente estável e que fala verdade?

Acham que as instituições vão funcionar de verdade? Claro que não!

Então o que é que querem de mim agora que está toda a gente a querer abandonar o País?

Querem que eu vá apagar a luz, é?
PÃO E CIRCO ( IV )

Notícia desta noite:

«Santana Lopes desdobra-se em contactos para formar Governo pois pretende que este seja empossado na próxima segunda-feira, dia em que Sá Carneiro faria 70 anos se fosse vivo».

Isto é a máxima preocupação com o puro espectáculo e a mínima preocupação em servir o País.

Em vez de escolher os governantes com a necessária tranquilidade e os cuidados aconselhados para que da escolha saiam pessoas capazes, competentes e dedicadas à causa pública, o que pretende fazer é escolhê-las dentro de um timing determinado pelo espectáculo que quer dar, timing que por ser curto seguramente determinará algumas escolhas apressadas pois que aquelas que implicariam alguma negociação não poderão ser concretizadas porque: negociar faz "perder" tempo.

É nisto que vamos estar metidos enquanto durar este Governo do Dr. Sampaio.

Sim, é preciso não nos esquecermos que este Governo de Santana Lopes é o Governo do Dr. Sampaio. Para o bem e para o mal.

Senão todos os dias, pelo menos uma a duas vezes por semana, Santana tirará um coelho da cartola para que a imprensa e as televisões falem dele e o povo se distraia dos seus problemas quotidianos.

Este espectáculo poderá durar algum tempo, mas tempo chegará em que a barriga do povo falará mais alto e o "artista" será corrido de cena com uma chuva de tomates.
A RECONVERSÃO

Será que José Manuel Fernandes está em processo acelerado de reconversão, ou tratar-se-á antes de fogo-fátuo efémero que se volatiliza tão facilmente quanto as ideias de Santana Lopes para rodapé das televisões?

Não compreenderam bem o que Salmoura quis dizer? Não se preocupem, Salmoura fez de propósito.

Leiam antes esta prosa bárbara com que hoje o nosso arauto bushiano ousa brindar o sucessor do senhor José Barroso e então ficarão completamente esclarecidos.

Ele há cada fenómeno estranho no País, que a gente nem sabe se há-de acreditar no que ouve e vê, se há-de desconfiar de tudo e de todos, ou se entra no circo e inventa uns números de acrobacia para corresponder à onda que nos invadiu.

Livra!!!

sábado, julho 10, 2004

O PIOR PRESIDENTE DA REPÚBLICA



Já está!

Jorge Sampaio já concluiu a sua ingente obra como presidente de Portugal.

Lá do fundo da sua obscura personalidade, povoada de dúvidas e indecisões, retirou uma solução para a crise política em que vive o País:

Não decidiu nada! Amedrontado entregou o poder à Direita.

Deixou tudo na mesma ou pior ainda!

Com medo que a Esquerda ganhasse as eleições antecipadas e estatelasse logo a seguir não encontrando soluções para os problemas criados pela nefasta coligação de direita, cujo líder se pôs em fuga após clamorosa derrota eleitoral, ou que Ferro Rodrigues governasse bem e tapasse assim o caminho da liderança aos chamados sampaístas do PS, Jorge Sampaio entregou de novo o poder à Direita derrotada nas urnas, provando à saciedade que em termos de coragem política temos em funções, talvez (este talvez é estratégico), o pior Presidente da República desde o 25 de Abril de 1974.

Nos tempos do PREC, por se considerar Mário Soares um homem de direita, escrevia-se nas paredes "Soares é rabo".

Soares provou a todos que é um homem com eles no sítio e nunca, enquanto teve o poder, permitiu que a Direita levantasse cabelo.

Quem nos dera ter hoje Mário Soares como Presidente da República.

Quem escrevia nos tempos do PREC "Soares é rabo", devia era pedir hoje desculpas a Soares e escrever antes "Há bundões neste País".

sexta-feira, julho 09, 2004

AI QUE SAUDADES, AI-AI

Salmoura já esteve mais perto de acreditar que vai haver eleições antecipadas do que está agora.

Pode muito bem o Presidente Sampaio cair na tentação de esperar que Ferro Rodrigues seja substituído por António Vitorino, no próximo congresso do Partido Socialista, antes de proporcionar aos portugueses a oportunidade de escolher novo Governo.

Com esta tentação concretizada, com Santana a Primeiro-ministro, teremos então pão e circo todos os dias. Se a concretização da tentação for com outro Primeiro-ministro do PSD, então a coisa será ainda mais folclórica: viveremos em campanha eleitoral permanente durante mais dois anos, com a autarquia de Lisboa a custear a parte de leão da mesma vendo os seus cofres esvaziarem-se mais depressa que à velocidade da luz.

Ai que saudades de Mário Soares!
É OBRA!

Vale muito a pena ler o artigo de Vasco Pulido Valente no DN de hoje. Sabemos bem que de há muito que VPV não gosta de Jorge Sampaio, mas neste artigo aquilo que VPV diz é aquilo que uma boa parte dos portugueses pensa.

De tanto deixar correr o marfim auscultando, a passo de caracol, todos os oráculos da nação, eis que a opinião pública se foi alterando a ponto de se ter chegado ao momento actual em que, responsabilizando embora José Barroso pelo desencadeamento da crise que atravessamos, já não é o fugitivo José Barroso, mas sim o próprio Presidente Jorge Sampaio que é o protagonista mor da crise. Sobretudo da crise que ficar e da crise que se projectar para o futuro.

De tanto "engonhar" com a decisão a tomar, o Presidente da República foi permitindo que o PSD lhe colocasse a criança bem aninhada no colo e fugisse para bem longe.

Agora, qualquer que seja a decisão de Jorge Sampaio, é mais que evidente que quem vai governar Portugal (à esquerda ou à direita) ficará bastante fragilizado pois a saída desta crise deixará sempre larguíssimos argumentos à oposição (qualquer que ela venha a ser) para bater no Governo e para bater bem fortemente no Presidente da República.

Ninguém está hoje a conotar Barroso com a situação em que o País vai ficar depois da fuga.

Todos estamos a perguntar: «o que é que o Presidente Sampaio vai decidir?»

E todos estamos a pensar: «seja o que for que aí vem, a responsabilidade é toda do Senhor Presidente da República.»

É mesmo obra!

quinta-feira, julho 08, 2004

PÃO E CIRCO ( III )

Eis os "Novos Tempos" que se anunciam.


quarta-feira, julho 07, 2004

PÃO E CIRCO ( II )



Garantiram a Salmoura que este é o escolhido para ministro da propaganda e porta-voz do Governo de Santana.
PÃO E CIRCO ( I )



Houve quem garantisse a Salmoura que este é o próprio Santana à entrada para o palácio de Belém esta tarde.

terça-feira, julho 06, 2004

NOITE BRANCA



«... eu sou aquela de quem tens saudade,
a princesa do conto: "era uma vez..."»


(Florbela Espanca)

domingo, julho 04, 2004

ACABOU

Pronto. Agora acabou. Estivemos perto do oitenta mas não há razão para passarmos para o oito.

Ganhar é bom mas perder também faz parte do jogo. E quando se perde há que o aceitar com desportivismo e partir para outra. Fizera a coligação de direita o mesmo e agora não teríamos todas estas santanices a que vamos assistindo e com as quais temos que ter muita paciência e comiseração.

Correu o pano sobre o Euro 2004. E espera-se que agora os portugueses se voltem um pouco para o País e reparem com olhos de ver o estado periclitante em que o Governo da coligação o vai deixar:

a) elevadíssima taxa de desemprego;
b) Serviço Nacional de Saúde exaurido de recursos humanos e em alguns casos com falta de material adequado ao seu bom funcionamento;
c) investimento estrangeiro pela metade;
d) ausência de obras públicas de envergadura em execução;
e) Justiça e Educação a braços com ausência de reformas estruturais prometidas mas sempre adiadas.

Enfim, um ror de problemas por resolver, os quais o Governo em fuga agudizou ainda mais e aos quais ainda por cima acrescentou mais alguns quantos.

Deixemos por ora a bola de parte, encaremos as férias com optimismo mas não deixemos de ir equacionando a nossa tomada de posição face a tudo que nos aflige.

Tenhamos a esperança de que seremos chamados em breve para dizermos o que pensamos disto tudo e o que queremos para o futuro.
EIS A VERADEDIRA CABALA

Nos dias que correm, para melhor se compreender o modus operandi (que privilegia a utilização da imprensa) da clique política do PSD, que engloba Santana Lopes, nada melhor que ler atentamente o que Pacheco Pereira vai escrevendo no Abrupto em postas intituladas "Tempos Novos"..

Nunca gostei muito da forma um tanto ou quanto preconceituosa como Pacheco Pereira tem encarado a actividade dos jornalistas pois, no meu entender, mete-os todos no mesmo saco, o que para mim não é líquido que deva acontecer.

Mas a verdade manda-me reconhecer que, neste pormenor, a razão está mais do lado de Pacheco Pereira do que noutro lado qualquer.

Que muitos jornalistas não são minimamente isentos; que têm medo de quem lhes paga o salário e por isso filtram a informação para protegerem a fonte do pão; que são permeáveis a informações falsas que veiculam sem terem o cuidado de as confirmar primeiro; isso é o pão nosso de cada dia a que assistimos com certa indiferença até.

Mas que os jornalistas e as redacções de certos jornais de referência sejam veículos de «recados» (Pacheco Dixit), sejam eles de quem for, colaborando, assim, com total falta de ética, na manipulação dos leitores (que ainda por cima pagam o jornal que lêem e que os manipula) - isso já lembra outros tempos de má memória e augura um muito mau futuro imediato para a democracia portuguesa.

Hoje, e desde a subida de Goerge Bush ao poder nos Estados Unidos, vivemos tempos estranhos. Vivemos um autêntico pesadelo em câmara lenta, pesadelo recheado de acontecimentos inverosímeis que, entretanto, para nossa incredulidade e espanto, se vão concretizando perante os nossos olhos como um apocalipse que tivesse por finalidade restabelecer velhas ideias e velhas práticas de que a Humanidade se julgava liberta - entronizando idiotas, mentirosos, facínoras e burlões, numa encenação operática grandiosa (reconheça-se) - perseguindo o caminho para o triunfo dos porcos que pretendem reinar impune e incontroladamente sobre povos inteiros.

Resta esperar que as denúncias de toda esta prática macabra, e de todos os seus autores maiores, resultem, em tempo útil, numa tomada de consciência dos cidadãos de cada país, tomada de consciência que acabe por despertar a acção que permita travar a tempo o evoluir de todo esse pesadelo aterrador.

Estamos em crer que o Senhor Presidente da República, Dr. Jorge Sampaio, cumprirá a parte que, legal, legitima e democraticamente lhe cabe desempenhar para pôr cobro ao desenvolvimento desse pesadelo em Portugal.

Oxalá a maioria de nós esteja atenta e cumpra a parte que lhe cabe no que diz respeito à rejeição desse desígnio negro da direita que se pretende hoje "vender" ao país, embrulhado no folclore populista habitual que envolve Santana Lopes e seus sequazes.

Não pode o país conceber que Cavaco Silva, Freitas do Amaral, Silva Lopes, Miguel Cadilhe, Mário Soares, Pacheco Pereira, Vital Moreira, Gomes Canotilho e muitas outras personalidades de relevo na vida nacional estejam todos doidos varridos ao rejeitarem a solução "Santana Lopes, suas santanetes, seus artistas de revista e Paulo Portas da Moderna" para Governar Portugal.

sábado, julho 03, 2004

«JOSÉ QUÊ?»

Clara Ferreira Alves diz neste artigo, no blogue do homem da propaganda da direita empedernida, Luís Delgado, que leu um jornal alemão que escrevia sobre a nomeação de Durão Barroso para presidente da Comissão Europeia: "José quê?".

Há menos de uma semana assistimos em directo a uma conferência de Imprensa dada por Durão Barroso, em Bruxelas, na qual os jornalistas estrangeiros presentes, achincalhando-o pelo facto de ele ser um desconhecido na Europa, o instavam a dizer como é que ele se chamava.

«You can call me José Manuel, JoséBorroso or Manuel Barroso, I don't care, I think Durão is difficult for you».

O homem pensou que os jornalistas tinham algum problema com o nome Durão.

Não enxergou que estavam a troçar da sua falta de currículo e do seu anonimato.

Por cá Pacheco Pereira já o vai chamando apenas "Barroso".

quinta-feira, julho 01, 2004

NÃO SE PODE TER TUDO

O gozo só é grande quando se ganha uma partida contra os que se convencem que são os maiores e até nos achincalham nas vésperas do jogo. Como aconteceu com a Espanha, por exemplo.

Ganhar à Holanda já não foi tão saboroso como comer los tacos espanholes ou aviar the engllish beefs. E não foi tão saboroso porque os holandeses respeitaram e muito a selecção portuguesa e até elogiaram a superior qualidade de alguns jogadores nacionais.

É certo que agora a final do campeonato será contra a irritante selecção grega. Mas o que viria mesmo a calhar era voltar a ter de novo pela frente os bifes ingleses que depois de afogados em cerveja seriam aviados com molho de pimenta verde, um rabanete vermelho a decorar e ovo de gema amarela a cavalo.

Não sei se é por causa do Tony Blair mas cada vez detesto mais os ingleses.

Ou talvez seja por causa do Durão, perdão, do José Barroso (Pacheco dixit no ponto 6. e seguintes do seu artigo de hoje no Público).
A SALVAÇÃO DE PACHECO

JPP abriu a torneira da sinceridade política e deixou jorrar puro ácido que terá formado o mais caudaloso rio que alguma vez ameaçou afogar e diluir Santana Lopes .

Salmoura respiga do artigo de JPP dois belíssimos nacos de prosa.

1. Sobre a legitimidade de Santana Lopes para ser primeiro-ministro:

«Eu não votei nas últimas legislativas no Governo que aí vem. Eu não votei nas últimas legislativas numa coligação PSD-PP, muito menos num governo PPD-PP. Eu não apoiei Durão Barroso para me sair Santana Lopes».

2. Sobre os milhões de euros gastos por Santana Lopes, em pura propaganda política, com Frank Ghery, o arquitecto do Parque Mayer:

«Alguém tem uma ideia de quanto tudo isto já custou ao Município de Lisboa, sem qualquer resultado palpável? Certamente muitos milhões. O resultado vai ser a mais cara fotografia jamais feita em Portugal, a que ilustra o livro de Santana Lopes sobre a "cultura", Santana Lopes e Ghery mudando Lisboa. É assim que eu não quero que Portugal venha a ser governado. É assim que o será? Não sei. Está escrito nas estrelas».

OK, «está escrito nas estrelas». Mas Salmoura já leu as estrelas e já disse o que elas dizem: Sampaio vai convocar eleições antecipadas. A Esquerda vai ganhá-las e vai salvar Pacheco Pereira do inferno que Santana Lopes representa.

Mais uma vez parece que Deus é de Esquerda.